Estreante na política, neste ano, o sul-mato-grossense deputado federal Marcos Pollon, do PL, nas duas últimas semanas, emplacou a esposa, Naiane, como a presidente regional do PL Mulher e, o irmão, Gabriel Pollon, como o presidente do partido, em Campo Grande.
O parlamentar em questão assumiu o PL em MS, em junho passado, quatro meses depois da posse como congressista. Ou seja, daqui em diante três Pollon chefiam parte da legenda no âmbito estadual.
O PL é o partido que mais capta recurso público, por meio do Fundo Partidário, para a manutenção da sigla, como pagar salários de funcionários e bancar campanhas eleitorais.
PRÉ-CANDIDATURA
Gabriel, advogado, antes de assumir a chefia municipal do partido, ao menos dos bastidores políticos, já tem sido cobiçado como provável pré-candidato à prefeitura de Campo Grande.
Ele disse nesta quarta-feira (25), ao Correio do Estado, que “confessa” ter enxergado “com surpresa” sua possível indicação. Contudo, mostrou-se empolgado com a ideia: “meu irmão [Marcos Pollon] disse que tenho predicados” caso assuma a condição de uma eventual candidatura.
EM FAMÍLIA
O ex-presidente Jair Bolsonaro e a mulher Michelle, são as principais lideranças do PL nacional.
O ex-mandatário, que é amigo próximo do deputado Pollon, por ocupar a presidência de honra do PL, recebe salário mensal de R$ 41 mil do partido, quantia igual a ganha pela ex-primeira-dama que também é remunerada com R$ 41 mil mensais. Michelle é presidente nacional do PL Mulher.
GANHOS
Presidentes de partidos, nacional, estadual e municipal, por regra, podem ganhar salários que variam de R$ 20 mil a R$ 40 mil mensais.
E o dinheiro sai do bolso do contribuinte, já que ele é público, arrecadado por meio do chamado Fundo Partidário.
Gabriel Pollon pode receber salário por chefiar o PL municipal. A mulher do parlamentar, também, por assumir o PL Mulher aqui em MS.
A reportagem tentou ouvir Gabriel sobre a possibilidade de ele receber salário e ainda comentar sobre a questão de um provável ato de nepotismo no PL de MS.
O agora presidente do PL em Campo Grande, por telefone, disse que estava em “deslocamento” e pediu um tempo para enviar as respostas.
Até o fechamento deste material, Gabriel não tinha retomado a conversa. Assim que houver manifesto, a reportagem será atualizada.
NEPOTISMO
Há uma lei em curso, a 715, que proíbe nepotismo nos partidos políticos ao vedar a contratação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade até o terceiro grau, inclusive dos fundadores e dos dirigentes.
Essa regra será válida em instâncias partidárias de âmbito nacional, estadual e municipal, inclusive aquelas ainda em condição provisória. Embora debatida desde 2020, a norma ainda não saiu do lugar, ou seja, permanece no papel.


