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Com 40% de exames positivos, aberturas e flexibilizações podem elevar índice

Secretário de Saúde do Estado pede que a população permaneça em casa, mesmo com a volta de cinemas, boates, casas de shows e outros eventos na Capital

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Mato Grosso do Sul tem uma taxa de casos positivos de cerca de 40% no Laboratório Central de MS (Lacen-MS). 

Esse número é considerado alto pelas autoridades de saúde, que alertam que as recentes flexibilizações, principalmente em Campo Grande, onde até boates foram liberadas, podem impactar negativamente essa taxa.

De acordo com a secretária-adjunta da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Christine Maymone, o Estado tem mantido a taxa de exames positivos entre 31% e 40%. 

“A cada 100 testes feitos de RT-PCR, temos 40 positivos, então nós temos uma circulação viral alta”, alertou.

No fim da tarde desta segunda-feira (14), a Prefeitura de Campo Grande publicou um texto revogando pontos do Decreto nº 14.257, que impedia o funcionamento de sessões de cinemas, bailes, shows, festas em casas noturnas, boates, casas de eventos e similares, bem como as atividades relacionadas aos clubes de lazer e similares.

Esses locais liberados são considerados atividades de alto risco de contágio da Covid-19 e, conforme o programa Prosseguir, feito pelo governo do Estado em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), só deveriam ser reabertos quando a cidade atingisse o grau tolerável da doença; hoje a Capital está no grau médio.

“Eu vi algumas medidas tomadas por algumas administrações em Mato Grosso do Sul, não só na Capital, mas no interior, que me preocupam porque hoje o quadro não está se estabilizado em Mato Grosso do Sul", declarou o secretário de Saúde, Geraldo Resende, em transmissão para informar os dados da Covid-19.

"O momento ainda é de preocupação total, número muito elevado de casos, com uma média de 847 registros por dia, e a tendência é de que, se houver esse afrouxamento naquilo que são medidas que contêm o avanço do coronavírus, nós vamos persistir ainda por vários dias, por várias semanas e talvez por meses em um quadro alto de casos novos, em um quadro alto de internações hospitalares e óbitos e essa não é a nossa intenção”, complementou o secretário.

Resende também pediu que a população colaborasse e só saia de casa em casos de necessidade. 

“Pedimos a participação da população no tocante àquelas cobranças, nos ajude, permaneça em casa, só saia se for estritamente necessário, mesmo com as regras sendo afrouxadas por vários gestores, que nós entendemos que contraria inclusive o programa Prosseguir. Mas o momento tem feito com que gestores municipais estejam atentos a outras prioridades e nós gostaríamos de reafirmar a prioridade da Secretaria de Estado de Saúde, que é priorizar vidas”.

RITMO DA DOENÇA

Mato Grosso do Sul ultrapassou nesta terça-feira (15) a casa dos 60 mil casos da doença, com 60.297 testes positivos desde o início da pandemia. 

O Estado contabiliza 1.106 mortes em decorrência da Covid-19, sendo 468 em Campo Grande, epicentro da pandemia, com 26.690 casos.

No boletim epidemiológico apresentado ontem, foram acrescidos 889 casos confirmados e 21 mortes por Covid-19 em 24 horas. As vítimas eram nove de Campo Grande, quatro de Corumbá e uma de Anastácio, Cassilândia, Coxim, Glória de Dourados, Itaquiraí, Ivinhema, Ladário e Rio Brilhante.  

“A nossa média móvel tem crescido com esse número de óbitos verificados nesses últimos dias. A nossa média móvel, que estávamos em 14 por dia, está em 17 por dia, mantém uma estabilidade, mas muito alta”, afirmou o secretário.

A taxa de reprodução do vírus, número usado para estimar para quantas pessoas cada infectado deverá transmitir a doença, ontem estava em 1,08, mas o recomendado é que ela seja abaixo de 1.  

“A taxa de contaminação ainda está persistindo alta, hoje mantém em um patamar de 1,08, isso sim vai fazer uma inversão no quadro para que esse platô, que está se mantendo alto, possamos fazer com que apresente um declínio”, declarou Resende.

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Barroso diz que legalização de drogas leves é tendência mundial

Em palestra, ministro também falou de aborto e união homoafetiva

22/04/2024 21h00

Reprodução: Rovena Rosa/Agência Brasil

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira (22) em palestra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que no mundo democrático existem duas posturas possíveis para a questão das drogas ilícitas: uma, a da repressão, e outra, que vem ganhando corpo em todo o mundo, que é a da legalização das drogas mais leves. Segundo ele, a segunda acontece pela constatação de que a guerra contra as drogas fracassou e o modelo repressivo não conseguiu diminuir o poder do tráfico nem o consumo.

“A discussão que está no Supremo é a quantidade. A legislação brasileira não pune com prisão o usuário de drogas, o que faz muito bem, porque punir o usuário é um equívoco completo. Se ele estiver fora de controle, você vai tratar como dependente químico. Colocá-lo na cadeia é colocar mais um agente para o crime organizado. Nada, na minha visão, justificaria a prisão pelo porte pessoal para consumo. E o legislador acabou com a prisão do porte pessoal para o consumo, mas manteve a criminalização do tráfico”, disse.

Ele observou que se um jovem for pego com 40 gramas de maconha na zona sul do Rio de Janeiro, por exemplo, é considerado um portador para consumo próprio; porém se o outro jovem, geralmente negro, for pego com a mesma quantidade na periferia do Rio de Janeiro, é preso como traficante.

