Política

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Tiago Botelho pretende disputar Prefeitura de Dourados nas eleições de 2024

Ex-candidato ao Senado ganhou em 33 municípios do Mato Grosso do Sul

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Daqui a dois anos a população voltará às urnas para eleger os representantes nas eleições municipais, quando irá escolher os prefeitos e vereadores de cada cidade do Estado. Já de olho em 2024, após uma votação expressiva, do ex-candidato ao Senado Federal, Tiago Botelho, do PT,  pretende disputar a Prefeitura de Dourados, que é o segundo maior município do Estado.


Estreante na política, nas eleições deste ano Botelho disputou o cargo com Tereza Cristina, do PL, Henrique Mandetta, do União Brasil e Odilon de Oliveira, do PSD, e terminou em terceiro lugar, tendo ficado em segundo em 33 dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, com 13,07 (178.041) dos votos válidos. 


"O PT já sinalizou o desejo que quer que exerça o papel de apresentar um projeto ao município, e isso se dá em função de ter sido o mais votado do partido no pleito de 2022", anunciou.


Professor adjunto e coordenador do curso de Direito da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Botelho disse ao Correio do Estado que o objetivo de acabar com a velha política e a necessidade de renovação o levou para a primeira disputa eleitoral.


"Eu vejo uma classe política que transforma a política em profissão, porém a política não pode ser profissão, e sim ser o local onde os cidadãos contribuam para a melhoria do Estado, do Município e do País. Então, eu vejo deputados estaduais que estão desde a divisão e criação do estado. Nós precisamos renovar a política de Mato Grosso do Sul, precisamos renovar a política no Brasil, e para isso nós necessitamos de novas lideranças. Eu sou filho de uma geração que terceirizou a política para os pais e tios, e não tem coragem de entrar na política. É só perceber que a candidatura para o Governo do MS, boa parte são pessoas que já estão na política há muito tempo. Por isso então que resolvi entrar na política, para mostrar que um professor, filho do interior, advogado, pode ser político, pode ser senador, pode ser o que ele quiser. Para motivar outras pessoas, outros jovens, outras novas lideranças a estarem entrando na política."


Eleições 2022


Botelho avalia que o PT saiu fortalecido do pleito deste ano, e disse se sentir honrado pelos sul-mato-grossenses que apostaram nele, e questiona o financiamento das campanhas concorrentes. "Eu fico muito feliz com todos os votos. Saio fortalecido, feliz e pronto para um novo pleito eleitoral para mostrar que é possível fazer política de forma diferente."


"Essa foi a primeira vez que eu fui candidato, concorri ao Senado, e de todos os postulantes, eu fui o que gastou menos nessa eleição. O primeiro foi o concorrente do PSD, que ficou atrás de mim. Juiz Odilon, Tereza Cristina, e Mandetta investiram muito dinheiro, e eu pergunto, da onde vem esse dinheiro? Muitos empresários acabam doando por meio da pessoa física, e não jurídica, para retribuir o que? Tereza Cristina era ministra da Agricultura, por que ela recebeu tantas doações do agronegócio? Será que tem relação com o cargo que ela exercia e depois o cargo que ela pretendia pleitear?", indaga.


O professor de Direito conta que um dos maiores desafios que enfrentou foi a idade. O ex-candidato tem 39 anos, e ouvia que era muito novo para postular uma cadeira no Senado. Por ter pouca idade, comparado aos que concorreram e assumiram cargo, muitas vezes foi desacreditado, porém respondia que "ter muita idade não é sinônio de competência, e ter pouca idade não é sinônimo de incompetência."


Botelho fala que durante a corrida eleitoral, foi o único candidatoque insistiu em um debate para senador e apresentou as propostas registradas em cartório.


Com críticas duras ao Agro, acredita que o poderio econômico manda na política do MS, e que "não é só quem tem fazenda, boi, soja, muito dinheiro, que pode ser político. Pelo contrário, essas pessoas muitas vezes estão mais interessadas em defender os próprios setores do que defender a população e todas as categorias que constituem o município."


Prefeitura de Dourados


Com duras críticas ao mandato de Alan Guedes, do PP, no Executivo Municipal, o ex-candidato denuncia a falta de diálogo com o douradense e afirma que a cidade está esburacada.


