Política

ELEIÇÕES 2022

União Brasil recorre ao TRE para cassar mandato de Rafael Tavares por fraude eleitoral

Partido alega que a chapa montada pelo PRTB não cumpriu a determinação de destinar no mínimo 30% das vagas para as mulheres

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Através do suplente de deputado estadual Rhiad Abdulahad, o Diretório Estadual do União Brasil recorreu ao TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) para cassar o mandato do deputado estadual eleito Rafael Tavares (PRTB) por fraude eleitoral.

De acordo com a ação judicial, o PRTB, ao registrar a chapa dos candidatos a deputado estadual junto à Justiça Eleitoral, não teria cumprido com as determinações legais, expressas na lei eleitoral, que exige, no caso da composição para a disputa por vagas na Assembleia Legislativa, que as chapas sejam compostas por no mínimo 30% de mulheres e 70% de homens.
 
Segundo o União Brasil, a fraude eleitoral teria ocorrido no decorrer da campanha, quando duas das inscritas pelo PRTB na disputa pelas 24 vagas na Casa de Leis teriam tido suas candidaturas indeferidas pelo TRE-MS e não foram substituídas por outras mulheres, com o partido agindo, dessa forma, com má fé.

No entender do União Brasil, ao não substituir as duas candidaturas femininas, a chapa montada pelo PRTB ficou com um número maior de candidaturas masculinas, quando o correto seria ter reduzida essa quantidade, caso não tivessem tempo hábil para fazer a mudança.
 
Pela regra da Justiça Eleitoral, os partidos teriam de inscrever 16 homens e no mínimo sete mulheres, mas o PRTB acabou ficando com apenas seis candidatas, caracterizando uma infração à lei eleitoral.

Se o TRE-MS entender que o PRTB cometeu ilegalidade eleitoral, o suplente de deputado estadual Rhiad Abdulahad (União Brasil), pela distribuição feita numa eventual recontagem dos votos, assumiria a vaga do deputado estadual eleito Rafael Tavares (PRTB).
 
Essa dança das cadeiras provocaria uma nova composição política na Assembleia Legislativa em 2023, pois o União Brasil ficaria com duas cadeiras, já que conseguiu eleger o ex-prefeito de Nova Andradina, Roberto Hashioka, enquanto o PRTB não teria nenhum representante.

Na apuração feita pelo TRE-MS, Rafael Tavares obteve 18.224 votos nas eleições de 2 de outubro, enquanto Rhiad Abdulahad teve 11.439 votos.

Polêmicas

Em sua curta carreira na vida política, o deputado estadual eleito e ativista político Rafael Tavares é um para-raios de polêmicas.

No dia 30 de setembro de 2018, em plena campanha eleitoral, quando ainda era militante do antigo PSL, que se fundiu ao DEM e virou o União Brasil, ele foi acusado de crime de ódio contra negros, gays e japoneses ao usar suas redes sociais para declarar que faria uma “limpeza étnica”. 

No dia 28 de maio de 2019, o MPE (Ministério Público Estadual) o denunciou pelo crime de racismo e, em junho do mesmo ano, a denúncia foi aceita e o ativista acabou virando réu na 2ª Vara Criminal de Campo Grande.
 
“Consta do incluso caderno investigatório, no dia 30/09/2018, Rafael Brandão Scaquetti Tavares, por meio de seu perfil junto ao Facebook teria comentado em uma publicação um texto de cunho discriminatório, o qual incitava a prática de atos violentos contra gays, negros, japoneses e índios”, alegou na época o promotor de Justiça Eduardo Franco Cândia na denúncia.

Nos comentários feitos em 2018 durante a campanha eleitoral, Rafael Tavares disse: “Não vejo a hora do Bolsonaro vencer as eleições e eu comprar meu pedaço de caibro para começar meus ataques. Ontem nas ruas de todo o País vi muitas famílias, mulheres e crianças destilando seus ódios pela rua, todos sedentos por apenas um pedacinho de caibro pra começar a limpeza étnica que tanto sonhamos”.
 
Em outro momento, ele ainda afirmou já estar em um grupo para perseguir pessoas.

“Já montamos um grupo no WhatsApp e vamos perseguir os gays, os negros, os japoneses, os índios e não vai sobrar ninguém. Estou até pensando em deixar meu bigode igual do Hitler. Seu candidato coroné não vai marcar dois dígitos nas urnas, vc já pensou no seu textão do Face pra justificar seu apoio aos corruptos no segundo turno? [sic]”.

Durante a fase de investigação policial, Rafael Tavares alegou que as postagens se tratavam de uma ironia, porém o promotor de Justiça não viu a alegada figura de linguagem no comentário e manteve a acusação.
 
“No texto publicado pelo denunciado não há nenhum indício de ironia, qual seja uma risada ou emoticon ou qualquer elemento que pudesse identificar tal intenção. Pelo contrário, o texto segue bem elaborado e na medida em que é lido percebe-se seriedade nos fatos redigidos, com frases um tanto quanto carregadas de convicção”, afirmou Eduardo Franco Cândia.

Rafael Tavares foi enquadrado no Artigo 20 da Lei Federal nº 7.716/89 (Lei dos Crimes Resultantes de Preconceito de Raça ou Cor), cuja a pena para tal crime é de dois a cinco anos de prisão mais multa. Pela lei, “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, com o seguinte agravante:

“Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza”.
 
Após a denúncia, Rafael Tavares voltou a usar as redes sociais, desta vez para criticar o promotor de Justiça Eduardo Franco Cândia, o chamando de “analfabeto funcional”.

“O Ministério Público Estadual do MS aceitou uma acusação contra mim porque não compreendeu um comentário irônico, alegando que não havia emojis que justificassem a figura de linguagem. Um procurador de Justiça que depende de emojis. O analfabetismo funcional mandou um abraço”, disse na postagem, que foi apagada pouco tempo depois da postagem.

