Política

GOVERNO FEDERAL

Futura ministra do Planejamento, Simone forma equipe e promete boas notícias para MS

A senadora sul-mato-grossense tem como principal bandeira para o Estado a conclusão da fábrica de nitrogenado da Petrobras em Três Lagoas

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Indicada na quinta-feira (29) pelo presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo de ministra do Planejamento, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) informou à reportagem do Correio do Estado que, logo após o anúncio realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição em Brasília (DF), já iniciou os contatos para a formação da sua equipe de trabalho à frente da pasta.

Com o status de ter sido a primeira mulher a se colocar na disputa eleitoral para a presidência da República, comunicando a pré-candidatura ainda em dezembro de 2021, e ficando em terceiro lugar na corrida eleitoral com 4.915.423 de votos válidos, Tebet foi decisiva na vitória de Lula ao declarar apoio ao petista no segundo turno da eleição presidencial e participar ativamente da campanha de Lula.

“O que está em jogo é muito maior do que cada um de nós. Votarei com a minha consciência e a minha razão, e a minha consciência me diz que omitir-me seria trair a minha trajetória de vida pública. […] Há um Brasil a ser imediatamente reconstruído e um povo a ser reunido. Nos últimos quatro anos, o Brasil foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças”, disse na época a senadora sul-mato-grossense.

Agora, Simone Tebet está totalmente focada na formação da sua equipe de trabalho para iniciar a atuação no Ministério do Planejamento a partir desta segunda-feira (02/12). “O Ministério do Planejamento estava integrado a outras três pastas para formar o Ministério da Economia, que ainda abrangia os ministérios da Indústria e Comércio e o de Gestão. Portanto, estamos dividindo os cargos e ajustando as equipes”, informou.

Segundo a futura ministra, a partir da conclusão dessa etapa, poderá dar mais atenção às atribuições do Ministério do Planejamento. “Ao iniciar a minha gestão, Mato Grosso do Sul pode esperar boas notícias”, assegurou. Vale lembrar que uma das bandeiras da senadora é a retomada das obras de conclusão da fábrica de nitrogenados da Petrobras, em Três Lagoas (MS).

Na terça-feira (27/12), o esposo de Simone Tebet, o deputado estadual licenciado Eduardo Rocha (MDB), atual secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica e futuro secretário-chefe da Casa Civil, disse que a presença da esposa como ministra do Planejamento irá ajudar a destravar obras importantes em Mato Grosso do Sul.

“Não teremos uma ponte. Temos uma porta aberta. Até uma porteira aberta”, brincou Eduardo Rocha ao comentar a relação entre o futuro governo de Eduardo Riedel (PSDB), do qual ele fará parte, e do Lula, do qual Simone Tebet está escalada. A pasta que será comandada por Simone Tebet será a responsável pelo Plano de Parceria e Investimentos (PPI), que vai gerenciar concessões públicas, parcerias público-privadas e privatizações (PPP).

“Com o PPI vamos conseguir mexer em rodovias, ferrovias. Temos também a fábrica de fertilizantes que está paralisada” disse Eduardo Rocha, lembrando que a futura ministra terá uma boa interlocução na Petrobras. “Isso vai ajudar que a estatal termine a fábrica, ou que ela venda a fábrica para ser concluída”, afirmou Rocha.

A Unidade de Fertilizantes Número 3 da Petrobras (UFN3), que teve as obras interrompidas durante a “Operação Lava Jato” com mais de 80% do trabalho concluído. Simone Tebet, quando prefeita de Três Lagoas, cedeu a área para a Petrobras construir a fábrica.

Empreendimento de investimento na casa dos bilhões de dólares, sua falta foi sentida no ano passado, durante o auge da guerra entre Rússia e Ucrânia, dois dos principais fornecedores de fertilizantes para o Brasil. Se estivesse pronta, a UFN3 seria a maior fábrica de nitrogenados da América Latina.

Trajetória política

Formada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Direito do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Simone Tebet é natural de Três Lagoas (MS) e é fruto da política local.

A senadora teve como principal auxiliar político o pai dela, Ramez Tebet, que foi governador de Mato Grosso do Sul, prefeito de Três Lagoas e também senador da República.

Antes de concorrer a um mandato eletivo, Tebet atuou por 12 anos como professora universitária em universidades diversas, como a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Também foi consultora técnica jurídica e diretora técnica legislativa da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul.

Tebet foi eleita primeiramente como deputada estadual do MS, onde atuou entre 2002 e 2004.

Decidiu concorrer às eleições à Prefeitura de Três Lagoas em 2004, sendo a primeira mulher eleita para o cargo com cerca de 66% dos votos. Conseguiu a reeleição à Prefeitura em 2008.

