O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse na tarde desta terça-feira que a estatal não fará qualquer alteração no preço da gasolina devido à volatilidade do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
"Não há perspectiva de mudança no preço da gasolina porque ainda não temos essa situação [do Oriente Médio] definida", disse o diretor ao sair do Fórum Econômico Brasileiro, organizado pela Bloomberg, em São Paulo.
Barbassa afirmou ainda que a Petrobras não irá mudar um dos critérios da política de reajuste de preços da gasolina e do diesel. "A política é não aumentar preço da gasolina e do diesel em função de alterações conjunturais. Só aumentamos quando percebemos que há uma mudança no estado das coisas", afirmou.
Ele também informou que a importação de petróleo equivalente a 1,5 milhão de barris de gasolina não tende a alterar os preços no mercado interno. O objetivo dessa compra é pontual. A importação reforçará o abastecimento do país.
O aumento do preço do álcool fez os consumidores trocarem de combustível, migrando para a gasolina.
O volume que será importado também não é expressivo --o consumo brasileiro de gasolina é de 400 mil barris por dia. "Estamos importando uma quantidade para três ou quatro dias", disse.
IMPORTAÇÃO
O diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, informou na última sexta-feira (25) que um carregamento de gasolina importado pela Petrobras chegará ao Brasil até o dia 15 de abril para garantir o fornecimento ao aquecido mercado doméstico.
Costa informou, na data, que a gasolina será armazenada e utilizada em caso de necessidade. "A gente vai trazer e armazenar. Se precisar usa, se não precisar não usa", disse . "No ano passado a gente importou para 10 dias, não deve ser muita coisa diferente disso", afirmou.
No ano passado a Petrobras importou 3 milhões de barris de gasolina de várias origens no início do ano, o que não fazia há cerca de 40 anos, também em função de um mercado interno aquecido.
Costa informou que as refinarias da empresa estão trabalhando a plena capacidade e produzindo 380 mil barris diários de gasolina, totalmente absorvidos pela demanda interna.
O aumento do consumo de gasolina ocorre na entressafra da cana-de-açúcar, quando a disponibilidade de etanol é ainda menor e os preços sobem, reduzindo seu apelo junto aos donos de veículos flex.
POSTOS
Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, Alísio Vaz, alguns problemas pontuais surgem com o aumento da procura por gasolina em detrimento ao etanol.
Vaz disse que essa migração foi ainda mais forte nos últimos 15 dias, após novas altas no preço do combustível renovável.
"A migração nas últimas duas semanas do consumidor de etanol para gasolina acabou gerando uma demanda repentina para a gasolina, que eventualmente pode gerar alguns gargalos pontuais", afirmou Vaz.