Cidades

Corte na educação

Acadêmicos, docentes e funcionários da UFMS protestam contra cortes

Manifestação foi realizada no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

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Na tarde desta terça-feira (18), acadêmicos, docentes e auxiliares administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) se reuniram em uma manifestação contra os cortes na educação pública do país.


Apesar dos cortes terem sido revogados (por pressão), os manifestantes realizaram o movimento para demonstrar sua indignação e preocupação com o futuro das instituições públicas do país.


Marco Aurélio Stefanes, professor do curso de Computação e presidente da Associação de Docentes, explicou que os cortes, que vem acontecendo com frequência, “estrangulam” o funcionamento das instituições.


“Os cortes já vêm acontecendo desde 2015. Para você ter uma ideia, em 2015 nós tínhamos um orçamento, na UFMS, de investimento da ordem de R$55 milhões por ano. Hoje, está na faixa de R$7, R$8 milhões por ano. Então há um corte de verbas efetivo de mais de 80% nos últimos 7 anos. A cada ano que passa, o corte aumenta. Isso está estrangulando o funcionamento das instituições”.


O presidente da Associação de Docentes também reforçou que o movimento estudantil é uma força política fundamental para o país e para a manutenção da democracia.


“Esse movimento estudantil, apesar de todas as dificuldades, está aí presente mostrando para o país que a gente precisa de uma sociedade democrática, precisa de uma sociedade que tenha educação, que tenha cultura, que tenha lazer, que tenha emprego… O movimento estudantil está mostrando a sua cara hoje para dizer isso para a sociedade: que nós queremos educação de qualidade, nós queremos um avanço na sociedade brasileira”


O acadêmico de Ciências Biológicas, Leonardo Vicente, de 26 anos, acredita que a manifestação é uma forma importante dos estudantes mostrarem sua insatisfação, não apenas com os cortes frequentes, mas também com o governo.


“Principalmente por eu ser estudante de biologia, por eu defender a ciência, é uma vergonha ver um país que durante a pandemia defendeu um remédio que não tinha nenhuma eficácia científica. Então eu, como estudante e futuro professor de biologia, estou aqui fazendo nada mais nada menos do que exercendo o meu direito e o meu dever como cidadão”, completou.


Cléo Gomes, de 49 anos, auxiliar administrativa da UFMS, reforçou a preocupação dos funcionários com os cortes recorrentes, a possível redução de salários e a possibilidade de uma nova discussão acerca da PEC-32.


”A nossa luta é para que esses cortes não aconteçam, e a gente tá aqui na luta contra a reforma administrativa também, a PEC-32. A gente já conseguiu barrar isso no  passado, fomos à Brasília, lutamos e conseguimos travar. Está engavetado, e agora eles estão querendo trazer de volta”, comentou.


Para ela, a reforma irá acabar com a universidade pública, e dificultar o acesso à educação para os mais pobres.


“A reforma administrativa seria o fim, praticamente, das Universidades Públicas nesse país. É o caminho para a privatização e é o fim dos concursos públicos”, completou.

 

Corte de verbas

 

No dia 30 de setembro, o Governo Federal confiscou, por meio do Decreto nº 11.216/2022, o saldo de Universidades e Institutos Federais de todo o país.


No dia 5, Vitor Godoy, Ministro da Educação, explicou em suas redes sociais que o bloqueio de R$2,4 bilhões se tratava de uma medida de segurança fiscal temporária, e que a previsão era de que o dinheiro voltasse a ser repassado em 1º de dezembro.


O corte foi dividido em duas partes: a primeira, de R$ 1.340 bilhão, anunciada entre julho e agosto; e a segunda, de R$ 1.059 bilhão, agora, em outubro. Em montante, a retenção representa 11,4% da dotação de despesas discricionárias do órgão e de suas unidades vinculadas.

 

No estado, a medida atingiria mais de 24,8 mil estudantes e 3,2 mil servidores distribuídos em 22 municípios, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), na Universidade Federal da Grande Dourados e no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS).


No dia 6, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) realizou uma videoconferência para falar com a imprensa sobre o novo corte na educação.


O reitor da Universidade Federal do Paraná e presidente da Andifes, Ricardo Marcelo Fonseca, relembrou que, desde 2016, os cortes já reduziram os reajustes em 50%.


“Os orçamentos são apertados. Entre 2016 e 2022 esse reajuste caiu em 50%. As UFs têm passado por vários governos que buscavam a contenção, mas que não buscaram por obras estratégicas”, comentou.


