A um ano e três meses das eleições municipais, as prefeituras do interior de Mato Grosso do Sul estão sendo disputadas a todo custo. Articulações entre rivais políticos, cooptações de prefeitos para mudar de sigla, disputa para ver que partido será vice. Todas essas negociações ocorrem fora dos holofotes. Esse é o caso do PSD, do senador Nelson Trad Filho, que já está articulando com o PT de José Orcírio Miranda dos Santos, com o PSDB de Reinaldo Azambuja e o PSB de Ricardo Ayache. “Olha, com certeza haverá articulações, mas, na política, tudo que você antevê com muita precocidade é igual fruta verde, dá dor de barriga. Então é melhor esperar um pouquinho”, brinca o senador.
No PSD, já existem tratativas de coligações junto a PT e MDB para eleger prefeitos em Porto Murtinho, Corumbá e Coxim. Em princípio, nestas cidades, o PSD seria cabeça de chapa, mas, dependendo da avaliação, poderá disputar o cargo de vice-prefeito.
No PSDB, as articulações ocorrem de forma semelhante às do PSD. Conforme Ségio de Paula, presidente regional da sigla, as negociações respeitam os arranjos locais. Cada município tem sua particularidade. Temos que respeitar isso”, afirmou. “Nós vamos reunir com os partidos aliados. Estamos conversando com o prefeito de Anaurilândia [Edinho Takazono], que é do MDB, para tentar trazer ele para o PSDB. Todos os partidos estão se movimentando, é uma coisa natural”, avalia o líder tucano.
ARRUMANDO A CASA
Mesmo tomando posse recentemente, Ricardo Ayache presidente do PSB, informa que ainda está organizando o partido, mas já tem várias siglas conversando com ele para alinhar coligações no interior do Estado, como em Coxim e Rio Verde. O dirigente prefere não falar dessas coligações, mas durante sua posse estavam representantes do PSDB, PSD, Avante, PDT e Podemos já mostrando a afinidade que ele e o seu partido têm com essas siglas.
O Avante, do vereador Pastor Jeremias, também está se articulando para aumentar suas fileiras, que atualmente contam com 20 vereadores e duas vices prefeituras. “Nós estamos conversando com os outros partidos; tanto é que teremos candidatos em Terenos, Coronel Sapucaia e em outros municípios. Se não conseguirmos como prefeito, vamos com vices e faremos bancada de vereadores também. Estamos conversando com os partidos, mas ainda é cedo para falarmos algo mais concreto”, argumenta.
ESQUERDA
Mesmo com articulações entre partidos políticos, e respeitando as particularidades locais, há a possibilidade de o PT se isolar nas eleições do ano que vem. A Nacional do partido vai deliberar no congresso da sigla, que vai acontecer em novembro, a possibilidade de o PT não caminhar com partidos que apoiam o presidente Jair Bolsonaro. Com isso, sobram poucas siglas, como o Psol e PCdoB. “Eu acredito e comungo interinamente com essa resolução que deve ser aprovado no congresso. Não podemos fazer aliança com partido de sustentação ao governo do Bolsonaro. Governo antidemocrático”, explica o presidente regional da sigla José Orcírio Miranda dos Santos.