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Preocupação excessiva com a internet pode ser sintoma de dependência

Preocupação excessiva com a internet pode ser sintoma de dependência

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12/01/2012 - 05h00
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Responsável pela grande revolução da mídia nos últimos anos, para muitos a internet é companheira constante. Acessada de computadores, tablets e aparelhos de celular, a rede mundial está tomando proporções que preocupam especialistas em todo o mundo.

Para o psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, ainda não é possível dimensionar as consequências do comportamento, mas alguns sinais já se tornam evidentes. Coordenador do Grupo de Dependência de Internet do IPq HC (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas), em São Paulo, Abreu afirma que 5% dos pacientes que procuram ajuda não se reestabelecem depois de passarem pelo primeiro tratamento.

“A maior parte das pessoas nos procura pela própria internet e a principal queixa é a perda do controle. Fazemos uma triagem e encaminhamos os que precisam de apoio para psicoterapia, em um tratamento que dura 18 semanas.

Ao longo deste período, identificamos o que existe na vida virtual de tão interessante para aquelas pessoas. O segundo passo é desconstruir a visão delas para que seja possível o restabelecimento à sociedade. Quando isso não é alcançado, sugerimos que o processo seja repetido”, explica.

De acordo com o especialista, a dependência não pode ser identificada apenas pela quantidade de horas que uma pessoa passa conectada à internet. “Ela se instala quando o indivíduo passa a achar na vida virtual uma saída para problemas em que na vida real ele não encontra soluções.

Para estas pessoas, a internet funciona como uma válvula de escape. Existem pessoas deprimidas e com fobias sociais que usam o computador para ter a identidade mediada e assim reduzir a zero os riscos da relação”, analisa.

Perfil

Abreu afirma que, ao contrário do que se imagina, não são apenas pessoas estereotipadas como ‘nerds’ que precisam de apoio: “Os pacientes variam desde crianças com oito anos até senhores. O perfil socioeconômico também é bem diversificado”, diz.

No entanto, o trabalho permitiu que fossem identificadas preferências de acordo com a faixa etária. Enquanto os adolescentes preferem os jogos, em razão do desafio ao oponente, os adultos preferem as redes sociais.

Para Abreu, os mais jovens são mais suscetíveis aos jogos por falta do que os especialistas chamam de maturação cerebral. Isso facilita a dependência aos games que, segundo o especialista, são construídos para aprisionar o jogador, uma vez que no início é fácil passar de fase e obter muitos pontos. A dificuldade aumenta na medida em que a pessoa avança no jogo. “Isso é preocupante em grande parte dos jovens, porque eles são mais vulneráveis ao controle dos impulsos”, explica.

Da fantasia ao descontrole

De acordo com o especialista, durante muitos anos foi difundida pela psicologia a falsa ideia de que era interessante que o jovem pudesse executar nos jogos a fantasia de matar alguém e que isso o tornaria mais tranquilo. “Os jogos deixam a vivência da agressividade mais latente”, diz.

A conclusão foi evidenciada por experimentos envolvendo dois grupos. Um deles foi colocado para participar de jogos de violência, enquanto o outro foi exposto a jogos sociais. Depois de uma hora, os dois grupos foram expostos à mesma cena de um homem que caminhava pela rua e foi acertado por uma bola na cabeça. Enquanto o primeiro grupo considerou o fato intencional ou perseguição, o segundo caracterizou como acidente.

Conflito de gerações

A dificuldade dos pais em orientar os filhos está entre as principais causas da perda de controle. “É a primeira vez que os jovens ensinam alguma coisa às gerações anteriores e os pais não sabem como orientá-los.

A maioria pensa que os jovens estão protegidos pelo fato de estarem em casa. Mas internet é rua. Eles estão expostos à sexualidade descontrolada, a desvios de comportamento, a grupos de perseguições e até à morte.

Não quero dizer que a internet é ruim, mas a qualificação está condicionada ao uso”, analisa.

Pelo mundo

O psiquiatra Richard Graham lidera, em Londres, um grupo semelhante de apoio a jovens viciados em internet. Um de seus pacientes morreu vítima de agravamento de um coágulo na perna que surgiu depois de muitas horas no computador. Casos semelhantes também foram relatados na Coreia.

