Política

eleições 2024

Nomeação de Dione na SED beneficia candidato tucano em Nova Andradina

A ex-deputada liderava todas as pesquisas e, agora, o favoritismo vai para Dr. Leandro Fedossi (PSDB), o 2º colocado

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Líder em todas as pesquisas de intenções de votos para a prefeitura de Nova Andradina nas eleições municipais deste ano com uma ampla margem porcentual, a ex-deputada estadual Dione Marly Gandolfo Hashioka (sem partido) está oficialmente fora do páreo, após ter sido nomeada, na segunda-feira, para o cargo de secretária-adjunta na Secretaria de Estado de Educação (SED).

A nomeação da esposa do deputado estadual Roberto Hashioka (União Brasil) e a natural retirada da pré-candidatura à prefeitura de Nova Andradina provocaram uma verdadeira reviravolta na sucessão municipal, pois, automaticamente, beneficiaram a pré-candidatura do atual presidente da Câmara Municipal, vereador Dr. Leandro Fedossi (PSDB), o segundo colocado nas pesquisas eleitorais.

Na cidade, conforme teorias da conspiração, Roberto Hashioka teria “negociado” a desistência da esposa da disputa para abrir caminho para que o PSDB vença as eleições municipais deste ano em Nova Andradina.

Porém, conforme o Correio do Estado apurou, além de Leandro Fedossi, ainda estão no páreo pelo cargo de prefeito o vereador Arion Aislan (PL), o empresário Marcos Dan (PT) e o ex-secretário municipal de Saúde Hernandes Ortiz, atual presidente da Cooperativa Agroindustrial do Vale do Ivinhema (Coopavil), que negocia uma filiação ao PP da senadora Tereza Cristina.

FAMÍLIA TRADICIONAL

A desistência de uma pré-candidatura que estava encaminhada para ser a vencedora também chocou a população de Nova Andradina, afinal, Dione Hashioka é integrante de família que “domina” a política na região há décadas, tendo sido deputada estadual por três vezes, enquanto o marido, além de deputado estadual, foi prefeito do município em três oportunidades.

Dione Hashioka é odontóloga e foi eleita com 19.843 votos para o primeiro mandato de deputada estadual em 2006 e, em 3 de outubro de 2010, foi reeleita, com 24.636 votos, iniciando seu mandato no cargo de 2ª vice-presidente da Casa de Leis.

No fim de 2022, ela assumiu o cargo novamente, durante pouco mais de um mês, já que o deputado estadual José Carlos Barbosa (PP), mais conhecido como Barbosinha, renunciou ao mandato para assumir a função de vice-governador. 

Além disso, em 2022, Dione Hashioka obteve 17,7 mil votos na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Podemos, mas não conseguiu ser eleita. 

A ex-deputada estadual assume na SED o cargo que pertencia a Edio Antonio Resende de Castro Bloch, exonerado no fim de novembro do ano passado depois da revelação de um suposto esquema de corrupção nas secretarias de Estado de Educação e de Saúde.

SEM PLENOS PODERES

No entanto, diferentemente do seu antecessor, ela não terá a “chave do cofre” da SED, pasta com o maior orçamento entre todas as secretarias, com R$ 3,179 bilhões para este ano, montante 16,3% maior que os R$ 2,732 bilhões do ano passado.

Na mesma edição do Diário Oficial do Estado (DOE) em que saiu a nomeação de Dione Hashioka, o governo estadual revogou resolução de abril do ano passado que dava ao secretário-adjunto da SED o poder de fazer contratações públicas das mais diversas. 

O secretário-adjunto ainda tinha o poder para assinar contratos, acertar aditivos, romper contratos, decidir se determinada compra seria feita com ou sem licitação e o poder de homologar ou cancelar o resultado das licitações.

Além disso, ele tinha autonomia para firmar convênios ou parcerias com os mais diferentes tipos de empresas ou organizações sociais. Cabia também a decisão sobre todas as nomeações de pessoal na SED.

Edio de Castro, que acompanhava o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), desde a época em que era prefeito de Maracaju, virou alvo da Operação Turn Off, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por causa da suspeita de superfaturamento em um contrato de R$ 13 milhões para a compra de ares-condicionados.

