Morrer em Campo Grande vai ficar mais caro. Isso é o que aponta a minuta do edital de exploração do serviço funerário da Capital, que está em discussão no Conselho Municipal de Regulação. Além disso, há questionamentos sobre a obrigatoriedade da manta absorvedora de necrochorume em todos os caixões, de acordo com reportagem publicada hoje (24), no jornal Correio do Estado. As mudanças devem elevar o preço dos serviços funerários para, no mínimo, R$ 1,5 mil, conforme estimativas do setor. A minuta do edital prevê uma forma diferenciada da cobrança da “taxa de corpo”. Hoje, as empresas do setor pagam conforme o número de corpos. Ou seja, de zero a 10 é um valor, de 11 a 30, outro. O edital em discussão prevê que a taxa seja cobrada individualmente. O valor previsto é de R$ 150, acima do praticado hoje.
Além disso, há a previsão do uso da manta absorvedora de necrochorume em todos os caixões. Fabricada por apenas uma empresa no Brasil, a manta custa em torno de R$ 100 e também deve onerar o preço final dos serviços funerários. O edital diz que até 20 empresas podem ter a concessão dos serviços funerários em Campo Grande. Além do pagamento da outorga no valor de R$ 20 mil, no ato da contratação, as empresas deverão repassar mensalmente à Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg) o valor equivalente a 1% do faturamento bruto mensal. A taxa de outorga cobrada na última licitação, há cerca de 10 anos, foi de R$ 6,5 mil. Agora, a prefeitura prevê outorga mínima de R$ 20 mil, o que representa um aumento superior a 200%.
Com a nova forma de cobrança de atendimento, a obrigatoriedade da manta e o aumento da outorga, estimativas do setor apontam que um funeral básico não deve custar menos de R$ 1,5 mil. Hoje, o mesmo serviço custa R$ 1,1 mil. “Todas essas questões são preocupantes, porque vão aumentar o preço para a população. Tem família que sai envididada do hospital e ainda vai ter que pagar um valor alto para o sepultamento”, diz o integrante do Conselho de Regulação, Haroldo Borralho. A reportagem é de Patrícia Belarmino.