Cidades

Falta de recursos

Encceja será formulado com questões antigas por falta de dinheiro

O governo alerta que nenhuma prova antiga do Exame é divulgada

G1

20/09/2017 - 10h28
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A prova que pode dar o diploma escolar para 1,5 milhão de brasileiros neste ano foi elaborada com a reutilização de questões que já foram aplicadas em edições anteriores da avaliação. Por isso, nenhuma prova antiga do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para residentes no Brasil (Encceja) é divulgada pelo governo federal. O objetivo é tentar manter a surpresa, proibindo que alunos estudem com base nas provas já aplicadas.

Previsto para 22 de outubro, o exame teve a data alterada pela segunda vez, e agora será aplicado em 19 de novembro. Ele serve para a obtenção do certificado do ensino fundamental e médio. Desde 2009, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) era utilizado para conceder os diplomas, mas deixou de ter esta função em 2017.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) admitiu o processo de "reutilização de itens". A publicação do conjunto é procedimento padrão adotado pelo Inep em exames como o Enem ou o Revalida.

Entretanto, o órgão disse que não divulgaria as questões do Encceja com o objetivo de manter o sigilo sobre a base de itens. De acordo com o Inep, a atual versão do exame foi elaborada ao fim de um ciclo de "dificuldades com a definição de calendários e com a disponibilidade de recursos para os processos de produção e pré-testagem de itens".

"Isso acarretou na necessidade de reutilização de itens já aplicados anteriormente como itens-âncora dos pré-testes, de modo a garantir a equalização de parâmetros psicométricos. Também em decorrência disso, optou-se pelo uso dos mesmos itens em diferentes edições do Exame, mediante o monitoramento de sua exposição pública, com a adoção de períodos de quarentena e intercalações entre as aplicações regulares e nos presídios, no Brasil e no exterior", informou o Inep.

"Dessa forma, os cadernos de provas de anos anteriores não serão disponibilizados para que seja garantida a segurança e isonomia do processo", informou o órgão.

Transparência e eficácia da certificação

O especialista em educação Roberto Catelli Júnior buscou em seu doutorado avaliar se os exames como o Encceja conseguiu cumprir o papel de reduzir as desigualdades ao promover a conclusão da educação básica para jovens e adultos. Em sua pesquisa aponta que os exames não têm se constituído em uma política efetiva de democratização de oportunidades.

Em sua tese, Catelli Jr faz uma análise de algumas questões do exames de 2002 e 2005, já que o exame não foi realizado em 2003 e 2004. E a partir de 2006 o exame foi reformulado e as questões não foram mais disponibilizadas para o público.

“Por razões políticas (...) o Encceja deixou de ser um exame de maior investimento no Inep. O Encceja foi se tornando um exame cada vez mais marginal mesmo, realizado com baixo custo, não havendo nem mesmo a preocupação de manter um calendário regular ao longo dos anos”, disse Roberto Catelli, especialista em educação.

Em sua pesquisa, Catelli lembra que, segundo o Censo 2010, havia cerca de 65 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais sem o diploma do ensino fundamental e outros 22 milhões de pessoas com 18 anos ou mais sem o diploma do ensino médio.

“A questão dos itens de prova não serem abertos, de fato, gera a falta de transparência e também impede que os candidatos possam estudar com base nos itens de prova já elaborados. O problema central está na baixa produção de itens desde 2006”, afirma Catelli.

Gasto não divulgado
O Inep não divulgou dados sobre os custos da aplicação do exame, sejam estimativas totais ou custo por aluno. O instituto também não deu qualquer detalhe sobre o tamanho do banco de itens do Encceja, qual o investimento necessário para elaboração de novas questões, prazo de quarentena para reutilização das questões.

Claudia Costin, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que foi um erro separar os dois exames, principalmente por conta da crise fiscal que o país enfrenta. “Se há pouco recurso, por que separar as provas? Os dois exames [Encceja e Enem] lidam com a mesma questão que é certificar a educação básica e ser a porta de entrada para a universidade. Não vejo vantagem em separar.”

Falta de referência na preparação

A diretora do Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (Cieja) Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, Eda Luiz, diz que se surpreendeu com o retorno do Encceja. Eda afirma que a maioria dos alunos da escola – hoje são 1.400 alunos de Educação de Jovens (EJA) do 1º ao 9º ano do ensino fundamental – fazia o Enem com objetivos múltiplos, de adquirir a certificação e ingressar no ensino superior.

Ela teme, agora, que com a separação dos exames, os alunos parem de estudar, após conseguirem a certificação via Encceja. Ou, ainda, desistam se não tiverem bom desempenho.

“A grande maioria dos alunos se inscreveu [para o Encceja], procuramos algum material para auxiliar na preparação deles e servir de subsídio. Pensamos em oferecer oficinas, mas não encontramos nada disponível. Estamos preocupados porque a prova pode ser uma grande surpresa e pode não ser estimulante para o aluno prosseguir nos estudos", disse Eda Luiz, diretora da Cieja Campo Limpo.

Eda lembra que o Enem é uma prova que cobra mais habilidades, por isso era “mais democrática”. “Não sei se isso estará garantido no Encceja.”

