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Eleições OAB/MS: Chapa troca vice após advogada ter nome envolvido em venda de sentenças

Filha de desembargador, Camila Bastos era vice na chapa de Bitto Pereira, mas foi substituída; Ela também deixou o cargo de vice-presidente a OAB

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Além de deixar o cargo de vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS), a advogada Camila Cavalcante Bastos também foi substituída como vice na chapa de Bitto Pereira para as eleições da seccional do órgão. Camila teve o nome envolvido em suposto esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça Mato Grosso do Sul.

Para as eleições da seccional, no lugar dela, entrou a advogada Marta do Carmo Taques como candidata a vice-presidente, ao lado de Bito Pereira, que concorre a reeleição.

Em nota, a chapa informa que Marta do Carmo foi presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-MS nas gestões 2016/2018 e 2019/2021.

Atualmente, Marta é vice-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Mato Grosso do Suç e recebeu a maior comenda da Ordem destinada as mulheres, a Comenda Mulher de Ordem.

A chapa "Pelo futuro da OAB" foi registrada no dia 8 de outubro, pelo presidente, futura diretoria e futuros conselheiros seccionais e federais que vão representar a advocacia do Mato Grosso do Sul pelos próximos três anos, caso vençam o pleito.

Venda de sentença

A antiga vice da chapa, Camila Cavalcante Bastos é filha do desembargador Alexandre Bastos, um dos cinco afastado por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última quinta-feira (24). 

Conforme noticiou o Correio do Estado, a investigação aponta que Camila Bastos e o então marido compraram um imóvel e pagaram à vista R$ 600 mil. Porém, este imóvel não foi declarado no Imposto de Renda de 2020. A suspeita é de que a origem deste dinheiro seja ilícita. 

Parte deste pagamento, conforme aponta o despacho do Superior Tribunal de Justiça no documento que determinou o afastamento do pai dela, foi feito em dinheiro vivo, num total de R$ 144 mil.

E, nas declarações do IR, nem Camila nem o então marido declararam ter este valor em mãos, “levantando o questionamento da origem e licitude de tais recursos”. 

Camila também aparece na investigação pelo fato de o escritório dela, que pertencia ao pai antes de ele ser nomeado desembargador, em 2015, prestar serviços a uma série de prefeituras do interior e algumas das causas são julgadas pelo próprio pai, o que lhe garantia ganho de causa. 

Parte do dinheiro que estas prefeituras pagavam para o escritório de Camila acabava indo parar numa conta bancária da qual o magistrado era titular até 2024. 

Em nota divulgada nesse sábado (26), a OAB informou que ela se afastou das gunções a pedido, "em respeito à instituição e para o pleno exercício da ampla defesa e contraditório".

A seccional disse ainda que "cobrará apuração rigorosa dos fatos noticiados pela mídia nacional a respeito da Operação 'Última Ratio' envolvendo Desembargadores do TJMS, membro do Ministério Público, Tribunal de Contas e Advogados e reafirma seu compromisso em apoiar o combate a corrupção, com respeito ao Estado Democrático de Direito e com uma justiça imparcial, proba e transparente."

Desembargadores afastados

Além de Alexandre Bastos, na operação do dia 24 foram afastados também os desembargadores Sérgio Fernandes Martins, Vladimir Abreu da Silva, Sideni Soncini Pimentel e Marcos José de Brito Rodrigues.

Dois recém-aposentados (Divoncir Maran e Júlio Roberto Siqueira) também foram alvos das buscas feitas pela Polícia Federal e da Receita Federal.  

Na operação que mirou num suposto esquema de corrupção e venda de sentenças judiciais também foram afastados o juiz Paulo Afonso de Oliveira o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Osmar Domingues Jeronymo. 

Por conta das suspeitas de que haja envolvimento de algum ministro do STJ, o caso agora está sob os cuidados do Supremo Tribunal Federal. 

* Colaborou Neri Kaspary

MOVIMENTAÇÃO POLÍTICA

Nelsinho intensifica aproximação com Riedel para garantir apoio ao Senado

O senador tem sido presença assídua nas agendas públicas do governador, tanto em Campo Grande quanto no interior

12/12/2025 08h20

Nelsinho Trad participou ao lado de Riedel das festividades dos 44 anos da região das Moreninhas

Nelsinho Trad participou ao lado de Riedel das festividades dos 44 anos da região das Moreninhas Saul Schramm / Secom

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Como na velha máxima de que quem não é visto, não é lembrado, um ditado popular que significa que a ausência ou falta de visibilidade leva ao esquecimento, o senador Nelsinho Trad (PSD), pré-candidato à reeleição, tem intensificado a aproximação com o governador Eduardo Riedel (PP), acompanhando-o nas agendas públicas, tanto em Campo Grande quanto nas cidades do interior, para assegurar o apoio do chefe do Executivo estadual como o segundo nome ao Senado no amplo arco de aliança para as eleições de 2026.

Desde a reunião realizada, no começo de novembro, no auditório do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), no Parque dos Poderes, em Campo Grande, entre o governador e 55 dos 79 prefeitos do Estado, quando os gestores municipais reforçaram que trabalhariam para a eleição do ex-governador Reinaldo Azambuja (PL) como senador da República, mas também, pela reeleição do senador Nelsinho ao cargo, mesmo sabendo que o grupo de Riedel pode ter um outro candidato ao Senado, o parlamentar tem procurado ser presença constante nos atos públicos.