Nas eleições de 2010, foi eleita como vice-governadora do Mato Grosso do Sul na chapa de André Puccinelli (PMDB), cargo no qual permaneceu até 2015.

Tebet saiu do Executivo estadual para assumir como senadora de Mato Grosso do Sul, sendo que seu mandato vai até janeiro de 2023.

Com atuações em diversas comissões ao longo dos anos como senadora, Tebet concorreu, em 2019, dentro da bancada do MDB para disputar a presidência do Senado, mas o nome escolhido foi o de Renan Calheiros (MDB-AL) – que atualmente apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial.

No mesmo ano, Tebet foi eleita como a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, posto que exerceu até o fim de 2020.

Em 2021, a atuação de Tebet na CPI da Pandemia junto a outras senadoras que lutaram por uma cadeira para as mulheres na investigação destacou-a a nível nacional, mesmo com episódios marcados pelas denúncias de machismo no ambiente masculino do Senado.

Em setembro do ano passado, a sessão da CPI que ouvia o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, estava se encaminhando para o final quando ele chamou Tebet de “descontrolada” após um questionamento da senadora sobre suspeitas do contrato de compra da vacina Covaxin.

O ataque sofrido por uma das mais ativas parlamentares na CPI teve destaque na cobertura da imprensa naquela semana.
 

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TROCA DE COMANDO

Secretária de Fazenda pode não voltar ao cargo após licença

O Correio do Estado apurou que o futuro da titular da Sefaz será a exoneração e o substituto deve sair da própria equipe

15/12/2025 08h00

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022 Marcelo Victor

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À frente das finanças da Prefeitura de Campo Grande desde abril de 2022, a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, não vai mais retornar ao cargo depois da prorrogação da licença médica por estresse e ansiedade iniciada em 20 de novembro deste ano e com previsão de encerrar no dia 8 de janeiro de 2026.

O Correio do Estado obteve a informação com exclusividade por meio de fontes do alto escalão da administração municipal de Campo Grande, que ainda explicaram que a prefeita Adriane Lopes (PP) teria sido comunicada da impossibilidade de a titular da Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz) reassumir as funções por conta de suas condições mentais.

Diante disso, a chefe do Executivo da Capital já teria determinado a procura por um substituto e, por enquanto, a tendência é de que o atual secretário-adjunto da Sefaz, Isaac José de Araújo, seja elevado a titular da Pasta por fazer parte da equipe técnica que foi montada por Márcia Hokama, considerada muito competente por Adriane Lopes.

A reportagem também foi informada de que a decisão da secretária de participar da corrida de rua de Bonito, realizada no dia 6, durante o afastamento por questões de saúde e o fato ter ganhado repercussão na mídia municipal teria pesado para que a continuidade dela no cargo após o fim da licença médica ficasse insustentável.

Márcia Hokama chegou a ser fotografada ao concluir um percurso de 10 km e conquistar o 23º lugar na categoria (competidores com idade entre 50 e 59 anos), e a imagem dela sendo publicada pelos principais órgãos de imprensa “pegou” muito mal até mesmo a imagem da prefeita, que é uma grande defensora do trabalho da secretária.

Porém, como a mulher de César não basta ser honesta, ela também precisa parecer honesta, a corrida foi a gota d’água para fim dos mais de três anos dela à frente das finanças municipais, período marcado por muito desgaste político e pressões decorrentes de crises no transporte coletivo urbano, na saúde e nas finanças, chegando a ser cobrança publicamente pela Câmara Municipal de Campo Grande.

O ponto alto desse desentendimento com os vereadores foi quando Márcia Hokama faltou à convocação para dar explicações sobre a crise, e, na época, ela já chegou a alegar problemas de saúde. Em novembro, a situação mental dela teria chegado no fundo do poço, obrigando o pedido de licença médica.

A partir da oficialização da concessão do afastamento, os boatos começaram dando conta de que ela não retornaria mais ao cargo, porém, a prefeita Adriane Lopes assegurava o retorno da titular da Sefaz após o fim da licença médica.

Entretanto, depois da divulgação da participação de Márcia Hokama da corrida de rua de Bonito a prorrogação da dispensa das funções foram decisivas para que a chefe do Executivo Municipal cedesse à pressão pela exoneração da secretária.

Procurada pelo Correio do Estado, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, não quis comentar até o fechamento desta edição. O espaço continuar aberto para a manifestação da chefe do Executivo Municipal.

*SAIBA

A trajetória de Márcia Hokama começou em abril de 2022, quando foi nomeada pela prefeita Adriane Lopes como titular da Secretária Municipal de Finanças (Sefin), ficando responsável pelas finanças do município de Campo Grande e deixando o cargo de secretária-adjunta, o qual ocupava desde 2021.

