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'miau-miau'

Fertilizante vira droga para jovens na balada

Fertilizante vira droga para jovens na balada

pernambuco.com

05/08/2011 - 01h00
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O fertilizante mefedrona, conhecido como Miau-Miau, pode ser banido do Brasil devido ao seu uso por jovens como droga estimulante em baladas de clubes noturnos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai julgar nesta terça-feira se o considera uma droga ilícita ou se apenas controla sua venda para o uso na agricultura.

A favor da proibição, por considerar que não há controle eficaz nas lojas de implementos agrícolas, o professor de agronomia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), José Augusto dos Santos Neto, afirma que há desvios desses produtos para uso como droga. “As pessoas compram o Miau-Miau nas lojas de fertilizantes de Montes Claros (Norte de Minas) sem receituário e acompanhamento técnico. O Miau-Miau devia ser proibido, porque pode ser substituído por outras substâncias que não fazem mal”, diz.

Por não ter sido incluído na lista de substâncias de uso controlado – portaria 344/98 da Anvisa -, o Miau-Miau não pode ser apreendido pela polícia. Por isso, as polícias Federal, Civil, nem a Subsecretaria Antidrogas e a Associação Brasileira Comunitária e de Pais para a Prevenção do Abuso de Drogas (Abraço) têm registros sobre o seu uso dentro de Minas Gerais.

O consumo do entorpecente, no entanto, pode ter causado a morte de 37 pessoas no Reino Unido e na Irlanda, segundo as autoridades desses países. Segundo informações do Departamento de Investigações Antidrogas da Polícia Civil de Minas Gerais, a droga pode causar problemas de circulação e até vasculite, uma inflamação autoimune dos vasos sanguíneos.

Na internet

Não é difícil encontrar ofertas em sites que encomendam o produto pela internet. A reportagem do Estado de Minas conseguiu entrar em contato com sites que prometem entregar a droga pelo correio ou serviço de postagem expressa, mediante depósito em conta.

Num português claramente escrito por estrangeiros, os vendedores de um dos sites garantem por e-mail a qualidade do produto e a discrição na entrega: “Nossos produtos são puros e têm provado ser 99,87% puro. (sic) Nós fazer sobre os serviços de entrega que são rápidos, discretos e protegidos”.

Ainda segundo as informações do e-mail de resposta à encomenda da reportagem, os vendedores pedem de sete a dez dias para entregas de mais de um quilo. Menos do que isso pode ser entregue entre um e três dias.

O preço, em euros, é salgado. Por 100 euros, ou R$ 223,30, pode-se comprar 25 gramas de Miau-Miau. Mas os exportadores, que não revelam a fonte de seu produto, aceitam encomendas de até um quilo, que sai por 4.900 euros, ou R$ 10.941,70.

A Anvisa informa que 541 substâncias estão dentro da portaria 344/98 e a sua venda fora do controle de autoridades ou quando são ilícitas configura tráfico de drogas. A pena prevista para esse crime é de reclusão de cinco a 15 anos.

Anestésico

Uma das substâncias que a Anvisa considera de uso controlado, mas que ainda é consumida por usuários de drogas é o anestésico Ketamina. Assim como o Miau-Miau, o produto tinha uso agrícola, usado para cirurgias em cães, cavalos e bois. Ela está entre os medicamentos que, segundo rumores da imprensa britânica, poderiam ter formado um coquetel suspeito de ter matado a cantora inglesa Amy Winehouse, no mês passado.

De acordo com o toxicologista da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, Carlos Alberto Tagliati, mesmo com a classificação de substância controlada, a Ketamina continua sendo usada por viciados que são seus pacientes. “Eles a chama de Super K ou de vitamina K. É usada para ampliar os sentidos, geralmente misturada a outras drogas. O uso pode matar, pois altera a pressão sanguínea, levando a uma parada respiratória”, afirma.

Memória

Alerta para ketamina

Em junho de 2003, o Estado de Minas publicou uma série sobre drogas high-tech, na qual alertava para a invasão de substâncias “fabricadas” em laboratório que surgiam ou estavam mais em uso na época, em festas e boates. A ketamina, que também era chamada de K, Especial K, Super K, era uma delas e era apontada como uma das preferidas pelos usuários porque provocava efeitos alucinógenos. Na ocasião, a reportagem conseguiu comprar uma receita de um médico veterinário no Centro de Belo Horizonte e, com ela, adquirir o produto numa loja de produtos veterinários na Via Expressa, no Barro Preto. Outros produtos, usados como suplementos alimentares, foram comprados sem receita. A reportagem mostrava também as facilidades de se adquirir sementes de maconha, ecstasy “natural” e cogumelos alucinógenos pela internet ou no círculo de amigos, e, também mostrava a dificuldade da polícia para barrar sua comercialização.

BRIGA POR FAZENDA

Vistoria da Iagro é adiada e "mistério" sobre bois continua

Contagem do gado na Fazenda Clarão da Lua estava previsto para acontecer ontem

15/04/2025 10h00

Gado clandestino na Fazenda Clarão da Lua, no Pantanal da Nhecolândia; animais não estão registrados na Iagro

Gado clandestino na Fazenda Clarão da Lua, no Pantanal da Nhecolândia; animais não estão registrados na Iagro Foto: Divulgação

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Marcada para acontecer ontem, a vistoria da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) na Fazenda Clarão da Lua, no Pantanal da Nhecolândia, onde supostamente havia bovinos clandestinos, foi remarcada para o dia 22 e, com isso, o “mistério” sobre a situação do gado continua.