O decreto surpreendeu a Andifes, já que é incomum bloqueios de verba neste período do ano. 


“Já é difícil fazer uma gestão com valores apertados, mas a incerteza desses recursos tornam as coisas ainda mais caóticas. Contingenciamento é comum, mas o decreto de contingenciamento nesta fase do ano é incomum. Estávamos sem restrição de empenhos desde o lançamento deste decreto. Em um ano com plenas dificuldades, isso causa caos”, complementou.

 

Consequências

 

O presidente da Andifes explicou que, como a gestão das instituições é diferente e algumas possuem problemas financeiros maiores, cada uma vai sentir os impactos do corte de formas diferentes. 


“Muitos projetos podem ser afetados, como as filiais que estão desenvolvendo vacinas. Com a inviabilização, é difícil poupar esses projetos. Muitas bolsas e projetos de extensão podem ser afetados”, comentou.


Além de prejudicar as pesquisas e as bolsas, a falta de verba tem impacto no funcionamento de Refeitórios Universitários, Hospitais Universitários e nas despesas básicas, como manutenção, vigilância e limpeza. 

 

Impacto em Mato Grosso do Sul

 

No estado, até o momento, o corte foi estimado em mais de R$6,2 milhões. Deste valor, R$3,8 milhões pertenciam à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e R$2,1 milhões ao Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS).


Em nota, a UFGD divulgou que o impacto seria de R$ 399 mil apenas para o custeio de despesas da Universidade, sem informar, ao certo, o valor total do bloqueio.


Também em nota, o IFMS afirmou que, após a decisão inicial, foram retidos R$ 147 milhões das instituições que compõem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, e que o valor contingenciado é de R$ 2.147.977,47, que representa 5,8% do orçamento da instituição para o ano de 2022.

 

PEC-32


A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, do Poder Executivo, altera dispositivos sobre servidores e empregados públicos e modifica a organização da administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios
 

Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para o final de semana em Campo Grande e demais regiões de MS

Frente fria avança sobre o MS com chuva em diversas cidades

20/09/2024 13h30

Chove em boa parte do estado nesta sexta-feira (20)

Chove em boa parte do estado nesta sexta-feira (20) Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A previsão para o final de semana indica tempo seco e temperaturas acima da média, porém existe a possibilidade de ocorrência de chuvas entre sexta-feira (20) e sábado (21), com maior probabilidade para a metade sul e para a região oeste do Mato Grosso do Sul.

A possibilidade de chuva está associada ao avanço de uma frente fria, porém não promete queda significativa de temperatura, apenas uma leve queda nas temperaturas máximas. Ademais, as temperaturas ficam bem elevadas com valores entre 38°C e 41°C, principalmente na região pantaneira.

Em relação a umidade relativa do ar, há uma melhora nas regiões onde tem possibilidade de chuva e nas demais regiões o tempo seco é destaque, com previsão de baixos valores de umidade relativa do ar, entre 10% e 30%.

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperaturas mínimas entre 24°C e 26°C e máximas entre 34°C e 36°C. Chove na sexta.
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas mínimas entre 24ºC e 29°C e máximas entre 36°C e 40°C. Pode chover na sexta.
  • Em Porto Murtinho são esperadas mínimas entre 26°C e 28°C e máximas entre 39ºC e 41°C. Chove na sexta.
  • O Norte do estado deve registrar temperaturas mínimas entre 24°C e 26°C e máximas entre 36°C e 40°C.
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas mínimas entre 22°C e 23°C e máximas entre 34°C e 39°C.
  • Anaurilândia terá mínimas de 22°C e 23°C e máximas entre 32°C e 37°C. Deve chover na sexta.
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínimas de 20°C e 21°C e máximas entre 34°C e 37°C. Chove na sexta.
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas mínimas entre 21°C e 23°C e máximas entre 32°C e 34°C. Há previsão de chuva na sexta.
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínimas de 20°C e 21°C e máximas entre 31°C e 35°C. Pode chover na sexta.

