Política

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Lula prepara novo PAC para lançar até os cem dias de governo

O plano de investimentos fará parte de um programa mais amplo de metas

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve apresentar, até a cerimônia de cem dias de governo, um plano de investimentos públicos para tentar incentivar a atividade econômica. A lista, nesta fase inicial, incluirá a retomada de obras paradas ou que estão em ritmo lento.

Mas o Palácio do Planalto também já quer divulgar projetos a serem contratados, como novos empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida, além de construção de cisternas e aceleração dos serviços de manutenção de rodovias.

O plano de investimentos fará parte de um programa mais amplo de metas do governo, que será comandado pela Casa Civil. A ideia é que o ministro Rui Costa e a secretária-executiva, Miriam Belchior, monitorem o andamento dos projetos prioritários.

Na área de infraestrutura, o governo quer lançar o plano de investimentos nos moldes do antigo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com metas de projetos a serem retomados ou contratados e também com as respectivas previsões de conclusão.

Ainda com o nome oficial em discussão, o novo PAC —como é chamado informalmente no governo— estará dentro de um programa maior de metas que incluirá outros temas além das obras de infraestrutura. Entre elas, combate à fome e à pobreza, redução da fila de cirurgias do SUS (Sistema Único de Saúde) e ampliação das bolsas de estudo.

À reportagem, Miriam disse que a elaboração de algumas das prioridades para os primeiros cem dias "já estão a pleno vapor para o presidente já anunciar". A expansão dos investimentos públicos não depende de aval do Congresso. A única exceção é a recriação do Minha Casa, Minha Vida. Mas, como será por MP (medida provisória), Lula já poderá dar início antes mesmo da votação no Legislativo.

Além disso, o programa habitacional já tem recursos reservados no Orçamento. São cerca de R$ 9,5 bilhões em 2023 –quase oito vezes o R$ 1,2 bilhão do Casa Verde e Amarela no ano passado.

O governo quer concluir o redesenho do novo Minha Casa, Minha Vida até meados de fevereiro e espera retomar novas contratações de empreendimentos neste ano.

"Vamos retomar o que está parado, mas também começar a contratar novas obras no faixa 1 [segmento do programa que atende aos mais pobres], que corresponde a 75% do déficit habitacional brasileiro", afirmou a secretária-executiva da Casa Civil.

No caso do programa de construção de cisternas, há cerca de R$ 500 milhões para 2023 —aumento de aproximadamente 22 vezes em relação ao ano passado (quando foi de R$ 22 milhões).

Lula defende acelerar essas obras por prever dois efeitos: impulsionam o crescimento do país e ajudam no combate à pobreza. A gestão das obras de cisternas e acesso à água no governo de Jair Bolsonaro (PL) é bastante criticada por petistas.

Para obras de manutenção de rodovias, o governo Lula conta com cerca de R$ 8 bilhões –quase o triplo dos R$ 2,8 bilhões previstos em anos anteriores. O plano de investimento também deverá trazer projetos a serem executados por meio de PPPs (parcerias público-privadas), além de concessões.

O monitoramento das metas do novo PAC –e de todos os outros programas prioritários do presidente, como Bolsa Família– será feito especialmente por Miriam e pelo subchefe da Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento da pasta, Maurício Muniz.

Além de acompanhar, os técnicos da Casa Civil também devem participar das discussões para a definição das próprias metas. Isso inclui, por exemplo, o número de famílias atendidas no novo Bolsa Família, a redução da fila do SUS etc. O governo pretende apresentar esses balanços para mostrar como está o andamento das promessas de Lula.

O plano de metas não prevê uma penalidade para ministérios que descumprirem as metas. A função da equipe de Muniz será controlar a execução das obras e das políticas públicas e, se necessário, as metas poderão ser alteradas. "Precisamos identificar os nós antes do prazo final", disse Miriam.

O Ministério do Planejamento, comandado por Simone Tebet, também tem uma área para avaliação de políticas públicas. No entanto, Miriam afirmou que não haverá embate entre as duas pastas.

"A Casa Civil vai cuidar do que é prioritário para o presidente. Não vai se encarregar de tudo. O [Ministério do] Planejamento vai olhar tudo que está no PPA [Plano Plurianual], faz a avaliação anual dele e de todos os programas do governo. Mas nossa função [na Casa Civil] é cuidar de um número menor de projetos, fazer um acompanhamento mais fino, mais próximo de equacionar problemas e garantir resultados", disse a secretária-executiva.

 

Política

Líder do PL diz que Ramagem pode renunciar ao mandato e espera aprovação de asilo nos EUA

Sóstenes afirmou, no entanto, que trabalhará pela manutenção do mandato do correligionário

15/12/2025 22h00

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ)

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ) Foto: Divulgação

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O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Alexandre Ramagem (PL-RJ), parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e foragido, admitiu que pode renunciar ao mandato em 2026. Sóstenes afirmou, no entanto, que trabalhará pela manutenção do mandato do correligionário.

