Política

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Lula no jogo de 2022 atordoa o centro e acelera candidatura de Doria

Ele avalia, segundo aliados, que seu nome precisa estar na praça o mais rapidamente possível

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A inesperada possibilidade de uma candidatura ao Planalto de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022 caiu como um raio na centro-direita brasileira. 

O efeito mais imediato foi uma aceleração do projeto presidencial do governador João Doria (PSDB-SP).

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Ninguém no mundo político, Supremo Tribunal Federal e PT incluídos, esperava a decisão do ministro Edson Fachin da segunda (8), que devolveu o direito a se candidatar ao petista após anular suas condenações na Operação Lava Jato e transferir os processos de Curitiba para Brasília.

Ainda a ser confirmada, uma candidatura de Lula favorece os planos mais imediatos de Jair Bolsonaro. Acumulando problemas pela má gestão da economia e da pandemia, o presidente tem em Lula seu opositor ideal, por estimular a polarização do eleitorado.

Para o dito centro democrático, um conceito elástico no Brasil de Bolsonaro que vai da centro-esquerda até a direita, com foco na centro-direita, é uma má notícia: em 2018, o agora presidente abocanhou justamente votos do grupo para derrotar o PT no segundo turno.

Fiel a seu estilo, Doria pretende aproveitar a dificuldade e avançar sua candidatura, questionada por partidos centristas e mesmo no PSDB. Ele avalia, segundo aliados, que seu nome precisa estar na praça o mais rapidamente possível.

Inicialmente, o PSDB estudava fazer prévias para tentar dissuadir o dissenso interno, encarnado hoje no governador gaúcho Eduardo Leite, no começo do ano que vem. Nesta terça (9), anunciou que irá realizar a disputa em outubro.

O adiantamento havia sido combinado entre Doria, Leite e o presidente do PSDB, Bruno Araújo, no fim de semana. A surpresa da Fachin adicionou tempestividade ao anúncio.

Com efeito, tanto Doria quanto Leite apresentaram leituras semelhantes aos se manifestar, no Twitter, sobre a decisão acerca de Lula na noite de segunda.

Ambos apontaram que o Brasil precisa superar a dicotomia bolsonarismo-petismo, que de resto substituiu a rivalidade PT-PSDB que regeu o país de 1994 até 2018.

A diferença agora é que se antes os tucanos apontavam o PT como um extremo, agora os dois polos predominantes são acusados disso.

O entorno do governador paulista acredita que seu nome será incontornável e tem um discurso pronto. Doria seria o único com experiência de gestão e trunfos no combate da pandemia, simbolizados na vacina Coronavac que ele patrocinou, além de resultados econômicos superiores aos nacionais em São Paulo.

Maior rival de Bolsonaro, encaixaria seu discurso como antípoda do presidente. Ao mesmo tempo, apresenta credenciais antipetistas em toda sua curta carreira em cargos públicos, iniciada quando ele derrotou o prefeito Fernando Haddad (PT) no primeiro turno em 2016.

Doria mira o que seu grupo político chama de "os 40% nem-nem". No caso, seria a proporção de votos válidos que, estimam, hoje não votariam nem em Lula, nem em Bolsonaro. O resto do eleitorado estaria, nessa avaliação, rachado entre os dois competidores.

Em 2018, uma fração razoável desses 40% migrou para Bolsonaro sob a influência do antipetismo e da antipolítica, mas o desastre sanitário e as dificuldades econômicas os fizeram refluir, na avaliação de tucanos.

Se a eleição fosse hoje, com a pandemia como tema principal, o vice dos sonhos de Doria seria Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), o ex-ministro da Saúde enxotado por Bolsonaro por propor uma abordagem sensata no combate ao começo da pandemia.

Pesquisas internas de partidos mostram que a imagem de Mandetta é muito bem avaliada ainda, embora isso não se traduza em votos em escala nacional -apesar de o DEM, tentando se recompor depois do racha que vai tirar Rodrigo Maia do partido, tentar lançá-lo como presidenciável.

