Política

mATO gROSSO DO sUL

Justiça nega pedido de cinco cidades de MS para barrar queda no repasse do FPM

Bela Vista, Camapuã, Ladário, Paranhos e Porto Murtinho perderam população, segundo o IBGE, e também vão perder verba

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A Justiça Federal negou pedido de liminar às prefeituras de Bela Vista, Camapuã, Ladário, Paranhos e Porto Murtinho, que recorreram contra a queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para este ano em razão de o Tribunal de Contas da União (TCU) usar relatório prévio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como base para o índice populacional de cada cidade, que é um dos fatores do coeficiente do fundo.

Ao todo, as cidades sul-mato-grossenses de Anastácio, Bela Vista, Camapuã, Coronel Sapucaia, Corumbá, Ladário, Maracaju, Naviraí, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo e Sonora perderam repasses após o Tribunal usar esse relatório.

Porém, apenas Bela Vista, Camapuã, Ladário, Paranhos, Porto Murtinho, Ponta Porã, Coronel Sapucaia, Naviraí e Maracaju recorreram à Justiça Federal e, dessas, Ponta Porã, Coronel Sapucaia, Naviraí e Maracaju ainda não tiveram o pedido analisado.

Segundo o assessor jurídico da Associação dos Municípios do Mato Grosso do Sul (Assomasul), advogado Elcio Paes, as prefeituras de Anastácio, Ribas do Rio Pardo, Sonora e Corumbá ainda não decidiram se vão recorrer à Justiça, enquanto as cinco das nove que entraram tiveram a liminar negada e agora terão de aguardar o julgamento do objeto principal da ação, que corre normalmente.

“O próprio IBGE comunicou que ainda não terminou o Censo 2022, mas, mesmo assim, o TCU resolveu utilizar essa prévia”, lamentou.

Perdas milionárias

Elcio Paes informou ao Correio do Estado que neste começo do ano é quando as prefeituras mais têm gastos com transporte escolar, compra de merenda, contratação de professores temporários e demais funcionários para as escolas, por ser o início do ano letivo nas redes municipais de ensino.

Estudos elaborados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelam que as 13 cidades que tiveram redução de habitantes, conforme a prévia do IBGE, vão perder R$ 74,7 milhões do FPM.

Doze localidades vão perder R$ 5,336 milhões cada, enquanto em Porto Murtinho a redução será de R$ 10,6 milhões. 

“Em Coronel Sapucaia, o primeiro repasse do FPM veio com R$ 100 mil a menos e, com base nisso, já é possível projetar que a prefeitura terá uma perda de R$ 300 mil no mês de janeiro deste ano. Isso prejudica todo o planejamento”, alertou.

Para o presidente da Assomasul, Valdir Couto Júnior (PSDB), que é prefeito de Nioaque, a perda de repasses afetará o conjunto completo de obras previstas para este ano nesses 13 municípios, inclusive podendo impactar também na folha de pagamento dos servidores. 

“Nós orientamos os prefeitos a entrarem na Justiça Federal com processos individuais, pedindo a suspensão da decisão do TCU até que o IBGE conclua o Censo 2022”, explicou.

Ele citou o caso de Ribas do Rio Pardo, que recebe o maior investimento privado do Estado nos últimos anos, apresentando um aumento de até sete mil pessoas contratadas e outras 10 mil ao longo da construção de uma fábrica de celulose.

“Pelo menos 10 mil pessoas já residem definitivamente na cidade, então como a população do município teve queda?”, questionou.

Entenda o caso

Neste início do ano, a Assomasul divulgou nota acerca das perdas do coeficiente do FPM para o ano de 2023.

No documento, ressaltou que 13 municípios sofreram com a redução do FPM, e que essa redução se dá por conta de que um dos fatores do coeficiente do fundo ter como base o índice populacional de cada município.

Por lei, o IBGE tinha como prazo final a data de 29 de dezembro de 2022 para encaminhar os dados do Censo 2022 ao TCU.

Segundo o IBGE, o estudo não foi concluído, encaminhando apenas uma prévia do levantamento ao Tribunal, tendo em vista o atraso nos trabalhos em colher as informações. Diante disso, a data para entrega do Censo foi alterada para o primeiro trimestre de 2023. 

O IBGE já emitiu uma nota reforçando essa compreensão: “Frente aos atrasos ocorridos no Censo Demográfico de 2022, não foi possível finalizar a coleta em todos os municípios do País a tempo de se fazer essa divulgação prévia dos resultados da pesquisa”.

A Assomasul ressalta que os municípios estão protegidos pela Lei Complementar (LC) nº 165/2019, que congela perdas de coeficientes do FPM até a divulgação de novo Censo Demográfico, ou seja, a entrega do resultado final pelo IBGE do Censo 2022. 

O TCU, por sua vez, não considerou a Lei Complementar nº 165/2019, publicando a Decisão Normativa TCU 201/2022, que aprova, para o exercício de 2023, os coeficientes provisórios a serem utilizados no cálculo das quotas para distribuição dos recursos previstos no artigo 159 da Constituição Federal e da Reserva instituída pelo Decreto-Lei 1.881/1981.

