Política

Sul-mato-grossense

Prestigiada por Lula, Simone Tebet tem nome cotado para três ministérios

Total de ministérios pode chegar a 34, e senadora aparece como favorita para Agricultura, Educação e Desenvolvimento Social

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De forte rejeição por parte dos colegas de MDB em Mato Grosso do Sul e desconfiança dos próprios correligionários em nível nacional à candidata da legenda para a Presidência da República e uma das principais integrantes da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Esse é o resumo do que aconteceu com a trajetória política da senadora Simone Tebet (MDB-MS) ao longo deste ano, que saiu derrotada das urnas para ter o nome cotado para assumir os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Educação e do Desenvolvimento Social (atual Ministério da Cidadania).

Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o prestígio junto ao presidente eleito Lula rendeu à senadora sul-mato-grossense o direito de ser lembrada para ocupar as três importantes Pastas na sua gestão, que se iniciará no dia 1º de janeiro de 2023.

O fato de ficar na 4ª colocação no 1º turno da eleição presidencial e manifestar apoio a Lula no 2º turno são os principais motivos para ter sido escolhida como uma das coordenadoras da transição no setor de desenvolvimento social e ter o nome ventilado nesses três ministérios.

À reportagem do jornal Correio do Estado, Simone Tebet informou, pelo WhatsApp, que não está tratando sobre esse assunto com ninguém.

“Ainda não falei com o presidente eleito Lula sobre essa possibilidade de ser ministra no seu governo”, afirmou, deixando claro que seu foco neste momento está voltado para o trabalho realizado na comissão de transição.

Questionada sobre o fato de que se sentia prestigiada por ter o nome ventilado para ocupar três ministérios, a senadora reforçou que sua decisão de apoiar Lula no 2º turno foi em defesa da democracia.

“Minha decisão foi em defesa da democracia, contra retrocessos de um governo negacionista e extremista. Não tem sentido fazer o que é certo buscando recompensa. Estou em paz. Isso me basta”, declarou.

Conforme pessoas próximas a Simone Tebet ouvidas pela reportagem, ela sabe que não é aconselhável contar com um possível ministério e o melhor a fazer é continuar atuando na comissão de transição, fazendo o que foi pautada para fazer, sendo prudente e sem esperar ser recompensada com algum cargo no futuro.

Algo bem parecido do que a parlamentar declarou na quinta-feira (1º/12), durante entrevista da equipe de transição da área de desenvolvimento social e combate à fome.

Ela afirmou que não está trabalhando na equipe de transição de olho em um ministério e que se apresentou de forma voluntária, em que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) a considerou capacitada para atuar em qualquer área e pediu que escolhesse o grupo de trabalho.

Para pessoas mais próximas, a senadora confidenciou que prefere atuar na área do desenvolvimento social.

O que também agrada ao comando nacional do MDB, pois o partido não esconde de ninguém o desejo de controlar o Auxílio Brasil, que deve voltar a ser chamado de Bolsa Família.

Trata-se de um dos programas da União mais cobiçados pelos partidos, afinal tem uma linha direta com mais de 2,2 milhões de famílias beneficiadas, que totalizam 20,2 milhões de pessoas em todo o País.

Outros nomes

Com a equipe de transição formada e já atuando em Brasília (DF), os outros nomes cotados para os principais ministérios do governo Lula da Silva (PT) passaram a ocupar espaço de destaque no debate político.

A expectativa é de que sejam criados ou desmembrados até 11 ministérios, elevando o número total de Pastas dos atuais 23 para até 34.

Assim, nomes já conhecidos da política brasileira – como Henrique Meirelles e Marina Silva – figuram ao lado de novatos no ambiente político, como Flora e Bela Gil, cotadas para assumir o posto anteriormente ocupado pelo marido e pai, Gilberto Gil, à frente da Cultura.

Após a confirmação de equipes técnicas do governo de transição divididas em 31 setores, também tem sido levantada a hipótese de que esse desenho seja reproduzido na montagem da Esplanada dos Ministérios. Por enquanto, nenhum nome ou Pasta foi confirmado oficialmente.

Até agora, existe a perspectiva de que três ministérios do governo Jair Bolsonaro (PL) sejam desmembrados em nove novos gabinetes.

O Ministério da Economia dará lugar aos ministérios da Fazenda, do Planejamento e do Comércio Exterior; o Ministério da Justiça e Segurança Pública abrirá espaço para as Pastas da Justiça, da Segurança Pública e dos Povos Originários; e o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos dará origem aos ministérios dos Direitos Humanos, da Mulher e da Igualdade Racial.

Também devem ser recriados os ministérios da Cultura e da Pesca, atualmente reduzidos a secretarias.

