Brasil

HABILITAÇÃO

Decisão do STF considera constitucional apreensão da CNH de inadimplentes

As medidas já eram previstas em artigo do Código de Processo Civil desde 2015, mas foram questionadas em ação do PT

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A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que considerou constitucional medidas como a apreensão da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para assegurar o cumprimento de ordens judiciais ligou o alerta e suscitou dúvidas em inadimplentes.
A norma também permite ao juiz a aplicação da suspensão do direito de dirigir, apreensão do passaporte, e a proibição de participação em concurso e licitação pública para forçar devedores a pagarem suas dívidas.
As medidas já eram previstas em artigo do Código de Processo Civil desde 2015, mas foram questionadas em ação do PT por meio de uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade). O partido argumentava que as penas sacrificam direitos fundamentais dos cidadãos.
Os ministros do Supremo no entanto optaram por mantê-las, por 10 votos a 1, em julgamento do dia 9 deste mês. Eles ponderam que as sanções não podem avançar sobre direitos fundamentais e devem observar os princípios da proporcionalidade e razoabilidade.
 

O QUE DECIDIU O STF?

O relator da ação, Luiz Fux, avaliou que a aplicação dessas penalidades pelo magistrado é um meio de fazer cumprir suas determinações e "encontra limites inerentes ao sistema em que elas se inserem".
Ele acrescentou que a autorização representa o dever do magistrado de dar efetividade às decisões.
Porém, ponderou que o juiz, ao aplicar as técnicas, deve obedecer aos valores especificados no próprio ordenamento jurídico para resguardar e promover a dignidade da pessoa humana.
 

TODOS OS INADIMPLENTES TERÃO A CNH APREENDIDA?

Não. Caberá aos juízes analisar a ordem caso a caso, respeitando os direitos que defendem o devedor. Há o entendimento de que só perderá a CNH devedores cuja dívida já esteja na Justiça e todos os recursos para quitar esse débito tenham sido utilizados.
Segundo a advogada Carolina Tupinambá, que representou a Associação Brasileira de Magistrados do Trabalho no processo, a regra geral continua sendo que a execução judicial deve se dar da forma menos gravosa possível ao devedor. "Se houver um jeito menos grave de cobrar, ele deve ser adotado", disse.
 

COMO ERA ANTES DA DECISÃO DO STF?

As medidas já eram previstas pelo Código de Processo Civil, mas alguns tribunais tinham dúvidas na hora de aplicá-las, provocando insegurança jurídica sobre o tema.
Segundo Tupinambá, devedores recorriam ou entravam com mandado de segurança contra as penas e muitas vezes conseguiam reverter. "Agora, o Supremo bateu o martelo para dizer que pode sim, desde que se mostre uma medida eficiente e razoável no caso", explica.
 

QUAIS SERIAM AS EXCEÇÕES?

Segundo o ministro Luiz Fux, não é constitucional a aplicação das medidas ao devedor que dependa da utilização do veículo para trabalhar.
Também ponderou a proibição de participação em concursos públicos do executado que, "estando em condições financeiras limitadas, investe tempo na esperança de aprovação no certame e posse em cargo capaz de transportá-lo a patamar remuneratório teoricamente apto a garantir que honre seus compromissos".
 

COMO FICA O CASO DOS DEVEDORES DE PENSÃO ALIMENTÍCIA?

O único ministro do STF que votou contrário à decisão, Edson Fachin, defendeu que o devedor não pode sofrer sanção que restrinja sua liberdade ou seus direitos fundamentais em razão da não a quitação de dívidas.
Porém, concordou com o restante dos colegas da Corte sobre os devedores de alimentos. Neste caso, as medidas devem ser aplicadas por serem verbas destinadas à subsistência de uma pessoa, como no caso de pagamento de pensão alimentícia.
 

QUEM FOI CONTRA?

Além do PT, que entrou com a ação no STF, a Associação Brasileira de Direito Processual se manifestou contra as norma, por entender que, em ações pecuniárias, as medidas ferem o direito patrimonial.
Para o presidente do grupo, Antônio Carvalho, o Supremo também deixou em aberto a possibilidade de controle de decisões impostas, quando disse que a verificação de abusos depende da avaliação de casos concretos. "Entendemos que há um equívoco nessa decisão por conta da violação de inúmeros direitos fundamentais e elas serão objeto do recurso cabível em breve", disse.

PRESIDÊNCIA

Flávio convida União e PP a apoiá-lo; partidos ficaram de maturar ideia

Conforme o senador Rogério Marinho, "a candidatura do senador Flávio é uma candidatura para valer" e não se trata de um "balão de ensaio"

09/12/2025 06h49

Rogério Marinho (PL) é líder da oposição no Senado e acredita que Ciro Nogueira e Antônio Rueda vão apoiar o filho do ex-presidente

Rogério Marinho (PL) é líder da oposição no Senado e acredita que Ciro Nogueira e Antônio Rueda vão apoiar o filho do ex-presidente

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O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou na noite desta segunda-feira, 8, que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu aos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda, para que apoiem sua candidatura à Presidência. Segundo Marinho, Ciro e Rueda ficaram de consultar suas bancadas.