 

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CORUMBÁ

Prefeito 'presenteia' secretário com terreno pelo programa de regularização fundiária

Secretário concorreu às eleições de outubro e foi derrotado; terreno está localizado em área nobre da cidade

22/12/2024 16h17

Secretário ganhou um terreno do prefeito em Corumbá

Secretário ganhou um terreno do prefeito em Corumbá Foto: Divulgação

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Por ato administrativo de regularização fundiária de um conjunto habitacional e um loteamento urbano o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), presenteou o seu secretário de Relações Institucionais, Luiz Antônio da Silva (Pardal), candidato a prefeito derrotado nas eleições de outubro, com a concessão de um terreno no bairro Aeroporto, periferia da cidade.

A medida sem transparência e critério de prioridade causou questionamentos e polêmica porque a certidão expedida está embasada no programa de regularização fundiária (REURB-E) do governo federal, que visa promover a inclusão social com garantias jurídicas e direito à moradia às pessoas que vivem em condições vulneráveis e irregular em áreas urbanas ocupadas.

O nome de Pardal e de sua esposa, Gladys Abila, aparecem na listagem de titulação de imóveis localizados no Conjunto Habitacional Júlio Emílio Ismael, Loteamento Pantanal e Bairro Aeroporto, publicada no dia 20 de dezembro, no Diário Oficial do Município.

Um dos pilares do programa de regularização fundiário é o cadastro social, que avalia a situação socioeconômica do beneficiário.

Bairro nobre

O terreno cedido pelo município ao secretário é de esquina, medindo cerca de 500m², entre as ruas Monte Castelo e Ciríaco de Toledo, a 80 metros da casa de dois pavimentos construída por Pardal, avaliada em R$ 850 mil.

Na Ciríaco de Toledo moram também o prefeito e outros assessores. Depois de asfaltado, o bairro tornou-se uma área nobre, com residências de alto padrão.

Murado recentemente, o terreno pertencia desde a década de 20 a uma família corumbaense, segundo o livro de registro de imóveis do município. O Correio do Estado apurou que a herdeira, uma professora aposentada residente em Camboriú (SC), não teria pago o IPTU desde que recebeu o benefício, nos anos de 1950. O imóvel está avaliado em R$ 380 mil.

Patrimônio

A prefeitura, em nota, declarou que a regularização fundiária em favor de Pardal teve trâmite “normal” e que “qualquer pessoa” pode requerer a titulação de imóveis de posse emitida há muitos anos, porém, não averbados”. Diz ainda a nota: “Fica a prefeitura de Corumbá isenta de responsabilidade por qualquer inconsistência nas informações e documentos apresentados...”.

Pardal foi apadrinhado por Marcelo Iunes, que o lançou à sua sucessão pelo PP depois que a cúpula do PSDB preteriu sem nome em favor da candidatura do médico Gabriel Alves de Oliveira (PSB), eleito com 56,47% dos votos. Na época, Pardal, que é contador, declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 1,3 milhão. Seu salário de secretário é de R$ 16.250,00.

Secretário ganhou um terreno do prefeito em CorumbáPrefeito e secretário de Corumbá

Política

Senador de MS propõe criação de comissão para investigar segurança de rodovias

A medida segue uma cobrança do parlamentar, que já havia solicitado à Comissão de Infraestrutura do Senado

22/12/2024 16h02

Senador de MS propõe criação de comissão para investigar segurança de rodovias

Senador de MS propõe criação de comissão para investigar segurança de rodovias Divulgação

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O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) apresentou, neste domingo (22), um requerimento para a criação de uma comissão externa no Senado Federal com o objetivo de investigar a situação das rodovias brasileiras, após a tragédia na BR-116, em Minas Gerais, que resultou na morte de 41 pessoas.

A medida segue uma cobrança do parlamentar, que já havia solicitado à Comissão de Infraestrutura do Senado a realização de uma nova audiência pública para apurar as responsabilidades e o descumprimento de contratos de concessão das rodovias.

Nelsinho Trad, que acompanha de perto as condições da BR-163, destacou que o caso é mais um exemplo do descaso com a infraestrutura rodoviária do país.

“A BR-163, em MS, deveria estar duplicada há anos. Em vez disso, seguimos enfrentando mortes e o não cumprimento de contratos. Retiraram os radares e ignoraram o compromisso com a segurança. Agora, aprovaram uma repactuação absurda, com a duplicação de um trecho menor e possibilidade de aumento no pedágio. O relator do TCU foi contra, mas, mesmo assim, essa repactuação foi aprovada. Queremos respostas e soluções urgentes!”, afirmou.

Além de requerer a criação da comissão externa, o senador pediu o apoio de outros parlamentares para ampliar o debate na Comissão de Infraestrutura, abordando outras rodovias críticas do país e cobrando responsabilidades de órgãos e empresas responsáveis pela gestão e fiscalização das estradas.

“Precisamos sair do discurso e partir para a ação. É preciso investigar os pontos mais críticos, identificar falhas e cobrar diretamente aqueles que têm responsabilidade. Não podemos mais esperar tragédias como a da BR-116 ou as inúmeras ocorrências na BR-163 para agir”, destacou Trad.

O parlamentar também ressaltou a necessidade de maior transparência e fiscalização no cumprimento dos contratos de concessão. “Rodovias seguras não são um luxo, são uma obrigação. Não podemos admitir que vidas continuem sendo perdidas por descaso e omissão”, concluiu.

A proposta de criação da comissão externa e a ampliação do debate na Comissão de Infraestrutura ainda precisam ser aprovadas pela comissão pertinente, com expectativas de avanços no início do próximo ano.
 

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