Política

fundo do mercosul

Simone garante US$ 21,2 milhões para três municípios de Mato Grosso do Sul

A ministra disse que Amambai, Corumbá e Ponta Porã são os primeiros a receber recursos do Focem depois de pausa de 12 anos

Continue lendo...

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, anunciou a obtenção de US$ 21,2 milhões para os municípios sul-mato-grossenses de Amambai, Corumbá e Ponta Porã, oriundos do Mercado Comum do Sul (Mercosul), via Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem).

De acordo com a ministra sul-mato-grossense, após 12 anos sem a possibilidade de o Brasil obter recursos do Focem por diversas pendências, os três municípios do Estado serão os primeiros a receber o dinheiro para investimentos em projetos e obras de infraestrutura, sendo US$ 5,1 milhões para Amambai, US$ 9,1 milhões para Corumbá e US$ 7 milhões para Ponta Porã.

Ela explicou que a operação financeira para a liberação dos US$ 21,2 milhões será feita pelo Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), que é uma entidade financeira do Tratado da Bacia do Prata para apoiar técnica e financeiramente a realização de estudos, projetos, programas, obras e iniciativas que promovam o desenvolvimento harmônico e a integração física de Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.

“Há 12 anos, o Brasil não podia apresentar projetos para aprovação do Focem, por conta de dívidas passadas e que agora foram quitadas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Quitamos todas as dívidas para que os municípios de fronteira pudessem ter este financiamento e, em Mato Grosso do Sul, temos três projetos aprovados, graças ao trabalho de parceria entre governo federal e governo estadual”, declarou.

REGULARIZAÇÃO

Simone Tebet detalhou que o fato de o governo federal ter conseguido quitar todas as dívidas atrasadas com os organismos internacionais permitiu que o Brasil pudesse voltar a participar do fundo do Mercosul. 

“Eu costumo chamar o Focem de estratégico porque ele é para cidades fronteiriças e voltado para a questão da integração sul-americana. Entretanto, o mais importante é que esse recurso é a fundo perdido, ou seja, o município não tem de devolver”, argumentou.

A ministra assegurou ainda que, “como a operação financeira será feita via Fonplata, que é o verdadeiro banco da integração sul-americana, os recursos devem ser liberados de forma célere”. 

“Afinal, todos esses projetos são integrantes das rotas de integração sul-americana e, por isso, considerados prioritários para o Ministério do Planejamento e Orçamento”, revelou.

AMAMBAI

Ainda durante a entrevista ao Correio do Estado, Simone disse que, no caso do município de Amambai, os US$ 5,1 milhões serão investidos na construção do contorno rodoviário do município. 

“Esse contorno viário abrange a rodovia estadual MS-386, com início na saída para Ponta Porã, passando pela saída para Caarapó e por Tacuru, até chegar à rodovia estadual MS-156, de onde vai seguir até a saída de Juti, na rodovia estadual MS-289”, enumerou.

A ministra reforçou que o projeto impacta diretamente a logística de transporte da cidade, pois vai ampliar a mobilidade do transporte de carga, como também aliviar o fluxo do tráfego urbano. 

“Esse é um sonho antigo de Amambai mesmo. Desde a época do início do meu mandato como senadora, eles já falavam da necessidade desse contorno rodoviário para reduzir o risco de acidentes”, recordou, ressaltando que Amambai é uma cidade de porte médio muito importante para o Estado.

COFIEX

Como ministra de Estado, ela é coordenadora da Comissão de Financiamento Externo (Cofiex), que é umórgão colegiado, criado pelo Decreto nº 9.075, de 6 de junho de 2017, integrante da estrutura organizacional do Ministério do Planejamento e Orçamento, que tem por finalidade examinar e autorizar a preparação de programas e projetos do setor públicopor fontes externas da União, dos estados e dos municípios.

“Isso me permitiu divulgar para os municípios aqui da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai o Focem. Dos oito projetos que foram aprovados para este ano, três são aqui de Mato Grosso do Sul, enquanto o quarto, que é para os povos indígenas e terá um valor bem maior para o Brasil inteiro, o Estado também vai ser beneficiado para resolver o problema de água nas aldeias”, revelou. 

Simone adiantou ainda que a equipe do prefeito de Amambai, Sergio Barbosa (MDB), já está em contato com a equipe técnica do Focem, que é a mesma equipe técnica do Fonplata. 

“Assim que terminarem o projeto, que é rápido, o prefeito já vai poder licitar essa obra. Enfim, estamos levando investimentos para as regiões mais pobres do Brasil, que são normalmente as faixas de fronteira”, pontuou.

Para finalizar, a ministra lembrou que esteve no Chile no fim de semana, com os ministros de Economia e Obras do Chile, e, no fim deste mês, o presidente do Chile, Gabriel Boric Font, vai estar com o presidente Lula para tratar de questões bilaterais.

