Política

ELEIÇÕES 2024

Por falta de legenda, "Carlão" pode não conseguir ser reeleito vereador

Mesmo se conseguir uma votação expressiva em outubro, o atual presidente da Câmara Municipal pode ficar fora

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O calvário político do presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlos Augusto Borges (PSDB), o “Carlão”, parece que está longe do fim com o crescente risco de não conseguir nem mesmo ser reeleito no pleito do próximo dia 6 de outubro deste ano.


Na acelerada dinâmica eleitoral, em apenas um ano, Carlão foi de cisne a patinho feio, saindo da cômoda posição de ser o nome certo do PSB como pré-candidato a prefeito da Capital para a incômoda situação de não estar mais nem nos planos do PSDB para ocupar a vaga de pré-candidato a vice-prefeito.

Agora, após ser preterido pelo próprio PSB, que optou por apoiar a pré-candidatura tucana à prefeitura de Campo Grande, o “orgulhoso” presidente da Casa de Leis municipal acompanha apreensivo a chegada cada vez mais assustadora da sombra da derrota nas urnas para o cargo de vereador.

Isso porque as projeções para a próxima legislatura da Câmara Municipal da Capital dão como certa que as eleições municipais deste ano devem repetir o que aconteceu nos pleitos de 2016 e 2020, quando a renovação da Casa de Leis foi em torno de 50%.

Ou seja, dos atuais 29 vereadores, devem retornar para a 12ª Legislatura, em 2025, entre 13 e 16 vereadores, lembrando que nas últimas duas eleições municipais os eleitores não votaram nos vereadores, votaram no partido, ou seja, tivemos voto de legenda.

Portanto, para fazer um vereador em Campo Grande nas eleições municipais deste ano, a legenda terá de fazer em torno de 15,5 mil a 16 mil votos, lembrando que ainda há uma outra sobra, a famosa soma “80-20”, isto é, se um partido atingir 80% da votação, for a maior sobra e o candidato mais votado fizer 20%, leva uma das vagas.

Já na quarta questão, temos a situação dos mais votados, que foi decidida na última resolução e na votação do Congresso Nacional e também na interpretação do Superior Tribunal Federal (STF). Por isso, a legenda para eleger um vereador terá de fazer, além dos 16 mil votos, da soma “80-20” e das sobras, o mais votado.

ENTENDA

Se pegar como exemplo um dos partidos que estão disputando as eleições municipais deste ano em Campo Grande, como o PSDB, que hoje tem sete vereadores, mais quatro pré-candidatos fortes, deve ficar, no máximo, com seis cadeiras, sendo duas de renovação, ou seja, dos sete, só quatro retornam.

O mesmo pode acontecer com o PP, que tem oito vereadores, mas, como é voto de legenda, um vai ter que fazer legenda para o outro. Em relação às chapas que temos visto até agora, têm algumas que vão ter dificuldade de fazer legenda.

É o caso, por exemplo, da Democracia Cristã, que tem uma chapa de pequenos vereadores. Outro partido que deve ter dificuldade de fazer legenda é o PRD, do ex-senador Delcídio do Amaral. 

Porém, o que mais chama atenção é o PSB, de Carlão, que na eleição para deputado estadual não fez legenda nem na soma “80-20” e Paulo Duarte só entrou porque cassaram o mandato de Rafael Tavares, obrigando o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) teve de fazer uma nova recontagem de votos.
Ainda na eleição de 2022, tivemos o exemplo do deputado estadual Lídio Lopes (sem partido), que na época estava no Patriota e acabou fazendo legenda somente através da soma “80-20”, que lhe garantiu a cadeira na Assembleia Legislativa, pois fez mais de 20% de votos, todavia o partido não atingiu o quociente eleitoral.

Nas eleições deste ano, Carlão corre o mesmo risco no PSB de não conseguir legenda para ser reeleito, já que foi o único eleito pelo partido no pleito de 2020, enquanto o Francisco Veterinário, que fez 4,2 mil votos, sendo 4º mais votado naquela eleição, perdeu a vaga para o atual presidente da Casa de Leis.