"Hoje o douradense tem vergonha do pouco caso que a atual gestão trata o município. É buraco para todo o lado, é falta de investimento nos bairros mais afastados do Centro, falta de concurso público, falta diálogo com os setores, falta carinho para com a educação do município para com os professores e técnicos administrativos, a saúde é um problema, precisamos gerar emprego, atrair novas empresas, novas indústrias, precisamos investir e transformar Dourados, que já é uma cidade universitária, em um pólo cultural, industrial, agregar valor, respeitar os povos indígenas. A gente percebe um descaso, um desleixo com a população indígena. Também não há transparência dos investimentos, dos recursos públicos. Atualmente o prefeito está indo para a Europa para ver mobilidade urbana, mas você anda em Dourados, o transporte público é péssimo e a cidade está esburacada", denunciou.


Botelho acredita que o maior desafio será enfrentar quem já está no porter e utiliza a máquina pública para permanecer e perpetuar no cargo.


"Não tenho medo, assim como não tive medo de disputar com dois ex-ministros do Bolsonaro (PL), eu não tenho medo de disputar com o prefeito atual, com vice-governador do Eduardo Riedel, o deputado estadual Barbosinha (PP), caso ele queira pois ele já foi candidato, não tenho medo de disputar com quem tem mandato."


Porém, de acordo com Tiago, o maior desafio é romper as fake news e "apresentar uma política de amor contra uma política de ódio que muitas vezes é implementada por uma parcela bolsonarista que tenta vincular o PT ao Comunismo, enquanto o PT não é comunista." 

Cenário Petista


Sobre o Partido dos Trabalhadores, Botelho detalha que pretendem aumentar a bancada municipal no próximo pleito. 
"Para mim o cenário é muito otimista para o partido, iremos viver um novo momento. Nós vamos ampliar a nossa bancada de prefeito, de vereadores, e tenho um compromisso de ajudar a eleger o maior número de vereadores jovens no Mato Grosso do Sul. Então irei voltar a rodar o Estado, eu quero dialogar com as novas lideranças e propor formação junto a legenda. As pessoas querem votar em novas pessoas. E o PT precisa alinhar a experiência dos antigos quadros com as novas lideranças que estão surgindo." 

Currículo

Tiago Botelho é Doutor em Direito Socioambiental pela PUC - PR; Doutorando em Democracia no Século XXI pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra; Mestre em Direito Agroambiental pela Universidade Federal do Mato Grosso; Especialista em Direitos Humanos e Cidadania pela Universidade Federal da Grande Dourados; Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e licenciado em História pela Universidade Federal da Grande Dourados; Professor Adjunto e Coordenador do Curso de Direito da UFGD e advogado 14.236 OAB/MS; Editor-chefe da Revista Videre do Mestrado em Fronteiras e Direitos Humanos (B1).

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LEVANTAMENTO

Contas públicas em MS: cidades do interior exibem superávit milionário

Análise de dados dos balanços de 2024 e orçamentos de 2025 revela os municípios agrícolas estão com a gestão em dia

16/12/2025 15h34

O prefeito de Costa Rica, Cleverson Alves dos Santos (PP), atribui o resultado à disciplina fiscal

O prefeito de Costa Rica, Cleverson Alves dos Santos (PP), atribui o resultado à disciplina fiscal Divulgação

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O cenário das finanças públicas dos municípios do interior de Mato Grosso do Sul nos anos de 2024 e 2025 desenha um mapa positivo. Liderados pelo exemplo de eficiência de Costa Rica, essas cidades exibem caixas robustas e capacidade de investimento.
 
A reportagem analisou dados abertos, relatórios de gestão fiscal e leis orçamentárias dessas cidades e a conclusão é que o tamanho da arrecadação deixou de ser garantia de solvência: o segredo do sucesso está no controle rígido das despesas obrigatórias.
 
Na região norte do Estado, Costa Rica consolidou-se em 2025 como o principal case de sucesso administrativo de Mato Grosso do Sul. Com uma população de pouco menos de 30 mil habitantes, o município apresenta indicadores de solvência superiores aos da Capital.
 
