Política

INFÂNCIA E JUVENTUDE

Harfouche pode ser mais um de MS a integrar governo Bolsonaro

Promotor quer aceitar o convite para comandar Secretaria, mas precisa de aval da Justiça

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Candidato derrotado ao Senado na eleição deste ano, o procurador de Justiça Sérgio Harfouche (PSC), pode ser mais um de Mato Grosso do Sul a fazer parte do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Ele quer aceitar o convite da futura ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, para assumir a Secretaria Nacional de Direito da Infância e Adolescência. Mas, para chefiar a pasta ele precisa de aval da Justiça. Isto porque, conforme a Constituição Federal, é vedado aos promotores e procuradores, a ocupação de cargo político no âmbito do Executivo, como o de ministro de Estado e secretário.

“Toda a minha vida dentro do Ministério Público atuo nesta área da Infância e Juventude. Inclusive, sou representante do Estado na Comissão Permanente da Infância e Juventude (COPEIJ). Com certeza fiquei muito honrado com o convite”, destacou Harfouche ao confirmar a vontade de assumir a Secretaria Nacional. “A ministra Damares me ligou há alguns dias me convidando para integrar o governo, mas como procurador, eu teria que pedir exoneração e não vou fazer isso”, explicou.

Apesar de ter afastado a ideia de deixar o cargo de procurador, Harfouche não desistirá de tomar posse como secretário da Infância e Juventude. “A ministra fará um pedido formal solicitando minha licença e, com essa solicitação em mãos, vou judicializar”, disse.

A permissão para cedência de Harfouche ficará nas mãos dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). “Se eles entenderem que há um interesse nacional nessa questão, vou poder ser liberado”. O procurador não soube dizer, no entanto, quando poderá responder ao convite de Damares. “Assim que ela encaminhar o ofício, vou entrar com um mandado de segurança. Agora, o tempo cabe aos desembargadores entenderem a urgência da resposta”.

Mesmo sem ter como responder à futura ministra sobre o convite, Harfouche acompanhou na semana passada alguns trabalhos da equipe de transição do governo federal. “Fui convidado para cooperar com ações voltadas ao direito de políticas públicas. Lá, pude constatar com satisfação que as equipes estão sendo formadas por técnicos, com quem realmente sabe do assunto. Não tem essa de favoritismo político. Cada um está no seu quadrado”.

Se conseguir comandar a Secretaria Nacional de Infância e Juventude, Harfouche pretende adotar punição em regime fechado a adolescentes considerados como irrecuperáveis. “O índice de adolescentes maldosos e irrecuperáveis é de 0,25%. Essa medida será para eles, e não para os outros 99,75%. Dá para fazer lei apenas para essa parcela de adolescentes que não têm como viver na sociedade”, destacou. 

A medida, sugerida ao novo governo, visa tornar proporcionais as penalidades socioeducativas cometidas por adolescentes. Ele destacou como atos infracionais de “extremada gravidade” homicídio qualificado, aborto sem consentimento da gestante, lesão corporal, abandono de incapaz com resultado morte, maus-tratos, roubo que resulte em lesão grave ou morte, extorsão que resulte em lesão grave e morte, entre outros.


SENADO
Na eleição deste ano, Sérgio Harfouche tentou conquistar uma das duas vagas ao Senado, mas ficou em sexto lugar, com 292.301 votos, exatos 1.758 a menos do que o ex-governador e deputado federal José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. Conquistaram a vaga de senador o ex-prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad (PTB), com 424.085 votos, e a advogada Soraya Thronicke (PSL), com 373.712 votos.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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