Por um outro lado, os pré-candidatos dentro do PSB estão cientes que vão estar fazendo legenda para o Carlão porque ele deve ter em torno de 5 mil votos, podendo até ter mais. Todavia, para fazer um vereador eleito, tem que fazer em torno de 16 mil votos ou a soma “80-20”. A probabilidade de o vereador fazer os 20% é grande, mas, está bem complicado para o PSB atingir os 80%, inviabilizando a reeleição de Carlão neste ano.

SUCESSIVAS DERROTAS

Nos últimos meses, o presidente Carlão tem acumulando sucessivas derrotas políticas. Se no início do ano passado, ele vendia a imagem de pré-candidato a prefeito da Capital pelo PSB, com o passar dos meses, acabou sendo preterido pelo partido, que optou por apoiar a pré-candidatura tucana à prefeitura.

Ele ainda teve frustrada a sua expectativa de se tornar vice da chapa do deputado federal Beto Pereira (PSDB) à prefeitura da Capital. E mais, Carlão tentou interferir no Plano Diretor e teve emendas (inseridas de última hora) vetadas pela prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e ainda saiu derrotado em uma rixa pessoal com seu novo colega de Casa, vereador Gian Sandim (PSDB). 

Além disso, com os últimos episódios protagonizados pelo parlamentar na Justiça Eleitoral e até na Justiça comum, a imagem do “orgulhoso” presidente da Câmara Municipal acabou manchada perante a população e até entre os colegas de Casa.

Conforme interlocutores do parlamentar ouvidos pelo Correio do Estado, o conselho é que ele se concentre em buscar a reeleição antes que o cenário político fique ainda mais desfavorável, com risco até de não conseguir viabilizá-la a tempo.

Fontes ouvidas pela reportagem revelaram que o fato de o horizonte eleitoral para 2025 projetar a eleição para a Casa de Leis de novas lideranças políticas – e até de figuras carimbadas, tais como o ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT) – enfraquecem de imediato o até então tranquilo “reinado” de Carlão à frente da Mesa Diretora.

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LEVANTAMENTO

Contas públicas em MS: cidades do interior exibem superávit milionário

Análise de dados dos balanços de 2024 e orçamentos de 2025 revela os municípios agrícolas estão com a gestão em dia

16/12/2025 15h34

O prefeito de Costa Rica, Cleverson Alves dos Santos (PP), atribui o resultado à disciplina fiscal

O prefeito de Costa Rica, Cleverson Alves dos Santos (PP), atribui o resultado à disciplina fiscal Divulgação

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O cenário das finanças públicas dos municípios do interior de Mato Grosso do Sul nos anos de 2024 e 2025 desenha um mapa positivo. Liderados pelo exemplo de eficiência de Costa Rica, essas cidades exibem caixas robustas e capacidade de investimento.
 
A reportagem analisou dados abertos, relatórios de gestão fiscal e leis orçamentárias dessas cidades e a conclusão é que o tamanho da arrecadação deixou de ser garantia de solvência: o segredo do sucesso está no controle rígido das despesas obrigatórias.
 
Na região norte do Estado, Costa Rica consolidou-se em 2025 como o principal case de sucesso administrativo de Mato Grosso do Sul. Com uma população de pouco menos de 30 mil habitantes, o município apresenta indicadores de solvência superiores aos da Capital.
 
Dados do movimento financeiro da tesouraria municipal, publicados em 9 de dezembro de 2025, confirmam que a cidade atingiu uma disponibilidade financeira total de R$ 44.061.054,25. O montante, que inclui todas as fontes e fundos municipais, blinda a cidade contra oscilações econômicas e garante a execução de obras sem depender exclusivamente de repasses estaduais ou federais.
 
