Começa à zero hora deste domingo (20) - o relógio tem de ser adiantado em 1h - no Mato Grosso do Sul a 38ª edição do horário de verão brasileiro, que neste ano, segundo o Ministério das Minas e Energia, tem a meta de economizar R$ 400 milhões em energia elétrica e reduzir o consumo do serviço em 0,5%, com o adiantamento em uma hora do relógio em 11 Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, incluindo o Distrito Federal.
Cifras e percentuais à parte, a mudança de horário, que durará 120 dias (encerrando-se em 16 de fevereiro do ano que vem) ainda divide opiniões entre os brasileiros e os médicos orientam a população a redobrar os cuidados com a saúde e alimentação, para que o organismo sofra menos impacto a partir deste fim de semana.
“Com a mudança para o horário de verão, vai ocorrer uma liberação de adrenalina maior no corpo, o que pode ocasionar aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. A pessoa também pode acordar sentindo-se mal-humorada e a a produtividade também fica reduzida principalmente na primeira semana (pós-mudança).
Hipertensos, diabéticos e pacientes que tomam medicação controlada para a área psiquiátrica também devem ficar atentos, porque como vão acordar mais cedo, muda também o horário de ingestão dos medicamentos e o organismo vai ter que se adequar a isso”, explica a médica cardiologista e clínica geral Josete Gargioni Adames.
A boa notícia é que todos esses efeitos duram em torno de sete a 10 dias e depois desse período o organismo já se adaptou, segundo a médica Josete Adames. “Mal para o organismo, o horário de verão não faz, é só uma questão de adaptação. O impacto é leve e pode ser aliviado com algumas medidas, como ir dormir mais cedo, fazer exercícios contínuos durante o dia, expor-se ao sol (para ativar a vitamina D, que atua na regulação do relógio biológico), ingerir mais líquidos e evitar alimentos gordurosos, alimentos com cafeina e bebida alcoólica principalmente no horário noturno”, recomendou.
Adaptação
Comemorado por esportistas e adeptos de atividade física por significar uma hora disponível a mais no período da tarde, o horário de verão já é realidade em pelo menos um local de Campo Grande: a Praça Esportiva Belmar Fidalgo. O relógio do espaço já está adiantado em uma hora desde a semana passada, segundo informação da administração.
Para o atleta de vôlei de praia Miguel Ortigosa, 36 anos, frequentador assíduo da praça esportiva, somar a prática de exercícios físicos regulares à exposição ao sol é a melhor receita para adequar o relógio biológico à diferença de horário. Mesmo quem tem bom condicionamento físico como ele não deixa de ser afetado por uma hora mais cedo na rotina — são de três a quatro dias para “acostumar o corpo” ao novo horário, estima Miguel.
“Para a gente, que participa de competições em Estados onde o horário é diferente do nosso Estado, influencia bastante. O bom é que as próximas competições estão programadas só para a primeira semana de novembro, então até lá o organismo já estará adaptado”, comentou.
Acostumado a outro tipo de esforço físico — no caso, percorrer quilômetros de vias públicas de Campo Grande por dia, para pintar o meio-fio de calçadas —, o trabalhador Renato de Souza, 22 anos, diz gostar do horário de verão. “Parece que o dia fica menor. É bom porque a gente fica menos horas no sol e também sai ‘mais cedo’, ainda está de dia na hora de voltar para casa”, avalia.
Recomendação médica
O ideal, segundo a médica cardiologista e clínica geral Josete Gargioni Adames, é que a população adote o hábito de dormir mais cedo antes do dia de alteração dos relógios para o horário de verão, pratique exercícios físicos contínuos (com duração superior a 40 minutos) diariamente e exponha-se ao sol por no mínimo 15 minutos para ativar a vitamina D, que influencia na regulação do chamado ciclo circadiano (vigília-sono) do organismo.
Reforçar a hidratação durante o dia (com consumo de dois a três litros de água), evitar alimentos que contenham grande quantidade de cafeína (café, tereré, chimarrão, bebidas a base de cola e guaraná em pó), limitando o seu consumo até as 15h, além de evitar a ingestão de alimentos gordurosos e bebidas alcoólicas à noite, principalmente neste fim de semana, também são importantes para o campo-grandense iniciar a segunda-feira sem grandes transtornos para o bem-estar.