Política

DESDOBRAMENTO REGIONAL

Prisão de Roberto Jefferson enfraquece ainda mais o PTB em Mato Grosso do Sul

Partido não elegeu nenhum deputado federal e estadual no Estado e, atualmente, conta apenas com um prefeito nos seus quadros

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A detenção e indiciamento por quatro tentativas de homicídio do ex-deputado federal Roberto Jefferson, ex-presidente nacional do PTB, após resistir à prisão e atirar com fuzil e jogar duas granadas contra quatro agentes da Polícia Federal na tarde de domingo (23/10), em Comendador Levy Gasparian (RJ), pode ser a pá de cal que faltava para “sepultar” de vez a legenda em Mato Grosso do Sul.
 
Sem conseguir eleger nenhum deputado federal ou estadual nas eleições gerais deste ano e com apenas um prefeito em seus quadros no estado (Juvenal Consolar, de Figueirão), a sigla, que já teve grandes nomes da política estadual, caminha a passos largos para perder totalmente a relevância em nível regional.

Em Campo Grande (MS), maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul, o PTB conta com apenas um representante na Câmara Municipal, o vereador William Maksoud, deixando às claras o enfraquecimento do partido.
 
No entanto, em conversa com o jornal Correio do Estado, o vereador William Maksoud, que é presidente municipal do PTB, não acredita que a prisão de Roberto Jefferson vá provocar o enfraquecimento da sigla em Mato Grosso do Sul.

“A respeito do episódio envolvendo Roberto Jefferson, enquanto membro do PTB e representante municipal do partido, advirto que as condutas praticadas pelo ex-deputado federal não representam a sigla, tampouco os princípios da legenda. Além disso, como cidadão e representante do povo, afirmo que qualquer ação violenta e antidemocrática merece repúdio”, declarou.
 
Apesar da opinião do presidente municipal, o “desmanche” do PTB não começou agora, mas, sim, em 2019, quando a legenda sofreu o seu primeiro grande baque.

O senador Nelsinho Trad deixou o partido para ingressar nas fileiras do PSD, enfraquecendo a bancada da legenda no Senado Federal.

No ano seguinte, foi a vez do vereador Otávio Trad, de Campo Grande, abandonar o barco para também ir para o PSD, enquanto em março deste ano o ex-presidente estadual da legenda, deputado estadual reeleito Neno Razuk, também decidiu migrar do PTB para ingressar no PL.

Falta de recursos

Porém, é o atual presidente do PTB em Mato Grosso do Sul, ex-senador Delcídio do Amaral, que melhor representa o triste definhamento do partido no Estado.

Pois, além de não conseguir se eleito como deputado federal no último pleito, enfrenta ainda a ira dos filiados da sigla que disputaram as últimas eleições pela legenda.
 
De acordo com fontes ouvidas pelo jornal Correio do Estado, os ex-candidatos que concorreram para deputado estadual e federal pelo partido chegaram a denunciar calote de até 50% do valor prometido para financiar as suas respectivas campanhas eleitorais.

O PTB não teria cumprido com o combinado, que era de repassar a verba em três parcelas, mas só duas foram pagas, totalizando 50% do prometido.
 
Além disso, conforme esses ex-candidatos, o presidente estadual do PBT teria “desaparecido” do mapa e não atendia mais as ligações deles. 

Mas, a legenda chegou a divulgar uma nota alegando que decisão publicada no Diário Oficial da União do dia 10 de setembro bloqueava recurso do partido.
 
Entretanto, o grupo de ex-candidatos afirma que tem em mãos documentos comprovando que a legenda recebeu o repasse do Diretório Nacional, sendo que o dinheiro estaria na conta do Diretório Estadual da sigla no dia 27 de setembro.

O PTB lançou nove candidatos a deputado federal, sendo um deles o próprio Delcídio do Amaral, mas nenhum foi eleito, enquanto para deputado estadual foram 25 nomes, que também não tiveram sucesso no pleito.

No entanto, conforme os dados inseridos no DivulgaCand, dispositivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que traz informações indicando quanto cada candidato arrecadou e gastou na campanha, não foi por falta de recursos financeiros que o ex-senador Delcídio do Amaral fracassou nas urnas.
 
Afinal, o presidente estadual do PTB recebeu R$ 1.362.900,00 do Diretório Nacional. 

Desse total R$ 1.356.900,00 do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), mais conhecido como “Fundão”.

Também contratou um total de R$ 794.162,10 em despesas, que foram todas pagas utilizando R$ 788.162,10 do “Fundão”, ou seja, 99,24%, sobrando R$ 568.737,90, que terá de ser devolvidos aos cofres da União.

Entenda a prisão

O ex-deputado federal Roberto Jefferson, aliado do presidente da República Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, foi preso e autuado por atacar com fuzil e granadas quatro agentes. 

Os oficiais foram a Comendador Levy Gasparian, no interior do RJ, no domingo (23), para cumprir um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
 
Na chegada dos agentes da PF, por volta das 11h (horário de Brasília), Roberto Jefferson jogou duas granadas e deu tiros de fuzil. Foram oito horas desrespeitando a ordem do STF até a rendição, às 19h.