Já apoiadores de Leite no tucanato apontam que o jovem de 35 anos traria ar de novidade à disputa e ressaltam o fato de que ele já chama a atenção de Bolsonaro, que fez insinuações obscenas contra o tucano na segunda.

No campo centrista, figura ainda o apresentador Luciano Huck, ainda sem partido. Ele é visto como titubeante, ainda que tenha sido o primeiro a se manifestar sobre Lula na segunda, dizendo que "figurinha repetida não completa álbum".

O fato de que ele deverá assumir o posto de Fausto Silva como principal apresentador da Rede Globo, num negócio estimado no mercado em R$ 300 milhões por dez anos, fora contratos comerciais ligados só à sua imagem, é visto como determinante.

Um aliado de Huck afirma que ele precisará se decidir logo, sob pena de tentar entrar em campo quando o jogo já estiver avançado. Essa pressão ocorre desde 2018, quando ele desistiu de se candidatar.

Um político simpático ao nome do apresentar, por sua vez, sugere que ele pode esperar até o começo do ano que vem.

Por fim, há o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, que tem sido considerado carta fora do baralho desde que virou alvo do Supremo por sua atuação na Lava Jato.

Hoje enriquecendo como consultor empresarial, Moro é visto por políticos ligados a Doria mais como um influenciador do que como candidato em si, mas essas coisas sempre podem mudar.

Mais à esquerda, mas fora da órbita de Lula, está Ciro Gomes (PDT). Um dirigente de seu partido afirma que ele será candidato e descarta a viabilidade de uma aliança com o petista, por motivos de traições passadas. Mas ele admite a dificuldade de o ex-ministro avançar sobre votos mais conservadores.

Naturalmente, tudo isso é especulação alimentada pelo imponderável. Lula pode afinal não ser candidato, e Bolsonaro pode acabar implodido caso a situação econômica e sanitária se deteriore de forma significativa.

Entre atores centristas, há uma certeza compartilhada com a reação inicial do mercado a Lula: sua presença na disputa fará Bolsonaro abraçar de vez a agenda populista que já assumiu.

A dúvida é se os efeitos deletérios disso irão explodir no seu colo antes de serem colhidos como votos ou não.

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OPERAÇÃO

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes "faz tudo o que não diz a lei"

PF indiciou 37 pessoas por tentativa de golpe de estado

21/11/2024 20h00

Foto: Senado

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Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

"Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar", disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). "O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei", criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

*Com informações da Agência Brasil

Em debate

Projeto para banir celulares nas escolas de MS avança na Assembleia

O projeto de lei foi enviado à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Caso seja aprovado, voltará para a Assembleia e passará por uma nova votação.

21/11/2024 13h35

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul Divulgação/ Alems

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Está em tramitação na Assembleia Legislativa o projeto de lei que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos por alunos nas escolas da rede pública e privada de Mato Grosso do Sul. Conforme a matéria, que segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), os estudantes seriam impedidos de usar esses aparelhos dentro das salas de aula.

O tema tem sido amplamente discutido em outros estados brasileiros. Em São Paulo, no início deste mês, os deputados aprovaram um projeto de lei que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos por alunos nas escolas do estado, com previsão de implementação para 2025. 

Apresentado nesta quinta-feira (21) pelo deputado Pedro Pedrossian (PSD), o projeto de lei propõe a proibição do uso de dispositivos eletrônicos nas escolas do Estado. O texto define como dispositivos eletrônicos quaisquer equipamentos com acesso à internet, como celulares, tablets, relógios inteligentes e similares.

O mesmo projeto de lei, apresentado na última semana pelo deputado estadual Roberto Hashioka (União), determina que os alunos que optarem por levar celulares e outros dispositivos eletrônicos para as escolas deverão armazená-los de forma segura, sem acesso durante o período das aulas. Além disso, os estudantes assumirão a responsabilidade por eventuais extravios ou danos, caso escolham levar os aparelhos.

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul Foto: Assembleia Legislativa / Divulgação

De acordo com o documento apresentado pelo deputado Pedro Pedrossian, o uso de dispositivos eletrônicos será permitido nas escolas apenas em situações específicas: quando houver necessidade pedagógica para utilização de conteúdos digitais ou ferramentas educacionais, e para alunos com deficiência que dependem de auxílios tecnológicos para participar efetivamente das atividades escolares.

