A alegria tomou conta das ruas a partir das 15h, marcada por marchinhas clássicas de carnaval
Mais uma vez o bloco Cordão da Valu arrastou centenas de foliões no carnaval campo-grandense, festa que acontece na esplanada ferroviária pelos próximos dias.
A alegria tomou conta das ruas a partir das 15h, marcada por marchinhas clássicas de carnaval, além das atrações musicais, a banda do Cordão Valu o grupo de percussão Maracatu Ijexá, o cantor de samba Chokito e a Escola de Samba Igrejinha.
“Dona da festa”, Silvana Valu, 52 anos, disse que o momento é de celebrar, sobretudo pelo sucesso do bloco carnavalesco que já existe há 19 anos.
“A gente quer uma festa bonita para todos chegarem e se divertirem. Todo ano a gente tenta acertar mais, temos apoio de várias pessoas que perceberam que o carnaval de Campo Grande é pulsante, que vibra, e esperamos que o carnaval e a festa desse ano seja a melhor de todos os tempos”, destacou Silvana.
Quanto ao sucesso construído ao longo dos anos, Valu disse que foi consequência do esforço de anos, sobretudo dos foliões, que sempre acreditaram e apoiaram a folia do bloco. “Não imaginava que teríamos toda essa repercussão, mas claro gostaria sim (risos).
Começamos em 2006 e desde lá só paralisamos na pandemia, enfim, tenho dito todo esse tempo que devemos curtir mais e nos preocupar menos, é assim que tem que ser”, disse.
O bloco tomou as ruas e avenidas a partir das 17h30, saindo da Avenida Calógeras em direção a Rua Maracaju, 14 de julho, Antônio Maria Coelho e retornando à Avenida Calógeras para a festa que adentrou a noite com muito samba e axé e segue até a meia-noite.
Formado majoritariamente por assistentes sociais, o bloco “Sem Vergonha de Ser Feliz”, debutou no carnaval campo-grandense neste ano com 48 integrantes. Construído por mulheres da “melhor idade”, o grupo ganhou força há cerca de 40 dias e decidiu usar a festa como uma maneira de se manifestar principalmente contra o etarismo social, e combater o preconceito contra as pessoas de mais idade.
“É o nosso primeiro ano, um manifesto de várias mulheres do Brasil, nessa preocupação de discutir as questões de etarismo, mulheres sem vergonha de ser feliz, sem vergonha de namorar”, declarou a assistente social Elenir Queiroz, 64 anos, natural de Corumbá.
Amiga e companheira de folia, Marileia Medeiros, 69 anos, também assistente social, disse que a composição do grupo é uma importante forma de quebrar barreiras e espantar gradativamente o preconceito. “Não sei se seremos capazes de acabar com o preconceito, mas queremos sensibilizar as pessoas com isso, mostrar que podemos ser felizes também”, disse.
Natural de Três Lagoas, o cozinheiro Rodrigo Jorge, 40 anos, foi à folia junto do casal de filhos gêmeos. “Vim trazer as crianças, essa festa é a maior expressão da cultura brasileira e temos que passar essa cultura adiante, por isso achei importante trazer os meus filhos pra curtir hoje”, disse.
Acompanhado da esposa Luciana, o servidor público César da Silva, 54 anos, decidiu trocar Dourados, município em que vive, e optou por curtir na capital, onde seguirá pelos próximos dois dias. “É uma festa muito bonita, simples, muito família, decidimos vir de última hora, estamos hospedados aqui pertinho. A hora que a banda parar e cansar vamos embora, escolhemos Campo Grande por conta da festa feliz, vamos aproveitar o máximo porque o carnaval de Dourados está um pouco parado”.
Renda extra
Quem não aproveitou para festejar, decidiu usar a data para ganhar uma graninha extra, caso do servidor público Leônidas Dementes, 53 anos, que aproveitou a ocasião para vender bebidas e espetinho na festa. Até o fim da festa, ele espera lucrar cerca de R$ 3,5 mil.
“Trouxe 100 espetos para hoje, acredito que vou vender tudo, e vou até o final da festa. Estou com pouco recurso para investir, vi no carnaval uma oportunidade de ganhar dinheiro, e faço isso para complementar minha renda. Gosto demais do carnaval, é uma festa popular muito boa”, finalizou Leondas.
O exemplo se aplica à jovem Maria Eduarda, de 23 anos. Avessa ao carnaval, decidiu aproveitar a popularidade do Cordão da Valú para vender cervejas e bebidas destiladas na festa.
“ O cordão da Valú é um bloco bastante conhecido, espero que possamos zerar o estoque hoje, faz quatro anos que aproveito para lucrar com essa época do ano. Investi R$ 2 mil, com custos de barracas, e aluguel e espero lucrar R$ 4 mil.”, disse a vendedora, que comercializa copos de com 500 ml de cerveja a R$ 10.
O vendedor de pasteis Fábio de Aquino, 40 anos, disse que espera vender 250 pastéis ao longo da noite. “A data é muito boa, espero vender 250 pasteis, creio que ficarei com R$ 800 de lucro, é pouco, mas é um jeito de ganhar um extra, nunca gostei do carnaval, vim para trabalhar mesmo (risos)”, finalizou.
Pelo segundo dia consecutivo, o Bloco Reggae estará no monumento da Maria Fumaça das 15h às 00h. A entrada é gratuita, mas os organizadores estão com ação solidária, e doações de alimentos não perecíveis ou uma peça de roupa em bom estado são bem vindas. A programação conta com Rockers Sound System e Radiola Reggae MS.
Próximos dias
Confira a programação para os próximos dias
02 de março (domingo)
Bloco Capivara Blasé – Esplanada Ferroviária, das 14h às 00h.
03 de março (segunda-feira)
Bloco Capivara Blasé – Esplanada Ferroviária, das 14h às 00h.
Bloco Cia. Barra da Saia – Teatro da Orla Morena, das 15h às 23h.
Desfile das Escolas de Samba – Praça do Papa, das 19h às 00h.
04 de março (terça-feira)
Cordão da Valú – Esplanada Ferroviária, das 15h às 00h.
Bloco Ipa Lelê – Avenida Mato Grosso, das 16h às 00h.
Desfile das Escolas de Samba – Praça do Papa, das 19h às 00h
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