O prefeito Cleverson Alves dos Santos (PP) atribui o resultado à disciplina fiscal. "Todas as nossas despesas obrigatórias serão quitadas", assegurou o gestor, confirmando não apenas o pagamento em dia, mas a concessão de um abono de natal e final de ano: R$ 1 mil para servidores gerais e valores entre R$ 1 mil e R$ 2 mil para servidores da Educação.
 
O diferencial competitivo de Costa Rica está na estrutura de seus gastos. O município iniciou o ano comprometendo apenas 31,87% com a folha. Essa "gordura" fiscal permitiu que o município aprovasse um orçamento recorde de R$ 262 milhões em 2025, garantindo investimentos de 27% da receita em Saúde, quase o dobro do mínimo constitucional exigido.
 
Além de garantir o pagamento dos servidores ativos até o dia 22 de dezembro, a prefeitura programou as férias de 90% do funcionalismo para janeiro, otimizando a máquina pública durante o recesso escolar e administrativo.
 
Embora Costa Rica lidere os indicadores proporcionais, outros municípios também conseguiram descolar-se da crise. Três Lagoas, impulsionada pela indústria da celulose, teve um orçamento bilionário de R$ 1,4 bilhão para 2025 e mantém índices elevados de investimento em infraestrutura.
 
O município aplicou no segundo quadrimestre de 2025 o dobro do mínimo exigido pela Constituição em Saúde, enquanto a lei obriga 15%, o município investiu 30,79% de suas receitas de impostos na área, somando mais de R$ 296 milhões empenhados. Na educação, o investimento também superou o piso, atingindo 26,93%.
 
Fenômeno similar ocorre em Maracaju. Impulsionada pela soja, a prefeitura destinou 25,67% de recursos próprios para a Saúde até agosto de 2025, um aporte de R$ 32,3 milhões que garante serviços exclusivos no interior sem depender integralmente de repasses estaduais. 
 
A solidez fiscal permitiu à Câmara de Maracaju aprovar uma suplementação de 35% no orçamento de 2025, dando "carta branca" para o Executivo remanejar recursos e acelerar obras.
 
Na fronteira, a realidade impõe cautela. Ponta Porã enfrenta uma frustração de receitas severa: a arrecadação até agosto de 2025 foi de R$ 417 milhões, menos da metade da previsão anual de R$ 900 milhões. 
 
A quebra de arrecadação do ITBI e a estagnação econômica forçaram o município a projetar um orçamento mais enxuto para 2026, cortando R$ 100 milhões da previsão inicial. Ainda assim, a gestão optou por blindar os repasses constitucionais da Educação (projetado em 27%) e da Saúde.
 
Em Corumbá, a aplicação em saúde do orçamento atingiu 18,13%, pouco acima do piso de 15%. A rede de saúde de Corumbá enfrenta custos logísticos adicionais devido ao isolamento geográfico e à necessidade de transporte de pacientes (UTI aérea/fluvial). 
 
Na educação, a aplicação registrada até agosto foi de 24,89%. Embora tecnicamente abaixo dos 25% naquele momento do ano, é padrão na administração pública que os empenhos se acelerem no último quadrimestre para atingir a meta legal. O orçamento projetado no PPA 2026-2029 prevê R$ 1,5 bilhão somados para Saúde e Educação.
 

Pesquisa

Lula lidera cenários para 2026; Flávio é o mais bem posicionado na direita

Filho de Jair Bolsonaro apresenta intenção de votos maior que Tarcísio e Ratinho Jr. em um cenário de primeiro turno

16/12/2025 15h24

Lula pode enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026

Lula pode enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026 Fotomontagem/Agência Brasil e Agência Senado

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários de primeiro turno e venceria todos os adversários no segundo turno se as eleições fossem hoje, aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira, 16.

Este é o primeiro levantamento do instituto após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se lançar como pré-candidato à Presidência.

O filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi testado em todos os cenários de primeiro turno, já que vem dizendo que a única possibilidade de retirar sua candidatura é se seu pai for candidato. Bolsonaro está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília após ter sido condenado por tentativa de golpe de Estado.