O contrato sob suspeita foi fechado em 2022, ainda na administração de Reinaldo Azambuja, e Edio de Castro chegou a ser detido no dia 29 de novembro de 2023, data em que o MPMS cumpriu outros 7 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão. 

Três dias depois, Edio Castro foi liberado e passou a usar tornozeleira eletrônica, contudo, no dia seguinte ao da operação, acabou sendo exonerado do cargo.

Conforme dados divulgados à época pelos investigadores, Edio de Castro comandava um grupo de servidores públicos que tinha uma espécie de jogo de cartas marcadas para que os empresários Lucas de Andrade Coutinho e Sérgio Duarte Coutinho Júnior vencessem licitações – os contratos sob suspeita somavam R$ 68 milhões. 

NOTA OFICIAL

Ao desistir de ser pré-candidata a prefeita de Nova Andradina para ser secretária-adjunta da SED, Dione Hashioka divulgou uma nota oficial em que credita ao governador Eduardo Riedel (PSDB) a escolha para compor a administração estadual.

“Deus sempre fez parte dos meus projetos. Entrego tudo nas mãos cuidadosas Dele. Assim também foi a decisão de aceitar o convite do governador para compor sua equipe, em uma das mais importantes secretarias de Estado, a de Educação, pasta que abriga hoje o maior contingente de servidores públicos de Mato Grosso do Sul”, declarou.

Ainda conforme a nota, ela destacou a convicção com a qual dedicará o melhor de seus esforços no novo cargo.

“Aceito este desafio na certeza de que há um firme propósito em contribuir com meu estado e com o desenvolvimento desta área que tanto sou entusiasta”, afirmou.

Sobre a pré-candidatura dela a prefeita de Nova Andradina, Dione Hashioka informou que “o momento oportuno é o que estabelece o calendário eleitoral, portanto, somente no início de junho, época dedicada a estas definições”. 

“Por fim, reafirmo que hoje e sempre meu compromisso é o de servir, como fiz integralmente como primeira-dama, deputada estadual e servidora pública. Este é também meu lema pessoal, um de meus princípios e o que carrego como missão de vida”, finalizou.

O Correio do Estado também procurou o deputado estadual Roberto Hashioka para comentar os boatos de que teria “negociado” a desistência da pré-candidatura de sua esposa, mesmo com ela liderando as pesquisas de intenções de votos no município. 

“Não tem nada disso. Desde o ano passado, o governador fez o convite para que a Dione fosse compor na administração estadual, não em Educação, mas em outro cargo. Infelizmente, essa possibilidade não evoluiu, porém, neste início do ano, o governador voltou a fazer o convite e falou do cargo de secretária-adjunta da SED. Prontamente, ela aceitou”, pontuou.

A respeito do fato de Dione Hashioka liderar as pesquisas para prefeita de Nova Andradina, o deputado estadual foi enfático: “Em eleição, a gente só sabe como começa, mas nunca sabemos como termina”. Ou seja, na prática, a ex-deputado estadual não quis trocar o certo pelo duvidoso.

Política

Líder do PL diz que Ramagem pode renunciar ao mandato e espera aprovação de asilo nos EUA

Sóstenes afirmou, no entanto, que trabalhará pela manutenção do mandato do correligionário

15/12/2025 22h00

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ)

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ) Foto: Divulgação

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O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Alexandre Ramagem (PL-RJ), parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e foragido, admitiu que pode renunciar ao mandato em 2026. Sóstenes afirmou, no entanto, que trabalhará pela manutenção do mandato do correligionário.

Segundo Sóstenes, é importante que Ramagem mantenha o mandato neste ano para poder avançar com o processo de asilo político nos Estados Unidos.

"Vou solicitar ao Colégio de Líderes que não coloque a situação do Ramagem na pauta. Eu falei com ele há pouco, ele disse que até pode pensar numa futura renúncia no próximo ano, está tramitando pedido de asilo político nos Estados Unidos e por isso é importante para ele, a manutenção do mandato", afirmou.

Assim como aconteceu no caso da ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o PL acredita que não há votos suficientes para cassar Ramagem no plenário.

No começo de maio, a própria Câmara aprovou a sustação da ação penal contra Ramagem por 315 a favor e 143 contra.

