Política

Campo Grande

Tereza repreende Valdemar por insinuar que ela sabia da aliança do PL com o PSDB

A senadora deixou claro que foi surpreendida pelo acordo e garantiu que o PP mantém a pré-candidatura de Adriane Lopes

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Decepcionada com a forma como o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, está conduzido publicamente a aliança fechada com o PSDB de Mato Grosso do Sul para as eleições municipais deste ano em Campo Grande e mais 36 cidades, a senadora Tereza Cristina (PP) partiu para o ataque e, em entrevista ao Correio do Estado, repreendeu publicamente o líder partidário.

A parlamentar sul-mato-grossense não gostou de Valdemar Costa Neto insinuar, mais de uma vez, que ela teria conhecimento do acordo do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e do governador Eduardo Riedel (PSDB) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi fechado quando a senadora estava em viagem oficial pelo Senado aos Estados Unidos, para tratar de desafios que o Brasil enfrenta atualmente na agropecuária, sobretudo em relação ao seguro rural.

Em entrevista concedida ao Correio do Estado na semana passada e, depois, em vídeo gravado na quinta-feira, para anunciar que o suplente de senador Tenente Portela é o novo presidente estadual do PL, Valdemar Costa Neto deixou subentendido que Tereza Cristina já sabia da aliança que estava sendo fechada com o PSDB e, após as eleições municipais, todos caminhariam juntos para fortalecer a direita em Mato Grosso do Sul.

“Liguei para o Valdemar e falei da gravação ridícula que ele fez ontem [quinta-feira] com o Portela. Não estou com o PSDB e, no campo nacional, sou aliada do presidente Bolsonaro, sou do campo conservador. Houve uma cisão do PSDB com o PP, mas vou continuar onde sempre estive, com a Adriane [prefeita de Campo Grande], para o que der e vier. Uma coisa que sempre tive foi lado. Aqui, assumi, lá atrás, um lado”, justificou.

IRRITADA

Extremamente irritada com a situação, a senadora reforçou que foi surpreendida pela aliança do PL com o PSDB, pois, antes de embarcar para os Estados Unidos, tinha alinhado com Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto que o partido apoiaria a reeleição da prefeita Adriane Lopes em Campo Grande.

“Inclusive, sei que está circulando um boato de que eu sabia de tudo e estaria ludibriando a Adriane. Isso não existe, não faz parte da minha índole. Meu acordo com o PSDB é para a reeleição do Riedel em 2026, e 2024 não tem nenhuma relação com isso”, assegurou Tereza Cristina, reforçando que a candidatura da prefeita Adriane Lopes está mantida e que vão trabalhar para reelegê-la.

“Não adianta dizer que sou maravilhosa. Sou do campo conservador. Onde o PP tiver candidato a prefeito, não só em Campo Grande, como em Dourados e mais de 30 municípios do Estado, vou trabalhar para ganhar a eleição. Não é porque em Campo Grande a aliança com o PL não deu certo que vou trocar de lado e ir para o PSDB. O PP vai de Adriane, o resto é tudo conjectura”, assegurou.

A parlamentar lembrou que é amiga do presidente nacional do PL, mas isso não permite que ele use seu nome nesse acordo feito com o PSDB em Mato Grosso do Sul.

“Eu não participei disso e não quero que ele faça isso. O Valdemar é meu amigo, gosto muito dele. Fizeram uma escolha, e eu não tenho nada contra isso, é da política. Agora, o Beto [Pereira, pré-candidato do PSDB] que declare apoio ao Bolsonaro, pois o presidente sabe que sempre teve meu apoio e continuará tendo, mas, em Campo Grande, vou ficar onde sempre estive. Não quero que o Valdemar fique envolvendo o meu nome nessa história”, avisou, completando que, a partir de agora, o caso é uma página virada e não falará mais sobre isso.

DESAPONTADA

Interlocutores de Tereza Cristina informaram ao Correio do Estado que o vídeo gravado por Valdemar Costa Neto com Tenente Portela teve o objetivo claro de tentar confundir o eleitorado de Campo Grande, ao colocar o primeiro-suplente dela e incluir várias vezes o nome da senadora na articulação que está sendo feita entre PSDB e PL para este ano, dizendo que vale para 2026.

Em razão disso, conforme essas mesmas fontes, a parlamentar ficou muito desapontada com o presidente nacional do PL e também com o governador Eduardo Riedel, tendo, inclusive, faltado ao evento, realizado na sexta-feira, de anúncio da destinação das emendas parlamentares da bancada federal de Mato Grosso no Congresso Nacional.

“Ela não foi a esse evento para deixar bem claro a posição dela com a Adriane Lopes, ou seja, a senadora delimitou bem essa distância para evitar a exploração dessa dubiedade. Tereza não está rompida com Riedel, mas vai delimitar os campos políticos diferentes em que o PP for adversário do PSDB, começando por Campo Grande”, revelaram.

