Cidades

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Abusos demais, educação de menos

Abusos demais, educação de menos

Redação

20/07/2010 - 07h18
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O desrespeito por parte da grande maioria dos motoristas no trânsito de nossa Capital é por demais conhecido. A cada momento presenciamos cenas que comprovam todo tipo de abusos: é aquele que para sobre a faixa de pedestres, avança o cruzamento com sinal vermelho, se irrita e buzina apenas porque o motorista à sua frente reduziu a marcha para estacionar ou entrar em sua garagem, e por aí vai.

Dia desses, subindo a pé pela Rua Dom Aquino em direção à praça Belmar Fidalgo, vi quando uma elegante e jovem senhora estacionou seu possante SUV (Sport Utility Vehicle, em bom “vernáculo”) exatamente na esquina com a Rua José Antonio, sobre a faixa de pedestres, bloqueando o rebaixamento da guia destinado ao acesso de cadeiras de rodas. Imaginando que ela não percebera o erro, avisei-a de que ali havia o rebaixamento do meio-fio para permitir o acesso de cadeirantes. Saindo do veículo, ela simplesmente, sem ao menos olhar em minha direção, sapecou:
- “Vá à merda!”

Fiquei ali, perplexo, observando-a afastar-se!
Em outro dia, na mesma via, dessa vez descendo em direção ao centro, numa entrada para a garagem de um imóvel, tive meu percurso na calçada interrompido por uma caminhonete (pick-up, como é mais chique) que simplesmente parou na referida entrada, atravessando a calçada e tomando toda sua largura, de modo que o pedestre teria de descer à pista de rolamento para continuar o trajeto. Parei e mirei o motorista, fazendo sinal de que desejava passar. Pois bem: ele me olhou com o mais profundo desprezo, desceu do carro, trancou-o e foi cuidar da vida! Fotografei o carro com a câmera do telefone celular, mostrando sua posição e placa, mas não consegui enviar a foto para o DETRAN, pois o recurso de comunicação do site dessa autarquia não permite a anexação de arquivos. Estacionar sobre as calçadas é a coisa mais comum!

Há algum tempo a administração pública do município demarcou vagas de estacionamento reservadas para idosos em diversos locais da cidade. Numa das esquinas do quarteirão onde moro, foram assinaladas duas vagas. Do meu posto de observação no 19º andar, frequentemente observo carros estacionando nessas vagas, cujos motoristas nada têm de idosos. Nelas também estacionam caminhões de entrega de bebidas e outras mercadorias. Parece que os fiscais da empresa que lucra com o uso de NOSSAS vias públicas, construídas e mantidas com o NOSSO dinheiro, se preocupam apenas em verificar se foi acionado o famigerado “parquímetro”!

Todas essas barbaridades ocorrem por dois motivos: FALTA de educação e civilidade por parte dos motoristas e AUSÊNCIA total de policiamento. Policiais de trânsito, tanto municipais quanto estaduais, raramente são vistos, e assim mesmo apenas nas ruas mais centrais, como a 14 de Julho. Fico imaginando onde estão e o que fazem as centenas (milhares?) de policiais militares lotados nos diversos “batalhões” espalhados pela cidade. Assim, cometem-se todas as irregularidades possíveis com a certeza da total ausência de repressão estatal. E, lógico, a inexistência de policiamento também propicia a prática de vários outros crimes por bandidos de todas as espécies!

Outro abuso, esse de proprietários de estabelecimentos comerciais, afeta inversamente os motoristas, educados ou não. Trata-se do ilegal rebaixamento das guias (meio-fios) em toda a frente do imóvel para criar os estacionamentos “privativos para clientes”, impedindo que os não clientes estacionem no local respectivo. Trata-se de verdadeira “privatização” da via pública! É louvável que se crie estacionamento para os clientes, mas com uma ÚNICA entrada e saída, e não em toda a extensão da calçada em frente. Há locais em que, praticamente, toda a quadra está afetada por esses “estacionamentos”, como na Rua 13 de Maio, entre a Calarge e a Belizário Lima. Ali, na maior parte do dia, é impossível estacionar, a não ser nos “exclusivos para clientes”. Alguns, para piorar, dada a insuficiência de suas áreas próprias, usam parte ou quase toda a largura da calçada. Recentemente, em Londrina, no Paraná, houve um movimento de revolta contra essa prática, que foi reconhecida como ilegal pela administração pública, tendo um secretário municipal “autorizado”, em entrevista, que os motoristas desrespeitassem essas “reservas” e estacionassem seus veículos nos locais rebaixados. Entretanto, um leitor escreveu para um jornal local perguntando se a prefeitura iria indenizar os danos que os comerciantes, em represália, iriam provocar nos carros que barrassem seus “estacionamentos privativos”... E, assim, o problema continuou. Aqui, por estas bandas guaicurus, parece que ninguém com autoridade cogita qualquer providência a respeito.
E o cidadão contribuinte, ó!!!

