Brasil

LUCRO INVEJÁVEL

Petrobras aprova a distribuição de R$ 20 bi em dividendos extraordinários

Dona de 36,6% do capital da Petrobras - por meio do Tesouro Nacional, do BNDES e do seu braço de participações, o BNDESpar -, a União vai ficar com R$ 7,32 bilhões

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A Petrobras anunciou na quinta-feira, 21, à noite, depois do fechamento do mercado financeiro, que vai pagar R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários a seus acionistas. Isso equivale a R$ 1,55 por ação ordinária e preferencial da companhia.

Desse montante, R$ 15,6 bilhões vêm da reserva de remuneração e capital da estatal, como dividendos intermediários, e os R$ 4,4 bilhões restantes têm relação com os chamados dividendos intercalares.

A possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, após as decisões de investimentos previstas no novo plano estratégico da companhia, havia sido antecipada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em 8 de novembro.

Dona de 36,6% do capital da Petrobras - por meio do Tesouro Nacional, do BNDES e do seu braço de participações, o BNDESpar -, a União vai ficar com R$ 7,32 bilhões dos R$ 20 bilhões em proventos extraordinários anunciados na quinta pela estatal.

Com essa nova fatia, já chega a R$ 23,46 bilhões o total de proventos destinados pela estatal ao governo neste ano. A esse montante, a União poderá contabilizar ainda o pagamento de dividendos ordinários relativos ao quarto trimestre - que serão conhecidos só em fevereiro em 2025.

A Petrobras explicou ainda que, no caso dos detentores de ações negociadas na B3, o pagamento em parcela única será feito em 23 de dezembro. Já os acionistas que possuem ADRs ("American Depositary Receipts", por meio dos quais as ações da empresa são negociadas na Bolsa americana) receberão o pagamento a partir de 3 de janeiro de 2025.

Para o cálculo dos dividendos, será considerada a posição acionária do dia 11 de dezembro, para os detentores de papéis negociadas na B3, e de 13 de dezembro para os ADRs negociados na New York Stock Exchange. As ações da Petrobras serão negociadas ex-direitos na B3 a partir de 12 de dezembro de 2024.

Plano Estratégico

Pelo plano estratégico para o período de 2025 a 2029, também divulgado na quinta, a previsão de investimentos para o próximo ano soma US$ 18,5 bilhões (R$ 107,5 bilhões), queda de 11,9% ante os US$ 21 bilhões (R$ 122 bilhões) do plano anterior.

Para os cinco anos até 2029, a estatal projeta investimentos de US$ 111 bilhões (R$ 644,9 bilhões), ante US$ 102 bilhões do plano anterior - que previa o plano quinquenal até 2028. Nesse caso, houve um aumento de 8,8% no total de aportes previstos.

Como era esperado pelos analistas, o planejamento da estatal priorizou a área de exploração e produção (E&P), que ficará com US$ 77,3 bilhões dos aportes totais, cerca de US$ 4 bilhões (ou 5,5%) a mais do que o previsto no plano anterior. O pré-sal segue como maior foco dos aportes da Petrobras, sendo o destino de 60% dos recursos previstos para a área de E&P.

Dívida

Em seu novo planejamento, a Petrobras aumentou o seu limite de endividamento para um teto de US$ 75 bilhões (R$ 435 bilhões). No plano anterior, esse limite era de US$ 65 bilhões (R$ 377 bilhões).

A mudança, segundo explica a estatal em documento, é "aderente à minimização do custo de capital, aos riscos do fluxo de caixa e a uma gestão eficiente de caixa e liquidez". A Petrobras diz ainda que o novo teto "considera métricas de alavancagem robustas, mesmo em cenários de baixo preço do Brent (referência de preço do barril), além de proporcionar maior flexibilidade em relação à crescente relevância dos afretamentos na dívida bruta"

A companhia reduziu o valor do caixa mínimo a ser mantido, de US$ 8 bilhões (R$ 46,4 bilhões) para US$ 6 bilhões (R$ 34,8 bilhões).
 

