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Nelsinho critica e Soraya diz que tarifaço foi "tiro no pé" de Trump

Senadores sul-mato-grossenses alegaram que taxações seguem na contramão da economia entre os dois países

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Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos) criticaram as tarifas comerciais impostas pelo governo estadunidense em relação ao Brasil, fato que a senadora classificou como um verdadeiro "tiro no pé" por parte de Donald Trump.

Para a senadora, a medida é uma manobra política e não técnica, enquanto Nelsinho, presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, disse que o momento pede  uma missão parlamentar ao Congresso dos Estados Unidos, prevista para o fim de julho, com o objetivo de abrir diálogo direto com senadores norte-americanos.

A proposta de Nelsinho foi aprovada nesta terça-feira (15) e passou a ser considerada uma resposta institucional do Senado Federal à nova tarifa de 50% imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos brasileiros.

O requerimento que formaliza a criação do grupo parlamentar segue agora para deliberação no Plenário do Senado. 

"Já convoquei uma reunião extraordinária da Comissão de Relações Exteriores nesta manhã. O requerimento será encaminhado ao Plenário e, uma vez aprovado, ganha legitimidade institucional. Continuaremos articulando com a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília a organização da missão parlamentar. Vários congressistas norte-americanos estão dispostos a conversar conosco, especialmente porque muitos estados que eles representam também serão prejudicados pelas tarifas", afirmou Nelsinho Trad.

Segundo o senador, o convite para ampliar o canal de interlocução entre os Parlamentos dos dois países partiu do encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, há cerca de três meses. No entanto, com o avanço das medidas protecionistas do governo norte-americano e a falta de diálogo político em alto nível, a proposta ganhou urgência.

"Essa crise mostrou que o comércio internacional não pode se tornar campo de batalha ideológica. É uma agenda de Estado. Precisamos construir pontes, não muros. O Brasil não pode se isolar", disse. 

"Tiro no pé"

Durante a reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta terça-feira (15), Soraya Thronicke disse que o “tarifaço”, anunciado pelo presidente norte-americano  pode causar prejuízos ao Brasil no curto prazo, mas também representa uma oportunidade de diversificação nas relações comerciais do país.

"Foi uma decisão política, um tiro no pé. Algo deplorável. Eu chego a ter pena dos americanos que enfrentam, neste momento, um governo completamente desestruturado e até mesmo perigoso. Isso abre uma brecha importante para que nós possamos diversificar os destinos das nossas exportações", declarou. 

A senadora destacou que a medida libertaria o país do mercado norte-americano e fortaleceria a relação de outros países entre si. "A curto prazo pode ser ruim, mas a longo prazo eu acredito que será de suma importância para a nossa economia. Podemos fazer desse limão uma grande limonada", afirmou a senadora.

Tarifaço

A medida que impôs tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, repercutiu no Senado.  O presidente da CAE, senador Renan Calheiros (MDB-AL), também repudiou a decisão, que chamou de “ataque ao comércio, à indústria e ao agronegócio brasileiro”, motivado, segundo ele, por interesses eleitorais.

"A decisão do presidente norte-americano foi divulgada, pasmem, por carta publicada nas redes sociais, uma carta dirigida ao presidente Lula que elenca motivos políticos, eleitorais, pessoais, e não elenca nenhum motivo de ordem comercial ou tarifária", criticou Calheiros.

O senador também contestou a justificativa de Trump, que alegou déficit dos EUA na balança comercial com o Brasil. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a realidade é oposta: é o Brasil que tem acumulado déficits consecutivos com os Estados Unidos desde 2009.

Renan defendeu a aplicação da chamada Lei da Reciprocidade como resposta às tarifas unilaterais impostas por Washington. A legislação, originada a partir do PL 2.088/2023, de autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), foi aprovada pelo Congresso em abril e sancionada pela Presidência no mesmo mês, após um primeiro aumento tarifário de Trump sobre o aço brasileiro.

O decreto que regulamenta a lei foi publicado nesta terça-feira (15), assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A norma autoriza o Brasil a suspender concessões comerciais, investimentos e até obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais que prejudiquem a competitividade internacional do país.

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POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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