Política

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Por unanimidade, STF mantém prisão de Domingos Brazão

Ele é acusado como mandante do assassinato de Marielle Franco em 2018

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Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta segunda-feira (18) manter a prisão do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, acusado de envolvimento como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

O entendimento foi formado no julgamento virtual no qual a defesa do acusado pretendia reverter a decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão de Domingos, cumprida em março deste ano. Brazão está preso na penitenciária federal em Porto Velho.

Além do relator, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino e Luiz Fux se manifestaram pela manutenção da prisão.

Ao manter o entendimento favorável à prisão, Moraes disse que sua decisão está fundamentada na jurisprudência do Supremo e nas suspeitas de interferência nas investigações do assassinato. Dessa forma, não cabe a substituição da prisão por medidas cautelares, como quer a defesa.

"A presença de elementos indicativos da ação do agravante para obstruir as investigações (fatos que estão sendo objeto de apuração autônoma, no Inq 4.967/RJ, de minha relatoria), também reforçam a necessidade da manutenção da sua prisão preventiva e impedem a sua substituição por medidas cautelares diversas da prisão", justificou Moraes.

Além de Domingos, o deputado federal Chiquinho Brazão, irmão de Domingos, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa também estão presos pelo suposto envolvimento no assassinato.

De acordo com a investigação realizada pela Polícia Federal, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que têm ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio.

Conforme a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso de realizar os disparos de arma de fogo contra a vereadora, os irmãos Brazão e Barbosa atuaram como os mandantes do crime.

Com informações de Agência Brasil 

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Política

Lei da Anistia deveria ser revista, diz relator da ONU

Bernard Duhaime encerrou, nesta segunda (7), visita ao Brasil

07/04/2025 13h00

Relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para Promoção da Verdade, Justiça, Reparação e Garantias de Não Repetição, Bernard Duhaime

Relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para Promoção da Verdade, Justiça, Reparação e Garantias de Não Repetição, Bernard Duhaime Foto: LOEY FELIPE/ UN PHOTO

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O relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para Promoção da Verdade, Justiça, Reparação e Garantias de Não Repetição, Bernard Duhaime, encerrou, nesta segunda-feira (7), visita de uma semana pelo Brasil. O enviado especial da ONU vai preparar um relatório sobre como o Estado brasileiro está lidando com os crimes cometidos durante a ditadura civil-militar de 1964 a 1985, que será apresentado em setembro ao Conselho de Direitos Humanos da organização.Relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para Promoção da Verdade, Justiça, Reparação e Garantias de Não Repetição, Bernard DuhaimeRelator da Organização das Nações Unidas (ONU) para Promoção da Verdade, Justiça, Reparação e Garantias de Não Repetição, Bernard Duhaime

Em entrevista à imprensa, hoje no Rio de Janeiro, Duhaime destacou alguns pontos que geram preocupação, como a aplicação da Lei da Anistia (Lei 6.638/79). O relator destacou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2010, de considerar que as violações de direitos humanos, cometidas por agentes de Estado, eram passíveis de anistia, “abriu as portas para a impunidade”.

“Há vários problemas em relação à compatibilidade da Lei de Anistia com a legislação internacional de direitos humanos. Então, acho que, em 2025, seria importante revisitar esse assunto para garantir que a lei esteja de acordo com a lei internacional de direitos humanos”, afirmou.

Segundo ele, apesar de ser positiva, por exemplo, a restituição dos direitos políticos às pessoas que foram detidas e cassadas pela ditadura, “a decisão de 2010, do Supremo Tribunal Federal, de incluir o perdão a violações de direitos humanos atribuídas a agentes do Estado” permitiu que eles não fossem punidos.

“A ausência de consequências legais para abusos passados reforçou uma cultura de impunidade e estabeleceu condições para repetição, ao permitir que a retórica e a prática autoritária ressurgissem no discurso político como evidência, em janeiro de 2023, de suposta tentativa de golpe”, afirmou Duhaime.

Ele disse ainda que continuará acompanhando atentamente os desdobramentos relacionados ao julgamento de pessoas acusadas e processadas por tentativa de golpe de Estado no Brasil, em 2022 e no início de 2023.

Violações

O relator destacou a continuidade de práticas de violações de direitos humanos nos dias de hoje, mesmo 40 anos depois do fim da ditadura, como os abusos policiais e execuções extrajudiciais pela polícia.

