Política

ENTREVISTA - ADRIANE LOPES

"O objetivo é melhorar a qualidade do transporte coletivo oferecido à população de Campo Grande"

A prefeita também informou que tem um projeto com o governador Eduardo Riedel para asfaltar os 43 quilômetros de linhas de ônibus que hoje não têm asfalto

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A prefeita reeleita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), concedeu uma entrevista exclusiva ao Correio do Estado e destacou que para o próximo mandato pretende retomar e concluir as obras paradas e oferecer um transporte público de qualidade.
Ela ainda revelou que espera fazer, com o governador Eduardo Riedel (PSDB), o asfaltamento dos 43 km de linhas de ônibus ainda sem pavimentação.

Outra garantia da prefeita é reformar os terminais de ônibus e instalar bases da Guarda Municipal neles para garantir a segurança dos usuários, principalmente das mulheres.

Adriane também revelou que todos os seus secretários vão assinar um contrato de gestão para ser cumprido anualmente e quem não conseguir será convidado a se retirar.

A gestora ainda falou do seu futuro político e, caso termine seu mandato com uma avaliação alta, não descarta sair candidata em 2030. Questionada para qual cargo, ela não descartou até disputar uma vaga ao Senado, caso a senadora Tereza Cristina não tente a reeleição. Confira a seguir.

Prefeita, qual vai ser o principal gargalo na sua próxima gestão?

Bom, nós vamos falar primeiro de coisas positivas, né? O meu ponto de partida para fazer a cidade avançar é essa reforma administrativa. É uma reforma que traz uma reestruturação, diminuindo 30% da estrutura, e que está sendo bem complicada a construção após uma eleição onde se obtém o sucesso. Mas o ponto de partida é, de uma vez por todas, arrumar a casa para que a gente possa reinvestir na cidade, trazendo resultados positivos e efetividade dos serviços públicos.

Porém, um gargalo, vamos dizer assim, é uma situação que eu herdei e que comecei a mudar neste atual mandato, é a avaliação dos serviços públicos pela população. A efetividade dos serviços públicos desde a política no papel até chegar na casa do seu José e da dona Maria. Isso, para mim, é o que importa. Na avaliação anual de Campo Grande pelo governo federal, a governança das políticas públicas e se elas chegam até as pessoas, Campo Grande estava há 10 anos abaixo da média nacional. Tínhamos 37 pontos porcentuais. Para uma capital, isso, para mim, era motivo de vergonha.

O que eu fiz para mudar isso? Como eu conquistei essa mudança em um curto espaço de tempo e coloquei Campo Grande como a única capital do Brasil a ser premiada com a nota máxima? Levar os serviços até as pessoas. Eu criei um programa, o Todos em Ação, em que tiro os secretários dos gabinetes e levo eles a cada 15 dias para a comunidade, para uma região, um bairro da cidade, para atender às reivindicações da população.

Eu também criei o Café com os Conselheiros, quando ouço a opinião, a indicação de quem realmente mora nas regiões e nos bairros de Campo Grande. E quando eu levo esses serviços até as pessoas, a gente tem a mudança e as coisas começam a acontecer. Porque não é só a prefeita buscando uma demanda nos bairros, são os secretários atendendo em uma mesa montada em uma escola a demanda dos moradores.

Depois de um certo tempo, nós voltamos para dar o feedback dos serviços. Se era uma faixa de pedestre, ou uma lombada, ou uma sinalização no bairro, ou a gerência da unidade de saúde que não está dando resultado, ou a diretora da escola, ou um funcionário, ou um servidor que trabalha na região. Então, quando você leva os secretários para vivenciar a realidade das pessoas, você faz com que aquele serviço seja mudado e atenda realmente quem precisa ser atendido, que é a população da nossa cidade.

O meu objetivo é fazer com que a população não só se sinta atendida, mas tenha esse resultado a partir do serviço prestado. Essa é a minha maior missão, continuar com essa proximidade das pessoas e das comunidades, obtendo um resultado positivo. O que eu fui mais cobrada, duramente cobrada, foram as obras de infraestrutura.

No momento, como nós estamos passando pelo período das chuvas, não dá para acelerar a parte de pavimentação asfáltica, que é muito antiga e basta chover que abre um buraco. A gente vem depois, passando dois ou três dias de sol, para tapar o buraco, mas com as ruas que não têm pavimento, os moradores cobram a gestão pública para asfaltar.