Oswaldo Barbosa de Almeida, advogado, [email protected]

FICARAM ESCONDIDOS

Clima seco influenciou a redução de acidentes com escorpiões na Capital

O número de relatos de picada do animal diminuiu 6% no ano passado em Campo Grande, em comparação com 2023

02/01/2025 09h30

Escorpiões gostam de tempo quente e úmido; o ano passado, por ter sido o mais seco da história na Capital, teve menos acidentes

Escorpiões gostam de tempo quente e úmido; o ano passado, por ter sido o mais seco da história na Capital, teve menos acidentes Foto: Paulo Ribas / Correio do Estado

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A diminuição do número de casos de acidentes domésticos por picada de escorpião entre 2023 e 2024 pode estar relacionada ao tempo seco que perdurou em boa parte do ano em Campo Grande. Matéria do Correio do Estado mostrou que o ano passado foi o mais seco de toda a série histórica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que, em 2024, foram registrados 1.359 casos de picadas de escorpião, sem ocorrência de óbitos em Campo Grande, e que, em 2023, foram registrados 1.477 casos.

A redução de 6% pode estar atrelada, entre outros motivos, à baixa umidade na Capital, que deixou o ambiente das residências inapto para o aparecimento de escorpiões.

É o que informa à reportagem do Correio do Estado o professor adjunto do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Malson Neilson de Lucena.

“Os escorpiões preferem clima quente e úmido, como vemos agora no verão. Consequentemente, apresentarão maior atividade e, assim, maior a probabilidade de acidentes. Quando o clima fica mais seco, os escorpiões diminuem a atividade para gastar menos energia e são registrados menos acidentes”, informou.

O professor bioquímico, especializado em pesquisas sobre peçonhas (venenos) de animais, também ressalta outros fatores que alteram o comportamento dos escorpiões. 

“É importante ressaltar que, além do clima, a disponibilidade de alimento e queimadas também afetam a ocorrência dos acidentes com escorpiões”, afirmou.

Conforme informado no livro “Conhecendo os Escorpiões: Um Guia para Entender como Prevenir os Acidentes com Escorpiões”, da Editora UFMS, o período de maior ocorrência de acidentes varia de acordo com as condições climáticas e ambientais da região. 

Contudo, dadas as condições gerais, o maior número de acidentes ocorre entre outubro e janeiro. No geral, esses são os meses mais quentes e chuvosos do ano. 

A alteração comportamental ocorre em razão da preferência desses animais por ambientes com essas características, ficando mais ativos e, consequentemente, ocorrendo mais contatos e acidentes envolvendo humanos.

De acordo com dados do Centro de Informações e Assistência Toxicológica (Ciatox), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), Mato Grosso do Sul registrou, entre janeiro e outubro de 2023, 3.623 ataques de escorpiões, sendo 311 no último mês do levantamento.

Naquele ano, Campo Grande liderou o ranking das cidades de Mato Grosso do Sul com mais notificações de acidentes.

Segundo o professor Malson de Lucena, duas espécies conhecidas como escorpião-amarelo são as mais encontradas no perímetro urbano em Mato Grosso do Sul, a Tityus confluens, que é pouca estudada, e a Tityus serrulatus, que tem um veneno perigoso. 

Ao todo, em Mato Grosso do Sul, já foram descritas 16 espécies de escorpiões. 

Conforme informa o guia “Conhecendo os Escorpiões”, entre esses animais existem espécies endêmicas, como o escorpião Tityus paraguayensis, que no território brasileiro ocorre apenas em MS.

CENÁRIO NACIONAL

Conforme pesquisa recente do Ministério da Saúde, em 2023, dos cerca de 340 mil acidentes registrados envolvendo animais peçonhentos, mais de 200 mil foram ocasionados por escorpiões.

A presença de escorpiões em áreas urbanas é uma preocupação crescente, especialmente em regiões onde o acúmulo de entulho e lixo e a falta de limpeza adequada criam ambientes propícios para sua proliferação.

Segundo o biólogo Bruno Conde, professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Estácio, o aumento de avistamentos desses animais está diretamente ligado à criação de condições favoráveis, como locais escuros e úmidos.

ORIENTAÇÕES

A Sesau passou algumas orientações para evitar acidentes com escorpiões e como lidar se for picado pelo animal peçonhento.

Se for picado, a orientação é: lavar o local da picada com água e sabão; procurar uma unidade de saúde imediatamente; e, se possível, capturar o escorpião com segurança ou fotografá-lo para facilitar a identificação.

A Vigilância em Saúde da Sesau também reforça que picadas em crianças menores de 7 anos e idosos exigem mais atenção, em função do risco de complicações. Também não se deve aplicar substâncias, fazer torniquetes ou realizar sucção após a picada.

