Deputados do PMDB assinaram um manifesto pedindo que a bancada seja representada com dois ministérios no governo de Dilma Rousseff (PT). O documento, apresentado pelo deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), diz que a legenda tem que ser consultada antes das definições dos novos nomes.
Quintão afirma que o PMDB não vai aceitar que os demais ministérios sejam "empurrados" para a sigla. "Eles precisam discutir e debater com a gente. Exigimos dois representantes no governo."
O PMDB na Câmara faz reunião nesta quarta-feira para discutir o assunto. "Tendo sido parceiro da presidente eleita e pelo seu tamanho e importância nessa Casa, devemos ser previamente consultados sobre qualquer representação tomada em nosso nome", diz o documento obtido pela Folha.
O texto --assinado já por cerca de trinta deputados, mas que ainda estava sendo distribuído para mais congressistas-- dá total apoio ao líder da bancada, Henrique Eduardo Alves (RN), e às articulações feitas por ele.
A bancada peemedebista mineira critica ainda o fato de o Estado não ter sido contemplado adequadamente pela presidente eleita. "A Dilma está engessada pelo Lula. Ela só faz o que ele manda. O Fernando Pimentel deve ficar com um ministério sem expressão. Além disso, ele é muito mais amigo da presidente, do que da nossa cota. Durante a campanha ela falava que era mineira, agora esqueceu totalmente da gente", disse Nilton Cardoso (PMDB-MG), deputado eleito.
Além da discussão de cargos, o partido deve definir na reunião de hoje a presença na Mesa Diretora da Casa. Alves disputa a presidência com o PT.
Mais cedo, o presidente da Câmara e vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB), havia confirmado que o partido reivindica cinco ministérios no governo. Depois da presidente ter oferecido quatro pastas à sigla, Temer disse acreditar que até a semana que vem o partido tenha 'resolvido essa matéria' com a presidente eleita.
Os peemedebistas dizem que os ministérios da cota da legenda não incluem os dois já confirmados ao partido, mas considerados da "cota pessoal" de Dilma: Saúde e Defesa.
Além de Sérgio Côrtes (Saúde) e Nelson Jobim (Defesa), Temer disse que as bancadas do PMDB na Câmara e no Senado vão indicar dois nomes, cada uma. O quinto ministério seria da "cota pessoal" de Temer, que trabalha nos bastidores pela indicação do deputado Moreira Franco (RJ).
"Não é que nós não consideremos a cota pessoal. O governo não considera essa cota pessoal como sendo do PMDB. Por isso que a conversa hoje, a disputa, gira em torno de quatro ou cinco ministérios. Essa é a tese. Seriam dois indicados pela Câmara e dois indicados pelo Senado. Se houver cota pessoal minha, eu indico um nome", afirmou.