Porém, nos últimos dois anos e oito meses como prefeita, nós avançamos com 300 km asfaltados, sendo 150 km de asfalto novo e 150 km de recapeamento. Quando você passa em uma via como a 25 de Dezembro e verifica que ela está sendo totalmente recapeada, é uma vitória. Na Maracaju, onde os motoristas trafegavam como se estivessem em uma rua sem pavimento, porque era toda remendada, mas hoje está toda recapeada.

Também recapeamos parte da Av. Ernesto Geisel, que há 30 anos só recebeu tapa-buracos. A gente vem com recapeamento e mudando a vida de mais de 100 mil pessoas que transitam diariamente pela via para ir e voltar do trabalho ou da escola. Nosso foco como gestora pública é trazer resultados para a cidade e para as pessoas.

Como a senhora falou sobre a Av. Ernesto Geisel, há uma previsão para recuperar o trecho mais precário?

Nós já estamos realizando as obras de contenção de enchentes e, nesse período de chuva, o ritmo teve de ser desacelerado, porque a dificuldade é muito grande e o risco de desbarrancamento é enorme. Terminando essa etapa, nós vamos avançar na outra etapa, que fica nas imediações do Ginásio Guanandizão. Também vamos dar andamento, por meio do Consórcio Central MS, que integra os municípios de Campo Grande, Sidrolândia, Dois Irmãos do Buriti, Terenos e Jaraguari, no recapeamento das principais vias e avenidas da cidade.

No caso do recapeamento da Av. Mascarenhas de Moraes, por onde andei na semana passada, o pedido não foi só do comércio, mas de quem mora naquela região, de quem mora nos condomínios próximos ao São Francisco e até de outros condomínios. É uma cobrança da população, portanto, temos de andar, ouvir a demanda e levar o resultado para a população. Para trazer as demandas, você precisa andar por toda a cidade, pois, quando se coloca o pé no chão e ouve a população, fica mais fácil.

Esse é o meu perfil de trabalho e é assim que nós pretendemos avançar pelos próximos quatro anos, trazendo resultado e trazendo para Campo Grande uma avaliação melhor na qualidade do serviço, na qualidade de vida dos moradores da nossa cidade. Porém, o meu maior gargalo será mesmo concluir todas as obras paradas, as quais vou retomar e terminar todas. Esse é o meu compromisso para os próximos quatro anos.

Prefeita, falando sobre a reforma administrativa, pelo projeto que veio para a senhora sancionar, há, pelo menos, três secretarias que vão ficar muito fortes porque aglutinaram outras que foram suprimidas. É isso mesmo?

Na verdade, nós tiramos as subprefeituras e as subsecretarias para criarmos as secretarias maiores. Na prática, diminuímos os recursos humanos, a parte jurídica e a comunicação para otimizarmos uma secretaria maior, com suporte técnico, porque nós vamos acompanhar de perto a execução de cada secretaria e de cada diretoria. Por quê? Porque nós vamos ter um contrato de gestão com cada secretário municipal com o tempo de execução das políticas. Se não houver um resultado naquele tempo determinado, nós vamos convidar o secretário a se retirar para que a gente possa substituir por alguém que traga resultados positivos para a cidade.

Eu penso que o nosso trabalho está muito focado no resultado para as pessoas, e isso nós vamos cobrar duramente. Quando você diminui a estrutura da máquina pública, você tem mais controle sobre a estrutura, você coordena mais de perto, porque não é tão grande.

Nós tínhamos mais de 30 estruturas, e era muito difícil para gerir, sem falar que ficava muito mais dispendiosa para a cidade, para o município e para os cofres públicos. Além disso, vamos diminuir a máquina pública em 30%, algo muito difícil de fazer após uma eleição, mas a gente está conseguindo e a nossa nova estrutura está pronta. O projeto foi aprovado e nós vamos entrar em 2025 já com a máquina enxuta para que a gente possa trazer impactos positivos para a cidade.

O Consórcio Guaicurus trocou de administrador e colocou um especialista em gestão que já comandou a Águas Guariroba. A senhora acha que esse é o primeiro passo do consórcio para fazer as melhorias necessárias?

Bom, esse consórcio é alvo de críticas há muitos anos, mas nesses dois anos e oito meses em que eu estou no comando da prefeitura, busquei caminhos para melhorar a qualidade do serviço e, se necessário for, rever o contrato. Isso ficou bem claro com o consórcio. E nós propusemos com o governador Eduardo Riedel, em janeiro deste ano, a modernização do transporte público, e isso vem acontecendo desde então.

