Brasil

DEMOCRACIA

Quatro presidentes brasileiros foram presos desde a redemocratização

Se forem contabilizadas todas as prisões, o número de ex-presidentes que chegaram a ser detidos sobe para oito

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A prisão de Jair Bolsonaro (PL) ampliou para quatro o número de ex-presidentes detidos no Brasil desde a redemocratização. Nos últimos sete anos, Lula, Michel Temer, Fernando Collor e agora Bolsonaro enfrentaram condenações à prisão devido a diferentes investigações.

Ao considerar também o período antes da redemocratização, o total chega a oito presidentes. Além dos nomes do período recente, também foram presos Hermes da Fonseca, Washington Luís, Arthur Bernardes e Juscelino Kubitschek, detidos em contextos políticos distintos que incluem a República Velha e a ditadura militar.

Washington Luís (mandato de 1926-1930) foi deposto na Revolução de 1930 e preso logo após o movimento. Hermes da Fonseca (1910-1914) foi detido em 1922, acusado de incentivar levantes armados. Já Juscelino Kubitschek (1956-1961) foi preso em 1968, durante o endurecimento da ditadura militar após o AI-5. Arthur Bernardes (1922-1926) participou da "revolução constitucionalista" de 1932; foi então preso e exilado pelo governo Vargas.

A seguir, veja quem foram os presidentes brasileiros presos depois da redemocratização e os motivos.

Lula

Lula foi o primeiro ex-presidente preso após a redemocratização. Detido em abril de 2018 no contexto da Operação Lava Jato, foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Cumpriu 580 dias na sede da PF em Curitiba por decisão do senador Sergio Moro (União Brasil), então juiz da 13ª Vara Federal. Em 2019, o STF proibiu a prisão após condenação em segunda instância, o que levou à sua soltura.

Michel Temer

Michel Temer foi preso em março de 2019, também no âmbito da Lava Jato do Rio. A prisão preventiva ocorreu na Operação Descontaminação, que investigava corrupção, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e cartel envolvendo a construção da usina nuclear Angra 3.

O delator José Antunes Sobrinho afirmou que Temer sabia do pagamento de R$ 1,1 milhão em propinas. O MPF o apontou como líder de um esquema bilionário por mais de 40 anos. Temer foi solto após decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, que considerou antigos os indícios e entendeu que os investigados não ofereciam risco à ordem pública.

Fernando Collor de Mello

O ex-presidente Fernando Collor foi preso em abril deste ano por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Collor havia sido condenado a 8 anos e 10 meses por corrupção, em investigação derivada da Lava Jato. A Corte o considerou culpado por receber R$ 20 milhões em propinas da UTC Engenharia em troca de favorecer contratos da BR Distribuidora.

Moraes autorizou o cumprimento da pena em prisão domiciliar, permitindo que Collor deixasse a cela do presídio Baldomero Cavalcanti e passasse a cumprir pena em seu apartamento na orla de Maceió (AL).

Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro passou a cumprir pena nesta terça-feira, 25, após o STF declarar o trânsito em julgado da ação penal sobre a trama golpista. Condenado a 27 anos e três meses de prisão, o ex-presidente responde por organização criminosa armada, deterioração de patrimônio tombado, dano qualificado à União, golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Por ter pena superior a oito anos, iniciou o cumprimento em regime fechado. Moraes determinou que Bolsonaro permaneça na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde já estava preso preventivamente desde sábado, 22.

 

crime organizado

Alerj tem poder para tirar o deputado Bacellar da prisão

Presidente da Alerj foi preso nesta quarta-feira (3) durante operação da Polícia Federal para investigar o vazamento de informações sigilosas

04/12/2025 07h22

Rodrigo Bacellar, do União Brasil, foi flagrado com mais de R$ 90 mil em espécie em seu carro no momento da prisão

Rodrigo Bacellar, do União Brasil, foi flagrado com mais de R$ 90 mil em espécie em seu carro no momento da prisão

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A decisão sobre a manutenção ou revogação da prisão do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), deve ser tomada pela própria Casa nos próximos dias. A previsão é que o Legislativo fluminense seja notificado pela Justiça sobre o caso em até 24 horas. 

O deputado foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (3) durante operação da Polícia Federal para investigar o vazamento de informações sigilosas.

O procedimento na Alerj tem sido o padrão nos últimos anos, depois de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2019. Na ocasião, a Corte definiu que as assembleias legislativas dos estados têm o poder para revogar a prisão de deputados estaduais, expandindo a estes as imunidades previstas para parlamentares federais no artigo 53 da Constituição.

Também ficou permitido às assembleias sustar ações penais abertas contra deputados estaduais. O Artigo 27, da Constituição, prevê que o deputado estadual tem direito às regras constitucionais sobre sistema eleitoral, inviolabilidade e imunidades previstas na Carta.