EXÉRCITO BRASILEIRO

Exército quer ter 20% de militares mulheres até 2035

No primeiro ano de alistamento militar feminino, foram 478 mulheres inscritas para disputarem 99 vagas

22/04/2025 17h30

General de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha

General de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha FOTO: Gerson Oliveira

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Nesta terça-feira (22), durante um Encontro Institucional realizado no Comando Militar do Oeste -(CMO), o General de Exército Richard Fernandez Nunes, Chefe do Estado-Maior do Exército (Ch EME), afirmou que até 2035, a expetativa é que pelo menos 20% dos militares brasileiros seja composto por mulheres.

A informação foi confirmada pelo chefe do Comando Conjunto do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Oeste (CCOp/CMO), general de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha, que lembrou que, esse ano foi o primeiro no qual mulheres puderam de alistar voluntariamente ao serviço militar em Mato Grosso do Sul.

Conforme Baganha, até o momento foram 478 mulheres inscritas para disputarem 99 vagas, que serão distribuídas entre a base de administração e apoio, o Colégio Militar e o Hospital Militar de Campo Grande, o que representa uma disputa de quatro mulheres por vaga. “Haverá um processo seletivo para a escolha de quem assumirá essas vagas, e dentro daquela previsão para 2035, as selecionadas vão começar a servir com a gente a partir de 2026. São quase 500 inscritas e esse número só tende a aumentar a cada ano”, disse.

Na ocasião, o general do CMO também falou da integração do Exército Brasileiro com outras forças de segurança estadual no combate ao crime transfronteiriço. “Nós temos uma facilidade de comunicação e de atuação, inclusive cedendo meios para que a segurança pública utilize, fazendo parte do uso da infraestrutura que eles têm, da capilaridade que nós temos e a logística que nós temos. Claro que há sempre espaço para melhorias e esse é o nosso trabalho, procurar estreitar relacionamentos”, salientou.

Durante a reunião, Baganha disse ainda que, uma das prioridades para o Exército de Mato Grosso do Sul é concluir a base do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira - (SISFRON), que objetiva proporcionar ao Exército Brasileiro os meios necessários de monitoramento e controle para operação na faixa de fronteira terrestre brasileira, e destina-se ao sensoriamento, ao apoio às operações e à decisão, a fim de permitir a atuação de forma efetiva nas áreas de fronteira da Amazônia, do Centro-Oeste e do Sul.

Sendo assim, o sistema coopera, dessa maneira, para a segurança, a redução de ilícitos transfronteiriços, a preservação ambiental, a proteção de comunidades indígenas e a obtenção do efeito dissuasório, por meio da utilização da capacidade operacional do Exército Brasileiro, na selva e em outros ambientes do País, isoladamente ou em conjunto com outros órgãos governamentais.

General de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha

Também presente no encontro, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel parabenizou o Exército pelo trabalho executado e apresentado, e salientou a importância desse trabalho para a segurança pública social. “A segurança pública faz parte de um item que muito importante, que gera emprego, renda, desenvolvimento para o Estado, e ainda tem essa capacidade de dar tranquilidade ao investidor e é fator decisório para que investidores venham para cá. O Exército coloca todas essas ações aqui e é um grande aliado do Mato Grosso do Sul”, afirmou em discurso.

Mobilização

Paralisação nacional deixará escolas municipais e estaduais sem aula nesta quarta-feira

A ação foi convocada pela CNTE e faz parte da 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública.

22/04/2025 17h03

Paralisação nacional deixará escolas municipais e estaduais sem aula nesta quarta-feira

Paralisação nacional deixará escolas municipais e estaduais sem aula nesta quarta-feira Foto: Divulgação / Governo de MS

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Os professores e trabalhadores da rede municipal e estadual de Campo Grande irão aderir ao Dia Nacional da Paralisação, uma ação convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), como parte da 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública. 

A decisão foi tomada hoje (22) em assembleias com a participação da Federação dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) e do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), onde oficializaram a adesão ao movimento. 

Com isso, as escolas da rede municipal e estadual da Capital e de outros municípios de Mato Grosso do Sul não terão aula nesta quarta-feira (23), data da paralisação. 

O movimento tem o apoio de várias entidades e é uma “resposta aos ataques sofridos pela educação pública brasileira e um chamado à valorização urgente para quem faz a educação acontecer”, segundo o CPERS, o sindicato de professores do Rio Grande do Sul, um dos apoiadores do ato. 

Convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o movimento reunirá professores, funcionários, especialistas e demais trabalhadores da educação pública em atos por todo o Brasil. 

Entre as pautas defendidas estão a realização de concurso público para o ingresso de profissionais, o cumprimento do Piso Nacional do Magistério, revisão dos salários em 12,14% para todos os segmentos da educação pública, revogação da alíquota previdenciária de 14% para aposentados, melhores condições de trabalho, entre outras. 

Em Campo Grande, a mobilização será na Praça do Rádio Clube a partir das 9h e sairá em passeata pelas ruas centrais da cidade no dia 23. Além da passeata, a semana será marcada por debates e palestras sobre assuntos que, segundo a FETEMS, “se alastram pelo país e o mundo e que precisam ser enfrentados com contundência pelos setores progressistas da sociedade”, falando sobre a privatização das escolas públicas. 

Após a mobilização, às 14h, a FETEMS promove uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), em parceria com os deputados Estaduais Pedro Kemp e Gleice Jane, do PT, onde será debatido o Projeto de Lei 2614/2024, que institui o Plano Nacional de Educação (PNE), que, quando aprovado, terá validade de 10 anos a partir de 2025. Além do debate, também haverá uma palestra ministrada pela Professora Andréia Militão, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). 
 

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