Nós temos um projeto com o governo do Estado para asfaltar os 43 km de linhas de ônibus que hoje não têm asfalto. Nós começamos essa pavimentação porque o que acontece nessas linhas que não têm asfalto é a quebradeira dos ônibus, e o custo é muito alto para consertar. Nós também começamos a reforma dos terminais de ônibus, que é uma reclamação antiga das empresas.

Essas reformas dos terminais vão melhorar a qualidade de vida do usuário, pois vamos colocar bases da Guarda Civil Metropolitana em cada terminal para que os usuários tenham mais segurança, principalmente para as mulheres, porque 70% dos usuários são mulheres. Então, elas precisam de segurança também para que não sofram violência dentro do ônibus.

A proposta de modernização começou, e eu pretendo, já em janeiro de 2025, sentar de novo com o governador para saber qual o próximo passo que vamos tomar juntos, trazendo o consórcio para a discussão das melhorias que são necessárias, como ônibus já com a mudança da matriz energética, que eu propus com a MSGás. Nós temos o gás natural passando na porta da nossa casa e a utilização ainda do óleo diesel, que é um combustível mais caro e poluente.

Hoje, o transporte público é o meio que mais polui o meio ambiente em Campo Grande. Já foi testado o ônibus movido a gás natural, e o resultado foi positivo, com economia considerável. E acredito que logo em janeiro a gente já senta com o governador para entender quais os próximos passos, porque eu acredito que a modernização desse transporte público é um projeto de Estado. E essa troca de comando é um sinal que eles querem também fazer parte.

O Themis de Oliveira é um executivo muito experiente, e nós tivemos uma excelente relação com ele enquanto estava na Águas Guariroba. E acredito que vai ser diferente, sendo uma pessoa mais fácil ainda de tratar, por conhecer a pessoa e por entender também o posicionamento que vai trazer em relação ao consórcio. Mas o objetivo é melhorar a qualidade do transporte coletivo oferecido à população de Campo Grande.

Eu acredito que, como a gente já começou essa tratativa no primeiro ano do meu mandato como prefeita, terá mais resultados positivos, como a entrega dos terminais totalmente reformados. E, com a mudança da matriz energética, será possível entregar ônibus com ar-condicionado, algo que deixou de ser um luxo para ser uma necessidade diante das mudanças climáticas. E o teste que foi feito, nas principais linhas, trouxe resultado positivo.

A gente trouxe o ônibus movido a gás natural e ele circulou um mês em Campo Grande. Agora, estou pedindo uma avaliação feita com os usuários para que a gente possa compilar esses dados para a mudança acontecer no próximo ano.

Ao terminar, e bem, o seu segundo mandato como prefeita, a senhora pretende continuar na política? 

Eu trabalho com propósito. Fui reeleita prefeita e eu pretendo trabalhar os próximos quatro anos consecutivos com bons resultados para a cidade. Acredito que, do resultado do meu trabalho ao fim do mandato, é que vou poder entender se vou dar um novo passo na política ou não. Mas o meu maior desafio é ter uma Campo Grande boa para se trabalhar, mas, melhor ainda, para se viver. 

Se a senadora Tereza Cristina não tentar a reeleição em 2030 e a senhora terminar a gestão com uma aprovação alta em 2028, poderia ser a sucessora dela no Senado?

Bom, eu tenho uma líder no meu partido e uma inspiração na minha vida pessoal, que é a senadora Tereza Cristina. Foi a mulher que segurou na minha mão, que me apoiou e que me fez chegar até aqui. Então, eu tenho uma gratidão eterna com ela e, com certeza, se a senadora Tereza entender, no término do meu mandato, lá na frente, que eu possa vir a fazer um trabalho com ela, estou disposta e estarei disponível.

Mas eu acredito que, primeiro, preciso trazer um resultado positivo para a cidade com o meu trabalho. Aí, então, depois, a gente poderá pensar no meu futuro político. E eu vou dar o meu melhor pelos campo-grandenses e pela minha cidade, que eu amo tanto.

Perfil - Adriane Lopes

Nascida em Grandes Rios (PR), ela é filha de Antônio Ferreira Barbosa e Gisleni Garcia Barbosa. Casada com o deputado estadual Lídio Lopes, tem dois filhos, Matheus e Bruno. Adriane Lopes é formada em Direito e Teologia e pós-graduada em Administração Pública e Gerência de Cidades.

Assumiu a Prefeitura de Campo Grande no dia 4 de abril de 2022 e foi reeleita para mais quatro anos de mandato no dia 27 de outubro de 2024. Antes, foi vice-prefeita em duas gestões, de 2017 a 2022.

