Os vereadores de Maracaju Ilson Portela (PSDB), mais conhecido como Catito, e Jeferson Lopes (Patriota), irão retomar seus cargos na Câmara Municipal da cidade. Os dois estão entre os oito parlamentares investigados na segunda fase da Operação Dark Money, deflagrada em dezembro de 2022, que mirou um esquema de corrupção que acontecia dentro da Casa de Leis.
De acordo com a decisão judicial que afastou os parlamentares, a suspensão seria válida por 30 dias, ou seja, no dia 05 de janeiro a ordem perderá a validade. Ambos pretendem retornar no dia 9 de janeiro, quando a Câmara retorna do recesso parlamentar, mas continuam sendo investigados.
Ao Correio do Estado, Jefferson Lopes afirmou que estará de volta porque, de acordo com ele, ficou provado que nenhum dos parlamentares teve envolvimento no esquema de recebimento de propina.
“Já demos depoimentos e tenho consciência da minha inocência. Estamos com todas as provas na mão. Não tenho culpa, isso foi uma calúnia contra nós”, afirmou Lopes.
Além de terem seus cargos novamente, de acordo com Ilson os bens sequestrados pela justiça também foram desbloqueados.
O presidente da Casa de Leis, Robert Ziemann (PSDB), Hélio Albarello (MCB), Laudo Sorrilha (PSDB), Ludimar Portela, também chamado de Nego do Povo (MDB), Joãozinho Rosa (MDB) e Antônio João Marçal de Souza, conhecido como Nenê da Vista Alegre (MDB) também foram afastados.
Ainda não há confirmação se os outros vereadores irão retomar seus cargos no fim do recesso parlamentar. A reportagem tentou entrar em contato com os demais parlamentares, mas não obteve retorno.
No entanto, se não houver qualquer impedimento judicial, todos eles já podem retornar para suas funções, que atualmente são ocupadas pelos suplentes.
Dark Money
A operação, deflagrada em dezembro de 2022, pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) investiga se parlamentares estariam recebendo propina como forma de relaxar a fiscalização em relação ao Poder Executivo, bem como para facilitar projetos de leis de interesse da prefeitura, entre 2019 e 2020.
Há indícios de que o esquema tenha causado prejuízo total de R$ 23 milhões aos cofres do município. O dinheiro desviado era movimentado numa conta bancária aberta de modo clandestino, ou seja, sem que as autoridades municipais soubessem da existência dela.
Esta é a 3ª fase da operação. Na primeira, foram apuradas desvio de verbas para pagamentos extraordinários de servidores da prefeitura, quando algumas pessoas foram presas temporariamente.
Já a segunda fase atingiu os servidores do alto escalão como ex-secretários, que também recebiam quantias em dinheiro fora da folha de pagamento. Nesta fase, as prisões foram convertidas em preventivas.
Agora, foram presos em flagrante dois vereadores e mais duas pessoas que não tinham mandados públicos, sendo que uma delas é apontada como “laranja” de um dos parlamentares e o outro é filho de outro vereador.