O sistema do Exército aponta que a licença do ex-deputado Roberto Jefferson estava suspensa e que ele não poderia ter ou transportar armas fora de Brasília.
 
Por conta do descumprimento, o Exército abriu processo administrativo para apurar o caso e a Polícia Federal instaurou inquérito na esfera criminal. Roberto Jefferson está no presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.

Ele perdeu o direito à prisão domiciliar e teve de voltar à cadeia por ter desrespeitado as medidas cautelares impostas pelo STF.
 
O ex-deputado federal recebeu o benefício em janeiro deste ano, mediante o cumprimento de medidas como a proibição de usar redes sociais e dar entrevista sem autorização judicial.

Ele já tinha descumprido a medida em diversas ocasiões.

A última delas foi na sexta-feira (21) quando divulgou um vídeo nas redes sociais proferindo ofensas contra a ministra Cármen Lúcia, do STF, ao reclamar da decisão judicial tomada por ela.
 
Com o descumprimento reiterado da medida, o benefício foi revogado e a Justiça determinou que voltasse à prisão.

Com a resistência à prisão e o ataque aos policiais, uma nova decisão judicial determinou a sua prisão em flagrante, que pode ser feita a qualquer hora - ao contrário de quando não é em flagrante, que só pode ser feita durante o dia.

A reportagem do jornal Correio do Estado tentou falar por telefone com o ex-senador Delcídio do Amaral, mas ele informou que estava em trânsito e não poderia comentar o assunto.

 

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Biografia

Simone Tebet presenteia Lula com um exemplar de seu livro

O livro trata da história de vida de Simone em Mato Grosso do Sul, passeia por episódios emblemáticos da política, como a CPI da Covid e a disputa pela presidência, e é um convite para que as mulheres não se intimidem e sigam lutando

23/11/2024 13h30

Crédito: Ricardo Stuckert

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A Ministra do Planejamento, Simone Tebet, presenteou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o livro O Voo das Borboletas, no qual conta um pouco de sua infância e trajetória política.

Por meio do Instagram, Simone posou ao lado do presidente Lula, com quem, em 2022, após ficar em terceiro lugar na disputa pela presidência, compôs a frente ampla democrática para derrotar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

“Tive o prazer de entregar um exemplar do meu livro O Voo das Borboletas (Ed. Amarylis) ao presidente Lula. O livro é um convite à coragem, numa tentativa de inspirar mulheres a lutarem pelo que acreditam e a não desistirem de lutar diante dos obstáculos da vida. Nele, revelo minhas lutas, de vitórias e derrotas, recorrendo à metáfora do ciclo de vida das borboletas. É um convite à participação feminina nos espaços de transformação social e de poder”, escreveu Simone.

Trajetória

Antes de chegar à disputa das eleições de 2022, a obra de Simone Tebet percorre sua vida e compartilha com o leitor fotos de sua infância em Três Lagoas, além de momentos vivenciados em Mato Grosso do Sul.

Já no Senado, Tebet fala sobre violência política, contando episódios de violência política que sofreu, conta o fato de ter sido a primeira mulher a disputar a presidência do Senado Federal.

Aborda situações que lhe deram projeção nacional com a CPI da Covid, no período em que comandava a Bancada Feminina no Senado Federal.

Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a atuação do governo federal no enfrentamento à pandemia de Covid-19, a bancada feminina ficou marcada pela participação das senadoras, que não tiveram nenhum nome indicado pelos partidos para compor a comissão.

Com o transcorrer da CPI da Covid-19, Simone Tebet ganhou destaque no noticiário nacional, e sua popularidade garantiu-lhe a disputa nas eleições presidenciais de 2022, na qual obteve a terceira colocação, desbancando figurinhas carimbadas como Ciro Gomes (PDT).

 

Imagem Reprodução

O Voo das Borboletas

O desejo da ministra é que o livro inspire mulheres a atuar mais ativamente na vida política e em suas comunidades. O prefácio foi escrito pela ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.

O livro pode ser adquido por R$ 49,90 em sites como Amazon, Editora Martin Fontes, entre outros.

O lançamento com sessão de autógrafos tem data em São Paulo (25/11), Brasília (27/11) e Rio de Janeiro (02/12). A ministra deve vir a Mato Grosso do Sul para a promoção do livro, entretanto a data ainda não foi definida. 

 

Detalhes


Editora: ‎ Amarilys Editora; 1ª edição (25 novembro 2024)
Idioma: ‎ Português
Capa comum: ‎ 178 páginas

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ORDEM DOS ADVOGADOS

Bitto Pereira é reeleito presidente da OAB-MS com mais de 59% dos votos

O atual presidente da Ordem conquistou 5.005 votos, enquanto o concorrente, advogado Lucas Rosa, obteve 3.380 votos

23/11/2024 08h00

O advogado Bitto Pereira fez 5.005 votos e vai contiinuar à frente da OAB-MS por mais três aanos

O advogado Bitto Pereira fez 5.005 votos e vai contiinuar à frente da OAB-MS por mais três aanos Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Com 5.005 votos, o advogado Luiz Cláudio Alves Pereira, o Bitto Pereira, da chapa 22 (“Pelo Futuro da OAB”), foi reeleito presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB-MS) para o triênio 2025-2027.