“Eu vou participar do evento, nos dias 22 e 23 de abril, quando a gente terá uma reunião bilateral com os ministros e empresários chilenos para tratar da Rota 4, que aqui chamamos de Rota Bioceânica e, lá, no Chile, é conhecida como Rota Capricórnio. O Chile tem o maior interesse em acelerar as obras dessa rota para poder inaugurá-la o mais rápido possível e, dessa forma, interligar os oceanos Atlântico e Pacífico”, relatou.

FOCEM

O Focem é o primeiro mecanismo solidário de financiamento próprio dos países do Mercosul e tem como objetivo reduzir as assimetrias do bloco. É integrado por contribuições dos estados-membros e destina-se a financiar projetos de melhoramento da infraestrutura, competitividade das empresas e desenvolvimento social nos países.

O Focem financia, ainda, projetos para o fortalecimento da estrutura institucional do Mercosul. Criado no fim de 2004 e operando desde 2006, o Focem se baseia em um sistema de contribuições e distribuição de recursos de forma inversa.

Além disso, ele supõe que os países do bloco com maior desenvolvimento econômico relativo realizam maiores contribuições e, por sua vez, os países com menor desenvolvimento econômico relativo recebem os maiores recursos para o financiamento de seus projetos. 

Os recursos são distribuídos em qualidade de doação não reembolsável, e o fundo começou com um total de contribuições que atingia US$ 100 milhões anuais.

Os projetos podem ser apresentados por qualquer um dos estados-membros do Mercosul, com base em suas necessidades nacionais ou interesses comuns (projetos multiestatais).

A análise, a aprovação e o acompanhamento dos projetos apresentados são realizados com base no Regulamento Focem (Dec. CMC nº 1/2010), cuja versão atual foi adaptada pelas Decisões CMC nº 35/2015 e nº 4/2018.

Dos 51 projetos aprovados e implementados até o momento, 37 já concluíram suas atividades e 14 estão em fase de execução. 

Destacam-se a realização de obras de saneamento, a reabilitação e construção de estradas, a instalação de redes elétricas e a instalação de estações de alta-tensão, a melhoria e ampliação das instalações escolares, a construção de habitações, a reabilitação de vias férreas, a construção e equipamento de laboratórios, a criação de uma rede de investigação científica, entre outros.

Assine o Correio do Estado

POLÍTICA

Proposta do Governo do Estado traz novas regras para servidores públicos e pode reestruturar Ageprev

O texto será analisado pela Comissão de Constituição, Redação e Justiça (CCJR) da Casa de Leis

11/04/2025 15h40

A AGEPREV passará por uma reestruturação

A AGEPREV passará por uma reestruturação FOTO: Governo de MS

Continue Lendo...

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul recebeu nesta semana, o projeto de lei nº 086/2025, do governador Eduardo Riedel (PSDB), que altera alguns dispositivos da legislação estadual, inclusive, alterando regras para os servidores públicos estaduais e ainda, reestruturando a AGEPREV - (Agência de Previdência Social do Estado).

Se aprovado, o projeto vai impactar diretamente os servidores públicos estaduais, atualizando regras sobre licenças, benefícios previdenciários e funcionamento da AGEPREV. Agora, antes de ir para a votação em plenário, o texto segue para a Comissão de Constituição, Redação e Justiça (CCJR) da Casa de Leis.

Conforme o texto, a AGEPREV passará por uma reestruturação, com um novo quadro de cargos em comissão, com a justificativa de atender melhor às suas atribuições. Além disso, a proposta também estabelece que, no prazo de um ano, a responsabilidade pelas perícias médicas em saúde será transferida gradativamente da AGEPREV para a Secretaria de Estado de Administração (SAD).

Também haverá mudanças para os servidores públicos, tendo em vista que o projeto pretende atualizar regras importantes sobre readaptação funcional, reversão de aposentadoria, licenças médicas e benefícios como auxílio-reclusão, salário-família e licença-maternidade.

Para a licença-maternidade, por exemplo, a legislação amplia o direito, incluindo agora as servidoras que enfrentarem o nascimento de natimorto. A licença será de 120 dias, prorrogáveis por mais 60, desde que a solicitação seja feita com antecedência. Além disso, foi criada uma licença de 30 dias para casos de aborto não criminoso, mediante comprovação médica.

No que se trata de aposentadoria por incapacidade permanente, a legislação determina que o servidor só terá direito ao benefício após passar por programa de readaptação e avaliação da perícia médica previdenciária do Estado. Essa aposentadoria poderá ser revista a cada dois anos para verificar se a condição de saúde do servidor permanece a mesma.

Por fim, a possível lei autoriza a contribuição do Estado para planos de saúde organizados pela categoria de servidores, com alíquotas de 4% ou 5,25% sobre o salário, dependendo do número de participantes no plano.