Ajuda

Os interessados em ajuda podem obter mais informações pelo site.A página disponibiliza um teste para identificar quando o uso da internet deve se tornar preocupante. Os selecionados para participar da terapia também contam com apoio direcionado aos familiares.

Tecnologia

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador

12/11/2025 22h00

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB Divulgação/Warley de Andrade/TV Brasil

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O Brasil fará seu primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território nacional no próximo dia 22. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento.

Trata-se da Operação Spaceward 2025, responsável pelo lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA).

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador, garantindo compatibilidade e segurança para o lançamento A integração das cargas úteis no foguete HANBIT-Nano, da Innospace, teve início na segunda-feira, 10, marcando uma das etapas decisivas antes do lançamento, durante a operação.

"Nessa fase, são realizados testes e verificações que asseguram uma conexão correta entre a carga útil - satélites e experimentos - e o veículo lançador, confirmando que cada equipamento está estabilizado e funcional para o momento do voo", explicou a FAB.

A missão para transportar cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por universidades e empresas nacionais e internacionais, simboliza, conforme a Força Aérea, a "entrada definitiva" do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, além de abrir novas oportunidades de geração de renda, inovação e atração de investimentos para o País.

"Essa etapa da operação é uma atribuição conduzida diretamente pela Innospace e pelos desenvolvedores dos satélites e experimentos. A FAB acompanha todo o processo no Prédio de Preparação de Propulsores, infraestrutura especializada disponibilizada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), o que reforça nosso compromisso em prover suporte técnico, coordenação e governança para que cada missão transcorra com integridade, transparência e alto padrão de confiabilidade", destacou em nota o coordenador-geral da operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo.

Tecnologia

Governo vai alterar prazo para adequação de big techs ao 'ECA digital'

As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial, mas prazo deverá ser reduzido para 180 dias

17/09/2025 22h00

Criança brincando com o celular

Criança brincando com o celular Foto: Reprodução/EPTV

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O governo federal vai editar uma Medida Provisória para reduzir o prazo para que as big techs coloquem em prática as normas fixadas pelo PL 2628, conhecido como ECA Digital. O projeto aprovado no Congresso estabelece regras para o uso de redes sociais por crianças e adolescentes. As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial. O governo, no entanto, considerou o prazo longo e decidiu reduzi-lo para 180 dias.

A MP está sendo liderada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e deve ser editada nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sancionar o projeto em uma cerimônia no Palácio do Planalto. Ao alterar o prazo, o governo levou em conta, segundo fontes do Palácio do Planalto, o fato de que a lei entraria em vigor somente próximo da eleição, o que poderia elevar tensões durante o período eleitoral. Há uma visão de que qualquer debate relacionado às big techs está "entranhado" nas eleições de 2026

A aprovação do projeto de lei foi cercada de discussões e gerou reação de parte da oposição, que considerou o novo regramento uma espécie de censura às redes. O governo pesou ainda a possibilidade de que a demora para aplicar o ECA Digital transformasse a nova lei em "letra morta".

A nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu retomar os planos de oferecer treinamento com as principais plataformas digitais para as suas lideranças. O objetivo é fortalecer a militância digital mirando as eleições de 2026 e a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O "ECA digital" foi aprovado no Congresso no mês passado após intenso debate sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. A comoção da opinião pública sobre o tema foi motivada por um vídeo do youtuber "Felca" a respeito do que classificou como "adultização" de crianças. Na publicação, Felca explicou de que forma o algoritmo direciona a pedófilos os conteúdos que expõem menores de idade.

O projeto aprovado estabelece que conteúdos que violem direitos da criança e do adolescente devem ser removidos imediatamente após a empresa ser comunicada pela vítima, por responsáveis ou por autoridades. Estão incluídos nessa regra conteúdos de assédio, exploração sexual, incentivo à automutilação e uso de drogas; entre outros. Além disso, o texto prevê a implementação de ferramentas de supervisão para os pais e determina que as empresas possam ser sancionadas e multadas caso descumpram medidas determinadas pela lei.

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