Quanto a medidas preventivas, a Coordenadoria de Controle de Zoonoses (CCZ) orienta vedar de ralos e frestas, utilizar grelhas com telas em ralos e manter portas e janelas bem vedadas e evitar o acúmulo de entulhos, restos de construção, folhas secas e lixo, que podem servir de abrigo para escorpiões.

Dentro de casa, a orientação é verificar roupas, calçados e toalhas antes de usá-los, afastar camas e berços das paredes e evitar que lençóis toquem o chão.

SAIBA

A Coordenadoria de Controle de Zoonoses (CCZ) realiza vistorias em locais com infestação. Para agendamentos, a população pode contatar a CCZ pelos telefones (67) 2020-1796, (67) 2020-1802 ou (67) 3313-5000, pelo WhatsApp (67) 2020-1796 ou pelo e-mail [email protected].

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CAMPO GRANDE

Prefeita assume com o desafio de resolver novela do transporte

O novo mandato de Adriane Lopes iniciou ontem, e a gestora terá logo de cara um velho problema pela frente: o reajuste do passe de ônibus e a briga com a concessionária

02/01/2025 09h00

Passe de ônibus hoje na Capital custa R$ 4,75, mas reajuste extra pode impactar  e muito  esse valor

Passe de ônibus hoje na Capital custa R$ 4,75, mas reajuste extra pode impactar e muito esse valor Foto: Gerson Oliveira / Correio do EStado

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A prefeita Adriane Lopes (PP) tomou posse para mais quatro anos na Prefeitura de Campo Grande. Ela terá pela frente, porém, velhos problemas para resolver, como a briga que já dura anos com o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo urbano da Capital.

O serviço – já indo para o 13º ano da concessionária – deve receber o reajuste da tarifa pública de ônibus e também deve definir o valor da tarifa técnica, que baseia o subsídio às gratuidades concedidas na cidade.
Segundo a prefeita, a definição dos reajustes devem ser tomados “nos próximos dias”, contudo, ela não deu a data para que isso ocorra.

“[Isso] vai ser avaliado pela nossa equipe técnica nos próximos dias, e [o valor do aumento] será definido nas próximas semanas”, limitou-se a dizer Adriane Lopes, durante a sua posse.

O principal problema é referente a um possível aumento acima do previsto para a passagem de ônibus, uma vez que – de acordo com matéria do Correio do Estado publicada em dezembro de 2024 – o Superior Tribunal de Justiça (STF) derrubou a decisão que impedia um aumento que poderia levar o passe de ônibus a custar quase R$ 8,00.

Conforme a reportagem, o STJ considerou nula a decisão do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), Sérgio Fernandes Martins, no pedido de suspensão de liminar ingressada pela Prefeitura de Campo Grande contra decisão que favorecia o Consórcio Guaicurus.

Em fevereiro do ano passado, Martins anulou a decisão do desembargador Eduardo Machado Rocha, da 2ª Câmara Cível do TJMS, que considerou válido o pedido do Consórcio Guaicurus, o qual requeria o estabelecimento da data-base para o reajuste da tarifa de ônibus em outubro e também o reequilíbrio do contrato.

Com a medida, a tarifa técnica do transporte coletivo na Capital pode saltar dos atuais R$ 5,95 para R$ 7,79, o que deve impactar o valor pago hoje pelo usuário do serviço.

Esse imbróglio começou em outubro de 2023, quando a juíza Cíntia Xavier Letteriello, da 4ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos de Campo Grande, acatou um pedido do Consórcio Guaicurus em ação que solicitava o reajuste extra e a manutenção da data-base para outubro, como havia ficado estabelecido no contrato de concessão de 2012.

Ainda em dezembro de 2023, o desembargador Eduardo Machado Rocha cassou a decisão, acatando argumento de que os empresários, ao contrário do que alegavam, estavam obtendo lucros acima do previsto em contrato. Mas o mesmo magistrado, em janeiro do ano passado, voltou atrás e manteve a decisão da juíza de primeiro grau.

Foi então que a prefeitura entrou com um pedido de suspensão de liminar ao presidente do TJMS. Martins concordou com o fato de que a medida poderia resultar em um aumento exorbitante na tarifa de ônibus e acabou derrubando a decisão do seu colega desembargador.

Entretanto, o processo ficou parado no STJ até ser julgado pela Corte Especial, o que ocorreu em novembro do ano passado. Com a decisão de anular a decisão de Martins, o presidente do TJMS reconheceu a sentença e deu fim à reclamação feita pela prefeitura, o que abre margem para, agora, ocorrer um novo reajuste – dessa vez muito superior aos dos últimos anos.

No processo que corre na 4ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos de Campo Grande, para onde a ação voltou, as empresas pedem que a decisão deva ser executada, porém, ainda há necessidade de decisão da juíza do caso.

SAIBA

O que pode apaziguar a situação é a troca de comando no Consórcio Guaicurus, uma vez que, no dia 6, Themis de Oliveira assume a presidência do grupo, no lugar de João Resende, o qual estava no cargo desde 2012.

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