Dados do movimento financeiro da tesouraria municipal, publicados em 9 de dezembro de 2025, confirmam que a cidade atingiu uma disponibilidade financeira total de R$ 44.061.054,25. O montante, que inclui todas as fontes e fundos municipais, blinda a cidade contra oscilações econômicas e garante a execução de obras sem depender exclusivamente de repasses estaduais ou federais.
 
O prefeito Cleverson Alves dos Santos (PP) atribui o resultado à disciplina fiscal. "Todas as nossas despesas obrigatórias serão quitadas", assegurou o gestor, confirmando não apenas o pagamento em dia, mas a concessão de um abono de natal e final de ano: R$ 1 mil para servidores gerais e valores entre R$ 1 mil e R$ 2 mil para servidores da Educação.
 
O diferencial competitivo de Costa Rica está na estrutura de seus gastos. O município iniciou o ano comprometendo apenas 31,87% com a folha. Essa "gordura" fiscal permitiu que o município aprovasse um orçamento recorde de R$ 262 milhões em 2025, garantindo investimentos de 27% da receita em Saúde, quase o dobro do mínimo constitucional exigido.
 
Além de garantir o pagamento dos servidores ativos até o dia 22 de dezembro, a prefeitura programou as férias de 90% do funcionalismo para janeiro, otimizando a máquina pública durante o recesso escolar e administrativo.
 
Embora Costa Rica lidere os indicadores proporcionais, outros municípios também conseguiram descolar-se da crise. Três Lagoas, impulsionada pela indústria da celulose, teve um orçamento bilionário de R$ 1,4 bilhão para 2025 e mantém índices elevados de investimento em infraestrutura.
 
O município aplicou no segundo quadrimestre de 2025 o dobro do mínimo exigido pela Constituição em Saúde, enquanto a lei obriga 15%, o município investiu 30,79% de suas receitas de impostos na área, somando mais de R$ 296 milhões empenhados. Na educação, o investimento também superou o piso, atingindo 26,93%.
 
Fenômeno similar ocorre em Maracaju. Impulsionada pela soja, a prefeitura destinou 25,67% de recursos próprios para a Saúde até agosto de 2025, um aporte de R$ 32,3 milhões que garante serviços exclusivos no interior sem depender integralmente de repasses estaduais. 
 
A solidez fiscal permitiu à Câmara de Maracaju aprovar uma suplementação de 35% no orçamento de 2025, dando "carta branca" para o Executivo remanejar recursos e acelerar obras.
 
Na fronteira, a realidade impõe cautela. Ponta Porã enfrenta uma frustração de receitas severa: a arrecadação até agosto de 2025 foi de R$ 417 milhões, menos da metade da previsão anual de R$ 900 milhões. 
 
A quebra de arrecadação do ITBI e a estagnação econômica forçaram o município a projetar um orçamento mais enxuto para 2026, cortando R$ 100 milhões da previsão inicial. Ainda assim, a gestão optou por blindar os repasses constitucionais da Educação (projetado em 27%) e da Saúde.
 
Em Corumbá, a aplicação em saúde do orçamento atingiu 18,13%, pouco acima do piso de 15%. A rede de saúde de Corumbá enfrenta custos logísticos adicionais devido ao isolamento geográfico e à necessidade de transporte de pacientes (UTI aérea/fluvial). 
 
Na educação, a aplicação registrada até agosto foi de 24,89%. Embora tecnicamente abaixo dos 25% naquele momento do ano, é padrão na administração pública que os empenhos se acelerem no último quadrimestre para atingir a meta legal. O orçamento projetado no PPA 2026-2029 prevê R$ 1,5 bilhão somados para Saúde e Educação.
 

Pesquisa

Lula lidera cenários para 2026; Flávio é o mais bem posicionado na direita

Filho de Jair Bolsonaro apresenta intenção de votos maior que Tarcísio e Ratinho Jr. em um cenário de primeiro turno

16/12/2025 15h24

Lula pode enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026

Lula pode enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026 Fotomontagem/Agência Brasil e Agência Senado

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários de primeiro turno e venceria todos os adversários no segundo turno se as eleições fossem hoje, aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira, 16.

