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TESTE DRIVE

A nova aposta da Ford é a Maverick Lariat, a picape voltada para o público urbano

Inspirada na F-150, a picape de médio porte é elegante, sofisticada e com design robusto

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A Ford anunciou em 2018 que iria se voltar para o mercado de SUVs e picapes, e depois de se tornar uma montadora premium, investiu no Bronco Sport e agora, na Maverick, a nova picape de médio porte.

Uma verdadeira revira volta para os entusiastas e apreciadores de carros antigos,  quando a Ford anunciou a nova picape e revelou seu nome, grande parte ficou em choque. 

A grosso modo, Maverick, significa ser diferente dos demais, não é influenciado por algo ou por alguém, tem autonomia e se recusa a seguir as regras estabelecidas, e a nova picape chegou em uma única versão, chamada de Lariat com pacote FX4, que acresce itens exclusivos para uma boa aventura e faz jus ao nome. 

O motor 

Mais conhecida como picape do Bronco, a Maverick vem com um motor 2.0 GTDI ecoboost, turbo, com injeção direta, a gasolina, que rende seus 253cv com 38,7 kgfm de torque e acelera de 0 a 100 km/h em pouco mais de 7 segundos. A transmissão é automática de 8 velocidades junto com uma tração AWD, aquele tipo de tração inteligente, integral, que distribui a força conforme demanda. 

Qual o público? 

Aquela pessoa que procura um design robusto, inspirado na F-150, conforto, versatilidade, ou até mesmo esportividade, além da conectividade. 

Rodas aro 17 polegadas com pneus para todo terreno, ganchos frontais, engate para reboque, e outras características únicas, mostrando que a montadora não está para brincadeira nessa nova empreitada. 

Dimensões e capacidade de carga 

Medindo pouco mais de 5,07 metros de comprimento, sendo 3,07 metros de entre-eixos, 1,84 m de largura e 1,67 m de altura, nem grande, nem pequena, a Maverick pode carregar até 617kg na caçamba, ou 943 litros somados ao engate que suporta mais 499 kg. 

Na prática, vale a pena?

Sem dúvida é uma picape que já vem com o pedigree da raça Ford, por ser de nicho, e não querer ostentar grande participação no mercado, a Maverick não tem concorrentes, por mais que muitos a compararam com a Fiat Toro,  sim, é da mesma categoria de carroceria, porém o nível de acabamento de uma para outra é gritante, seria mesma coisa que comparar um Jeep Renegade com Volvo XC40 entendeu?

Dito isso, vamos ao que interessa, consumo e outras informações bacanas.

Ao todo, rodamos mais de 520km com a picape, entre cidade, estrada com bons asfaltos e estrada de terra, carregamos um quadriciclo na caçamba, rebocamos uma lancha, e devo dizer, surpreendeu, mas o pino de reboque é opcional, num veículo que custa seus R$240 mil, um tapa na cara, tive que pegar emprestado de uma Ford Ranger, pelo menos é padronizado e deu certo. O consumo ficou entre o esperado, 7,5 km/l na cidade, e 12 km/l na estrada, o conforto e a quantidade de portas objetos foi uma surpresa, assim como dirigibilidade, se fosse dar uma nota, seria alta.

O que senti falta foi dos sensores de estacionamento, câmera frontal igual ao do Bronco, piloto automático adaptativo, espelhamento sem fio do smartphone, enfim, para um carango nesse patamar de valor, alguns pontos são cruciais, até porque estamos falando de carros premium.

Mudando de saco pra mala, os modos de condução fazem jus ao kit FX4, e o modo reduzida funciona bem, dentro é um aconchego só, multimídia bacana, que “conversa” com o celular através de cabo, o legal, é que a bateria fica sempre 100%, o silêncio a bordo é inevitável, e é praticamente zero o nível de ruído interno, o sistema de som é bem legal, porém sem assinatura.

Em suma, a picape é bem completa, mas é aquele detalhe, é carne nova, tem alguns ajustes a ser feito,  cumpre o prometido, com certeza vale o teste drive. Mas como sempre digo, o melhor carro é aquele que te serve e cabe no seu bolso.