Brasil

APOSENTADORIA ANTECIPADA

Barroso anuncia saída do STF e antecipa saída em 8 anos

Além do ministro Luís Roberto Barroso, outros ministros anteciparam a saída da Corte

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira, 9, que antecipará sua aposentadoria da Corte. O magistrado poderia permanecer no cargo até março de 2033, quando completará 75 anos, idade limite para a aposentadoria de juízes no País.

Barroso não é o primeiro ministro a antecipar sua saída do Supremo nem o magistrado a abrir mão do maior tempo de mandato a que teria direito na Corte. Além dele, desde 1985, com a redemocratização, cinco ministros anteciparam-se à data-limite em tempo superior a seis anos. Outros quatro anteciparam a saída em até três meses.

O magistrado que abriu mão do maior período no cargo foi Francisco Rezek, detentor de um histórico sui generis de nomeações e renúncias ao STF. Rezek é o único ministro da história a ser nomeado para o Supremo em duas ocasiões.

Assumiu o posto pela primeira vez em março de 1983, aos 39 anos, por indicação do ex-presidente João Figueiredo. Sete anos depois, pediu exoneração e assumiu o Ministério das Relações Exteriores do então presidente Fernando Collor. Foi chanceler até abril de 1992, quando voltou ao Supremo por indicação de Collor, permanecendo mais cinco anos na Corte.

Em fevereiro de 1997, ao renunciar ao Supremo para assumir o posto de juiz da Corte Internacional de Justiça, em Haia, abriu mão de quase 17 anos de STF a que teria direito, segundo o limite para a aposentadoria, à época fixado em 70 anos. A idade foi alterada para 75 anos em 2015, por meio de uma emenda à Constituição.

O ex-ministro Joaquim Barbosa, que ganhou notoriedade por relatar a ação penal do Mensalão, abriu mão de dez anos e dois meses de mandato no STF ao antecipar sua aposentadoria para julho de 2014, aos 59 anos. Barbosa poderia permanecer no Supremo até outubro de 2024, mas encurtou o período no cargo por motivos pessoais.

O ex-ministro Nelson Jobim também abriu mão de mais de dez anos de Supremo ao antecipar sua aposentadoria para março de 2006. À época, especulou-se que Jobim, com carreira política pregressa à nomeação ao STF, cogitava deixar a Corte para se candidatar a algum cargo eletivo. Jobim não foi candidato, mas assumiu o Ministério da Defesa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em junho de 2007. Permaneceu na pasta até agosto de 2011, já sob a gestão de Dilma Rousseff (PT).

A jurista Ellen Gracie deixou o cargo em agosto de 2011, abrindo mão de seis anos e seis meses enquanto ministra a que teria direito, superando o tempo renunciado por Célio Borja, que deixou o Supremo em março de 1992, antecipando-se em seis anos e três meses à data-limite para a aposentadoria.

Desde a redemocratização, os demais magistrados do Supremo que se anteciparam ao limite para a aposentadoria não o fizeram em tempo superior a três meses. Por outro lado, houve dois casos de falecimentos que encurtaram o mandato de ministros do STF. Em setembro de 2009, o jurista Carlos Menezes Direito morreu aos 66 anos por complicações de um tumor no pâncreas. O ministro poderia permanecer na Corte por mais três anos.

Teori Zavascki, conhecido por ser o relator da Operação Lava Jato no STF, morreu em um acidente aéreo em janeiro de 2017. O ministro poderia permanecer no STF até agosto de 2023.

PRESIDÊNCIA

Flávio convida União e PP a apoiá-lo; partidos ficaram de maturar ideia

Conforme o senador Rogério Marinho, "a candidatura do senador Flávio é uma candidatura para valer" e não se trata de um "balão de ensaio"

09/12/2025 06h49

Rogério Marinho (PL) é líder da oposição no Senado e acredita que Ciro Nogueira e Antônio Rueda vão apoiar o filho do ex-presidente

Rogério Marinho (PL) é líder da oposição no Senado e acredita que Ciro Nogueira e Antônio Rueda vão apoiar o filho do ex-presidente

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O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou na noite desta segunda-feira, 8, que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu aos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda, para que apoiem sua candidatura à Presidência. Segundo Marinho, Ciro e Rueda ficaram de consultar suas bancadas.