“Portanto, a mesma quantidade é tratada com pesos diferentes pela polícia, e o que o Supremo está discutindo não é descriminalização, não é a não prisão, porque isso já foi decidido. O que o Supremo está decidindo é qual a quantidade que vai distinguir traficante de usuário para que essa escolha não seja feita pela polícia por critérios discriminatórios”, explicou.

Outra questão abordada na palestra é a das uniões homossexuais. Para Barroso, a homossexualidade é um fato da vida que gera consequências jurídicas. “A ordem jurídica não dispunha sobre as relações entre pessoas homossexuais, que eu prefiro chamar de relações homoafetivas, porque uma relação de projeto de vida não é puramente sexual e no projeto afetivo existem as reuniões homoafetivas”, disse.

Nesse caso, segundo Barroso, era necessário definir quem tem o direito de herdar o que é construído ao longo de uma relação, se é a família de sangue ou é o companheiro ou companheira com quem a pessoa viveu por anos. “Alguém tinha que decidir isso, e o Supremo decidiu, na minha opinião, com acerto, que deve tratar como você trata as uniões estáveis convencionais. São os mesmos direitos sucessórios, previdenciários. Eu tenho o maior respeito pelo sentimento religioso das pessoas e a Bíblia expressa condenação ao homossexualismo, porém no mundo laico eu preciso ter uma solução jurídica para isso”.

De acordo com Barroso, caso contrário essas pessoas ficariam em um limbo jurídico, sem saber exatamente o que fazer. “E aí vem o casamento. Nós não achamos que o casamento é uma coisa boa, que diminui a promiscuidade, estreita as relações afetivas? Por que nós vamos excluir essas pessoas da prosperidade de terem um casamento? Essa é a minha posição, mas eu tenho o maior respeito pelas posições contra apostas”, ressaltou.

Com relação ao aborto,o ministro classificou a questão como a mais difícil do mundo, e uma coisa ruim, lembrando que o papel do Estado é evitar que aconteça, proporcionando educação sexual, distribuindo contraceptivos e amparando a mulher que queira ter o filho e esteja em condições adversas. “É perfeitamente legítimo a alguém ser contra, pregar contra e não fazer. Porém, tudo isso é diferente de achar que a mulher que viva o infortúnio de ter que fazer vá para a prisão. Nenhum país democrático e desenvolvido do mundo criminaliza, nem os mais católicos".

O ministro Barroso reforçou que prender a mulher que resolve interromper a gravidez não é uma boa política pública, e que a criminalização impede que as mulheres pobres tenham acesso aos serviços públicos de saúde que podem ser prestados. Ele reconheceu ser difícil para a sociedade chegar a um consenso sobre o tema, que é eticamente divisível, já que o momento do nascimento, do surgimento da vida, é uma questão de fé e de convicção.

“Tem gente que acha que desde o momento inicial da concepção com duas células já há vida. Tem gente que acha que é quando se forma o sistema nervoso, tem gente que acha que quando começa a formação da consciência. Existem muitas visões de mundo quando você trata de matéria em desacordo moral. É razoável que pessoas esclarecidas e bem intencionadas pensem de maneira diferente. O papel do Estado não é escolher um lado, e sim permitir que cada um viva a sua crença, a sua convicção", ponderou.

Questionado sobre os rumos que a inteligência artificial está tomando, Barroso respondeu que está preocupado e ao mesmo tempo animado, já que ela tem imensas potencialidades para fazer o mundo melhor e de tomar decisões melhor do que os seres humanos em alguns casos.

"A inteligência artificial é a transferência de capacidades humanas para computadores, feitas por softwares. Essas capacidades envolvem tarefas cognitivas e tomada de decisões. Como a inteligência artificial é capaz de armazenar uma quantidade de informações muito maior do que o cérebro humano e processadas em muito maior velocidade e muitas áreas, ela vai ser mais eficiente do que a capacidade humana", avaliou.

Ele citou como exemplo a medicina, campo no qual a IA já vem sendo usada em cirurgias e diagnósticos, e com melhor qualidade. Segundo ele, o uso dessa tecnologia automatizará tarefas que levam pessoas a neuroses causadas por tarefas repetitivas. Além disso, poderá evitar a exposição dos humanos a atividades de alto risco, como desarmar uma mina ou passar um cabo no fundo do oceano, por exemplo.

"Eu acho que tem muita coisa boa com a inteligência artificial, mas tem muitos riscos, como a discriminação, a privacidade, e o maior é a singularidade, que a IA adquira consciência. Porque se ela adquirir consciência de si própria e passar a ter vontade própria são as máquinas que vão dominar a condição humana e não vice versa porque elas têm muita muito maior capacidade de processamento de informação com muito mais velocidade", afirmou.

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Pedidos de isenção da taxa do Enem podem ser feitos até sexta-feira

Solicitações devem ser feitas pela Página do Participante

22/04/2024 20h00

Reprodução: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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Termina na próxima sexta-feira (26) o prazo para pedir a isenção de pagamento da taxa de inscrição para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os pedidos devem ser feitos pela Página do Participante, com o login único do Gov.br.

Têm direito a fazer o Enem de graça os alunos matriculados no 3º ano  do ensino médio em 2024, em escola pública, e quem fez todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada. Também podem ser beneficiados participantes do programa Pé-de-Meia, do Ministério da Educação, e alunos de famílias de baixa renda – com registro no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico).

O estudante que teve isenção no Enem 2023, mas não compareceu aos dois dias do exame, e quer participar da edição de 2024 gratuitamente precisa justificar a ausência. O prazo para a justificativa também encerra em 26 de abril.

O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni). Os resultados do Exame são utilizados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

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