Preocupado com a saúde mental das crianças, o deputado aponta que a dependência de dispositivos eletrônicos e o uso excessivo das redes sociais podem causar sérios problemas de saúde, como transtornos psicológicos e outros distúrbios mentais. 

 “O debate acerca da limitação do uso de telas e dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes vem crescendo na medida em que se apresentam estudos que indicam diversas consequências graves desse uso indiscriminado, tanto do ponto de vista físico, quanto mental, cognitivo e até social. A dependência ou o uso problemático e interativo das mídias causa problemas mentais, aumento da ansiedade, violência, cyberbullying, transtornos de sono e alimentação, sedentarismo. Além disso, é estimado o limite diário de tela para crianças em uma a duas horas sempre com supervisão, na faixa etária dos 6 aos 10 anos”, justificou o deputado.

A matéria segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e, caso seja aprovada, retornará à Assembleia para a votação dos deputados.


Mais deputados aprovam o projeto 

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul  Foto: Wagner Guimarães

No último dia 13 de setembro, o deputado estadual Roberto Hashioka (União) apresentou um projeto semelhante na Assembleia Legislativa, argumentando que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pela juventude pode prejudicar a concentração, o desempenho acadêmico e causar outros problemas de saúde.

“O uso constante de dispositivos móveis durante as aulas tem sido associado a uma diminuição significativa na capacidade de concentração e desempenho acadêmico. Além disso, estudos indicam que mesmo a mera presença do telefone pode reduzir a capacidade cognitiva, resultando em uma menor retenção de informações e notas mais baixas”, afirma Roberto Hashioka na justificativa da proposição.

O parlamentar também argumenta que cabe aos governos garantir as melhores condições de educação, incluindo a regulamentação do uso da tecnologia, a fim de proteger os estudantes dos seus aspectos negativos.

“Todas as crianças e adolescentes precisam de um ambiente educacional equilibrado, onde possam desenvolver habilidades digitais essenciais, ao mesmo tempo em que se protegem dos impactos prejudiciais do uso excessivo da tecnologia”, acrescenta. 


Uso de celulares em escolas de São Paulo está proibido 

Caso semelhante ocorreu em São Paulo, onde, nesta terça-feira (12), a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas no estado. Agora, o texto segue para a sanção do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Conforme informações do portal G1, o texto tem como objetivo restringir o uso de qualquer tipo de aparelho eletrônico com acesso à internet por estudantes durante o período de aulas, incluindo os intervalos. O texto, de autoria da deputada estadual Marina Helou (Rede) , recebido aval da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Alesp em outubro.


Governo discute proibição de celulares nas escolas 

O Ministério da Educação (MEC) deve apresentar, nas próximas semanas, ao governo brasileiro um projeto de lei que prevê a concessão do uso de celulares em escolas públicas e privadas do país.

De acordo com a massa, o texto tem como objetivo proporcionar segurança jurídica para estados e municípios que já vinham discutindo a concessão.

Em fevereiro deste ano, o uso de aparelhos celulares e dispositivos tecnológicos foi proibido nas escolas da rede pública municipal do Rio de Janeiro. O decreto, assinado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), vetou o uso de aparelhos dentro e fora da sala de aula aula, incluindo nos intervalos e no recreio.

MEC deve apresentar proposta  

Na semana passada, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou ao portal G1 que é necessário impor limites ao uso de aparelhos celulares por crianças e adolescentes nas escolas.

Ao ser questionado se o MEC apresentava alguma proposta, o ministro disse que, no momento, desistiu de apresentar uma proposta própria de alcance nacional para implementar essas restrições e optou por ‘aproveitar’ os projetos de lei que já tramitavam na Casa.

Ainda de acordo com o ministro, o projeto de lei 104/2015, que trata do tema, foi aprovado pelos deputados na Comissão de Educação e agora seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Em seguida, será debatido no plenário e, posteriormente, no Senado.

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