Política

disputa ao senado

MDB nacional ignora Puccinelli e deixa caminho livre para Tebet ser candidata

O ex-governador não aceita que a ministra do Planejamento e Orçamento mantenha apoio à reeleição do presidente Lula

Continue lendo...

Ministra do Planejamento e Orçamento, a sul-mato-grossense Simone Tebet recebeu, ontem, sinal verde da executiva nacional do MDB para sair candidata a uma das duas vagas no Senado pelo partido em Mato Grosso do Sul nas eleições gerais do próximo ano.

O aval veio após consulta feita pelo Correio do Estado à direção nacional da legenda, sobre a possibilidade de a ex-senadora tentar retornar ao cargo em 2026 pelo partido, já que o ex-governador André Puccinelli, presidente de honra da legenda no Estado, declarou, no dia 4 de julho, que, para ela ser candidata, teria de deixar a sigla ou trocar Mato Grosso do Sul por São Paulo, em razão da aproximação com o PT.

Em nota oficial enviada ao jornal, o MDB Nacional disse que “nenhuma decisão foi tomada” sobre a questão, entretanto, completou que “se o tema chegar à executiva nacional, será deliberado de forma colegiada”. “De antemão, informamos que Simone Tebet tem todo o apoio para ser candidata em Mato Grosso do Sul, se ela decidir por esse caminho”, destacou o partido.

Na terça-feira, em entrevista ao canal de TV a cabo GloboNews, Simone Tebet afastou a possibilidade de não apoiar a provável candidatura do presidente Lula (PT) à reeleição. 

“Estou em um ministério que não é qualquer ministério. [Lula] me deu a chave do cofre na mão. Então, independentemente de onde iria ou vai o meu partido, não tenho condições de estar em outro palanque a não ser no palanque do presidente Lula”, afirmou.

Já na semana passada, em conversa com o Correio do Estado, Tebet negou que pretendia trocar Mato Grosso do Sul por São Paulo, e o MDB pelo PT, para disputar uma cadeira ao Senado nas eleições do próximo ano.

“Meu estado se chama Mato Grosso do Sul”, afirmou a ministra com exclusividade à reportagem, rebatendo as notícias que foram publicadas a esse respeito pela mídia nacional e reproduzidas pela estadual. “Muita gente falando isso por aqui em Brasília [DF], mas não procede”, reforçou.

No mês passado, em Campo Grande, Simone Tebet falou sobre a chance de sair candidata a senadora. 

“Eu acho que está um pouquinho longe do processo eleitoral. Hoje, o meu papel é servir Mato Grosso do Sul servindo o Brasil. Não é pouca coisa, hoje, cuidar de todo o Orçamento brasileiro e, diante de todas as dificuldades, quero continuar ajudando Mato Grosso do Sul”, afirmou.

Ela assegurou que, se tiver de ficar até o dia 31 de dezembro de 2026, e for importante para Mato Grosso do Sul, permanecerá no cargo de ministra. “Se eu tiver que servir ao Brasil cumprindo alguma missão com alguma candidatura, eu vou conversar com o presidente Lula, com o governador Riedel [de MS] e com o meu partido”, avisou.

EX-GOVERNADOR

No início deste mês, o ex-governador André Puccinelli disse que a ligação de Simone ao presidente Lula inviabilizaria sua candidatura ao Senado pelo partido no Estado. 

“Se ela quer ser candidata ao Senado, é um direito que ela tem, mas ela se filia ao partido do Lula e sai com o Lula. Se ela quiser continuar apoiando Lula, só se for em outro partido que não seja o MDB”, disse ao site Campo Grande News.

Ele ainda lembrou que o PT é um rival histórico do MDB nas disputas em Mato Grosso do Sul. “O PT não nos tolera, o PT nos detesta”, completou Puccinelli, apontando que a maioria dos emedebistas sul-mato-grossenses não concorda com a aproximação de Simone ao governo petista.

“90% do partido no Estado não quer ela como candidata ao senado pelo MDB apoiando o Lula. Para que ela possa ser candidata pelo MDB, ela tem que sair do governo federal, dar declaração pública dizendo que se enganou, que não estava com o Lula, aí, quem sabe, no lançamento das candidaturas que é feito pelo diretório estadual, aí ela consiga ter a vaga de senado, senão não”, defendeu o ex-governador.

O posicionamento de André é compreensível, afinal, o MDB fechou uma aliança com o governador Eduardo Riedel e com o ex-governador Reinaldo Azambuja, ambos tucanos, para apoiar a reeleição do primeiro e a candidatura do segundo ao Senado. Ou seja, a candidatura de Simone pode prejudicar a candidatura de Azambuja, que está em vias de ingressar no PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Saiba

O Senado tem 81 senadores representando os 26 estados e o Distrito Federal. São três cadeiras para cada estado, e 54 vagas estarão em disputa nas eleições de 2026. O mandato é de oito anos e dois novos senadores vão representar MS. Cada senador é eleito com dois suplentes.

Assine o Correio do Estado

Política

Líder do PL diz que Ramagem pode renunciar ao mandato e espera aprovação de asilo nos EUA

Sóstenes afirmou, no entanto, que trabalhará pela manutenção do mandato do correligionário

15/12/2025 22h00

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ)

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ) Foto: Divulgação

Continue Lendo...

