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Paulo Maluf fez doações a Tancredo Neves em 78 e 82

Paulo Maluf fez doações a Tancredo Neves em 78 e 82

folha online

26/12/2010 - 08h22
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Tancredo Neves e Paulo Maluf se enfrentaram no colégio eleitoral que escolheu indiretamente o mineiro como primeiro presidente civil após a ditadura militar, em 1985. Três anos antes, porém, foi de Maluf que Tancredo recebeu uma doação para ajudar a bancar sua campanha a governador de Minas.

A história está no documentário "Tancredo - A Travessia", do cineasta Silvio Tendler. A Folha assistiu a uma cópia do filme, que está em fase de finalização e ainda sem data de lançamento.

A doação foi revelada pelo sobrinho de Tancredo e senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Maluf, hoje deputado federal (PP-SP), confirma: "Dei-lhe uma ajuda dentro da lei". Ele diz ter doado também à campanha de Tancredo ao Senado em 1978.

Dornelles diz que, em 1982, recorreram a Maluf após o tio relatar uma situação financeira "caótica".

Neto do presidente, o senador eleito Aécio Neves (PSDB-MG) minimizou o caso à Folha: "Não sei se a empresa do Maluf deu alguma coisa, mas nada que tenha sido significativo". A Justiça Eleitoral afirma não guardar os registros da época.

Tendler, que dirigiu cinebiografias dos presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart, diz não ter decidido se o episódio da doação deve entrar na versão final. Nega razões políticas para o eventual corte, mas alega que o filme está longo demais.

Para ele, Maluf fez a doação a fim de derrotar o adversário de Tancredo na disputa estadual em Minas em 1982, Eliseu Resende, do mesmo partido de Maluf, o PDS. Resende era apoiado por Mário Andreazza, rival de Maluf na disputa pela sucessão ao presidente João Figueiredo.

"HAGIOGRAFIA"

A doação simboliza as fronteiras ideológicas difusas da política brasileira e o perfil de Tancredo, cuja extrema moderação lhe dava trânsito junto a todas as tendências. Em tom "hagiográfico", o filme retrata sempre de forma positiva o estilo conciliador de Tancredo.

A Folha apurou que houve autocensura na equipe de Tendler, para não incomodar a família Neves, evitando destaque a pontos polêmicos, como a costura de Tancredo junto ao regime militar para viabilizar sua candidatura indireta em plena campanha das Diretas-Já.

A produtora Lara Velho diz que Aécio "acompanhou muito proximamente" o filme e deu aprovação final, sempre com liberdade. O tucano nega interferências.

ANIVERSÁRIO

A ideia do filme veio em 2008, quando Aécio era pré-candidato à Presidência. O plano era exibir o documentário em 21 de abril, no aniversário da morte de Tancredo. Caso tivesse se candidatado ao Planalto neste ano, Aécio estaria em pré-campanha nesse momento.

Aécio afirma que a decisão de não lançar o filme em ano eleitoral foi dele. "Seria visto como fazer como o Lula fez. Acho que macularia, mancharia", disse, em alusão a "Lula, o Filho do Brasil", de Fábio Barreto, de 2010.

O diretor nega que o documentário tenha intenções políticas. "Se o Aécio poderia ser candidato ou se usaria a biografia do avô como trampolim, não me passa pela cabeça. Meu problema é fazer um filme histórico."

O documentário, que também tem a produção da Intervídeo, de Roberto D'Avila, foi patrocinado pela EBX de Eike Batista e pela fabricante de cigarros Souza Cruz.

BOI, BALA E BÍBLIA

Em MS, agro, segurança e evangélicos divergem sobre voo de Flávio Bolsonaro

Setores que deram sustentação ao ex-presidente Bolsonaro no Estado agora destoam da pré-candidatura do filho dele

16/12/2025 08h20

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não é um consenso entre os três grupos bolsonaristas do Estado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não é um consenso entre os três grupos bolsonaristas do Estado Carlos Moura/Agência Senado

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A pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República está provocando divergência entre representantes do agronegócio, da segurança pública e dos evangélicos em Mato Grosso do Sul, justamente os setores que deram sustentação ao governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).

No caso do Estado, os representantes desses três grupos destoam sobre a capacidade eleitoral do filho de Bolsonaro para impedir a reeleição do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente na comparação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é apontado como o nome mais forte da direita para concorrer à Presidência em 2026.

O deputado estadual Antonio Vaz (Republicanos), um dos representantes dos evangélicos em Mato Grosso do Sul, disse ao Correio do Estado que o nome do governador Tarcísio de Freitas “é mais leve, equilibrado e competente”. “Além disso, ele governa o maior estado do Brasil em número de habitantes, onde tem feito um grande trabalho, sendo bem mais preparado do que o senador Flávio Bolsonaro”, ressaltou.

