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Em operação sobre 'Abin paralela', PF prende agentes que trabalhavam para Ramagem

Dois policiais e influenciadores digitais foram presos nesta quinta-feira por determinação do ministro Alexandre de Morais

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A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (11) a quarta fase da operação sobre a chamada "Abin paralela" e prendeu agentes que trabalhavam diretamente para Alexandre Ramagem, atual deputado federal, pré-candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro e ligado ao vereador Carlos Bolsonaro (PL), que também é investigado.

Policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STF, em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.

No final da manhã, o relator da investigação, o ministro Alexandre de Moraes, levantou o sigilo da decisão em que as medidas foram determinadas.

Os sete alvos são Mateus de Carvalho Spósito, Richards Pozzer, Marcelo Araújo Bormevet, Giancarlo Gomes Rodrigues e Rogério Beraldo de Almeida, contra os quais houve ordem de prisão e de busca; e José Matheus Sales Gomes e Daniel Ribeiro Lemos, alvos apenas de mandados de busca.

Entre eles estão um policial federal e um policial militar cedidos para a Abin e que atuavam com Ramagem. Os outros são influenciadores digitais que trabalhavam para o chamado "gabinete do ódio".

"Os investigados, segundo a Polícia Federal, participaram de uma estrutura espúria infiltrada na Abin voltada para a obtenção de toda a ordem de vantagens para o núcleo político, produzindo desinformação para atacar adversários e instituições que, por sua vez, era difundida por intermédio de vetores de propagação materializados em perfis e grupos controlados por servidores em exercício na Abin. O Relatório da Polícia Federal traz prova da materialidade e indícios suficientes dos graves delitos praticados", destacou o ministro em sua decisão.

Pela manhã, a PF prendeu Mateus de Carvalho Spósito, Richards Pozzer, Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues.
 

Bormevet é policial federal, foi segurança de Jair Bolsonaro (PL) na campanha de 2018 e depois nomeado por Ramagem para comandar o CIN (Centro de Inteligência Nacional), estrutura criada pelo atual deputado na Abin. Já o militar Giancarlo Rodrigues era subordinado a Bormevet na Abin.

O vereador Carlos Bolsonaro é um dos investigados da Operação Última Milha, alvo de apuração por envolvimento no uso do software espião FirstMile pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no governo Bolsonaro.

A PF investiga se policiais lotados no CIN utilizaram o software de geolocalização e se produziram relatórios sobre ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e políticos adversários do ex-presidente.

O objetivo seria desarticular a Abin paralela, organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas, utilizando-se de sistemas da agência.

Nesta fase, as investigações apontam que membros dos três Poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas.

Segundo a PF, a Abin Paralela também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.

Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.

O CIN foi criado por um decreto de Bolsonaro, assinado em julho de 2020, que criou novas estruturas dentro do organograma da Abin, à época chefiada por Ramagem.

Durante as investigações, Ramagem negou irregularidades e afirmou, por meio de sua assessoria, que o "departamento de operações, composto exclusivamente de servidores de carreira da Abin, era o único responsável pela gestão, senhas e execução do sistema".

A justificativa para criação do CIN foi planejar e executar "atividades de inteligência" destinadas "ao enfrentamento de ameaças à segurança e à estabilidade do Estado" e assessorar órgãos competentes sobre "atividades e políticas de segurança pública e à identificação de ameaças decorrentes de atividades criminosa".

Servidores da agência e policiais federais próximos de Ramagem e da família Bolsonaro foram colocados em cargos de chefia na nova estrutura, o que fez com que o CIN fosse apelidado de Abin paralela.

O centro foi desmontado pela reestruturação promovida pela atual direção da Abin, já no governo Lula (PT), após a operação da PF que mirou o software espião.

O FirstMile foi utilizado pela Abin entre 2019 e 2021. Ele foi adquirido e ficava "hospedado" em computadores da Diretoria de Operações de Inteligência, mas depoimentos de servidores e documentos de apurações internas da Abin mostram o uso por solicitação de pessoas ligadas ao CIN.

O software de monitoramento foi produzido pela empresa israelense Cognyte —antiga Suntech/Grupo Verint. O FirstMile foi adquirido pela Abin ainda no governo de Michel Temer (MDB) por R$ 5,7 milhões.

Em decisão de janeiro deste ano sobre um servidor que foi alvo de busca pela PF, o ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a operação, afirmou que ele era "o responsável pela fiscalização contratual do sistema FirstMile e, mesmo transferido de setor, continuou a realizar consultas pelo Centro de Inteligência Nacional."

"O servidor, ainda, tinha plena ciência da característica intrusiva da ferramenta que questionou, na condição de fiscal do contrato, o fato de a empresa fornecedora ter perdido a eficácia em relação a operadora Tim", dizia a decisão.

(Da Agência Estado)

NEGÓCIO BILIONÁRIO

Daniel Vorcaro é um banqueiro diferente, conhecido por ostentar

Banqueiro gastou R$ 15 milhões na festa de debutante da filha, que teve 500 convidados e animação de artistas como Alok

31/03/2025 07h28

Daniel Vorcaro vendeu a maior parte das ações ao Banco  Master ao BRB, mas o negócio ainda precisa ser aprovado pelo Banco Central

Daniel Vorcaro vendeu a maior parte das ações ao Banco Master ao BRB, mas o negócio ainda precisa ser aprovado pelo Banco Central

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Ao contrário da maioria dos banqueiros, que preferem manter a discrição sobre seus investimentos e a sua vida pessoal, Daniel Vorcaro, controlador do banco Master, não tem problemas com a exposição pública. Ele está no centro das atenções porque no fim da semana passada surgiu a informação de que o Banco de Brasília (BRB) comprou 58% das ações do Master, um negócio de R$ 3,5 bilhões.