Esses mesmos interlocutores também informaram ao Correio do Estado que, em um primeiro momento, a análise é de que será bem difícil que os bolsonaristas de Campo Grande votem no candidato do PSDB e muitos podem até votar em Adriane Lopes em protesto pelo fato de o PL não lançar candidatura própria e optar pelos tucanos. Entretanto, apenas nas próximas semanas será possível mensurar isso.

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"máxima contenção"

Lula diz que acompanha escalada de tensão entre Israel e Hezbollah com preocupação

Governo afirmou em nota neste domingo (25) que desencoraja "fortemente" viagens para a região e classificou situação como "grave"

25/08/2024 22h00

Além de desencorajar viagens à região, o governo também tem dado orientações à comunidade brasileira no Líbano

Além de desencorajar viagens à região, o governo também tem dado orientações à comunidade brasileira no Líbano Agência Brasil

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Neste domingo (25), o governo Lula afirmou que acompanha com "grave preocupação" a escalada de tensões entre Israel e o grupo paramilitar libanês Hezbollah.

Em nota divulgada à imprensa, o Itamaraty desencorajou "fortemente" viagens para a região, pedindo ainda uma "máxima contenção" das partes envolvidas.

"O governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, a escalada de tensões observada, na última madrugada, no Líbano e em Israel, com ataque israelense contra alvos no Sul do Líbano e lançamento de foguetes pelo Hezbollah contra o território israelense", diz a nota do Itamaraty.

Neste domingo, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, sinalizou que novos ataques do grupo contra Israel podem ocorrer.

Nasrallah afirmou que se os resultados do ataque de hoje não "forem suficientes" o grupo poderá avaliar reações futuras.

Ainda segundo Nasrallah, o ataque do Hezbollah contra Israel neste domingo foi uma retaliação ao assassinato de um importante comandante do grupo por forças israelenses em Beirute no fim de julho.

"O Brasil conclama todas as partes envolvidas a exercerem máxima contenção, a fim de evitar a intensificação de hostilidades na região e o alastramento do conflito para o restante do Oriente Médio", afirma outro trecho da nota do Itamaraty.

Além de desencorajar viagens à região, o governo também tem dado orientações à comunidade brasileira no Líbano por meio da embaixada em Beirute e de páginas na internet.

Nota 

Abaixo, você confere na íntegra o texto da nota emitida hoje (25), pelo Itamaraty. 

O governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, a escalada de tensões observada, na última madrugada, no Líbano e em Israel, com ataque israelense contra alvos no Sul do Líbano e lançamento de foguetes pelo Hezbollah contra o território israelense.

O Brasil conclama todas as partes envolvidas a exercerem máxima contenção, a fim de evitar a intensificação de hostilidades na região e o alastramento do conflito para o restante do Oriente Médio.

O Itamaraty desencoraja fortemente viagens para a região e tem orientado a comunidade brasileira no Líbano por meio da página na internet e das mídias sociais da embaixada em Beirute.

 

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POLÍTICA

Emendas parlamentares e orçamento; entenda acordo pela transparência

Os Três Poderes da República anunciaram resolução para "rastreabilidade e eficiência" da execução de emendas ao Orçamento

25/08/2024 20h00

Consenso foi anunciado após reunião de cerca de quatro horas, que envolveu representantes dos Poderes,

Consenso foi anunciado após reunião de cerca de quatro horas, que envolveu representantes dos Poderes, Arquivo

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Para garantir a transparência, a rastreabilidade e a eficiência na execução das emendas parlamentares ao Orçamento da União, como são chamadas as alterações feitas pelos parlamentares no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA), enviado a cada ano pela Presidência da República, os Três Poderes da República anunciaram um acordo recentemente. 

Esse consenso foi anunciado após reunião de cerca de quatro horas, que envolveu representantes dos Poderes, na última terça-feira (20), organizada de forma emergencial depois que o ministro Flávio Dino, do Supremo, suspendeu, neste mês, as transferências de praticamente todas as emendas parlamentares ao Orçamento. 

Mais que uma questão orçamentária, as emendas parlamentares envolvem uma disputa política, já que permite o direcionamento do dinheiro para bases eleitorais de deputados e senadores.

O Congresso vem ampliando seu domínio sobre o Orçamento da União, ao menos desde 2015, como Na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, por exemplo, quando foram inseridos mais de R$ 49,2 bilhões em emendas.

Vale lembrar que há dez anos, em 2014, esse valor era de R$ 6,1 bilhões, sendo que na Procuradoria-Geral da República (PGR) tramitam mais de uma dezena de investigações sobre suspeitas de desvios no repasse dessas verbas.

Orçamento secreto

Em julgamento de dezembro de 2022, a falta de transparência das emendas parlamentares levou o plenário do Supremo a proibir o chamado “orçamento secreto”, como foram apelidadas as emendas feitas pelo relator-geral do projeto de Lei Orçamentária Anual.

