A diferença de gerações entre os DJs Zegon e Laudz é evidente, mas nas pick-ups, eles encontram a harmonia. Em 2012, eles formaram o Tropkillaz, que atualmente é um dos principais nomes da música eletrônica brasileira. O duo fechou a noite durante o campeonato de disc-jockeys Red Bull Thre3style, que aconteceu nesta madrugada em Belo Horizonte, e contou com a participação dos DJs Marquinhos Espinosa, de Campo Grande, e Guto Loureiro, de Corumbá.
No comando da pista entre as 3h30min e 5h, Zegon e Laudz não economizaram em graves e sons pesados, que misturam rap, reggae e dub. Ao público só restou dançar, pois é impossível ficar parado diante das investidas da dupla. Embora a música eletrônica tenha ganhado evidência nos últimos anos em todo o país, Tropkillaz destoa por investir em sons pesados, que em muito lembram o dubstep que colocou nomes como Skrillex e Deadmau5 entre os principais nomes da música eletrônica atual.
"Não acho que nosso som seja pesado, embora muita gente fale isso. O que nós fazemos é juntar a música eletrônica e o rap. É um pouco de 808, um pouco de Trap", afirmou Zegon, logo depois de deixar a pista. O Tropkillaz manteve o público dançando durante mais de uma hora, logo após o duelo de DJs promovido pela Red Bull. "Conseguimos promover esse encontro da música eletrônica com o rap, o que para nós algo é fundamental. É interessante ver como nosso som é bem aceito por todas as tribos."
A dupla, que chamou a atenção mundial ao misturar batidas pesadas de funk, eletro e dub as samples latinos e ao balanço nacional, emplacou em fevereiro no Super Bowl - um dos principais eventos esportivos televisionados nos Estados Unidos - o remix de "Hide" do N.A.S.A., com participação de Childish Gambino. "Foi algo totalmente inesperado, mas também excepcional. Significa que estamos acertando em algo", considera Zegon, que é ex-integrante do Planet Hemp e, atualmente, metade do N.A.S.A. junto ao americano Squeak E. Clean.