A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Crise é considerada “irreversível” entre os vereadores, diante da tentativa de negociação individual do prefeito Gilmar Olarte (PP) em barra-lá. O proponente da investigação, Paulo Pedra (PDT), assegura que os esforços de cancelar sua continuidade levariam a Câmara Municipal a ser “fuzilada pela população”.
“Mesmo que o Olarte converse com cada vereador não será possível cancelar a comissão, pois iria parecer que houve algo errado ou um esquema”, pontuou Pedra, que questiona o motivo da negociação ser particular e não envolver todos os legisladores como ocorria em gestões anteriores da Capital.
Enquanto a Mesa Diretora aguarda acordo político que definirá os cinco integrantes da comissão, por proporcionalidade e indicados por suas bancadas, há possibilidade de um dos dez vereadores favoráveis a CPI desistir e retirar sua assinatura do requerimento apresentado ontem (5).
Na oposição, ninguém pretende voltar atrás e os agora independentes Eduardo Romero (PTdoB), Chiquinho Telles (PSD) e Waldecy Chocolate (PP) sinalizam seguir tal tendência.
O líder do prefeito, Edil Albuquerque (PMDB), mantém discurso de que a investigação das contas da prefeitura sobre folha de pessoal e crise financeira resultante em corte de gratificações não é necessária, uma vez que a Prefeitura apresenta balanços quadrimestrais à Câmara.
Apostando que o processo seguirá adiante, Pedra ressalta que pretende presidir os trabalhos e negocia para que os partidos com menor representatividade o indiquem em bloco para a comissão.
Já o PTdoB, que viu seu líder destoar do posicionamento da sigla em relação a Olarte, terá reunião hoje para se posicionar. Otávio Trad acredita que só “uma atitude emergencial” pode livrar o prefeito de ver a bancada acompanhar seu líder que, de forma independente, poderá ser o indicado para integrar a CPI.
CPI
O pedido de CPI para investiga as contas da Prefeitura de Campo Grande foi apresentado na sessão desta terça-fera (5) da Câmara Municipal. Houve a conquista de dez assinaturas para a proposta, que partiu da oposição ao prefeito Gilmar Olarte.
Até quinta-feira (7), a Mesa Diretora deve homologar o pedido, acompanhado da composição da comissão e de seu respectivo presidente, relator e secretário. Por terem maior representatividade, PMDB, PSD, PT, PTdoB, PP e PRB tem prioridade na indicação dos componentes.
Assinaram o documento Paulo Pedra (PDT), Chiquinho Telles (PSD), Luiza Ribeiro (PPS), Marcos Alex (PT), Eduardo Romero (PTdoB), Thaís Helena (PT), Ayrton Araújo (PT), Waldecy Chocolate (PP), José Chadid (sem partido), Derly dos Reis, o Cazuza (PP).