O banqueiro já afirmou ter comprado o hotel Fasano Itaim como pessoa física, é sócio do Clube Atlético Mineiro e fez uma festa de debutante estimada em R$ 15 milhões para sua filha, que viralizou nas redes sociais.

Vorcaro é investidor da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético Mineiro desde que a estrutura foi estabelecida. Por meio do fundo Galo Forte FIP, ele pagou R$ 100 milhões por 8,2% de participação, em 2023. No ano passado, colocou mais R$ 200 milhões e se tornou dono de 26,9% da Galo Holding.

Em termos de participação, perde apenas para Rubens e Rafael Menin (donos da construtora MRV, com uma fatia de 55,7%).

Em 2023, também, sua família teria comprado a mansão mais cara já negociada em Orlando e da Flórida Central, nos Estados Unidos, por US$ 37 milhões. Segundo notícias publicadas à época, a aquisição foi feita por meio da Sozo Real Estate, que pertence ao pai de Vorcaro, Henrique.

A casa tem 3,5 mil m² de área construída, com quadra oficial de basquete, pista de boliche e campo de futebol. O vendedor foi um brasileiro, Flávio Augusto da Silva, que criou a Wise Up e era proprietário do time de futebol Orlando City.

Segundo a revista piauí, Vorcaro é ainda dono de uma mansão em Trancoso (no litoral da Bahia), comprada por R$ 280 milhões, e de um jato avaliado em R$ 80 milhões. Ele disse à revista que os bens pertencem a uma empresa do grupo.

Ainda em 2023, Vorcaro afirmou ao jornal Valor Econômico que tinha comprado o hotel Fasano Itaim na "pessoa física", por meio de uma estrutura de fundos. Também comprou flats na vizinhança. À época, já era investidor no hotel Botanique, em Campos do Jordão.

DEBUT MILIONÁRIO

Vorcaro também teria gasto R$ 15 milhões na festa de debutante da filha, no Condomínio Miguelão, em Nova Lima (MG). Ele asfaltou a estrada de terra que leva à entrada do condomínio, paralela à BR-040. Aos vizinhos, teria oferecido cestas e diárias no Fasano Belo Horizonte, caso se incomodassem com a celebração.

A festa viralizou nas redes sociais. No palco montado para 500 convidados numa casa de 16 mil m2, revezaram-se pelo menos cinco artistas, entre eles o DJ Alok e a banda The Chainsmokers. O bolo viajou de avião, entre São Paulo e Minas, e teria custado cerca de R$ 25 mil.

 

DEMOCRACIA

Moraes concede prisão domiciliar a condenado no 8 de Janeiro que está com câncer

O professor aposentado Jaime Junkes, de 68 anos, foi condenado em maio de 2024 a 14 anos de prisão

31/03/2025 07h06

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, concedeu o benefício em meio à campanha pela anistia, que tem pelo menos 192 a favor na Câmara

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, concedeu o benefício em meio à campanha pela anistia, que tem pelo menos 192 a favor na Câmara

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu prisão domiciliar a um condenado pelo 8 de Janeiro que está com câncer de próstata. O professor aposentado Jaime Junkes, de 68 anos, foi condenado em maio de 2024 a 14 anos de prisão.

Segundo a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Junkes integrou o grupo de pessoas que invadiu o Palácio do Planalto, depredando as dependências do prédio.

Após a condenação de Junkes, Moraes decretou sua prisão preventiva. A defesa do professor pediu a mudança do regime de pena para a prisão domiciliar. O benefício foi concedido pelo relator, porém, esgotados os recursos da ação penal, Moraes decretou o início do cumprimento da pena em regime fechado.

Em 12 de março, a Polícia Federal informou que o professor foi atendido com um princípio de infarto. A defesa de Junkes voltou a pedir a mudança do regime da pena para a prisão domiciliar. Em 21 de março, Moraes concedeu permissão de saída para tratamento médico, mas negou a mudança do regime da pena.

Uma semana depois, em decisão desta sexta-feira, 28, Moraes aceitou o pedido de cumprimento da pena em prisão domiciliar. "A sua grave situação de saúde, reiteradamente comprovada nos autos, admite a concessão de prisão domiciliar", disse o ministro na decisão.

Junkes teve a prisão domiciliar concedida no mesmo dia que Débora dos Santos, detida em março de 2023. Durante a invasão aos prédios públicos, ela usou um batom para pichar a frase "Perdeu, mané" na estátua "A Justiça".

A cabeleireira de Paulínia tornou-se símbolo da campanha por "anistia" aos presos do 8 de Janeiro promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados. Segundo o Placar da Anistia do Estadão, há 192 votos a favor da proposta.

O deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líder da bancada do PL na Câmara, solicitou neste sábado, 29, que a PGR reavalie as prisões preventivas dos presos pelo 8 de Janeiro.

Sóstenes argumenta que os fundamentos utilizados para beneficiar Débora Rodrigues também se aplicam a outros réus que seguem presos preventivamente.

Dos 513 deputados federais procurados para o levantamento do Placar da Anistia, 421 responderam. Há 126 parlamentares contrários ao projeto, enquanto 104 não quiseram responder.

Há ainda os deputados federais que são favoráveis ao perdão aos presos ou a penas mais brandas aos envolvidos nos atos de vandalismo, mas que passam a ser contrários à proposta se ela contemplar Jair Bolsonaro.
 

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