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Alexandre Ramagem (PL-RJ), parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e foragido, admitiu que pode renunciar ao mandato em 2026. Sóstenes afirmou, no entanto, que trabalhará pela manutenção do mandato do correligionário.

Segundo Sóstenes, é importante que Ramagem mantenha o mandato neste ano para poder avançar com o processo de asilo político nos Estados Unidos.

"Vou solicitar ao Colégio de Líderes que não coloque a situação do Ramagem na pauta. Eu falei com ele há pouco, ele disse que até pode pensar numa futura renúncia no próximo ano, está tramitando pedido de asilo político nos Estados Unidos e por isso é importante para ele, a manutenção do mandato", afirmou.

Assim como aconteceu no caso da ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o PL acredita que não há votos suficientes para cassar Ramagem no plenário.

No começo de maio, a própria Câmara aprovou a sustação da ação penal contra Ramagem por 315 a favor e 143 contra.

O relator da proposta, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), alegou que a Constituição diz que pode ser trancada uma "ação penal", sem fazer restrição a outros denunciados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), notificou na última quarta-feira, 10, Ramagem e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por meio de edital, para que se manifestem nos processos que podem levar à cassação de seus mandatos. Ambos estão nos Estados Unidos (EUA).

No caso de Ramagem, o processo de cassação decorre do fato de ele estar foragido da Justiça e sua sentença já ter transitado em julgado.

O ex-delegado da Polícia Federal foi condenado à perda do mandato e a 16 anos de prisão pelo STF por tentativa de golpe de Estado.

Assine o Correio do Estado

TROCA DE COMANDO

Secretária de Fazenda pode não voltar ao cargo após licença

O Correio do Estado apurou que o futuro da titular da Sefaz será a exoneração e o substituto deve sair da própria equipe

15/12/2025 08h00

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022 Marcelo Victor

Continue Lendo...

À frente das finanças da Prefeitura de Campo Grande desde abril de 2022, a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, não vai mais retornar ao cargo depois da prorrogação da licença médica por estresse e ansiedade iniciada em 20 de novembro deste ano e com previsão de encerrar no dia 8 de janeiro de 2026.

O Correio do Estado obteve a informação com exclusividade por meio de fontes do alto escalão da administração municipal de Campo Grande, que ainda explicaram que a prefeita Adriane Lopes (PP) teria sido comunicada da impossibilidade de a titular da Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz) reassumir as funções por conta de suas condições mentais.

Diante disso, a chefe do Executivo da Capital já teria determinado a procura por um substituto e, por enquanto, a tendência é de que o atual secretário-adjunto da Sefaz, Isaac José de Araújo, seja elevado a titular da Pasta por fazer parte da equipe técnica que foi montada por Márcia Hokama, considerada muito competente por Adriane Lopes.

A reportagem também foi informada de que a decisão da secretária de participar da corrida de rua de Bonito, realizada no dia 6, durante o afastamento por questões de saúde e o fato ter ganhado repercussão na mídia municipal teria pesado para que a continuidade dela no cargo após o fim da licença médica ficasse insustentável.

Márcia Hokama chegou a ser fotografada ao concluir um percurso de 10 km e conquistar o 23º lugar na categoria (competidores com idade entre 50 e 59 anos), e a imagem dela sendo publicada pelos principais órgãos de imprensa “pegou” muito mal até mesmo a imagem da prefeita, que é uma grande defensora do trabalho da secretária.

Porém, como a mulher de César não basta ser honesta, ela também precisa parecer honesta, a corrida foi a gota d’água para fim dos mais de três anos dela à frente das finanças municipais, período marcado por muito desgaste político e pressões decorrentes de crises no transporte coletivo urbano, na saúde e nas finanças, chegando a ser cobrança publicamente pela Câmara Municipal de Campo Grande.

O ponto alto desse desentendimento com os vereadores foi quando Márcia Hokama faltou à convocação para dar explicações sobre a crise, e, na época, ela já chegou a alegar problemas de saúde. Em novembro, a situação mental dela teria chegado no fundo do poço, obrigando o pedido de licença médica.

A partir da oficialização da concessão do afastamento, os boatos começaram dando conta de que ela não retornaria mais ao cargo, porém, a prefeita Adriane Lopes assegurava o retorno da titular da Sefaz após o fim da licença médica.

Entretanto, depois da divulgação da participação de Márcia Hokama da corrida de rua de Bonito a prorrogação da dispensa das funções foram decisivas para que a chefe do Executivo Municipal cedesse à pressão pela exoneração da secretária.

Procurada pelo Correio do Estado, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, não quis comentar até o fechamento desta edição. O espaço continuar aberto para a manifestação da chefe do Executivo Municipal.

*SAIBA

A trajetória de Márcia Hokama começou em abril de 2022, quando foi nomeada pela prefeita Adriane Lopes como titular da Secretária Municipal de Finanças (Sefin), ficando responsável pelas finanças do município de Campo Grande e deixando o cargo de secretária-adjunta, o qual ocupava desde 2021.

Em janeiro deste ano, a prefeita reconduziu Márcia Hokama ao cargo, mas com novo nome Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz). Portanto, ela já está na função de liderança na Sefin/Sefaz desde 2022.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).