Política

MEDIDA PROVISÓRIA

Parlamentares divergem sobre redução de salários

Maioria da bancada defende ato econômico do Governo Federal

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Deputados federais sul-mato-grossenses que fazem oposição ao presidente da República, Jair Bolsonaro, vão tentar alterar o texto da Medida Provisória (MP) 936/2020 – responsável por criar o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego. Esta MP permite a suspensão do contrato de trabalho e a redução dos salários dos trabalhadores e, implica na redução da jornada de trabalho durante o período de pandemia do coronavírus.  

Um dos mais críticos à MP, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) enfatizou: “Sou contra qualquer redução salarial. O PDT vai votar contra, nós somos um partido trabalhista. Para não ter essas demissões ou reduções, o governo tem de agir com financiamento, condicionando a liberação dos recursos a quem pegar o dinheiro e, não demitir, muito menos reduzir a jornada, visto que, precisamos manter a produção”. O parlamentar disse que o PDT vai apresentar um texto substitutivo para a medida provisória.

Vander Loubet (PT) afirmou: “minha posição e a posição da bancada do PT é clara: repudiamos essa MP. É uma proposta capenga, não protege nem as empresas nem o trabalhador. Aliás, como tem sido prática desde 2016, o mais prejudicado é o trabalhador. Tanto o Bolsonaro quanto o Paulo Guedes falam muito e fazem pouco. O Brasil precisa de medidas mais robustas, o governo não pode ficar apegado a questão fiscal. Basta ver o que os demais países estão fazendo, estão aprovando pacotes pesados de ajuda às empresas e aos trabalhadores, inclusive os Estados Unidos, o Reino Unido e outros países que possuem governos liberais. Essa medida provisória é mais um atestado da incompetência desse governo para lidar com a crise sanitária, econômica e social resultante da pandemia do coronavírus”.

Enquanto a oposição fala em alterar o texto para assegurar que os trabalhadores não tenham direitos reduzidos, a senadora Soraya Thronicke (PSL) enfatizou que vai votar a favor da matéria. “pois essa é uma medida que quer salvar os empregos dos trabalhadores. O momento é de crise, o que requer sacrifícios de todos nós. Não vai ser fácil para nenhuma pessoa, mas o governo está fazendo o que precisa ser feito para preservar os empregos, dar estabilidade ao trabalhador e garantir a renda para a população. O maior direito do trabalhador é o próprio emprego, e é para isso que o governo está trabalhando. É sim uma medida acertada!”.

O seu colega de legenda, o deputado federal Dr. Luiz Ovando disse que é  a favor da MP. “Não podemos abandonar o trabalhador nesse momento da pandemia”, e ressaltou. “Não sou a favor do patrão arcar com está despesa. Se o empresário segurar por 15 a 30 dias os trabalhadores, não gastará todo o valor das indenizações pela demissão. Mantendo por dois ou três meses os custos serão menores, até passar a pandemia”.

Para o senador Nelson Trad (PSD): “Essas medidas emergenciais que o governo tem providenciado na área econômica para diminuir as dificuldades, não só das empresas como dos trabalhadores, considero como boas, mas vou fazer uma observação: o recurso a ser  complementado deve ser creditado direto na conta do empregado, do trabalhador. Assim, eu espero que a gente possa diminuir as dificuldades da nossa sociedade frente as consequências econômicas da  epidemia”.

Deputada federal, Rose Modesto (PSDB) disse que: “A MP é mais uma tentativa do governo em reduzir os impactos da crise econômica para os trabalhadores e empresários e, como todas, sempre precisa de ajuste que vamos tentar fazer na votação na Câmara dos Deputados”. Já Fábio Trad (PSD) disse que não tinha ainda uma opinião sobre o conteúdo da MP, relatou que o texto vai ser debatido na bancada do partido hoje.

Os deputados Loester Trutis (PSL), Bia Cavassa (PSDB), Beto Pereira (PSDB) foram procurados pelo Correio do Estado e não retornaram os contatos. A assessoria da senadora Simone Tebet (MDB) informou que a parlamentar não teria como falar sobre a MP porque estava envolvida na discussão sobre o projeto que regula os contratos do setor privado, que foi votado na sexta-feira.