Segundo Sóstenes, é importante que Ramagem mantenha o mandato neste ano para poder avançar com o processo de asilo político nos Estados Unidos.

"Vou solicitar ao Colégio de Líderes que não coloque a situação do Ramagem na pauta. Eu falei com ele há pouco, ele disse que até pode pensar numa futura renúncia no próximo ano, está tramitando pedido de asilo político nos Estados Unidos e por isso é importante para ele, a manutenção do mandato", afirmou.

Assim como aconteceu no caso da ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o PL acredita que não há votos suficientes para cassar Ramagem no plenário.

No começo de maio, a própria Câmara aprovou a sustação da ação penal contra Ramagem por 315 a favor e 143 contra.

O relator da proposta, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), alegou que a Constituição diz que pode ser trancada uma "ação penal", sem fazer restrição a outros denunciados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), notificou na última quarta-feira, 10, Ramagem e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por meio de edital, para que se manifestem nos processos que podem levar à cassação de seus mandatos. Ambos estão nos Estados Unidos (EUA).

No caso de Ramagem, o processo de cassação decorre do fato de ele estar foragido da Justiça e sua sentença já ter transitado em julgado.

O ex-delegado da Polícia Federal foi condenado à perda do mandato e a 16 anos de prisão pelo STF por tentativa de golpe de Estado.

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TROCA DE COMANDO

Secretária de Fazenda pode não voltar ao cargo após licença

O Correio do Estado apurou que o futuro da titular da Sefaz será a exoneração e o substituto deve sair da própria equipe

15/12/2025 08h00

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022 Marcelo Victor

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À frente das finanças da Prefeitura de Campo Grande desde abril de 2022, a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, não vai mais retornar ao cargo depois da prorrogação da licença médica por estresse e ansiedade iniciada em 20 de novembro deste ano e com previsão de encerrar no dia 8 de janeiro de 2026.

O Correio do Estado obteve a informação com exclusividade por meio de fontes do alto escalão da administração municipal de Campo Grande, que ainda explicaram que a prefeita Adriane Lopes (PP) teria sido comunicada da impossibilidade de a titular da Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz) reassumir as funções por conta de suas condições mentais.

Diante disso, a chefe do Executivo da Capital já teria determinado a procura por um substituto e, por enquanto, a tendência é de que o atual secretário-adjunto da Sefaz, Isaac José de Araújo, seja elevado a titular da Pasta por fazer parte da equipe técnica que foi montada por Márcia Hokama, considerada muito competente por Adriane Lopes.

A reportagem também foi informada de que a decisão da secretária de participar da corrida de rua de Bonito, realizada no dia 6, durante o afastamento por questões de saúde e o fato ter ganhado repercussão na mídia municipal teria pesado para que a continuidade dela no cargo após o fim da licença médica ficasse insustentável.

Márcia Hokama chegou a ser fotografada ao concluir um percurso de 10 km e conquistar o 23º lugar na categoria (competidores com idade entre 50 e 59 anos), e a imagem dela sendo publicada pelos principais órgãos de imprensa “pegou” muito mal até mesmo a imagem da prefeita, que é uma grande defensora do trabalho da secretária.

Porém, como a mulher de César não basta ser honesta, ela também precisa parecer honesta, a corrida foi a gota d’água para fim dos mais de três anos dela à frente das finanças municipais, período marcado por muito desgaste político e pressões decorrentes de crises no transporte coletivo urbano, na saúde e nas finanças, chegando a ser cobrança publicamente pela Câmara Municipal de Campo Grande.

O ponto alto desse desentendimento com os vereadores foi quando Márcia Hokama faltou à convocação para dar explicações sobre a crise, e, na época, ela já chegou a alegar problemas de saúde. Em novembro, a situação mental dela teria chegado no fundo do poço, obrigando o pedido de licença médica.

A partir da oficialização da concessão do afastamento, os boatos começaram dando conta de que ela não retornaria mais ao cargo, porém, a prefeita Adriane Lopes assegurava o retorno da titular da Sefaz após o fim da licença médica.

Entretanto, depois da divulgação da participação de Márcia Hokama da corrida de rua de Bonito a prorrogação da dispensa das funções foram decisivas para que a chefe do Executivo Municipal cedesse à pressão pela exoneração da secretária.

Procurada pelo Correio do Estado, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, não quis comentar até o fechamento desta edição. O espaço continuar aberto para a manifestação da chefe do Executivo Municipal.

*SAIBA

A trajetória de Márcia Hokama começou em abril de 2022, quando foi nomeada pela prefeita Adriane Lopes como titular da Secretária Municipal de Finanças (Sefin), ficando responsável pelas finanças do município de Campo Grande e deixando o cargo de secretária-adjunta, o qual ocupava desde 2021.

Em janeiro deste ano, a prefeita reconduziu Márcia Hokama ao cargo, mas com novo nome Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz). Portanto, ela já está na função de liderança na Sefin/Sefaz desde 2022.

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