Este é o primeiro levantamento do instituto após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se lançar como pré-candidato à Presidência.

O filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi testado em todos os cenários de primeiro turno, já que vem dizendo que a única possibilidade de retirar sua candidatura é se seu pai for candidato. Bolsonaro está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília após ter sido condenado por tentativa de golpe de Estado.

Nos cenários espontâneos, Lula tem 20% das intenções de voto. Jair Bolsonaro tem 5% das intenções de voto. Flávio tem os mesmos 5%. Outros 65% se dizem indecisos.

A Quaest fez diferentes cenários eleitorais estimulados, dependendo de governadores de direita que podem se lançar candidatos à Presidência, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR). Em todos eles, Flávio fica em segundo lugar, atrás apenas de Lula.

No cenário com Ratinho Jr., Lula tem 39% das intenções de voto; Flávio tem 23%; Ratinho, 13%; Renan Santos (Missão), 2%; Aldo Rebelo (Democracia Cristã), 2%. Indecisos somam 5% e 16% dizem que votarão em branco, nulo ou não votarão.

No cenário com Tarcísio, o atual presidente tem 41%; Flávio mantém 23%; Tarcísio tem 10%. No cenário com Zema, o petista tem 39%; Flávio, 26%; o governador mineiro, 6%. No cenário com Caiado, Lula tem 39%; o senador, 27%; o governador goiano, 4%.

A Quaest também testou um cenário em que três dos governadores - Ratinho, Caiado e Zema - saiam candidatos. Apenas Tarcísio ficou de fora nessa projeção. A mesma divisão se mantém: Lula tem 37%; Flávio, 23%; Ratinho, 11%; Zema, 4%; Caiado, 3%.

Um último cenário inclui o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB). Neste caso, Lula teria 34% (o cenário com maior redução do seu porcentual); Flávio teria 21%; Ratinho, 12%; Ciro, 8%; Zema, 4%; Caiado, 2%; Santos, 1%; Rebelo, 1%.

Nas simulações de segundo turno, Lula tem de 10 a 12 pontos porcentuais de vantagem em relação aos adversários. A seguir, os cinco cenários:

  • - Lula 46% x 36% Flávio;
  • - Lula 45% x 35% Tarcísio;
  • - Lula 45% x 35% Ratinho;
  • - Lula 44% x 33% Caiado;
  • - Lula 45% x 33% Zema.


No caso de Flávio Bolsonaro, o instituto registrou um crescimento no porcentual do senador em relação a agosto, quando seu nome foi testado pela primeira vez. Naquela época, Flávio ainda não havia anunciado sua intenção de se candidatar como representante de seu pai. Em agosto, o filho mais velho do ex-presidente tinha 32% contra 48% do petista.

Ao mesmo tempo, Flávio aumentou sua rejeição nos últimos meses. Segundo a pesquisa de dezembro, 60% o conhecem e não votariam nele, enquanto 28% dizem que conhecem e votariam. Em agosto, 22% diziam que conheciam e votariam nele, enquanto 55% o conheciam e não votariam nele.

A escolha de Jair Bolsonaro pelo seu primogênito foi apontada por 54% dos entrevistados pela Quaest como um erro. Para 36%, foi um acerto. A maior parte dos entrevistados (61%) disse ter ficado sabendo do anúncio de Flávio Bolsonaro, enquanto 39% disseram não ter ouvido falar sobre o assunto.

Os pesquisadores perguntaram, então, quem deveria ser o escolhido de Bolsonaro para disputar a Presidência da República. A ex-primeira-dama Michelle foi a primeira colocada, com 19%. Tarcísio, o segundo, com 16%. Ratinho Jr. foi o terceiro, com 11%. Pablo Marçal, Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro, Ronaldo Caiado e Eduardo Leite ainda foram citados. Para 21%, no entanto, nenhum desses deveria ser o representante de Bolsonaro no pleito

Diante desse cenário, 61% disseram à Quaest que não votariam em Flávio de jeito nenhum. Apenas 13% disseram que votarão no senador, enquanto 23% afirmaram que podem votar no filho mais velho do ex-presidente.

O instituto Genial/Quaest ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 11 e 14 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.

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