Cidades

CORRUPÇÃO NO JUDICIÁRIO

Investigação que "derrubou" cúpula da Justiça de Mato Grosso do Sul trava no STF

Nenhum dos investigados, sobretudo desembargadores, prestou depoimento à PF sobre esquema de venda de sentenças

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Quase um mês após a deflagração da Operação Ultima Ratio, que cumpriu ordem de busca e apreensão em 44 endereços ligados a magistrados, advogados e um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), nenhum dos alvos havia prestado depoimento à Polícia Federal (PF) até ontem, conforme apurou o Correio do Estado. Isso porque o caso está parado no Supremo Tribunal Federal (STF). 

A operação resultou no afastamento de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), um juiz e de um conselheiro do TCE-MS. 
Por determinação do ministro Francisco Falcão, todos estão sendo monitorados por tornozeleira eletrônica, instalada 12 dias após a decisão judicial. 
A PF investiga um esquema de venda de sentenças que envolve desembargadores, advogados, o conselheiro da Corte de Contas e lobistas. 

Há indícios de compra de decisões ligadas a litígios sobre propriedade de fazendas, cálculos de honorários similares a prêmios de Mega Sena, entre outras. 
Indagado sobre o andamento das investigações e sobre um cronograma para que os envolvidos prestem depoimento, o delegado da PF responsável pelas investigações, Marcos Damato, afirmou que “não realizamos inquirições. Estamos aguardando posicionamento do STF sobre o prosseguimento das investigações”. 

É que, por suspeita de que o suposto esquema de venda de sentenças judiciais tenha envolvimento de algum ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o caso foi encaminhado ao STF e está sob responsabilidade do ministro Cristiano Zanin. 

Pelo fato de o caso ter mudado de mãos, até mesmo a equipe da PF à frente da investigação pode ser modificada. Por enquanto, isso não aconteceu. 

“Até o momento, segue a mesma equipe. Aguardamos posicionamento do STF sobre o prosseguimento das investigações”, limitou-se a informar o delegado Damato ao responder, por e-mail, pedido de informações feito pela reportagem do Correio do Estado

Porém, enquanto as equipes da PF esperam uma definição sobre o rumo da investigação, os documentos, os celulares e os computadores apreendidos no dia 24 de outubro estão sendo periciados. 

Questionado sobre as descobertas feitas até agora em meio a esse material, o delegado apenas informou que não foram encontrados novos dados relevantes: “Após a deflagração da operação, em 24 de outubro, não obtivemos dados novos relevantes”.

Também não há informação se o inquérito da PF está ou não próximo do fim. Normalmente, inquérito em que os suspeitos não estão presos, o prazo para conclusão é de 30 dias, prorrogável por mais 30 dias. 

Nessa fase inquisitória, os investigados são intimados a prestar depoimento, algo que ainda não ocorreu. Em operações como essa, é de praxe que os investigados falem às autoridades policiais logo após a deflagração da operação. 

CELULAR

No dia da deflagração da Ultima Ratio surgiu a informação de que a operação teria tido “auxílio” das informações descobertas no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em Cuiabá (MT) no dia 5 de dezembro do ano passado. 

O delegado Damato, porém, não faz ligação entre os afastamentos das autoridades em MS e o assassinato no estado vizinho. Sobre o conteúdo encontrado naquele celular, diz apenas que “não sabemos, pois a equipe de investigação da PF em MS não tem acesso a tal celular”.

ULTIMA RATIO

Além do afastamento dos desembargadores Sérgio Martins, Alexandre Bastos, Vladimir Abreu, Sideni Pimentel e Marcos Brito, a operação também mirou nos desembargadores recém-aposentados Divoncir Maran e Júlio Roberto Siqueira – esse último, em sua casa, foram apreendidos em torno de R$ 2,7 milhões entre dólares, euros e reais. 

Na operação também foi afastado o conselheiro Osmar Jeronymo, do TCE-MS, e o juiz Paulo Afonso de Oliveira. Além disso, os agentes da PF e da Receita Federal cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do procurador de Justiça Marcos Sottoriva. 

Todos eles, segundo a denúncia da PF, estariam envolvidos em um esquema de venda de sentenças judiciais que envolviam escritórios de advocacia pertencentes aos filhos de, pelo menos, cinco desembargadores ou ex-desembargadores. 

Parte dos mandados de busca e apreensão no dia 24 de outubro foi cumprida em Cuiabá e em Brasília, pois existe a suspeita de que o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, com forte influência nas mais altas cortes do Judiciário, tenha elo com o suposto esquema de venda de sentenças em Mato Grosso do Sul.

Saiba

A Operação Ultima Ratio foi deflagrada no dia 24 de outubro por suspeita de venda de sentenças por parte de desembargadores do TJMS com a ajuda de advogados. Somente em uma das ações que está na mira da Polícia Federal e que convenceu o STJ a determinar o afastamento, que também foi estendido ao conselheiro Osmar Jeronymo, do TCE-MS, desembargadores e advogados tentavam tomar mais de R$ 178 milhões do Banco do Brasil.

 

*(Colaborou Eduardo Miranda)

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Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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