O corpo de um travesti surdo e mudo de 21 anos, outros três cadáveres e uma ossada foram encontrados enterrados dentro da casa de um pintor de paredes por policiais militares na tarde de domingo (27), na favela Alba, no Jabaquara (zona sul).
A polícia acredita que Jorge Luiz Morais de Oliveira, 41, seja um assassino em série. Ele foi preso em flagrante e confessou apenas a morte de Carlos Neto Alves de Matos Júnior. A polícia encontrou escondidos na casa dele, facas e um soco inglês sujos de sangue, assim como roupas femininas e um lençol manchados.
Com ferimentos de faca no braço e na coxa, o acusado alegou que matou em legítima defesa. Ele disse que Júnior e outro homossexual foram à sua casa na tarde de quarta-feira e, como ele se recusou a fazer sexo com eles, foi atacado. Mas conseguiu tomar a faca que o travesti portava e o matou.
A história, entretanto, foi desmentida pela mãe e irmã do pintor, que moram na casa em frente a dele. Elas disseram que o travesti, acompanhado de um amigo, chamavam por uma vizinha do pintor. Ele, então, pediu que os dois entrassem em sua casa para chamar a vizinha pelo muro do quintal.
As familiares relataram terem ouvidos gritos depois e viram o momento em que o acompanhante do travesti escapou correndo.
Oliveira fugiu após o crime e só reapareceu ontem, após a mãe chamar a PM e ligar para ele, propondo que lhe contasse pessoalmente o que de fato aconteceu.
Na casa do pintor, havia um rastro de sangue do quintal ao quarto, onde o piso estava quebrado. A polícia desconfiou e cavou no local, onde encontrou o corpo do travesti. Oliveira disse, segundo a polícia, que ficou desesperado e resolveu ocultar o corpo.
No momento em que o acusado era algemado, policiais suspeitaram do chão do quintal, que estava com piso diferente do restante. Eles cavaram e encontraram mais três corpos e uma ossada. Nenhum foi identificado.
Um celular encontrado na casa de Oliveira foi reconhecido como sendo de uma mulher que está desaparecida há um mês.