Política

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Filiação de Capitão Contar no PP esfria com exigência de concorrer ao Senado

O ex-deputado estadual não estaria interessado em concorrer a deputado federal e, por isso, pode continuar no PRTB em 2026

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A filiação do ex-deputado estadual Capitão Contar no PP teria “esfriado” em razão da exigência do ex-parlamentar de sair candidato ao Senado nas eleições gerais do próximo ano, em vez de buscar uma vaga na Câmara dos Deputados, como lhe teria sido proposto pelas lideranças progressistas.

Atualmente no PRTB, partido pelo qual concorreu e perdeu o pleito a governador de Mato Grosso do Sul, no segundo turno das eleições de 2022, para o então secretário estadual Eduardo Riedel (PSDB), o bolsonarista pode ter que continuar à frente da legenda na eventualidade de manter a decisão de só sair candidato a senador da República.

O Correio do Estado apurou que o PP estaria apostando em Contar para fazer uma dobradinha com a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) na corrida pelas oito cadeiras na Câmara dos Deputados, pois os dois partidos criaram a federação União Progressista para o pleito de 2026.

A ideia era que, com os dois campeões de votos, a União Progressista conseguiria fazer até três deputados federais – Contar e Rose, por votação própria, e mais um, provavelmente o atual deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP), com a sobra de votos que os dois poderiam conseguir.

No entanto, conforme fontes ouvidas pela reportagem, em função dos bons resultados nas duas pesquisas divulgadas pelo Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems) e pelo Instituto Paraná Pesquisas, ele teria reforçado o desejo de sair como candidato ao Senado no próximo ano, e não a deputado federal.

Pela pesquisa estimulada do Ipems, que ouviu 1.720 eleitores de 53 municípios de Mato Grosso do Sul, o ex-deputado estadual obteve 13,61% das intenções de votos ao Senado, ficando atrás somente do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que alcançou 18,07%, e do senador Nelsinho Trad (PSD), que conseguiu 14,28%.

Já no levantamento espontâneo do Paraná Pesquisas, que fez 1.540 entrevistas em 44 municípios do Estado, Capitão Contar também foi citado entre os nove com melhor desempenho junto às pessoas ouvidas.

Porém, mesmo com os bons números nas duas pesquisas e com a vontade do ex-deputado estadual, a vaga oferecida pela União Progressista continua sendo para concorrer a deputado federal.

Portanto, caso o Capitão Contar não mude de ideia, terá de concorrer ao Senado pela sua atual legenda, ou seja, o PRTB, que não terá muitos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o famoso Fundo Eleitoral, e nem tempo de rádio e televisão, dificultando um bom desempenho nas urnas.

EM TRATATIVAS

Procurado pelo Correio do Estado, o ex-deputado estadual declarou que continua em tratativas com a senadora Tereza Cristina, presidente do PP em Mato Grosso do Sul, sobre a possível troca do PRTB pelo partido da ex-ministra de Jair Bolsonaro (PL).

“Precisamos renovar o Senado Federal. É um projeto de Brasil. E vou brigar por uma das vagas de senador da República, mas a senadora no momento não garante isso no PP”, declarou.

Na prática, Capitão Contar deixou subentendido que só ingressará na legenda progressista na eventualidade de ser o candidato da sigla a senador.

Ele ainda lembrou que em 2021 se filiou no PL, na esperança de que o partido lançasse candidatura própria para governador de Mato Grosso do Sul. 

“Me desfiliei quando soube que o partido estava coligado com PSDB”, finalizou, mostrando que costuma manter seu posicionamento.

SAIBA

As negociações entre o ex-deputado estadual Capitão Contar e a senaora Tereza Cristina para que o parlamentar troque o PRTB pelo PP ganharam força depois que, no dia 22 de maio deste ano, ele visitou, em Brasília (DF), a parlamentar.

Na ocasião, Contar não quis comentar o contéudo da reunião, porém, ele fez a seguinte postagem nas suas redes sociais: “Visita especial ao Senado Federal, ao lado da nossa querida senadora Tereza Cristina, buscando construir pontes para fortalecer Mato Grosso do Sul e os sul-mato-grossenses”.

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Tarifa

Chefe da Otan diz que tarifas de Trump contra Rússia têm Brasil, China e Índia como alvo

Membros do Brics, esses países têm ampliado as relações comerciais com Moscou em virtude das punições impostas por americanos e europeus desde a invasão da Ucrânia.

15/07/2025 20h00

Chefe da Otan diz que tarifas de Trump contra Rússia têm Brasil, China e Índia como alvo

Chefe da Otan diz que tarifas de Trump contra Rússia têm Brasil, China e Índia como alvo Divulgação/Estadão

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O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse nesta terça-feira, 15, a senadores no Capitólio que as tarifas secundárias contra a Rússia anunciadas ontem pelo presidente americano, Donald Trump, podem afetar o Brasil, a Índia e a China. Membros do Brics, esses países têm ampliado as relações comerciais com Moscou em virtude das punições impostas por americanos e europeus desde a invasão da Ucrânia.

Na segunda-feira, 14, Trump deu um ultimato à Rússia depois de meses fazendo concessões a Vladimir Putin na tentativa de obter um acordo de paz na Ucrânia: ou Moscou negocia um cessar-fogo com a Ucrânia em até 50 dias, ou será alvo de novas e duras sanções econômicas.