"É evidente que há uma responsabilidade da presidência do PP como do presidente da União Brasil para que possam conversar com as suas respectivas bancadas, com governadores, com atores políticos que estão espalhados por todo o país para que, ao fim, possam nos trazer uma posição dos seus respectivos partidos", declarou Marinho a jornalistas, após uma reunião na casa de Flávio com Rueda, Ciro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto

Segundo Marinho, a definição precisará passar por uma maturação: "Isso não vai acontecer nem hoje nem amanhã. A conversa que tivemos é que isso vai ser maturado, vai ser absorvido por todos, vamos ter um tempo para que haja essa definição".

O líder da oposição afirmou que "a candidatura do senador Flávio é uma candidatura para valer" e não se trata de um "balão de ensaio". "O PL tem uma candidatura, está claro [...] Na última sexta-feira, o Bolsonaro colocou para o Flávio que a candidatura era dele, até para unificar a direita, para que nós possamos preservar o seu legado", disse.

De acordo com o parlamentar, o PL reunirá nesta terça-feira integrantes dos diretórios estaduais para levar o nome de Flávio, a fim de trazer uma unidade na sigla.

COMANDO VERMELHO

'Não estou aqui para entregar colega, nem para proteger', diz Bacellar sobre TH Joias

Assembleia Legislativa do RJ decide hoje se mantém ou não a prisão do presidente da Casa, preso pela Polícia Federal na semana passada

08/12/2025 07h26

Rodrigo Bacellar foi acusação de ter vazado informações sobre operação que prenderia o deputado TH Joias, ligado CV

Rodrigo Bacellar foi acusação de ter vazado informações sobre operação que prenderia o deputado TH Joias, ligado CV

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Em depoimento à Polícia Federal (PF), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, negou ser amigo do ex-deputado estadual TH Joias, preso em setembro por tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e envolvimento com o Comando Vermelho.

Bacellar foi detido na última quarta-feira, 3, suspeito de avisar o então parlamentar sobre a operação para prendê-lo.

"Nunca tinha visto [TH Joias] na vida [antes de ele entrar na Alerj]. Construí uma relação natural, sou presidente do Parlamento, tenho que atender todos indistintamente. [Mas a relação era] só profissional e só naquele âmbito da Assembleia", disse Bacellar em depoimento à PF, revelado pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 7.

Bacellar admitiu ter falado com TH Joias na véspera da operação para prender o então deputado.

"[Ele] pede para falar comigo sozinho, no canto: 'Tá sabendo de alguma operação amanhã para mim?'. Eu disse: 'Não estou sabendo nada. Está uma fofocaiada na Casa já faz três dias de que vai ter algum problema nessa semana para deputado, onde a fumaça for'. Aí, ele fala: 'Não, beleza, eu não sei o que eu faço, se vou embora'. 'Aí é com você. Eu, se estivesse no seu lugar, só me preocuparia com a tua filha pequena. Agora você tem que saber o que você faz ou deixa de fazer'", contou o presidente da Alerj à PF.

Na véspera da prisão de TH Joias, os dois também trocaram mensagens. TH enviou a Bacellar um vídeo mostrando um freezer com carnes e disse: "Ô presida! Não tem como levar, não, irmão. Pô, como é que leva?! Tem como levar não, irmão. Esses filhos da p* vão roubar as carnes, hein". O presidente da Alerj respondeu: "Deixa, doido". Bacellar também recebeu do próprio TH imagens da Polícia Federal dentro de sua casa.

Questionado pela Polícia Federal se não pensou em avisar as autoridades sobre a chance de fuga de TH Joias, Bacellar respondeu: "Não procurei absolutamente ninguém. Não estou aqui para entregar colega, não estou aqui também para proteger colega que faz algo errado". "Confesso que até me assustei. Achei um ato de impertinência dele, me ligar de um telefone que eu não tinha." O presidente da Alerj alegou que não sabia para quem era a operação.

Bacellar ainda negou ter conhecimento das suspeitas contra TH Joias antes de sua prisão. "Já tinha ouvido algumas coisas no jornal, mas não conhecia. Pessoal fala que é ligado ao comando, sei lá o que. Olha, eu não quero saber o que você fez, o que você deixa de fazer. Da porta para dentro, se você tiver bom convívio com todo mundo, o que você faz na rua não me diz respeito."

Caso 'TH Joias'

Suspeito de negociar armas e acessórios para o Comando Vermelho, Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, em setembro.

Segundo a investigação, TH utilizava o cargo de deputado estadual para favorecer o crime organizado. Ele é acusado de intermediar a compra e a venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão, além de indicar a esposa de Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão - apontado como traficante e também preso - para um cargo parlamentar.

Durante as diligências da Operação Zargun, em setembro, a PF cumpriu 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, além do sequestro de bens no total de R$ 40 milhões, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região. A investigação foi da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, da PF, e do Ministério Público Federal.
 

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