"É evidente que há uma responsabilidade da presidência do PP como do presidente da União Brasil para que possam conversar com as suas respectivas bancadas, com governadores, com atores políticos que estão espalhados por todo o país para que, ao fim, possam nos trazer uma posição dos seus respectivos partidos", declarou Marinho a jornalistas, após uma reunião na casa de Flávio com Rueda, Ciro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto

Segundo Marinho, a definição precisará passar por uma maturação: "Isso não vai acontecer nem hoje nem amanhã. A conversa que tivemos é que isso vai ser maturado, vai ser absorvido por todos, vamos ter um tempo para que haja essa definição".

O líder da oposição afirmou que "a candidatura do senador Flávio é uma candidatura para valer" e não se trata de um "balão de ensaio". "O PL tem uma candidatura, está claro [...] Na última sexta-feira, o Bolsonaro colocou para o Flávio que a candidatura era dele, até para unificar a direita, para que nós possamos preservar o seu legado", disse.

De acordo com o parlamentar, o PL reunirá nesta terça-feira integrantes dos diretórios estaduais para levar o nome de Flávio, a fim de trazer uma unidade na sigla.

COMANDO VERMELHO

'Não estou aqui para entregar colega, nem para proteger', diz Bacellar sobre TH Joias

Assembleia Legislativa do RJ decide hoje se mantém ou não a prisão do presidente da Casa, preso pela Polícia Federal na semana passada

08/12/2025 07h26

Rodrigo Bacellar foi acusação de ter vazado informações sobre operação que prenderia o deputado TH Joias, ligado CV

Rodrigo Bacellar foi acusação de ter vazado informações sobre operação que prenderia o deputado TH Joias, ligado CV

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Em depoimento à Polícia Federal (PF), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, negou ser amigo do ex-deputado estadual TH Joias, preso em setembro por tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e envolvimento com o Comando Vermelho.

Bacellar foi detido na última quarta-feira, 3, suspeito de avisar o então parlamentar sobre a operação para prendê-lo.

"Nunca tinha visto [TH Joias] na vida [antes de ele entrar na Alerj]. Construí uma relação natural, sou presidente do Parlamento, tenho que atender todos indistintamente. [Mas a relação era] só profissional e só naquele âmbito da Assembleia", disse Bacellar em depoimento à PF, revelado pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 7.

Bacellar admitiu ter falado com TH Joias na véspera da operação para prender o então deputado.

"[Ele] pede para falar comigo sozinho, no canto: 'Tá sabendo de alguma operação amanhã para mim?'. Eu disse: 'Não estou sabendo nada. Está uma fofocaiada na Casa já faz três dias de que vai ter algum problema nessa semana para deputado, onde a fumaça for'. Aí, ele fala: 'Não, beleza, eu não sei o que eu faço, se vou embora'. 'Aí é com você. Eu, se estivesse no seu lugar, só me preocuparia com a tua filha pequena. Agora você tem que saber o que você faz ou deixa de fazer'", contou o presidente da Alerj à PF.

Na véspera da prisão de TH Joias, os dois também trocaram mensagens. TH enviou a Bacellar um vídeo mostrando um freezer com carnes e disse: "Ô presida! Não tem como levar, não, irmão. Pô, como é que leva?! Tem como levar não, irmão. Esses filhos da p* vão roubar as carnes, hein". O presidente da Alerj respondeu: "Deixa, doido". Bacellar também recebeu do próprio TH imagens da Polícia Federal dentro de sua casa.

Questionado pela Polícia Federal se não pensou em avisar as autoridades sobre a chance de fuga de TH Joias, Bacellar respondeu: "Não procurei absolutamente ninguém. Não estou aqui para entregar colega, não estou aqui também para proteger colega que faz algo errado". "Confesso que até me assustei. Achei um ato de impertinência dele, me ligar de um telefone que eu não tinha." O presidente da Alerj alegou que não sabia para quem era a operação.

Bacellar ainda negou ter conhecimento das suspeitas contra TH Joias antes de sua prisão. "Já tinha ouvido algumas coisas no jornal, mas não conhecia. Pessoal fala que é ligado ao comando, sei lá o que. Olha, eu não quero saber o que você fez, o que você deixa de fazer. Da porta para dentro, se você tiver bom convívio com todo mundo, o que você faz na rua não me diz respeito."

Caso 'TH Joias'

Suspeito de negociar armas e acessórios para o Comando Vermelho, Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, em setembro.

Segundo a investigação, TH utilizava o cargo de deputado estadual para favorecer o crime organizado. Ele é acusado de intermediar a compra e a venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão, além de indicar a esposa de Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão - apontado como traficante e também preso - para um cargo parlamentar.

Durante as diligências da Operação Zargun, em setembro, a PF cumpriu 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, além do sequestro de bens no total de R$ 40 milhões, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região. A investigação foi da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, da PF, e do Ministério Público Federal.
 

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