Para o parlamentar, a maior parte dos evangélicos sul-mato-grossenses que apoia o nome do ex-presidente Bolsonaro está dividida entre o filho dele e o nome de Tarcísio. “No entanto, olhando no geral, o nome do governador de São Paulo ganha longe”, assegurou.

Já o vereador Herculano Borges (Republicanos), que também é uma das lideranças dos evangélicos no Estado, comentou que, caso Flávio Bolsonaro consiga construir alianças sólidas com lideranças evangélicas influentes e demonstre compromisso firme com as pautas conservadoras que o segmento valoriza, é muito provável que alcance uma ampla adesão de apoio.

“Porém, tanto o filho do ex-presidente quanto o governador Tarcísio de Freitas têm suas qualidades e estão aptos para o cargo de presidente do Brasil. Na minha opinião, mais importante do que defender o nome de um ou do outro é que estejam juntos para um propósito maior, que é o de não dividir a direita”, argumentou.

SEGURANÇA PÚBLICA

O deputado estadual Coronel David (PL), que faz parte da bancada da segurança pública, disse que tem acompanhado algumas publicações da grande imprensa nacional que tentam criar a narrativa de que integrantes das bancadas de segurança pública, evangélica e do agronegócio estariam contra o nome de Flávio Bolsonaro a presidente. “É preciso colocar as coisas no devido lugar”, declarou.

Na opinião dele, essas manifestações não representam a maioria. “A ampla maioria desses parlamentares, assim como milhões de brasileiros, queria Jair Bolsonaro como candidato. O que existe hoje é uma realidade imposta por uma perseguição política implacável, que o impede, neste momento, de disputar a eleição”, detalhou.

Diante desse cenário, conforme o parlamentar, Flávio Bolsonaro surge como o nome mais preparado para dar continuidade ao projeto do pai.

“O senador representa o legado do presidente Jair Bolsonaro, conhece profundamente as pautas da segurança pública, da liberdade religiosa e do setor produtivo, tendo plena capacidade de liderar esse campo político”, assegurou.

Coronel David reforçou o apoio à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência da República. O vereador André Salineiro (PL), que é policial federal, reconhece que dentro da segurança pública há várias opiniões diferentes sobre a questão.

“Na minha opinião, muitas coisas ainda estão por vir até março do próximo ano, que é quando se abre a janela partidária e as chapas tendem a se definir. Não tenho nada contra os nomes de Flávio Bolsonaro e de Tarcísio de Freitas, sendo ambos fortes para representar a direita em 2026”, afirmou.

AGRONEGÓCIO

Nomes do setor afirmam que Flávio é visto como figura lateral, sem atuação consistente em agendas consideradas prioritárias pelo agronegócio, como crédito rural, regularização fundiária e abertura de mercados, enquanto Tarcísio tem serviços prestados na área.

Quando foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, foi responsável por apresentar o Plano Nacional de Logística à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, independentemente de quem seja o pré-candidato a presidente da República da direita, Flávio Bolsonaro ou Tarcísio de Freitas, o importante é a união do grupo.

“Em 2026, é preciso que a direita esteja unida. Para o agro do Estado, qualquer um dos dois seria um bom nome, o que mais me preocupa é não termos uma frente ampla de direita, seja quem for o candidato”, finalizou.

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Política

Rio terá ponto facultativo na quarta em dia com finais envolvendo Flamengo e Vasco, diz Paes

Prefeito disse que os servidores municipais terão ponto facultativo nesta quarta-feira, a partir do meio-dia. A decisão tem uma relação direta com os dois times cariocas

15/12/2025 23h00

Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro

Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro Foto: Tiago Ribeiro / Agif

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O prefeito do Rio, Eduardo Paes, deu uma boa notícia para os torcedores de Flamengo e Vasco. Ele anunciou em seu perfil no X, que os servidores municipais terão ponto facultativo nesta quarta-feira, a partir do meio-dia. A decisão tem uma relação direta com os dois times cariocas.

Campeão da Libertadores, o rubro-negro entra em campo às 14h, em Doha, no Catar, para disputar o troféu da Copa Intercontinental em jogo único contra o Paris Saint-Germain, vencedor da Champions League. O confronto acontece no estádio Ahmad Bin Ali.

Já o Vasco inicia a briga pelo título da Copa do Brasil pelo compromisso de ida das finais do torneio contra o Corinthians. O duelo está marcado para as 21h30, em São Paulo, na Neo Química Arena. O confronto de volta será no próximo domingo, às 18h30, no Maracanã.

"Ainda bem que o prefeito é vascaíno, e o governador Cláudio Castro (PL) é flamenguista! Então é isso: quarta-feira tem ponto facultativo a partir do meio-dia. Aproveitem, torçam bastante, mas com responsabilidade e respeito. Boa semana e bons jogos", diz o texto da postagem.

Maiores detalhes sobre o assunto vão ser publicados em um decreto nesta terça-feira no Diário Oficial do Município.

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