A mobilização do senador tem razão de ser, afinal, com a provável chapa pura do PL para disputar as duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul, já que, até o momento, são pré-candidatos pelo partido Azambuja e o ex-deputado estadual Capitão Contar, o que obriga a Federação União Progressista, formada pelo PP e o União Brasil, a também lançar pelo menos um pré-candidato ao cargo, inviabilizando ainda mais a “dobradinha” com Nelsinho no arco de aliança dos partidos que apoiam à reeleição de Riedel.

O senador do PSD sabe da importância de contar com o apoio do governador para a sua reeleição, mesmo que o suporte do chefe do Executivo estadual seja no formato de uma “aliança branca”, isto é, fazer um acordo eleitoral informal com a legenda à qual, oficialmente, não estará coligada.

Portanto, nas últimas semanas, prestigiou todas as agendas públicas das quais Riedel estava presente, como no caso da realizada no domingo, na Capital, durante as festividades dos 44 anos das Moreninhas, um dos bairros mais antigos e populosos de Campo Grande.

Ele também prestigiou ontem o 1º MS Citrus Summit – A Nova Fronteira da Citricultura, evento realizado em Três Lagoas com a presença do governador com produtores, especialistas e profissionais que trabalham no setor.

O senador ainda foi com Riedel à cidade de Selvíria, para vistoriar uma obra de implantação e pavimentação asfáltica da rodovia MS-444.

Nelsinho ainda estará presente, no domingo, na visita que o governador fará às cidades de Amambai e Juti para entregar obras de pavimentação asfáltica, supervisionar as que ainda estão em andamento e lançar novas.

Procurado pela reportagem para comentar sobre essa intensificação de presença nas agendas públicas do governador, o senador justificou que se trata de uma forma de também vistoriar as obras, pois muitas delas receberam emendas do parlamentar.

“Estou fazendo uma prestação de contas do meu mandato como senador da República por Mato Grosso do Sul sempre acompanhando o governador Riedel e testemunhando a transformação que o Estado está passando, evoluindo em vários setores da economia”, declarou.

Ele ressaltou que é o senador de Mato Grosso do Sul que mais destinou recursos federais por meio de emendas parlamentares para os municípios do Estado e também procura atuar como interlocutor dos gestores municipais com os ministérios em Brasília (DF).

“Apenas para Três Lagoas destinei quase R$ 140 milhões, sendo R$ 4 milhões só neste ano”, reforçou.

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ultimato

Quem é Coronel Tadeu, suplente de Zambelli que deve assumir vaga

Ele já foi deputado federal na legislatura passada e se caracterizou pelas ferrenha defesa de Bolsonaro e críticas contra Lula

12/12/2025 07h28

Coronel Tadeu deve assumir depois que Alexandre de Moraes anular a decisão da Câmara que manteve o mandato de Zambelli

Coronel Tadeu deve assumir depois que Alexandre de Moraes anular a decisão da Câmara que manteve o mandato de Zambelli

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Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes anular nesta quinta-feira, 12, a decisão da Câmara dos Deputados que rejeitou a cassação da deputada Carla Zambelli, o ex-parlamentar Coronel Tadeu (PL-SP) deve assumir o cargo.

Moraes deu 48 horas para que o presidente da Casa, Hugo Motta, dê posse ao suplente da parlamentar e solicitou que o presidente da 1ª Turma, ministro Flávio Dino, agende uma sessão virtual nesta sexta-feira, das 11h às 18h, para referendar a decisão.

Coronal da Polícia Militar de São Paulo, Tadeu foi deputado federal entre 2018 e 2022, mas não alcançou os votos necessários para ser reeleito. Ele é suplente do PL no Estado. Durante o mandato na Câmara, Tadeu atuou como defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi à tribuna do plenário da Casa discursar contra o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vencedores da disputa ao Palácio do Planalto naquele ano.

Em 2019, Tadeu rasgou um cartaz em uma exposição sobre o racismo na Câmara na véspera do Dia da Consciência Negra. Ele arrancou da parede, rasgou e pisou em uma imagem do cartunista Carlos Latuff, em que aparecia um policial, com uma arma fumegante na mão, e um rapaz negro estendido no chão, algemado e com a camisa do Brasil. No cartaz, lia-se a frase "o genocídio da população negra".

"Policiais não são assassinos. Policiais são guardiões da sociedade, sinto orgulho de ter 600 mil profissionais trabalhando pela segurança de 240 milhões de brasileiros", escreveu Coronel Tadeu no Twitter na época. Em entrevista ao Estadão naquele ano, disse "não se arrepender" do feito. "Quem foi atacada foi a Polícia Militar", afirmou.

Zambelli já custou R$ 654,6 mil aos cofres públicos desde que fugiu do Brasil, em junho. Mesmo presa na Itália, enquanto a parlamentar mantivesse o mandato, seu gabinete teria custo de cerca de R$ 130 mil por mês. Técnicos da Câmara estimam que Zambelli poderia perder o mandato por faltas apenas no final de fevereiro de 2026, o que poderia fazer o gasto passar de R$ 1 milhão.
 

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