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Orçamento secreto: Congresso discute transferir verbas para emendas de comissão

O caminho para usar as emendas de comissão já está pronto e é defendido pelo relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI)

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A cúpula do Congresso Nacional foi pega de surpresa com o resultado do julgamento do orçamento secreto no Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou o mecanismo, e discute agora abrigar os valores reservados para as emendas secretas no Orçamento de 2023 - um total de R$ 19,4 bilhões - nas emendas de comissão, impondo o pagamento desses recursos ao governo federal. Também há uma estratégia para aumentar as emendas individuais, aquelas indicadas por cada um dos deputados e senadores, e irrigar um volume maior de verbas para as bancadas estaduais.



O caminho para usar as emendas de comissão já está pronto e é defendido pelo relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), conforme o Estadão revelou. Ele, porém, ainda não convenceu todos os líderes que hoje controlam as indicações do orçamento secreto, sob comando do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A decisão final do Supremo reforçou a estratégia, discutida desde que o Supremo marcou o julgamento, no início de dezembro.

As comissões permanentes da Câmara e do Senado, formadas por parlamentares para discutir propostas de áreas centrais, como saúde e educação, apresentaram R$ 197 bilhões em emendas para o Orçamento de 2023, já com expectativa de abrigar os recursos do orçamento secreto. Na prática, parte das emendas de comissão poderão ser aprovadas, antecipando a disputa que deve ser travada nesta semana para a destinação dos recursos.

PEC da Transição

Além disso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, apresentada pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, aponta um caminho para turbinar as emendas de comissão. O texto aprovado no Senado, em tramitação na Câmara, autoriza o relator-geral do Orçamento a colocar recursos na peça orçamentária a pedido das comissões. A medida estabelece que as verbas fiquem sob total controle do governo, mas pode ser alterada para contemplar o poder dos parlamentares nesse processo.

As emendas do orçamento secreto, derrubadas pelo STF, recebem o código RP-9 e são carimbadas pelo relator-geral do Orçamento. Nos últimos três anos, o mecanismo totalizou R$ 53,5 bilhões. As emendas de comissão, por sua vez, são identificadas com o código RP-8 e foram cortadas nos últimos anos, sendo reduzidas a praticamente nenhum recurso.



A diferença para o modelo atual é que as emendas de comissão precisam atender a programas nacionais e ser aprovadas pelos integrantes das comissões na Câmara e no Senado - ou seja, possuem regras mais rígidas. Ainda assim, podem atender a solicitações individuais de deputados e senadores, como funciona atualmente.

O dispositivo da PEC permite que o presidente de cada comissão indique os recursos para o relator-geral no Orçamento de 2023, passando por cima dos demais membros. Funcionaria assim: o presidente da comissão envia um ofício para o relator do Orçamento apontando para onde destinar o recuso. O relator, por sua vez, decide se aceita ou não. O risco é que a decisão final fique sob controle da cúpula do Congresso e seja submetida aos mesmos acordos que hoje passam pelo orçamento secreto.

Até a noite de domingo, 18, a aposta de líderes do Centrão era que o Supremo mantivesse o pagamento de emendas e aceitasse as novas regras aprovadas pelos parlamentares na semana passada. A expectativa era que o ministro Ricardo Lewandowski votasse pela manutenção das emendas. O magistrado, no entanto, acompanhou a presidente do STF e relatora do processo, ministra Rosa Weber, e defendeu a inconstitucionalidade do orçamento secreto.

Constituição

O Centrão quer usar a PEC da Transição para fixar as emendas do orçamento secreto de forma definitiva na Constituição e neutralizar a decisão do Supremo. É um caminho mais difícil, pois depende da aprovação de 308 deputados e 49 senadores. O impasse será discutido em reuniões com Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), entre esta segunda, 19, e terça-feira, 20.

Outra opção é tornar as emendas de comissão impositivas, para garantir o pagamento dos recursos de maior interesse dos parlamentares.

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Moraes libera para julgamento denúncia contra Bolsonaro e outros sete

Caberá ao ministro Cristiano Zanin marcar a data do julgamento no STF

13/03/2025 20h00

Moraes libera para julgamento denúncia contra Bolsonaro e outros sete

Moraes libera para julgamento denúncia contra Bolsonaro e outros sete FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nesta quinta-feira (13) para julgamento a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Braga Netto e mais seis investigados pela trama golpista.Moraes libera para julgamento denúncia contra Bolsonaro e outros seteMoraes libera para julgamento denúncia contra Bolsonaro e outros sete

Com a liberação da denúncia para julgamento, caberá ao presidente da Primeira Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, marcar a data do julgamento.

Os ministros do colegiado vão decidir se Bolsonaro e os demais acusados viram réus e passam  a responder a processo criminal na Corte pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada,  dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

A denúncia que será julgada envolve o núcleo 1 da investigação sobre a trama golpista,  acusado de liberar a tentativa de impedir o terceiro mandato do presidente Luiz Lula da Silva.

Foram denunciados:

  • Jair Bolsonaro - ex-presidente da República
  • General Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro em 2022)
  • General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
  • Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal);
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
  • Paulo Sérgio Nogueira (general do Exército e ex-ministro da Defesa);
  • Mauro Cid (delator de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).

Primeira Turma

O processo será julgado pela Primeira Turma do Supremo. O colegiado é composto pelo relator da denúncia, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

 Pelo regimento interno da Corte, cabe às duas turmas do tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a acusação será julgada pelo colegiado.

 Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, Bolsonaro e os outros acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.

 A data do julgamento ainda não foi definida. Considerando os trâmites legais, o caso pode ser julgado ainda neste primeiro semestre de 2025.

senado

Tereza Cristina é eleita vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores

A CRE é uma das comissões mais antigas do Senado, ao lado da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)

13/03/2025 19h08

Senadora Tereza Cristina

Senadora Tereza Cristina Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

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A senadora Tereza Cristina foi eleita, por aclamação, vic-presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), nesta quinta-feira (13), para o biênio 2025-2026.

A reunião foi conduzida pelo presidente, o senador Nelsinho Trad (PSD), que já está no cargo desde fevereiro.

Tereza Cristina era a única candidata para a vice-presidência e foi eleita por votação simbólica, quando não há contagem formal dos votos favoráveis. 

   

"Estou muito feliz em poder ajudar nesta comissão que é uma das mais importantes desta Casa", disse a senadora, em pronunciamento após sua eleição.

Tereza afirmou ainda que organismos internacionais podem ser peças importantes para frear os impactos na mudança das relações comerciais internacionais, como as novas tarifas que os Estados Unidos passaram a cobrar de países estrangeiros.

É o caso da Organização Mundial do Comércio (OMC), que trata das regras do comércio entre as nações e que ela considera hoje “esvaziada”.

“Os países deveriam tentar reerguer e colocar o peso que essa instituição merece nas relações comerciais do mundo”, ressaltou Tereza.

Comissão

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) tem 19 membros titulares e 19 suplentes e é uma das comissões mais antigas do Senado, ao lado da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

As duas são as únicas que estão em atividade contínua desde antes da promulgação da Constituição Federal, em 1988.

Além de temas referentes às relações internacionais do Brasil (incluindo escolha de embaixadores e comércio exterior), a CRE também trata de questões relacionadas à defesa nacional e às Forças Armadas.

* Com Agência Senado

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