Trump ameaçou taxas de 100% às importações russas, mas os EUA compram cerca de 3% do que Moscou vende ao exterior. Mas o presidente prometeu também aplicar tarifas secundárias, que puniriam o setor energético da Rússia e seus clientes. É nessa categoria que entram os países do Brics, como Rutte deixou claro na reunião no Senado.

"O que aconteceu ontem foi importante. O presidente Trump disse basicamente que, se a Rússia não levar a sério as negociações de paz, em 50 dias ele imporá sanções secundárias a países como Índia, China e Brasil", disse Rutte, que também foi primeiro-ministro da Holanda até o ano passado, de acordo com o Guardian.

"Meu incentivo a esses três países é... vocês talvez queiram dar uma olhada nisso, porque isso pode afetá-los muito. Por favor, liguem para [o presidente russo] Vladimir Putin e digam a ele que ele precisa levar a sério as negociações de paz", completou

A ameaça de sanções secundárias dos EUA e da Otan aos sócios-fundadores do Brics ocorre num momento de antagonismo cada vez maior entre o bloco e o Ocidente.

Durante a cúpula do Rio de Janeiro, na semana passada, após o Brics ter concordado em aumentar o volume de comércio entre os membros sem o uso do dólar e buscar mecanismos de pagamento fora do sistema Swift, que é controlado pelos, EUA, Trump ameaçou o grupo com sanções.

Também na semana passada, o republicano ameaçou o Brasil com tarifas de 50% caso o País não anulasse o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado hoje pela Procuradoria-Geral da República dos crimes de golpe de Estado, deposição violenta do Estado de direito, liderança de organização criminosa armada, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado.

Bolsonaro e seus filhos são aliados próximos do trumpismo, mas nesta terça, o presidente americano disse o brasileiro "não é seu amigo, apenas um conhecido".

Em meio ao aumento da pressão sobre a Rússia, Rutte disse também que a Europa encontraria o dinheiro para garantir que a Ucrânia estivesse na melhor posição possível nas negociações de paz.

Segundo ele, os EUA agora forneceriam "massivamente" armas à Ucrânia, "não apenas defesa aérea, mas também mísseis e munições pagas pelos europeus".

Questionado se mísseis de longo alcance para a Ucrânia estavam em discussão, Rutte disse: "É tanto defensivo quanto ofensivo. Portanto, há todos os tipos de armas, mas não discutimos em detalhes ontem com o presidente. Isso está realmente sendo trabalhado agora pelo Pentágono, pelo Comandante Supremo Aliado na Europa, juntamente com os ucranianos".
 

Política

Jair Bolsonaro diz que "é apaixonado" por Donald Trump

O ex-presidente afirmou que recebia tratamento de "irmão" por parte do presidente dos Estados Unidos

15/07/2025 17h00

Alan Santos / PR

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta terça-feira (15), que é "apaixonado" pelo presidente Donald Trump, pelos Estados Unidos e pela política norte-americana.

A declaração foi feita durante entrevista ao portal Poder360, na qual Bolsonaro também comentou a recente decisão do governo norte-americano de aplicar tarifas de 50% aos produtos brasileiros.

"O que passa na cabeça do Trump, eu não sei. Eu gosto dele, sou apaixonado por ele, pelo povo americano, pela política americana, pelo país que são os Estados Unidos", disse Bolsonaro.

Mais cedo, Trump disse que não é amigo de Bolsonaro, mas voltou a criticar a investigação sobre a tentativa de golpe contra o ex-presidente brasileiro.

PGR pede condenação de Bolsonaro

A entrevista aconteceu após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar, na noite de segunda-feira (14), o pedido de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por cinco crimes:

  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça;
  • contra o patrimônio da União;
  • considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

O parecer de Gonet tem 517 páginas e também pede a condenação do deputado Alexandre Ramagem, do almirante Garnier Santos, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e dos ex-ministros Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto, Anderson Torres e Augusto Heleno.


O parecer de Gonet também pede a condenação do deputado Alexandre Ramagem; do almirante Garnier Santos; do ex-ajudante de ordens Mauro Cid; e dos ex-ministros Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto, Anderson Torres e Augusto Heleno.

Nas mais de 500 páginas do documento, o procurador diz que Bolsonaro é o "líder da organização criminosa" denunciada, "por ser o principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito".

Segundo o PGR, o ex-presidente "instrumentalizou o aparato estatal e operou, de forma dolosa, um esquema persistente de ataque às instituições públicas e ao processo sucessório".

"Com o apoio de membros do alto escalão do governo e de setores estratégicos das Forças Armadas, mobilizou sistematicamente agentes, recursos e competências estatais, à revelia do interesse público, para propagar narrativas inverídicas, provocar a instabilidade social e defender medidas autoritárias. A sua atuação, pautada pela afronta à legalidade constitucional e pela erosão dos pilares republicanos, teve por objetivo último sua continuação ilegítima no comando do país e o enfraquecimento das instâncias públicas, em negação do princípio da alternância democrática, da soberania popular e do equilíbrio entre os Poderes", diz o procurador-geral nas alegações finais.
 

** Com Agência Estado

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