A Gol, segunda maior companhia aérea brasileira, anunciou nesta sexta-feira que o "yield" (indicador que reflete o preço das passagens) deve subir entre 4% e 5% nos próximos meses ou trimestres, após ter caído quase 14% no segundo trimestre do ano.
No entanto, informou que essa alta não significa necessariamente aumento de tarifa na mesma proporção. A TAM também anunciou recentemente que prevê para o terceiro trimestre recuperação de 5% no "yield".
"É prematuro dizer que haverá um aumento de tarifas", afirmou o presidente da companhia Constantino de Oliveira Jr, em teleconferência. O yield representa o valor médio pago por passageiro para voar um quilômetro. Segundo especialistas, o aumento do indicador pode ser feito, por exemplo, com a diminuição de promoções.
O yield teve queda de 13,8% na comparação com o segundo trimestre de 2010. Na comparação com os três primeiros meses do ano, a retração foi de 8,2%.
A companhia, que anunciou prejuízo de R$ 358,7 milhões no segundo trimestre de 2011, declarou que o resultado negativo ocorreu "em função do cenário competitivo no mercado brasileiro e pressão nos custos operacionais".
Para Constantino, a situação do yield caindo como vem ocorrendo não é "normal". Para ele, há um aumento de custos, como mão de obra e petróleo, que interferem nos custos da indústria. "Sendo assim, devem refletir, no médio e longo prazo, também no preço", disse.
Na opinião do executivo, a alta no yield será "bem-vinda porque existe necessidade de cobertura de alguns custos". No entanto, a perspectiva de aumento ainda não foi incorporada às projeções da companhia.
Ele afirmou ainda que não acredita que a crise financeira internacional irá afetar a demanda interna do setor aéreo. A empresa tem previsão de crescimento da demanda no mercado doméstico entre 12% e 18% em 2011.
CORTE
Constantino avalia que a redução de cerca de R$ 650 milhões em despesas não deverá incluir demissões. "Este programa não contempla corte de pessoal", afirmou. Segundo ele, isso ocorrerá, por exemplo, com menores custos de manutenção.
A previsão é de que as medidas devem ter impacto completo no final de 2012.
WEBJET
A Gol espera incorporar a Webjet, que teve a aquisição anunciada em julho, em seus resultados a partir do terceiro trimestre do ano.
"Estamos esperando a autorização da Anac [agência reguladora do setor] para concluir o negócio. O pleito deverá ser avaliado nas próximas semanas e depois poderemos assumir a companhia e aguardar a posição do Cade [órgão que regulamenta a concorrência", afirmou o presidente.
Segundo ele, a dívida de R$ 214,7 milhões da Webjet será incorporada no balanço da Gol, que não deverá ter o resultado deteriorado por isso. "Não irá alterar os nossos índices de alavancagem".
Em relação à marca Webjet, foi anunciado que ainda está em estudo se ela irá desaparecer. "Estamos analisando ainda, nem finalizamos a compra".