(Informações da Folhapress)

 

VIAGEM

Latam amplia em 12% voos no Brasil em 2025, com quatro novas rotas domésticas

A partir de abril, a companhia aérea doméstica vai passar de 52 para 54 destinos e de 124 para 128 rotas estruturais

21/11/2024 23h00

Foto: Marcelo Victor/ Correio do Estado

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A Latam vai operar 348 voos domésticos por dia no Brasil em 2025, 12% a mais do que em 2024. O processo de ampliação inclui quatro novas rotas distribuídas entre as regiões Sul, Norte e Sudeste. Com isso, a partir de abril do ano que vem, a malha aérea doméstica da companhia no País vai passar de 52 para 54 destinos e de 124 para 128 rotas estruturais.

Entre as novas rotas estão as que ligarão o Aeroporto de Guarulhos (São Paulo) a Rio Branco (AC) e Pelotas (RS). As duas adicionais conectam o Aeroporto de Congonhas, também na capital paulista, a Joinville (SC) e Ribeirão Preto, no interior do Estado.

A Latam acrescentou mais de 1,3 milhão de assentos no mercado doméstico brasileiro em 2024, destaca a diretora de Vendas e Marketing da Latam Brasil, Aline Mafra. "No ano que vem, seguiremos investindo para ampliar ainda mais esta rede de forma sustentável e eficiente", afirma. Ao todo, a companhia prevê um crescimento de até 8% na sua oferta doméstica de assentos no Brasil este ano, na comparação com 2023.

Norte, Sul e Sudeste

Com previsão de 38 mil passageiros por ano, a nova rota São Paulo/Guarulhos-Rio Branco conectará a capital do Acre a outros 43 destinos nacionais e 23 destinos internacionais que a Latam atende. A rota será inaugurada com cinco voos por semana, com quatro horas de duração.

Já na Região Sul, a nova rota São Paulo/Congonhas-Joinville prevê 137 mil passageiros por ano. Atualmente, a cidade catarinense conta com voos diários da Latam para o aeroporto de Guarulhos, que será interrompida com a abertura da nova rota para Congonhas.

O trecho São Paulo/Guarulhos-Pelotas, por sua vez, será inaugurada com três voos por semana. Esta será a primeira operação regular da companhia em Pelotas, após realizar uma operação emergencial na cidade de agosto a outubro deste ano, durante o fechamento do aeroporto de Porto Alegre. A previsão é de transportar 20 mil passageiros por ano.

São Paulo/Congonhas-Ribeirão Preto será inaugurada com um voo diário de 1 hora de duração, projeção de 63 mil passageiros anuais. A nova operação será complementar ao voo São Paulo/Guarulhos-Ribeirão Preto, operado pela Voepass.

GOLPE

Golpistas estudaram caso Marielle para evitar erros na trama para matar Lula, Alckmin e Moraes

Operação golpista que visava matar três pilares da atual política brasileira veio à tona no início dessa semana e, desde então, o ex-presidente Bolsonaro, Braga Netto e mais 35 foram indiciados

21/11/2024 22h00

Foto: Ricardo Stuckert

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O grupo de militares que colocou nas ruas a Operação 'Copa 2022' para monitorar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em dezembro de 2022, estudou minuciosamente até o caso Marielle Franco para adotar estratégias que os deixassem de fora do radar da Polícia Federal em caso de uma eventual investigação. Eles tiveram acesso a uma verdadeira apostila sobre os passos adotados por investigadores para desvendar os detalhes do assassinato da vereadora fluminense - e teriam usado os dados para evitar 'erros' que os assassinos de Marielle praticaram no crime ocorrido em 2018.

Os detalhes dos estudos realizados pelos militares sobre o caso da vereadora constam da representação de 221 páginas da Polícia Federal levada ao STF pela abertura da Operação Contragolpe, que prendeu na manhã desta terça-feira, 19, quatro militares - um general reformado e três 'kids pretos' - e um agente da Polícia Federal por envolvimento com um plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do seu vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

A PF encontrou nos arquivos do major Rafael de Oliveira - lotado no Batalhão de Ações e Comando e integrante da Operação 'Copa 2022', tramada para prisão/execução de Moraes no dia 15 de dezembro de 2022 - dois arquivos que teriam sido estudados pelo grupo de elite do Exército.