PROJETO DE PODER

Presidente da União dos Vereadores faz manobra para obter mais uma reeleição

Após aceitar associação da Câmara da Capital, Jeovani Vieira diz que só tem direito a voto filiados há mais de seis meses

31/03/2025 08h00

O presidente da UCVMS, Jeovani Vieira dos Santos (PSDB), vai tentar mais uma reeleição

O presidente da UCVMS, Jeovani Vieira dos Santos (PSDB), vai tentar mais uma reeleição Foto: Arquivo

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Mesmo sendo réu na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos por possíveis irregularidades na prestação de contas da União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) relativa a 2021, além de ter uma condenação de mais de 15 anos de prisão na 1ª Vara Federal de Naviraí pelo crime de peculato, o atual presidente da entidade, Jeovani Vieira dos Santos (PSDB), manobra para tentar mais uma reeleição no pleito desta quarta-feira.

Caso as artimanhas adotadas pelo vereador de Jateí deem resultado, ele poderá continuar à frente da entidade por mais quatro anos, passando, dessa forma, quase 20 anos no cargo – função que já ocupa há mais de 10 anos.

Como parte desse plano, Santos vetou o retorno da Câmara Municipal de Campo Grande ao quadro de entidades associadas, o qual atualmente conta com apenas 29 das 79 Câmaras Municipais de Mato Grosso do Sul.

Entretanto, após o presidente da Casa de Leis da Capital, vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), o Papy, ingressar no dia 21 de fevereiro com uma ação de obrigação de fazer combinado com consignação em pagamento – com pedido de tutela de urgência e em desfavor da entidade – junto à 14ª Vara Cível de Campo Grande, o presidente da UCVMS recuou.

Diante da ação judicial, Santos acabou por aceitar o retorno da Câmara Municipal de Campo Grande ao quadro de associadas, do qual a Casa de Leis saiu em 2023 e pediu o retorno neste ano, pois o vereador Junior Coringa (MDB) é o candidato a vice-presidente na chapa de oposição ao atual presidente da UCVMS.

No entanto, Santos não deu ponto sem nó e mostrou ao jurídico da Câmara da Capital o regimento interno da entidade, o qual só permite direito a voto vereadores que têm mais de seis meses de filiação.

Portanto, com exceção de Junior Coringa e Neto Santos (Republicanos), os quais já tinham se filiado de forma avulsa no ano passado, os demais 27 parlamentares da Casa de Leis de Campo Grande não poderão votar.

Além disso, Papy informou ao Correio do Estado que essa não foi a única manobra de Santos para continuar no poder, pois, com medo de uma eventual derrota no pleito deste ano, ele já tinha alterado o regimento interno da UCVMS em 2024, a fim de que ex-vereadores também tenham dinheiro a voto.

Ainda, de uma tacada só, filiou 140 ex-parlamentares para que possam votar nele para presidente. Papy disse que recorreu à Justiça para lutar pelo direito de voto dos vereadores de Campo Grande, ainda mais porque colegas da Casa de Leis estão na chapa de oposição.

“O atual presidente manobrou para que fôssemos impedidos de votar. Jeovani Vieira dos Santos mudou diversas vezes o estatuto e, além de permitir que ex-vereadores possam votar, também impediu que vereadores eleitos para o primeiro mandato possam participar do pleito. Um total absurdo”, lamentou.

O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande reforçou que todas essas manobras do atual presidente da UCVMS são “uma vergonha”.

“Tudo isso para continuar à frente da entidade e, dessa forma, ter poder de barganha política junto à bancada federal do Estado no Congresso Nacional, bem como junto à Assembleia Legislativa e ao governo estadual. Porém, na política, como diz o ditado, quem pode mais chora menos”, reclamou Papy.

SAIBA

A União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) realiza nesta quarta-feira, em sua sede (Avenida Hiroshima, nº 1.561, Bairro Carandá Bosque II, em Campo Grande), a eleição da diretoria para o quadriênio 2025-2028. Estão na disputa o atual presidente, o vereador de Jateí Jeovani Vieira (PSDB), tendo como vice o vereador de Dourados Sérgio Nogueira (PP), e o vereador douradense Daniel Júnior (PP) e seu vice, o vereador campo-grandense Junior Coringa (MDB). 

