Política

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Lula diz que falará com representantes de Biden sobre data de viagem aos EUA

O ex-ministro Fernando Haddad havia citado essa possibilidade na quarta (30)

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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que vai receber na próxima segunda-feira (5) representantes do americano Joe Biden para discutir uma data de sua viagem aos Estados Unidos.
Segundo o petista, caso a ida a Washington seja confirmada, ela deve acontecer após sua diplomação, programada para o próximo dia 12, em Brasília. O ex-ministro Fernando Haddad havia citado essa possibilidade na quarta (30).

Lula falou sobre o assunto ao conceder uma entrevista nesta sexta-feira (2) ao chegar ao Centro Cultural Banco do Brasil, sede do gabinete de transição. Ao responder sobre a viagem, adiantou que pretende discutir com Biden temas que vão do papel geopolítico do Brasil à Guerra da Ucrânia, que ele chamou de desnecessária.

"Na segunda-feira [5] vem um representante do Biden aqui ao Brasil para conversar e discutir a data [da viagem]. Eu não posso viajar antes da diplomação. Então, se eu tiver que ir e for possível, será depois do dia 12, quando eu for diplomado", afirmou o presidente eleito.

A delegação de Washington que estará no Brasil será chefiada por Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional. Nesta sexta, ao confirmar a viagem do chefe, o porta-voz do conselho, John Kirby, disse que a Casa Branca está em negociações para receber Lula "no momento apropriado".

O governo Biden já havia dito que o democrata tinha interesse em agilizar um encontro para um diálogo presencial entre os dois líderes -o americano foi um dos primeiros chefes de Estado internacionais a parabenizar Lula pela vitória na eleição.

Como a Folha mostrou, os planos para o envio de uma delegação de Washington ao Brasil vêm desde antes do segundo turno, também como forma de destacar a confiança numa transição de poder dentro da normalidade.

Nesta sexta, Lula apontou que Brasil e EUA vivenciaram períodos políticos semelhantes, que evidenciaram a necessidade de defender a democracia, e que esse será um dos temas a serem tratados no eventual encontro com Biden.

"Eu acho que nós temos muita coisa para conversar, porque os EUA padecem de uma necessidade democrática tanto quanto o Brasil. O estrago que o [Donald] Trump fez na democracia americana é o mesmo que o [Jair] Bolsonaro fez no Brasil", afirmou Lula.

A fala é uma referência direta à identificação do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), com o antecessor de Biden. No pleito de outubro, havia em Washington um receio de tumulto no Brasil similar ao de 6 de janeiro de 2021, quando uma multidão insuflada por Trump invadiu a sede do Congresso para impedir a confirmação da vitória do democrata na eleição.

Bolsonaro sempre foi apoiador de primeira hora do político republicano, tendo manifestado torcida por ele no pleito e depois ecoado alegações de fraude -que jamais foram provadas. Desde a posse do democrata, os líderes de EUA e Brasil mantiveram uma relação fria: nunca se falaram por telefone e só se reuniram uma vez, na Cúpula das Américas.

Na entrevista desta sexta, Lula ainda elencou como tema que considera prioritário para tratar com Biden a Guerra da Ucrânia, que vive um momento de inflexão -no front, analistas veem Vladimir Putin ganhando tempo para reorganizar as forças da Rússia, enquanto na parte diplomática alguns sinais de abertura de diálogo com Moscou surgem no horizonte.

"Eu penso que vamos conversar sobre política. Quero conversar sobre a relação Brasil e EUA, sobre o papel do Brasil na nova geopolítica mundial, quero falar com ele da Guerra da Ucrânia -que não há necessidade de ter guerra", disse. "Esses assuntos nós vamos conversar, além obviamente dos que ele [Biden] quiser conversar comigo."

Ao longo do conflito, o petista já fez críticas ao ucraniano Volodimir Zelenski e sugeriu que daria continuidade à posição equidistante apregoada por Bolsonaro nos últimos nove meses. Dias antes do segundo turno da eleição, em Moscou, Putin disse em um evento que mantinha boas relações tanto com Lula quanto com Bolsonaro e que via o Brasil como parceiro mais importante na América Latina.

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ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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