Com base nesse artigo, constituições estaduais reproduziram a regra, prevista no Artigo 53, que garante a deputados e senadores prisão somente em flagrante de crime inafiançável e referendada por sua casa legislativa.

Em 2017, Jorge Picciani foi solto pela Casa ao lado dos parlamentares Paulo Melo e Edson Albertassi. Em 2019, a Alerj soltou cinco deputados presos na Operação Furna da Onça.

Histórico de prisões
 

Bacellar não é o primeiro presidente da Alerj a ser preso desde a Constituição de 1988. Em 2017, Jorge Picciani (MDB) também foi preso quando ocupava o cargo mais alto do legislativo fluminense.

Na ocasião, ele foi preso junto com os deputados da mesma legenda, Paulo Melo e Edson Albertassi, no âmbito da Operação Cadeia Velha. Os três foram acusados de receber propinas para favorecer empresas de ônibus.

Em 2019, Picciani foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª região a 21 anos de prisão. Ele morreu em 2021, em decorrência de um câncer na bexiga.

Além de Bacellar e Picciani, outros ex-presidentes da Alerj foram presos, mas quando não ocupavam mais o cargo de liderança da casa legislativa. É o caso do próprio Paulo Melo, preso junto com Picciani, que ocupou o cargo entre 2011 e 2013, e novamente entre 2013 e 2015.

Sérgio Cabral (MDB) presidiu a Alerj entre 1997 e 1999 e depois entre 1999 e 2001. Ele foi preso na Operação Lava-Jato em 2016. Cabral foi acusado de liderar uma organização criminosa que fraudava licitações e cobrava propinas.

Ele também foi governador do Rio de Janeiro entre 2007 e 2014. Foram várias condenações no contexto da Lava Jato, com penas somadas que ultrapassaram 390 anos. Em 2024, a Justiça anulou três condenações, fazendo com que as ações fossem redistribuídas.

José Nader (PTB) comandou a Alerj entre 1991 e 1992, e depois entre 1993 e 1994. Em 2005, ele foi preso em Tocantins acusado de pesca predatória e porte ilegal de armas. Em 2008, foi um dos alvos da Operação Passárgada da Polícia Federal. Foi indiciado por corrupção passiva, formação de quadrilha, peculato e advocacia administrativa. Morreu em 2015, depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

Educação

Finep destina R$ 1,27 bi para obras e investimentos em universidades e centros de pesquisa

Os repasses serão resultado de três Ações Públicas

03/12/2025 22h00

Divulgação

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A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) repassará R$ 1,27 bilhão para ampliar e modernizar a infraestrutura de universidades e centros de pesquisa. O total corresponde ao resultado de editais que tiveram os contemplados definidos há uma semana - e só agora divulgados.

Os recursos financiarão obras em laboratórios, construção e adaptação de novas instalações e a compra de equipamentos de médio e grande porte, com impacto direto na capacidade de pesquisa e na execução de projetos estratégicos.

Os repasses serão resultado de três Ações Públicas - duas Chamadas Públicas e uma Carta Convite. A Chamada 'Proinfra 2024 - Expansão' recebeu R$ 500 milhões para 67 subprojetos selecionados a partir de 39 propostas.

Os investimentos incluem obras estruturais de maior complexidade e aquisição de máquinas laboratoriais, incluindo itens de grande porte. Norte, Nordeste e Centro-Oeste ficaram com 39,7% do total destinado, em linha com a política de redução de assimetrias regionais.

Na Chamada 'Proinfra - Desenvolvimento Regional (NNECO 2024)', foram aprovados 127 subprojetos, com aporte de R$ 597 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

O Nordeste foi a região mais contemplada, com R$ 361,8 milhões em 79 subprojetos voltados à expansão física de laboratórios e implantação de novas unidades de pesquisa. Centro-Oeste e Norte receberam R$ 164,7 milhões e R$ 70,3 milhões, respectivamente.

Já a Carta Convite 'CT-Infra IFES 2025' contemplou 100 subprojetos, com até R$ 174,8 milhões para manutenção corretiva e preventiva de equipamentos em universidades federais e instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

De acordo com a Finep, a ação possibilita recuperar estruturas existentes, prolongar a vida útil de equipamentos e assegurar continuidade das atividades de pesquisa e ensino.

Para o diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Finep, Carlos Alberto Aragão, o conjunto de ações representa reforço estrutural relevante.

"Essas iniciativas são fundamentais para viabilizar projetos de pesquisa de grande relevância para o desenvolvimento do País. Trata-se de um investimento que fortalece a infraestrutura científica e tecnológica nacional e contribui para reduzir desigualdades regionais", afirmou.

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