Esse tipo de emenda, cuja sigla é RP9, não permitia identificar o congressista que definiu a destinação da verba federal, porém, após restrições por parte do Supremo, os congressistas passaram a utilizar outros tipos de emendas, como as apresentadas pelas comissões permanentes da Câmara e do Senado (RP8) e as individuais de transferência especial (RP6), para continuar a avançar no controle do orçamento público de forma pouco transparente. 

As RP6 de transferência especial, por exemplo, foram apelidadas de “emendas Pix”, por permitirem repasses diretos a estados e municípios, sem que seja necessário indicar onde ou como o dinheiro vai ser gasto, o que dificulta o rastreamento da verba pelos órgãos de fiscalização. 

Nas decisões que suspenderam a execução das emendas, Dino disse que o Supremo já decidiu pela necessidade de maior transparência e rastreabilidade na liberação das verbas, como determina a Constituição, não permitindo que as práticas do orçamento secreto continuem a ser empregadas.

Importante apontar que o entendimento foi referendado por unanimidade pelos outros dez ministros da Corte. 

Cabo de guerra

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido, em manifestações públicas, um maior equilíbrio orçamentário, e que o dinheiro das emendas seja direcionado pelos parlamentares em maior coordenação com o Executivo, responsável por aplicar as verbas públicas de acordo com um planejamento mais amplo. 

“É muito dinheiro que não tem critério no orçamento planejado que a gente faz para o país”, disse Lula em entrevista à Rádio T, de Curitiba, na semana passada.  

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil apontam para a ineficiência na aplicação de recursos públicos por meio das emendas parlamentares, uma vez que os congressistas, em geral, buscam atender demandas com critérios, por vezes, pouco claros. 

Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por sua vez, defendem com firmeza que é a própria Constituição que garante a definição conjunta do Orçamento, numa colaboração entre a Presidência da República e o Congresso.

Portante, segundo os presidentes da Câmara e do Senado, concentrar esses poderes no Executivo é que seria uma distorção da opção feita pelos constituintes, argumentam. 

Foi com a Constituição de 1988 e a redemocratização do país que o poder sobre a definição do Orçamento, por meio de emendas, foi devolvido ao Congresso, após ter sido em grande medida limitado pela Constituição de 1967, promulgada durante a ditadura militar e que concentrava no Executivo todo o poder para dispor das verbas públicas federais. 

Entretanto, foi somente a partir de 2015 que regras como a impositividade, que torna obrigatória a execução de determinadas emendas parlamentares, foram inseridas na Constituição. 

Pelo compromisso recém-anunciado com o aval do Supremo, os poderes Executivo e Legislativo têm até o fim de agosto para apresentar novas regras que garantam a transparência, a rastreabilidade e a eficiência na liberação das emendas parlamentares. 

Por enquanto, não há sinalização de que possa haver um recuo dos parlamentares sobre a ampla fatia que controlam do Orçamento, que, atualmente, chega a um quarto das despesas discricionárias, ou seja, de todos os gastos não obrigatórios à disposição do governo.

Na nota conjunta divulgada pelos Três Poderes, foi indicada uma possível limitação no ritmo de alta das emendas, para “que elas não cresçam em proporção superior ao aumento do total das despesas discricionárias”.

Abaixo, você confere os principais tipos de emendas parlamentares ao Orçamento da União, além do valor correspondente na LOA 2024, com dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop): 

  • *Emendas individuais (RP6)

São previstas desde a promulgação da Constituição de 1988. Desde 2015, se tornaram impositivas, isto é, de execução obrigatória.

Em 2024, foram autorizados R$ 25,1 bilhões em emendas desse tipo, R$ 37,9 milhões para cada deputado e R$ 69,6 milhões para cada senador.

Do total, R$ 8,2 bilhões são de transferência especial, as emendas Pix, criadas pela Emenda Constitucional 105/2019.

Até o momento, o governo já pagou efetivamente R$ 14 bilhões das RP6 neste ano, dos quais R$ 4,5 bilhões em emendas Pix.  

  • *Emendas de bancadas dos estados e DF (RP2 e RP7)

São impositivas desde 2019. No orçamento de 2024, correspondem a R$ 8,5 bilhões, dos quais R$ 1,7 bilhão foi pago até o momento. Cada estado pode arrecadar até R$ 316,9 milhões.

  • *Emendas de comissões permanentes do Congresso (RP8)

Não são impositivas nem previstas pela Constituição. A existência dessas emendas consta na Resolução 1/2006 do Congresso Nacional.

Cada comissão permanente da Câmara, do Senado ou Mista pode apresentá-las. Em 2024, correspondem a R$ 15,4 bilhões no orçamento, dos quais R$ 7,4 bilhões já foram efetivamente pagos.

 

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