Ele derrotou o advogado Lucas Costa da Rosa, da chapa 11 (“Renovação: OAB de Todos”), que obteve 3.380 votos. Ou seja, o atual presidente conseguiu mais de 59% dos 8.500 votos – foram 177 votos em branco e 220 nulos.

“Esse é o momento de externar a nossa gratidão a essa demonstração de confiança. Foi uma festa democrática e, felizmente, a maioria escolheu por um trabalho que nós realizamos não só na Capital, mas em todas as subseções da OAB-MS. Uma vitória histórica que nos deixa com muita alegria e com muito mais vontade de trabalhar”, declarou Bitto Pereira.

Ele ainda aproveitou para agradecer à advocacia.

“Em nome da chapa 22, a nossa gratidão por essa demonstração de força, pois tivemos uma vitória maiúscula, muito obrigado. Acho que o trabalho que nós fizemos visitando as subseções com a OAB Itinerante e com a Caravana das Prerrogativas mostrou que o presidente da OAB tem que ir onde a advocacia está”, ressaltou. 

O presidente reeleito completou que, ao obter 5.005, conseguiu uma vitória inédita e de uma maneira jamais feita na história da OAB-MS.

“O nosso resultado nas urnas é uma vitória maiúscula. Eu agradeço a Deus por ter trazido a gente até aqui com saúde. E um dia cheio de alegria, meu coração está transbordando de alegria”, assegurou.

Para finalizar, Bitto Pereira disse que uma marca do seu próximo mandato será o empreendedorismo na advocacia.

“Essa será a marca da próxima gestão da OAB-MS. Muito obrigado a todos vocês por participarem dessa festa democrática. Eu também gostaria de agradecer a toda a imprensa pelo papel importante que tem, levando as informações, também divulgando quais são as propostas dos candidatos”, destacou.

Ele ainda completou que a sua vitória resgatou aquele processo de escolha com base em propostas, com base em um debate que foi, tanto para a entidade quanto para a sociedade, aquilo que se espera de uma instituição do tamanho e da grandeza da OAB-MS.

“Eu penso que foi uma campanha tranquila, mas trouxemos muito da política comum para dentro da Ordem. Isso está se mostrando aqui no resultado, que não foi algo que a advocacia aceitou. Então, penso que a OAB tem que voltar a ser a instituição que sempre foi”, projetou.

O presidente reeleito também acrescentou que a OAB-MS tem problemas internos e externos que precisam ser resolvidos para que a advocacia possa dar voz à sociedade.

“É isso que nós temos que fazer, mas trazer a política comum para dentro da nossa instituição só causa uma fissura, que é muitas vezes é incompreendida pela nossa categoria e também pela sociedade”, analisou.

Já o ex-presidente da OAB-MS Mansour Elias Karmouche lembrou que a votação em Bitto Pereira foi a maior da história da Ordem.

“Ele teve a maior diferença. Inclusive, eu já estou achando ruim, porque bateu o meu recorde, que foi de 4.026 [votos] e quase 1.600 de frente, e o Bitto teve 5.005 votos e 1.612 de frente. Então, ele teve uma votação histórica para a OAB-MS. Eu falei: ‘Presidente, você ganhou com a maior votação da história e você ganhou com a maior diferença da história’, que acabou também de passar o meu recorde”, declarou.

FILA

Na Capital, uma fila gigantesca de advogados se formou logo nas primeiras horas de votação na sede da OAB-MS, onde pelo menos 150 pessoas aguardavam a vez para votar. Cada pessoa demorou, em média, 40 minutos na fila para conseguir concluir a votação.

Advogada e especialista em Direito da Família, Karina Koschnski foi uma das primeiras a chegar no local para votar.

“Assim como na política partidária, temos que escolher o nosso representante, que vai representar a nossa classe. A junção da classe é muito importante para conquistar o que precisamos. Estou confiante que meu candidato vai ganhar, porque foi uma campanha muito bonita. E hoje, se Deus quiser, o resultado virá”, pontuou a profissional.

Já a advogada especialista na área criminal Allyne Romanos ressaltou a importância desse dia para os profissionais da advocacia sul-mato-grossense. 

“A importância das eleições para mim é escolher um candidato que esteja ali coordenado com os pensamentos que eu tenho, os meus anseios, as minhas dores enquanto advogada. Então, é importante a gente prestar atenção nas propostas, fazer a escolha correta, porque nós vamos ficar três anos com alguém em uma gestão que tem a capacidade de nos escutar e solucionar os nossos problemas”, ressaltou.

*Colaborou Naiara Camargo

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