Conforme a justificativa do o Governo do Estado, presente no texto do PL, as alterações fazem parte de um esforço da gestão estadual para adequar a legislação estadual à reforma da Previdência aprovada em 2019 em nível federal, além de atualizar e organizar melhor os direitos dos servidores públicos de Mato Grosso do Sul.

Assine o Correio do Estado.

Eleições 2026

Com retorno das obras, nome de Miglioli se fortalece para disputar Senado pelo PP

Na legenda, o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos tem a concorrência dos deputados Gerson Claro e Dr. Luiz Ovando

11/04/2025 08h30

O secretário municipal Marcelo Miglioli é um dos nomes do PP para disputar uma vaga ao Senado

O secretário municipal Marcelo Miglioli é um dos nomes do PP para disputar uma vaga ao Senado Arquivo

Continue Lendo...

Com o início dos serviços de recuperação das ruas e avenidas de Campo Grande nesta semana e a viabilização de recursos para a retomada de grandes obras estruturantes para o município, o nome do secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ednei Marcelo Miglioli, ganhou força para disputar uma das duas vagas ao Senado pelo PP nas eleições gerais de 2026.

Titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), ele já tem concorrência interna do deputado federal Dr. Luiz Ovando e do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), Gerson Claro. Porém, por conta da proximidade com a senadora Tereza Cristina, presidente estadual do PP, estaria um pouco à frente dos dois colegas de legenda.

Além disso, diferentemente de Ovando e Claro, o secretário municipal, em razão do cargo, tem a possibilidade de estar mais próximo da população de Campo Grande, maior colégio eleitoral do Estado, mas por outro lado, não pode percorrer as cidades do interior.

Entretanto, Miglioli tem outro diferencial com relação aos dois, que é o fato de já ter disputado uma eleição para o Senado em 2018 sozinho e quase ter sido eleito. Agora, mais experiente, ele teria confidenciado a interlocutores que só sairá candidato no ano que vem se for a senador. Mesmo assim, se for com o aval de Tereza Cristina.

Inclusive, conforme apurado pelo Correio do Estado, o titular da Sisep teria dito à senadora que, na atual fase da vida em que se encontra, não tem interesse em disputar uma vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados, muito menos a cargo majoritário (prefeito ou governador).

Ele ainda teria reconhecido para a parlamentar que não tem musculatura para construir uma candidatura sozinho, como ocorreu em 2018, e só será candidato se for para disputar uma eleição com chance de vitória. Como o PP está fortalecido e, com a viabilização de uma federação com o União Brasil, ficará ainda mais forte, tornaria, no entendimento dele, ainda mais viável o projeto de concorrer ao Senado.

Caso se confirme a candidatura, de acordo com pessoas próximas, Miglioli pretende trabalhar o legado político construído desde o tempo em que ajudou na eleição de Reinaldo Azambuja ao cargo de governador e também o período em que ficou à frente da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog). 

No entendimento dele, conforme apurou a reportagem, com todos esses adjetivos, seria possível construir uma candidatura competitiva e ele estaria à disposição da senadora Tereza Cristina.

Como a parlamentar não abre mão de o PP ter um candidato ao Senado no ano que vem em Mato Grosso do Sul, o período até dezembro será decisivo para Miglioli consolidar seu nome e ser o escolhido pelo partido. 

De acordo com amigos próximos ao secretário, se até o fim do ano tudo correr bem no comando da Sisep e for “céu de brigadeiro” até lá, há chances de ele ser o escolhido por Tereza Cristina para disputar o cargo no ano que vem.

No entanto, outro ponto importante nessa equação é a definição da questão partidária, pois, sem saber para qual partido o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja vão, fica praticamente impossível fazer uma conjuntura.

Se Riedel for para o PP, tira do governador a prerrogativa de definir um candidato ao Senado, cabendo ao partido essa condição. Porém, caso não seja esse o cenário e ele vá para outra legenda, terá total posição para impor um candidato de sua escolha ao cargo de senador.

Contudo, como tudo está atrelado à agenda política nacional, será impossível tomar qualquer tipo de decisão, pois seria como dar um tiro no escuro, e a análise que está sendo feita é que ninguém tem certeza de nada. As lideranças políticas estaduais também estão perdidas, pois não sabem muito bem como vai ficar esse tabuleiro e, no momento, tudo é apenas hipótese.

Saiba

Nas eleições de 2026, serão duas vagas de senador em disputa, diferentemente do que ocorreu no pleito de 2022, quando o eleitor escolheu apenas um nome para o cargo. Isso ocorre porque o mandato dos senadores é de oito anos, mas as eleições para o Senado ocorrem de quatro em quatro anos. Assim, a cada eleição, a Casa renova, alternadamente, um terço e dois terços de suas 81 cadeiras.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).