Além de presidente e primeiro-vice-presidente, também serão escolhidos o segundo-vice-presidente, o secretário-geral, o primeiro e segundo-secretários, o tesoureiro, o primeiro e segundo-tesoureiros e os diretores de Patrimônio, Saúde, Eventos, Relações Públicas, Esportes, Assistência Social, Assuntos Municipais, Assuntos Especiais e Obras. Ainda, o suplente de diretoria e o conselheiro fiscal e seu suplente.

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INTERNACIONAL

No Vietnã, Lula destaca mensagens da agenda climática e ambiental de seu governo

Em seu discurso, o líder brasileiro reforçou importantes mensagens da agenda climática e ambiental de seu governo

30/03/2025 20h00

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista à imprensa em Hanoi, no Vietnã

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista à imprensa em Hanoi, no Vietnã Foto: Ricardo Stuckert / PR

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chính, encerraram o Fórum Econômico Brasil-Vietnã.

Em seu discurso, o líder brasileiro reforçou importantes mensagens da agenda climática e ambiental de seu governo. "A descarbonização não é uma escolha, é uma necessidade e uma grande oportunidade. Temos décadas de experiência em biocombustíveis, que são alternativas de baixo custo para os setores automotivo e de aviação, e mesmo para a geração de energia elétrica.

Há potencial de cooperação em energia eólica e solar, bem como em hidrogênio verde. O setor privado tem um importante papel a desempenhar na redução de emissões e no financiamento climático", disse, ainda segundo comunicado oficial divulgado neste domingo, 30, em parceria com a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto.

Lula também ressaltou a criação do Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). "Seu objetivo é gerar um fluxo de apoio financeiro permanente aos países tropicais que, como Brasil e Vietnã, conservam suas florestas em benefício de toda a humanidade", afirmou. "Vietnã e Brasil já sentem os efeitos econômicos da mudança do clima. Somos os maiores produtores e exportadores mundiais de café e podemos obter maior resiliência climática na cafeicultura por meio de cooperação técnica e científica entre os dois países", destacou.

O chefe do Executivo voltou a convocar todos os países a "apresentarem NDCs ambiciosas e alinhadas à meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC" em relação aos níveis pré-industriais, objetivo central do Acordo de Paris. As NDCs (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas) são os compromissos internacionais das nações para redução de suas emissões de gases-estufa. Todas devem lançar suas NDCs com metas para 2035 antes da COP30.

Visita de Estado

Nos dois dias de visita de Estado ao país asiático, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, acompanhou o presidente em encontros com os líderes dos quatro pilares do sistema político vietnamita: o presidente, Luong Cuong, o primeiro-ministro, Pham Minh Chính, o presidente da Assembleia Nacional, Tran Thanh Man, e o secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista do Vietnã, Tô Lâm.

Na sexta-feira (28), Lula e Luong Cuong assinaram o Plano de Ação para Implementação da Parceria Estratégica, que reúne prioridades do relacionamento bilateral em assuntos como defesa, economia, comércio e investimentos; agricultura e segurança alimentar e nutricional; ciência, tecnologia e inovação; meio ambiente e sustentabilidade; transição energética e cooperação sociocultural e assuntos consulares. A parceria estratégica pretende aprofundar o diálogo político, reforçar a cooperação econômica, intensificar o fluxo de comércio e os investimentos, fortalecer a coordenação em temas da agenda multilateral e impulsionar novas iniciativas de cooperação.

Em 2024, Brasil e Vietnã celebraram 35 anos de relações diplomáticas. A relação foi elevada a Parceria Estratégica em 17 de novembro de 2024, em encontro de Lula e do primeiro-ministro vietnamita à margem da Cúpula do grupo das 20 maiores economias do globo (G20), no Rio de Janeiro, quando o presidente brasileiro foi convidado a visitar o país asiático. Nos últimos dois anos, Lula reuniu-se três vezes com o primeiro-ministro Pham Minh Chinh: em maio de 2023, em Hiroshima, na Cúpula do G7; em setembro de 2023, em Brasília, durante visita oficial; e em novembro de 2024, no Rio de Janeiro, na Cúpula do G20.

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