Em janeiro deste ano, a prefeita reconduziu Márcia Hokama ao cargo, mas com novo nome Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz). Portanto, ela já está na função de liderança na Sefin/Sefaz desde 2022.

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POLÍTICA

Em pedido de renúncia, Zambelli diz que segue viva e que Brasil continuará ouvindo sua voz

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

14/12/2025 22h00

Deputada federal Carla Zambelli

Deputada federal Carla Zambelli Agência Câmara

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A agora ex-deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), usou o pedido de renúncia de seu mandato para elogiar a proteção recebida pela Câmara e para dizer que "segue viva" mesmo após deixar os quadros da Casa. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

"A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz", afirmou, na solicitação encaminhada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).

Zambelli também agradeceu as decisões da Câmara que mantiveram o mandato da deputada, antes de Supremo Tribunal Federal anulá-las e determinar a perda de mandato de Zambelli. "Esse ato da Câmara foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado", escreveu.

Leia a íntegra do comunicado:

RENÚNCIA AO MANDATO PARLAMENTAR

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DEPUTADO FEDERAL HUGO MOTTA

Excelentíssimo Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

Povo brasileiro,

Eu, Carla Zambelli Salgado de Oliveira, Deputada Federal eleita para a 57ª Legislatura (2023-2027), representante do Estado de São Paulo, legitimada por 946.244 votos nas eleições gerais de 2022, faço esta manifestação por intermédio de meus advogados constituídos, Dr. Fabio Pagnozzi e Dr. Pedro Pagnozzi, diante da impossibilidade de comparecer pessoalmente a esta Casa, em razão de encontrar-me privada de liberdade em território estrangeiro. Falo, portanto, não apenas como parlamentar, mas como voz de quase um milhão de brasileiros que confiaram em mim sua representação.

O que se registra neste ato não é apenas a renúncia a um mandato, mas um marco institucional. A Câmara dos Deputados exerceu integralmente sua competência constitucional, observando o procedimento previsto no artigo 55 da Constituição Federal, especialmente seus ?? 2º e 3º, que atribuem exclusivamente ao Poder Legislativo a deliberação sobre a perda de mandato parlamentar, mediante decisão do Plenário, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

No curso desse procedimento, foi elaborado relatório pelo Relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Deputado Diego Garcia, demonstrando, de forma técnica e fundamentada, que não existem provas jurídicas aptas a sustentar a perda do meu mandato, tampouco elementos que embasem qualquer condenação. Esse relatório trouxe à luz uma verdade elementar do Estado de Direito: não se cassa um mandato sem provas.

Essa compreensão foi confirmada pelo Plenário da Câmara dos Deputados, que, ao não deliberar pela cassação, afirmou que não havia fundamento jurídico legítimo para suprimir um mandato conferido por quase um milhão de brasileiros. Esse ato foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado.

A História constitucional ensina que os regimes livres somente subsistem quando cada Poder reconhece seus limites. Montesquieu advertia que "todo aquele que detém poder tende a abusar dele, indo até onde encontra limites". O registro aqui produzido reafirma que o Parlamento não é instância acessória, mas Poder constitucional autônomo, cuja competência não pode ser esvaziada sem grave risco ao Estado Democrático de Direito. Este episódio permanecerá como referência institucional para situações semelhantes, nas quais se discuta a preservação do mandato popular frente à expansão indevida do poder punitivo estatal.

Posteriormente, deliberação do Supremo Tribunal Federal determinou a perda do mandato, afastando o resultado do procedimento conduzido por este Parlamento.

É diante desse quadro, e não por medo, fraqueza ou desistência, que comunico, de forma pública e solene, minha renúncia ao mandato parlamentar, para que fique registrado que um mandato legitimado por quase um milhão de votos foi interrompido apesar do reconhecimento formal, por esta Casa, da inexistência de provas para sua cassação.

Este gesto não é rendição. É registro histórico. É a afirmação de que mandatos passam; princípios permanecem. A democracia não se resume às urnas; ela vive no respeito às instituições e na coragem de registrar a verdade.

Dirijo-me, por fim, ao povo brasileiro. Aos meus eleitores, afirmo: a verdade foi dita, a história foi escrita e a consciência permanece livre. Ideias não se cassam. Convicções não se prendem. A vontade popular não se apaga.

A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz.

Que Deus abençoe o povo brasileiro, ilumine esta Nação e a conduza, sempre, pelo caminho do direito, da justiça e da liberdade.

Respeitosamente,

Carla Zambelli Salgado de Oliveira

Deputada Federal - Brasil

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