Os documentos indicam que o "comportamento das atividades e dos militares envolvidos não deve ser analisado de forma convencional", vez que o evento foi executado com "elevado conhecimento técnico".

A PF destaca indícios de que a Operação 'Copa 2022' foi elaborada "previamente". O evento clandestino 'Copa 2022' foi identificado a partir de diálogos armazenados no Signal (aplicativo de mensagens) de Rafael de Oliveira. O major participava de um grupo que, segundo a PF, "revela uma ousada sequência de ações realizadas por militares, nitidamente realizadas a partir de um planejamento minuciosamente elaborado"

Os investigadores consideram a operação que os 'kids pretos' colocaram nas ruas como um "verdadeiro capítulo no contexto de tentativa de golpe de Estado", apesar de o plano ter sido abortado no meio do caminho. Como mostrou o Estadão, seis investigados participaram da ação, que contou até com o uso de carros alugados e um veículo do Exército.

Segundo os investigadores, os estudos dos kids pretos dão um "relevo ainda maior" para os principais achados da Operação Contragolpe: o plano 'Punhal Verde e Amarelo', que descrevia a possibilidade de matar Lula, Alckmin e Moraes por envenenamento e explosão de bomba; e a planilha de golpe de Estado, que descrevia, em mais de 200 linhas, uma estratégia de ruptura antidemocrática.

A PF dá ênfase à "engenharia fática e circunstancial" identificada na Operação 'Copa 2022' e frisa. "Considerando as técnicas empregadas, notadamente aquelas relacionadas ao processo de anonimização de prefixos telefônicos, têm-se indicativos de que pessoas com especialização específica participaram das atividades empregadas.

"Por exemplo, após analisar o documento 'NA_cyber' apreendido com Rafael de Oliveira, a PF conseguiu identificar que o grupo estudou o uso de 'telefones frios' - aparelhos que são comprados e cadastrados com dados de terceiros, com finalidade de dificultar ou impedir qualquer tipo de identificação dos seus reais usuários.

Os investigadores perceberam que os oficiais que monitoraram Moraes e lançaram a Operação 'Copa 2022' tinham "conhecimento acima da média sobre a relação entre IMEI (aparelho telefônico) e SIM CARD (chips das operadoras de telefonia móvel)".

O documento ainda descreve que a operadora Claro exige biometria para o cadastro de seus chips, dificultando o uso para realizar a anonimização.Para a PF, o arquivo evidencia o conhecimento e o cuidado do grupo ao serem criados telefones frios. Como mostrou o Estadão, os seis militares que participaram da ação contra Moraes em dezembro do ano passado chegaram a usar codinomes em alusão a países que disputaram a Copa do Mundo de futebol, em 2022, para dificultar uma eventual identificação do grupo golpista - 'Japão', 'Brasil' e 'Alemanha', por exemplo, foram adotados pelos militares.

O documento 'Apostila Anonimização' relata uma análise circunstancial sobre a investigação do assassinato de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes, em 2018.

O arquivo indica que os militares estudaram o homicídio da vereadora para verificar como o crime foi elucidado - e então tentar evitar 'erros' cometidos pelos assassinos que levaram a sua identificação.O arquivo mostra que, no caso Marielle, "houve a utilização de antenas de celular para ajudar na elucidação" do crime. E relata que "investigadores forenses irão se munir das mais variadas formas para desvendar a autoria das ações cibernéticas".

"Um exemplo bastante conhecido da utilização dessas técnicas ocorreu na elucidação no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco. Apesar de não se tratar de um crime cibernético propriamente dito, dá para se ter uma ideia aqui de como se deram as investigações para chegar até os assassinos, principalmente porque nas fases anteriores ao crime houve uso de celular e pesquisas na internet que serviram de pista e de provas para a condenação dos assassinos", registrou o documento no tópico 'análise circunstancial'.

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