O relator da proposta, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), alegou que a Constituição diz que pode ser trancada uma "ação penal", sem fazer restrição a outros denunciados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), notificou na última quarta-feira, 10, Ramagem e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por meio de edital, para que se manifestem nos processos que podem levar à cassação de seus mandatos. Ambos estão nos Estados Unidos (EUA).

No caso de Ramagem, o processo de cassação decorre do fato de ele estar foragido da Justiça e sua sentença já ter transitado em julgado.

O ex-delegado da Polícia Federal foi condenado à perda do mandato e a 16 anos de prisão pelo STF por tentativa de golpe de Estado.

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TROCA DE COMANDO

Secretária de Fazenda pode não voltar ao cargo após licença

O Correio do Estado apurou que o futuro da titular da Sefaz será a exoneração e o substituto deve sair da própria equipe

15/12/2025 08h00

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022 Marcelo Victor

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À frente das finanças da Prefeitura de Campo Grande desde abril de 2022, a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, não vai mais retornar ao cargo depois da prorrogação da licença médica por estresse e ansiedade iniciada em 20 de novembro deste ano e com previsão de encerrar no dia 8 de janeiro de 2026.

O Correio do Estado obteve a informação com exclusividade por meio de fontes do alto escalão da administração municipal de Campo Grande, que ainda explicaram que a prefeita Adriane Lopes (PP) teria sido comunicada da impossibilidade de a titular da Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz) reassumir as funções por conta de suas condições mentais.

Diante disso, a chefe do Executivo da Capital já teria determinado a procura por um substituto e, por enquanto, a tendência é de que o atual secretário-adjunto da Sefaz, Isaac José de Araújo, seja elevado a titular da Pasta por fazer parte da equipe técnica que foi montada por Márcia Hokama, considerada muito competente por Adriane Lopes.

A reportagem também foi informada de que a decisão da secretária de participar da corrida de rua de Bonito, realizada no dia 6, durante o afastamento por questões de saúde e o fato ter ganhado repercussão na mídia municipal teria pesado para que a continuidade dela no cargo após o fim da licença médica ficasse insustentável.

Márcia Hokama chegou a ser fotografada ao concluir um percurso de 10 km e conquistar o 23º lugar na categoria (competidores com idade entre 50 e 59 anos), e a imagem dela sendo publicada pelos principais órgãos de imprensa “pegou” muito mal até mesmo a imagem da prefeita, que é uma grande defensora do trabalho da secretária.

Porém, como a mulher de César não basta ser honesta, ela também precisa parecer honesta, a corrida foi a gota d’água para fim dos mais de três anos dela à frente das finanças municipais, período marcado por muito desgaste político e pressões decorrentes de crises no transporte coletivo urbano, na saúde e nas finanças, chegando a ser cobrança publicamente pela Câmara Municipal de Campo Grande.

O ponto alto desse desentendimento com os vereadores foi quando Márcia Hokama faltou à convocação para dar explicações sobre a crise, e, na época, ela já chegou a alegar problemas de saúde. Em novembro, a situação mental dela teria chegado no fundo do poço, obrigando o pedido de licença médica.

A partir da oficialização da concessão do afastamento, os boatos começaram dando conta de que ela não retornaria mais ao cargo, porém, a prefeita Adriane Lopes assegurava o retorno da titular da Sefaz após o fim da licença médica.

Entretanto, depois da divulgação da participação de Márcia Hokama da corrida de rua de Bonito a prorrogação da dispensa das funções foram decisivas para que a chefe do Executivo Municipal cedesse à pressão pela exoneração da secretária.

Procurada pelo Correio do Estado, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, não quis comentar até o fechamento desta edição. O espaço continuar aberto para a manifestação da chefe do Executivo Municipal.

*SAIBA

A trajetória de Márcia Hokama começou em abril de 2022, quando foi nomeada pela prefeita Adriane Lopes como titular da Secretária Municipal de Finanças (Sefin), ficando responsável pelas finanças do município de Campo Grande e deixando o cargo de secretária-adjunta, o qual ocupava desde 2021.

Em janeiro deste ano, a prefeita reconduziu Márcia Hokama ao cargo, mas com novo nome Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz). Portanto, ela já está na função de liderança na Sefin/Sefaz desde 2022.

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