Na Fazenda, os nomes mais cotados são os de Fernando Haddad, que é ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Alexandre Padilha, que é médico, deputado federal pelo PT de São Paulo e foi ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff (PT), Rui Costa, que é economista e está no segundo mandato como governador da Bahia, e Wellington Dias, que foi governador do Piauí por quatro mandatos, além de vereador em Teresina, deputado estadual, deputado federal e acaba de ser eleito senador pelo PT piauiense.

Além disso, ainda tem os nomes de Henrique Meirelles, que é economista e político, tendo sido ministro da Fazenda do governo Temer, ex-presidente do Banco Central no governo Lula e ex-secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo.

Bem como o próprio Geraldo Alckmin, que é ex-governador de São Paulo, ex-deputado e ex-prefeito de Pindamonhangaba, médico e foi eleito vice-presidente do governo Lula em 2022 após migrar do PSDB para o PSB, e Pérsio Arida, que é formulador do Plano Real e ex-presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Os demais nomes são Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), Ricardo Lewandowski (Justiça), Marco Aurélio Carvalho (Justiça), Silvio Almeida (Justiça), Pierpaolo Bottini (Justiça), Sérgio Renault (Justiça), Marcelo Freixo (Segurança Pública), Sônia Guajajara (Povos Originários), Célia Xakriabpa (Povos Originários), Beto Marubo (Povos Originários), Neri Geller (Agricultura), Carlos Fávaro (Agricultura), Ludhmila Hajjar (Saúde), Roberto Kalil Filho (Saúde), Alexandre Padilha (Saúde), Izolda Cela (Educação), Marina Silva (Meio Ambiente), João Paulo Capobianco (Meio Ambiente) e Randolfe Rodrigues (Meio Ambiente).

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TROCA DE COMANDO

Secretária de Fazenda pode não voltar ao cargo após licença

O Correio do Estado apurou que o futuro da titular da Sefaz será a exoneração e o substituto deve sair da própria equipe

15/12/2025 08h00

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022 Marcelo Victor

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À frente das finanças da Prefeitura de Campo Grande desde abril de 2022, a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, não vai mais retornar ao cargo depois da prorrogação da licença médica por estresse e ansiedade iniciada em 20 de novembro deste ano e com previsão de encerrar no dia 8 de janeiro de 2026.

O Correio do Estado obteve a informação com exclusividade por meio de fontes do alto escalão da administração municipal de Campo Grande, que ainda explicaram que a prefeita Adriane Lopes (PP) teria sido comunicada da impossibilidade de a titular da Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz) reassumir as funções por conta de suas condições mentais.

Diante disso, a chefe do Executivo da Capital já teria determinado a procura por um substituto e, por enquanto, a tendência é de que o atual secretário-adjunto da Sefaz, Isaac José de Araújo, seja elevado a titular da Pasta por fazer parte da equipe técnica que foi montada por Márcia Hokama, considerada muito competente por Adriane Lopes.

A reportagem também foi informada de que a decisão da secretária de participar da corrida de rua de Bonito, realizada no dia 6, durante o afastamento por questões de saúde e o fato ter ganhado repercussão na mídia municipal teria pesado para que a continuidade dela no cargo após o fim da licença médica ficasse insustentável.

Márcia Hokama chegou a ser fotografada ao concluir um percurso de 10 km e conquistar o 23º lugar na categoria (competidores com idade entre 50 e 59 anos), e a imagem dela sendo publicada pelos principais órgãos de imprensa “pegou” muito mal até mesmo a imagem da prefeita, que é uma grande defensora do trabalho da secretária.

Porém, como a mulher de César não basta ser honesta, ela também precisa parecer honesta, a corrida foi a gota d’água para fim dos mais de três anos dela à frente das finanças municipais, período marcado por muito desgaste político e pressões decorrentes de crises no transporte coletivo urbano, na saúde e nas finanças, chegando a ser cobrança publicamente pela Câmara Municipal de Campo Grande.

O ponto alto desse desentendimento com os vereadores foi quando Márcia Hokama faltou à convocação para dar explicações sobre a crise, e, na época, ela já chegou a alegar problemas de saúde. Em novembro, a situação mental dela teria chegado no fundo do poço, obrigando o pedido de licença médica.

A partir da oficialização da concessão do afastamento, os boatos começaram dando conta de que ela não retornaria mais ao cargo, porém, a prefeita Adriane Lopes assegurava o retorno da titular da Sefaz após o fim da licença médica.

Entretanto, depois da divulgação da participação de Márcia Hokama da corrida de rua de Bonito a prorrogação da dispensa das funções foram decisivas para que a chefe do Executivo Municipal cedesse à pressão pela exoneração da secretária.

Procurada pelo Correio do Estado, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, não quis comentar até o fechamento desta edição. O espaço continuar aberto para a manifestação da chefe do Executivo Municipal.