Na semana passada, após reportagem do Correio do Estado mostrar que uma briga judicial teria descoberto que 1,6 mil bovinos que estão na Fazenda Clarão da Lua simplesmente não existem para a Iagro. A agência afirmou que o gado não representa risco sanitário ao status de área livre de febre aftosa sem vacinação.

O status de área livre de febre aftosa sem vacinação conquistado por Mato Grosso do Sul foi reconhecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

De acordo com a Iagro, a vistoria para contagem do gado e conferência da documentação dos animais que havia sido marcada para ontem foi transferida para a semana que vem, a pedido de um dos envolvidos na briga judicial.

“A Iagro informa que a contagem do rebanho estava agendada para esta segunda-feira, 14 de abril. No entanto, na sexta-feira, dia 11 de abril, foi proferida uma decisão judicial que determinou a reintegração de posse em favor de uma das partes envolvidas. Em decorrência dessa decisão, a parte beneficiada solicitou o reagendamento da contagem para o dia 22 de abril, a fim de viabilizar o deslocamento da equipe responsável pelo manejo e reunião do gado”, declarou a agência.

A disputa judicial envolve três pessoas: o ex-proprietário Marcos Garcia Azuaga, Rodrigo Ricardo Ceni, que comprou a fazenda e a revendeu quatro dias depois, e Amerco Rezende de Oliveira, que comprou a fazenda, mas arrendava o local há mais de 10 anos. 

Agora que a fazenda terá de ser devolvida a Oliveira, arrendatário da terra há mais de 10 anos, a exigência é de que o gado seja minimamente contado e que exista documentação. Porém, no sistema de controle da Iagro, não consta nenhum documento.

A reintegração de posse foi dada no dia 7, apesar de a alegação da Iagro apontar para o dia 11.

“A mesma parte alegou ainda que houve danos à estrutura da sede da propriedade, supostamente causados pela parte contrária, o que teria comprometido as condições de permanência das equipes envolvidas na contagem. Um boletim de ocorrência foi registrado relatando o episódio de depredação”, completou a nota da agência.

PRIMEIRA VISITA

Os técnicos da Iagro já estiveram na Fazenda Clarão da Lua, que tem 3 mil hectares de área, com um oficial de Justiça. Na ocasião, vistoriaram o local e confirmaram a existência dos bovinos.

“Todos em bom estado sanitário e sem sintomas de doenças infectocontagiosas”, afirmou a Iagro em nota na semana passada. No entanto, a justificativa da agência de que o gado não representa risco sanitário seria uma “pulada de cerca”.

“Durante a inspeção, realizada a partir de notificação judicial, foram identificadas marcas compatíveis com o cadastro de uma propriedade vizinha, registrada em nome de uma das partes envolvidas no litígio. Houve movimentação dos animais entre as áreas sem a devida comunicação ao órgão, o que configura infração administrativa e será devidamente apurada. O proprietário responsável será autuado conforme prevê a legislação sanitária vigente”, informou nota da semana passada.

A exposição do gado sem qualquer registro na fazenda veio dias antes da viagem das autoridades de Mato Grosso do Sul a Paris, na França, onde o Estado receberá da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) o status de área livre da febre aftosa sem vacinação.

*Colaborou Eduardo Miranda

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Cidades

Mulher é presa por usar produtos proibidos em procedimentos estéticos

Ação aconteceu na tarde desta segunda-feira (14); ela é investigada por exercer ilegalmente a medicina, expor a saúde de terceiros a risco, induzir consumidores a erro e vender produtos impróprios para o consumo

15/04/2025 09h45

Mulher é presa por usar produtos proibidos em procedimentos estéticos

Mulher é presa por usar produtos proibidos em procedimentos estéticos Polícia Civil

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Uma mulher de 31 anos foi presa na tarde desta segunda-feira (14), no bairro Piratininga, em Campo Grande, por exercer ilegalmente a medicina, expor a saúde de terceiros a risco, induzir consumidores a erro e vender produtos impróprios para o consumo. 

As investigações tiveram início após um alerta da Vigilância Sanitária Municipal, que apontou que a mulher estaria aplicando ácido botulínico, ácido hialurônico e, possivelmente, PMMA – substância de uso restrito e altamente perigosa. 

Devido ao fato da mulher mudar constantemente de endereço, permanecendo no máximo três meses em cada local, a localização foi dificultada. Para ajudar, os investigadores passaram a monitorar clientes que procuravam serviços estéticos permitidos, como aplicação de cílios, unhas e tratamentos capilares.

Com isso, a equipe conseguiu identificar o novo endereço da autora e efetuou a prisão logo após ela realizar um procedimento conhecido como Skinbooster, de uso exclusivo por profissionais médicos.

Já no local foi constatado condições precárias por não apresentar o mínimo de higiene,  foram apreendidos agulhas, ácidos e substâncias proibidas no Brasil, como o Lipostabil, utilizado ilegalmente para fins de emagrecimento. A Vigilância Sanitária lacrou o estabelecimento.

Outra irregularidade observada foi o descarte irregular de materiais contaminantes, como agulhas usadas, colocando em risco os profissionais da coleta de lixo.

Por fim, os preços cobrados pelos procedimentos levantaram suspeitas de hiperdiluição dos produtos, no entanto, foram localizadas notas fiscais dos insumos, o que afastou, por ora, a hipótese de furto. 

A mulher foi conduzida à delegacia e deve ser apresentada à audiência de custódia. As investigações continuam.

**Com assessoria**

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