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Política

Líder do PL diz que Ramagem pode renunciar ao mandato e espera aprovação de asilo nos EUA

Sóstenes afirmou, no entanto, que trabalhará pela manutenção do mandato do correligionário

15/12/2025 22h00

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ)

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ) Foto: Divulgação

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O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Alexandre Ramagem (PL-RJ), parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e foragido, admitiu que pode renunciar ao mandato em 2026. Sóstenes afirmou, no entanto, que trabalhará pela manutenção do mandato do correligionário.

Segundo Sóstenes, é importante que Ramagem mantenha o mandato neste ano para poder avançar com o processo de asilo político nos Estados Unidos.

"Vou solicitar ao Colégio de Líderes que não coloque a situação do Ramagem na pauta. Eu falei com ele há pouco, ele disse que até pode pensar numa futura renúncia no próximo ano, está tramitando pedido de asilo político nos Estados Unidos e por isso é importante para ele, a manutenção do mandato", afirmou.

Assim como aconteceu no caso da ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o PL acredita que não há votos suficientes para cassar Ramagem no plenário.

No começo de maio, a própria Câmara aprovou a sustação da ação penal contra Ramagem por 315 a favor e 143 contra.

O relator da proposta, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), alegou que a Constituição diz que pode ser trancada uma "ação penal", sem fazer restrição a outros denunciados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), notificou na última quarta-feira, 10, Ramagem e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por meio de edital, para que se manifestem nos processos que podem levar à cassação de seus mandatos. Ambos estão nos Estados Unidos (EUA).

No caso de Ramagem, o processo de cassação decorre do fato de ele estar foragido da Justiça e sua sentença já ter transitado em julgado.

O ex-delegado da Polícia Federal foi condenado à perda do mandato e a 16 anos de prisão pelo STF por tentativa de golpe de Estado.

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TROCA DE COMANDO

Secretária de Fazenda pode não voltar ao cargo após licença

O Correio do Estado apurou que o futuro da titular da Sefaz será a exoneração e o substituto deve sair da própria equipe

15/12/2025 08h00

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022 Marcelo Victor

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À frente das finanças da Prefeitura de Campo Grande desde abril de 2022, a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, não vai mais retornar ao cargo depois da prorrogação da licença médica por estresse e ansiedade iniciada em 20 de novembro deste ano e com previsão de encerrar no dia 8 de janeiro de 2026.

O Correio do Estado obteve a informação com exclusividade por meio de fontes do alto escalão da administração municipal de Campo Grande, que ainda explicaram que a prefeita Adriane Lopes (PP) teria sido comunicada da impossibilidade de a titular da Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz) reassumir as funções por conta de suas condições mentais.

Diante disso, a chefe do Executivo da Capital já teria determinado a procura por um substituto e, por enquanto, a tendência é de que o atual secretário-adjunto da Sefaz, Isaac José de Araújo, seja elevado a titular da Pasta por fazer parte da equipe técnica que foi montada por Márcia Hokama, considerada muito competente por Adriane Lopes.

A reportagem também foi informada de que a decisão da secretária de participar da corrida de rua de Bonito, realizada no dia 6, durante o afastamento por questões de saúde e o fato ter ganhado repercussão na mídia municipal teria pesado para que a continuidade dela no cargo após o fim da licença médica ficasse insustentável.

Márcia Hokama chegou a ser fotografada ao concluir um percurso de 10 km e conquistar o 23º lugar na categoria (competidores com idade entre 50 e 59 anos), e a imagem dela sendo publicada pelos principais órgãos de imprensa “pegou” muito mal até mesmo a imagem da prefeita, que é uma grande defensora do trabalho da secretária.

Porém, como a mulher de César não basta ser honesta, ela também precisa parecer honesta, a corrida foi a gota d’água para fim dos mais de três anos dela à frente das finanças municipais, período marcado por muito desgaste político e pressões decorrentes de crises no transporte coletivo urbano, na saúde e nas finanças, chegando a ser cobrança publicamente pela Câmara Municipal de Campo Grande.

O ponto alto desse desentendimento com os vereadores foi quando Márcia Hokama faltou à convocação para dar explicações sobre a crise, e, na época, ela já chegou a alegar problemas de saúde. Em novembro, a situação mental dela teria chegado no fundo do poço, obrigando o pedido de licença médica.

A partir da oficialização da concessão do afastamento, os boatos começaram dando conta de que ela não retornaria mais ao cargo, porém, a prefeita Adriane Lopes assegurava o retorno da titular da Sefaz após o fim da licença médica.

Entretanto, depois da divulgação da participação de Márcia Hokama da corrida de rua de Bonito a prorrogação da dispensa das funções foram decisivas para que a chefe do Executivo Municipal cedesse à pressão pela exoneração da secretária.

Procurada pelo Correio do Estado, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, não quis comentar até o fechamento desta edição. O espaço continuar aberto para a manifestação da chefe do Executivo Municipal.

*SAIBA

A trajetória de Márcia Hokama começou em abril de 2022, quando foi nomeada pela prefeita Adriane Lopes como titular da Secretária Municipal de Finanças (Sefin), ficando responsável pelas finanças do município de Campo Grande e deixando o cargo de secretária-adjunta, o qual ocupava desde 2021.

Em janeiro deste ano, a prefeita reconduziu Márcia Hokama ao cargo, mas com novo nome Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz). Portanto, ela já está na função de liderança na Sefin/Sefaz desde 2022.

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