*SAIBA

A trajetória de Márcia Hokama começou em abril de 2022, quando foi nomeada pela prefeita Adriane Lopes como titular da Secretária Municipal de Finanças (Sefin), ficando responsável pelas finanças do município de Campo Grande e deixando o cargo de secretária-adjunta, o qual ocupava desde 2021.

Em janeiro deste ano, a prefeita reconduziu Márcia Hokama ao cargo, mas com novo nome Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz). Portanto, ela já está na função de liderança na Sefin/Sefaz desde 2022.

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POLÍTICA

Em pedido de renúncia, Zambelli diz que segue viva e que Brasil continuará ouvindo sua voz

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

14/12/2025 22h00

Deputada federal Carla Zambelli

Deputada federal Carla Zambelli Agência Câmara

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A agora ex-deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), usou o pedido de renúncia de seu mandato para elogiar a proteção recebida pela Câmara e para dizer que "segue viva" mesmo após deixar os quadros da Casa. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

"A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz", afirmou, na solicitação encaminhada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).

Zambelli também agradeceu as decisões da Câmara que mantiveram o mandato da deputada, antes de Supremo Tribunal Federal anulá-las e determinar a perda de mandato de Zambelli. "Esse ato da Câmara foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado", escreveu.

Leia a íntegra do comunicado:

RENÚNCIA AO MANDATO PARLAMENTAR

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DEPUTADO FEDERAL HUGO MOTTA

Excelentíssimo Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

Povo brasileiro,

Eu, Carla Zambelli Salgado de Oliveira, Deputada Federal eleita para a 57ª Legislatura (2023-2027), representante do Estado de São Paulo, legitimada por 946.244 votos nas eleições gerais de 2022, faço esta manifestação por intermédio de meus advogados constituídos, Dr. Fabio Pagnozzi e Dr. Pedro Pagnozzi, diante da impossibilidade de comparecer pessoalmente a esta Casa, em razão de encontrar-me privada de liberdade em território estrangeiro. Falo, portanto, não apenas como parlamentar, mas como voz de quase um milhão de brasileiros que confiaram em mim sua representação.

O que se registra neste ato não é apenas a renúncia a um mandato, mas um marco institucional. A Câmara dos Deputados exerceu integralmente sua competência constitucional, observando o procedimento previsto no artigo 55 da Constituição Federal, especialmente seus ?? 2º e 3º, que atribuem exclusivamente ao Poder Legislativo a deliberação sobre a perda de mandato parlamentar, mediante decisão do Plenário, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

No curso desse procedimento, foi elaborado relatório pelo Relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Deputado Diego Garcia, demonstrando, de forma técnica e fundamentada, que não existem provas jurídicas aptas a sustentar a perda do meu mandato, tampouco elementos que embasem qualquer condenação. Esse relatório trouxe à luz uma verdade elementar do Estado de Direito: não se cassa um mandato sem provas.

Essa compreensão foi confirmada pelo Plenário da Câmara dos Deputados, que, ao não deliberar pela cassação, afirmou que não havia fundamento jurídico legítimo para suprimir um mandato conferido por quase um milhão de brasileiros. Esse ato foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado.

A História constitucional ensina que os regimes livres somente subsistem quando cada Poder reconhece seus limites. Montesquieu advertia que "todo aquele que detém poder tende a abusar dele, indo até onde encontra limites". O registro aqui produzido reafirma que o Parlamento não é instância acessória, mas Poder constitucional autônomo, cuja competência não pode ser esvaziada sem grave risco ao Estado Democrático de Direito. Este episódio permanecerá como referência institucional para situações semelhantes, nas quais se discuta a preservação do mandato popular frente à expansão indevida do poder punitivo estatal.

Posteriormente, deliberação do Supremo Tribunal Federal determinou a perda do mandato, afastando o resultado do procedimento conduzido por este Parlamento.

É diante desse quadro, e não por medo, fraqueza ou desistência, que comunico, de forma pública e solene, minha renúncia ao mandato parlamentar, para que fique registrado que um mandato legitimado por quase um milhão de votos foi interrompido apesar do reconhecimento formal, por esta Casa, da inexistência de provas para sua cassação.

Este gesto não é rendição. É registro histórico. É a afirmação de que mandatos passam; princípios permanecem. A democracia não se resume às urnas; ela vive no respeito às instituições e na coragem de registrar a verdade.

Dirijo-me, por fim, ao povo brasileiro. Aos meus eleitores, afirmo: a verdade foi dita, a história foi escrita e a consciência permanece livre. Ideias não se cassam. Convicções não se prendem. A vontade popular não se apaga.

A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz.

Que Deus abençoe o povo brasileiro, ilumine esta Nação e a conduza, sempre, pelo caminho do direito, da justiça e da liberdade.

Respeitosamente,

Carla Zambelli Salgado de Oliveira

Deputada Federal - Brasil

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