“Durante a minha visita, ouvi testemunhos de variados setores sociais sobre a persistência da violência estatal, nas mãos da polícia e das Forças Armadas. Execuções sumárias, tortura e detenções arbitrárias continuam a permear a sociedade brasileira em índices alarmantes, afetando particularmente povos indígenas, camponeses e pessoas de descendência africana. A responsabilização por tais crimes raramente é feita, o que encoraja e perpetua ainda mais essas práticas”.

Segundo ele, as violações cometidas por agentes do Estado contra pessoas não são prevenidas e nem levadas à Justiça.

“A reforma de instituições envolvidas em violações de direitos humanos durante a ditadura é um princípio crucial da transição judicial, que visa a prevenir a recorrência da violência. No entanto, tais processos não foram o foco do processo de transição do Brasil”, disse o relator da ONU.

Duhaime se mostrou preocupado também com a falta de iniciativas de preservação da memória de alguns locais relacionados a violações de direitos humanos durante a ditadura, como os prédios do DOI-Codi, em São Paulo, do Dops, no Rio de Janeiro, e da Casa da Morte, em Petrópolis.

“Eu endosso totalmente as demandas da sociedade civil para que essas instalações sejam preservadas e estabelecidas como locais de memória, sob a jurisdição das autoridades civis”, afirmou o relator, completando que também geram preocupações “o ato de negacionismo de violações passadas e a glorificação da ditadura” por alguns setores da sociedade.

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MANIFESTAÇÃO

Única de MS a discursar na Paulista, vice-prefeita de Dourados diz que a democracia virou ré do STF

Gianni Nogueira é pré-candidata ao Senado Federal pelo PL de Mato Grosso do Sul, lançada pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro

07/04/2025 12h00

O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro e a vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira, ambos do PL

O ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro e a vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira, ambos do PL Divulgação

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Única política com mandato de Mato Grosso do Sul convidada pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) para discursar na manifestação pela anistia dos presos do 8 de janeiro de 2023 realizada Avenida Paulista ontem (6), a vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira (PL-MS), disse que a democracia brasileira também virou ré do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ela se referiu à decisão da Corte de aceitar a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e mais sete aliado por tentativa de golpe de Estado em 2022. “O presidente Bolsonaro é tão perseguido porque ele teve a ousadia de dizer não à corrupção. O movimento aqui hoje é pela anistia, pela liberdade das pessoas de bem e é, por isso, que nós estamos aqui gritando por anistia”, declarou.

Gianni Nogueira lembrou da prisão de Débora Rodrigues, a manicure que foi condenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a 14 anos de prisão por ter pichado com batom vermelho a estátua da Justiça em frente ao prédio do Supremo com a frase “Perdeu, mané!”, dita pelo ministro Luís Roberto Barroso, também do STF, quando Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Eu quero dizer para o Brasil que a democracia também virou ré, a liberdade também virou ré e o povo brasileiro também virou réu das injustiças. É por isso que nós estamos aqui, gritando por anistia humanitária para curar e pacificar a nossa nação”, discursou a vice-prefeita.

Para concluir, ela comparou Bolsonaro ao Profeta Daniel, que, pela Bíblica Sagrada, ficou preso em uma cova cheia de leões e não foi devorado. “E, para terminar, eu quero falar para o presidente Bolsonaro que o Profeta Daniel foi um homem que não se contaminou e, por não ter se contaminado, Deus fechou a boca dos leões”, falou.

Gianni Nogueira prosseguiu no seu discurso, dizendo que o ex-presidente Bolsonaro “é tão perseguido porque ele teve a ousadia de dizer não para a corrupção”. “Ele teve a ousadia de dizer não para a mentira. O nosso presidente Bolsonaro é o nosso Profeta Daniel dos dias de hoje. E eu creio e profetizo que as bocas dos leões serão fechadas e o Brasil viverá um tempo de grande livramento do grande Deus”, concluiu.

A vice-prefeita de Dourados, que também é presidente do PL Mulher de Dourados, foi indicada pelo próprio Bolsonaro como a pré-candidata dele ao Senado Federal pelo PL nas eleições gerais do próximo ano em Mato Grosso do Sul. 

O evento em favor da anistia dos presos do 8 de janeiro de 2023 foi realizado na Avenida Paulista, no centro empresarial de São Paulo (SP), na tarde de ontem, reunindo vários políticos de Mato Grosso do Sul e demais estados.

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