Nos cenários espontâneos, Lula tem 20% das intenções de voto. Jair Bolsonaro tem 5% das intenções de voto. Flávio tem os mesmos 5%. Outros 65% se dizem indecisos.

A Quaest fez diferentes cenários eleitorais estimulados, dependendo de governadores de direita que podem se lançar candidatos à Presidência, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR). Em todos eles, Flávio fica em segundo lugar, atrás apenas de Lula.

No cenário com Ratinho Jr., Lula tem 39% das intenções de voto; Flávio tem 23%; Ratinho, 13%; Renan Santos (Missão), 2%; Aldo Rebelo (Democracia Cristã), 2%. Indecisos somam 5% e 16% dizem que votarão em branco, nulo ou não votarão.

No cenário com Tarcísio, o atual presidente tem 41%; Flávio mantém 23%; Tarcísio tem 10%. No cenário com Zema, o petista tem 39%; Flávio, 26%; o governador mineiro, 6%. No cenário com Caiado, Lula tem 39%; o senador, 27%; o governador goiano, 4%.

A Quaest também testou um cenário em que três dos governadores - Ratinho, Caiado e Zema - saiam candidatos. Apenas Tarcísio ficou de fora nessa projeção. A mesma divisão se mantém: Lula tem 37%; Flávio, 23%; Ratinho, 11%; Zema, 4%; Caiado, 3%.

Um último cenário inclui o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB). Neste caso, Lula teria 34% (o cenário com maior redução do seu porcentual); Flávio teria 21%; Ratinho, 12%; Ciro, 8%; Zema, 4%; Caiado, 2%; Santos, 1%; Rebelo, 1%.

Nas simulações de segundo turno, Lula tem de 10 a 12 pontos porcentuais de vantagem em relação aos adversários. A seguir, os cinco cenários:

  • - Lula 46% x 36% Flávio;
  • - Lula 45% x 35% Tarcísio;
  • - Lula 45% x 35% Ratinho;
  • - Lula 44% x 33% Caiado;
  • - Lula 45% x 33% Zema.


No caso de Flávio Bolsonaro, o instituto registrou um crescimento no porcentual do senador em relação a agosto, quando seu nome foi testado pela primeira vez. Naquela época, Flávio ainda não havia anunciado sua intenção de se candidatar como representante de seu pai. Em agosto, o filho mais velho do ex-presidente tinha 32% contra 48% do petista.

Ao mesmo tempo, Flávio aumentou sua rejeição nos últimos meses. Segundo a pesquisa de dezembro, 60% o conhecem e não votariam nele, enquanto 28% dizem que conhecem e votariam. Em agosto, 22% diziam que conheciam e votariam nele, enquanto 55% o conheciam e não votariam nele.

A escolha de Jair Bolsonaro pelo seu primogênito foi apontada por 54% dos entrevistados pela Quaest como um erro. Para 36%, foi um acerto. A maior parte dos entrevistados (61%) disse ter ficado sabendo do anúncio de Flávio Bolsonaro, enquanto 39% disseram não ter ouvido falar sobre o assunto.

Os pesquisadores perguntaram, então, quem deveria ser o escolhido de Bolsonaro para disputar a Presidência da República. A ex-primeira-dama Michelle foi a primeira colocada, com 19%. Tarcísio, o segundo, com 16%. Ratinho Jr. foi o terceiro, com 11%. Pablo Marçal, Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro, Ronaldo Caiado e Eduardo Leite ainda foram citados. Para 21%, no entanto, nenhum desses deveria ser o representante de Bolsonaro no pleito

Diante desse cenário, 61% disseram à Quaest que não votariam em Flávio de jeito nenhum. Apenas 13% disseram que votarão no senador, enquanto 23% afirmaram que podem votar no filho mais velho do ex-presidente.

O instituto Genial/Quaest ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 11 e 14 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.

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