Mato Grosso do Sul conta com 16 barragens que armazenam resíduos de atividade mineradora, todas elas localizadas no município de Corumbá, mais precisamente no Maciço do Urucum, consideradas de “dano potencial alto”. São estruturas como estas que no último dia se romperam em Mariana (MG), provocando dezenas de mortos, deixando milhares sem água potável, e acabando com povoados. Em MS, o risco de uma tragédia igual à de Minas Gerais ocorrer é menor, sobretudo que um eventual problema nas barragens da Vale, em Corumbá, quase não atingiria a população do município. Quem mais sofreria, seria o Pantanal, bioma único no mundo.
Conforme o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia, das 15 barragens de Mato Grosso do Sul, somente duas são realmente “grandes”, semelhantes às de Mariana (MG). Trata-se da Gregório, registrada em nome da Mineração Corumbáense e da Barragem Sul, criada pela mineradora MMX, atualmente inativa. A capacidade da Gregório é de 10 milhões de metros cúbicos de resíduos, e a da Barragem Sul, de 3 milhões de metros cúbicos.
Estas duas barragens maiores são consideradas de risco médio e baixo, respectivamente. Assim como a maioria das barragens menores em nome da Mineração Urucum (que também pertencer à Vale). Da Urucum, somente duas pequenas barragens, são consideradas de alto risco.
Mas não é somente o risco que importa para o DNPM. O “Dano Potencial Associado”, ou DPA, também é avaliado periodicamente, e nos casos das barragens sul-mato-grossenses, todas têm o DPA considerado alto. Pudera, em caso de rompimento, todo o Pantanal seria prejudicado.
Na Barragem de Gregório, o DNPM informou que a última vistoria foi realizada em fevereiro deste ano, e não havia qualquer impedimento ou problema constatado. A Barragem Sul, que apesar de inativa ainda tem resíduos, e necessita de manutenção permanente, foi verificada no mês passado, e está em dia com as exigências dos órgãos reguladores.
Sobre suas barragens em Mato Grosso do Sul, a Vale informou que “projeta, implanta e opera suas barragens de acordo com técnicas de engenharia avançadas e boas práticas internacionais, seguindo rigorosos controles de gestão de segurança e gestão de riscos, realizando inspeções e monitoramento sistemáticos, bem como auditorias externas periódicas para identificação de anomalias e garantia das condições de segurança. Neste momento todas as nossas estruturas estão funcionando em absoluta normalidade, atendendo aos requisitos legais vigentes e com todos os aspectos de segurança garantidos”.
A empresa ainda completou em nota: “A Vale reitera que fez uma verificação detalhada das condições estruturais de suas barragens e que nenhuma alteração foi detectada nas inspeções realizadas”.
*A reportagem completa está na edição de hoje do Correio do Estado.