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ELEIÇÕES 2026

Mesmo inelegível, Caiado lança pré-candidatura à Presidência em evento em Salvador

Anúncio aconteceu m discurso no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia, do qual ele definiu o momento como "um dos mais importantes de sua vida"

04/04/2025 20h00

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), já é pré-candidato a presidente da República

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), já é pré-candidato a presidente da República Foto: Arquivo

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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), anunciou nesta sexta-feira (4) sua pré-candidatura para a presidência da República nas eleições de 2026. Em discurso no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia, ele definiu o momento como "um dos mais importantes de sua vida".

Sua chegada no palco ocorreu ao som do jingle "Coragem para mudar, coragem para fazer, um grande coração, Caiado por você", e o pré-candidato foi anunciado como "o governador da ética, da moral e da transparência". Ao se pronunciar aos presentes, ele falou sobre sua experiência no Congresso Nacional e disse que o País vive uma "verdadeira desordem institucional".

"Nós aprendemos no Parlamento que precisamos ter maioria construída, ninguém é dono, ninguém ali impõe o seu projeto se não tiver maioria, se não tiver capacidade de diálogo", afirmou ele, que foi deputado por cinco legislaturas e senador por duas

Caiado também falou sobre as relações entre os Três Poderes, afirmando que não deve haver "enfrentamento de poderes" quando se quer construir a paz. Anteriormente, o governador já defendeu a anistia aos invasores de Brasília no dia 8 de janeiro de 2023

O governador destacou aspectos de seu tempo à frente do Executivo de Goiás. Sobre o tema da segurança pública, disse ter transformado Goiás de "Disneylândia dos bandidos" a um Estado que "tem segurança plena para o trabalhador e a dona de casa" e "a melhor educação do Brasil". Em 2023, o Estado teve a melhor nota do País no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), na etapa do Ensino Médio.

Não faltaram críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos âmbitos da segurança e econômico. Um dos alvos foi Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública "O Caiado (em referência a si mesmo) já desmascarou o presidente Lula na frente dele dizendo 'você quer tirar prerrogativa de Estado. Isso aí é presente para a bandidagem", afirmou, completando que "O governo Lula não tem plano de governo e não sabe para o que veio".

A PEC da Segurança é uma proposta do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que pretende criar um "Sistema Único de Saúde (SUS)" da segurança. O objetivo é reestruturar e fortalecer o sistema de segurança por meio da integração entre os entes federados. Caiado se coloca como contrário à iniciativa e afirmou no evento que não existe "Estado Democrático de Direito onde governo é complacente com o crime".

Na última quarta-feira, 2, foi divulgada uma pesquisa Genial/Quaest que mostra que a violência é apontada como o maior problema no Brasil atual para 29% dos entrevistados. O levantamento também mostrou que Lula tem 56% de desaprovação, a maior desde o início do terceiro mandato. Apesar disso, o mesmo instituto mostrou que Lula lidera cenários de segundo turno contra todos os potenciais candidatos da direita para a eleição de 2026.

Estiveram presentes no lançamento da pré-candidatura nomes como o senador Sergio Moro (União-PR), o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), o atual prefeito Bruno Reis (União) e o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ).

A direção nacional do União Brasil foi representada por ACM Neto, vice-presidente. O presidente da sigla, Antonio Rueda, e o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (AP), não compareceram

ACM Neto minimizou a ausência de Rueda e disse que não há nenhum "trauma ou problema". "O partido tem internamente seus diferentes pensamentos, que serão convergentes quando for necessário", afirmou. O cantor Gusttavo Lima, amigo pessoal do governador, também não esteve presente.

A organização do evento ocorreu sob pressão de figuras do União Brasil mais ligadas ao governo federal, que defendiam que Caiado desistisse do lançamento.

No momento, Caiado está condenado pela Justiça Eleitoral goiana a oito anos de inelegibilidade.

sob nova direção

Novo presidente da União dos Vereadores credita vitória ao resgate da credibilidade

O vereador Daniel Jr., do PP de Dourados, derrotou o vereador Jeovane Vieira dos Santos, do PSDB de Jateí, por 198 a 166 votos

04/04/2025 08h30

Governador de MS, Eduardo Riedel (PSDB) se reuniu com o presidente eleito da UCVMS, Daniel Jr.

Governador de MS, Eduardo Riedel (PSDB) se reuniu com o presidente eleito da UCVMS, Daniel Jr. Reprodução

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Com o apoio do PP, do PSDB e do MDB, o vereador Daniel Júnior, do PP de Dourados, derrotou na noite de quarta-feira o vereador Jeovane Vieira dos Santos, do PSDB de Jateí, por 198 votos favoráveis e 166 contrários, tornando-se, assim, o novo presidente da União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS).

Em entrevista ao Correio do Estado, o parlamentar creditou a vitória contra o atual presidente – que está no cargo há 12 anos e tentava a reeleição para o quarto mandato consecutivo – ao resgate da credibilidade da UCVMS, que ao longo de uma década viu diminuir o número de Câmaras filiadas até chegar a 31 das 79 possíveis.

“A retomada da credibilidade vai dar a injeção de ânimo necessária para que possamos chegar a 100% das Câmaras Municipais de Mato Grosso do Sul filiadas na UCVMS. 

Se não for possível chegar a 79 filiadas, pelo menos 90% delas a gente consegue”, projetou.

Daniel Jr. lamentou o fato de a entidade ter perdido mais de 60 Câmaras somente no ano passado, mas destacou que, com a nova diretoria – a qual tomará posse no mês que vem e ficará à frente da UCVMS até maio de 2029 –, será possível mudar para melhor a imagem negativa que os vereadores têm atualmente.

Sem medo de errar, acredito que nós tivemos um apoio de 90% da classe política de Mato Grosso do Sul, incluindo nomes de grandes lideranças do Estado, como a senadora Tereza Cristina [PP], o governador Eduardo Riedel [PSDB], o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Gerson Claro [PP], e os ex-governadores Reinaldo Azambuja [PSDB] e André Puccinelli [MDB]”, opinou, reforçando a contribuição do seu vice-presidente, o vereador Junior Coringa, do MDB de Campo Grande.

PRÓXIMOS PASSOS

Questionado pelo Correio do Estado quais serão os próximos passos à frente da UCVMS, o vereador de Dourados informou que pretende regularizar a questão das certidões negativas.

“Nós batemos tanto nesse assunto durante a campanha que a atual diretoria conseguiu parcelar as dívidas e obteve uma certidão negativa com efeito positivo. Pelo menos, as nossas críticas tiveram êxito”, brincou.

Outra mudança que Daniel Jr. pretende reverter é a autorização para que ex-vereadores tenham direito a voto nas eleições da UCVMS. “Pessoalmente, não concordo com ex-vereador votando, mas sou um político que acompanha a maioria e pretendo convocar uma assembleia geral para votar esse assunto”, anunciou.

Na eleição de 2021, conforme o presidente eleito da UCVMS, muitos ex-vereadores participaram do pleito e isso contribuiu para que o atual presidente fosse reeleito ao terceiro mandato. “Quero trazer esse tema para a discussão, pois não penso que seja legal esse tipo de situação”, disse.

A respeito dos problemas judiciais do vereador Jeovane Vieira dos Santos, que virou réu na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos por possíveis irregularidades na prestação de contas da entidade relativa a 2021, o presidente eleito disse que não compete a ele comentar. “Penso que a Justiça vai dar o veredito sobre essa questão”, pontuou.

Para Daniel Jr., outra missão é trazer de volta para a UCVMS o maior número de Câmaras possíveis. “Com o retorno da credibilidade, acredito que a entidade vai viver um novo momento. Sangue novo sempre ajuda a oxigenar o ambiente, e vamos reverter o atual quadro para sermos novamente uma entidade de respeito junto à classe política estadual”, finalizou.

Já o vereador Junior Coringa, vice-presidente eleito, ressaltou que foi uma eleição muito dura, até porque o atual gestor está há 12 anos no poder. 

“A gente teve que fazer uma força-tarefa com diversos partidos, com muitas lideranças, e trabalhar muito essa questão da renovação com os novos vereadores”, afirmou.

Ele revelou que Jeovane colocou mais de 80 ex-vereadores para votar nele como uma manobra a fim de ser reeleito. “Visitamos vários municípios e conversamos com muitos vereadores para mostrar os nossos projetos. Graças a Deus, a maioria aceitou as nossas propostas e conseguimos depois de 12 anos que a UCVMS tenha uma nova diretoria”, assegurou.

O vice-presidente eleito complementou que o primeiro ato da nova diretoria é fazer uma reformulação do estatuto, tirando essa questão de perpetuação no poder e colocar mandatos de até quatro anos para provocar o revezamento no comando da UCVMS.

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