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porto murtinho

Começa finalmente a obra de acesso à ponte da rota bioceânica

Trabalhos tiveram início nesta sexta-feira (20), conforme anúncio feito pela ministra do Planejamento, Simone Tebe, em evento na Fiems. Previsão é de que obra seja concluída em 24 meses

20/09/2024 13h10

Simone Tabet afirmou que a previsão é de que obra dure dois anos e de que o presidente Lula venha para a inauguração

Simone Tabet afirmou que a previsão é de que obra dure dois anos e de que o presidente Lula venha para a inauguração Marcelo Victor

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Orçadas em R$ 472 milhões, as obras do complexo aduaneiro e do trecho de 13 quilômetros de rodovia para interligar a BR-267 à ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, começaram nesta sexta-feira (20), conforme anúncio feito pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, durante evento na sede da Federação das Indústrias, em Campo Grande. 

“Eu fiz questão de vir hoje aqui na Fiems, porque é pé quente. Exatamente hoje começou a obra da alça dos 13 quilômetros. É importante lembrar que é uma alça, ela é suspensa tanto no início quanto no final da ponte, então ela tem uma complexidade. A ordem de serviço a gente deu em dezembro e a previsão era que as obras começassem em março. Mas o importante é que hoje iniciou”.

Segundo ela, a previsão é de que os trabalhos se estendam por dois anos e a meta é que ainda antes do final de seu terceiro mandato o presidente Lula venha a Porto Murtinho para inaugurar tanto a alça de acesso quanto a ponte.

Os R$ 472 milhões estão sendo bancados integralmente pelo governo federal e a obra da ponte, que deve custar pouco mais de meio bilhão de reais, está sendo custeada com recursos da hidrelétrica de Itaipu. 

A partir da conclusão destas obras, acredita a ministra, “abre um leque de possibilidades que nem nós nem vocês imaginamos para Mato Grosso do Sul ou para o centro-oeste. A vida inteira o Brasil ficou de costas para a América do Sul. E quem está perdendo é o Brasil. Nós estamos perdendo dinheiro, emprego, renda, crescimento econômico, com o turismo, a cultura e uma série de coisas. A gente fala sempre do comércio com a China, mas a gente esquece que o comércio com os países vizinhos será o principal beneficiado”, destacou a ministra.

O resultado da licitação das obras de acesso foi oficializado pelo DNIT em 16 de novembro do ano passado e o vencedor foi um consórcio denominado PDC Fronteira, formado pelas empreiteiras Caiapó, Paulitec e DP Barros, de Goiás e São Paulo, que venceram por terem oferecido o menor preço. 

A previsão é de que sejam gerados , inicialmente, 280 postos de trabalho diretos e 160 indiretos. O canteiro de obras já estava sendo montado desde o começo de setembro próximo à cidade de Porto Murtinho. 

POR QUE MEIO BILHÃO?

Mas o que explica esse alto valor para uma obra de apenas 13 quilômetros de asfalto e que também prevê a construção de uma estrutura aduaneira? Conforme a proposta vencedora, o item mais caro será a terraplanagem, que vai consumir impressionantes R$ 145,9 milhões. 

A obra é no meio do Pantanal, região sujeita a inundações pelo Rio Paraguai. Por isso, os 13 quilômetros terão de ser construídos sobre uma espécie de dique para que fique acima do nível de possíveis inundações. 

A cidade de Porto Murtinho, por exemplo, é protegida por um dique de 11 metros de altura, construído depois de uma grande cheia em 1982, quando boa parte da cidade ficou submersa. Depois disso, na maior cheia que se tem registo, a de 1988, quando o nível do Rio Paraguai atingiu 6,64 metros na régua de Ladário, a cidade ficou a salvo por causa desta barragem. 

E não é somente a estrada que terá de ser construída no alto. O aterro também vai abrigar toda a obra da aduana. E é exatamente esse centro aduaneiro que terá o segundo maior custo de todo o projeto. Dos R$ 472,4 milhões, um total de R$ 126,6 milhões serão somente para essa estrutura. 

Outro item do edital que chama a atenção são as chamadas “obras de arte especiais”, as quais vão consumir R$ 101,5 milhões. O edital não especifica o que serão exatamente essas obras. 

Mas, parte deste dinheiro deve ser destinado a uma grande área de estacionamento para caminhões, já que existe a previsão de que centenas de veículos de carga passem diariamente pela rota bioceânica, indo ou vindo do Paraguai, Argentina e Chile. 

Somente estes três itens (terraplenagem, aduana e obras de arte) vão consumir 79,2% do montante da obra. Ainda de acordo com a licitação, a pavimentação propriamente dita dos 13 quilômetros vai custar “apenas” R$ 23,3 milhões, o que corresponde a 4,9% do custo total. 

A ponte sobre o Rio Paraguai terá 1,3 mil metros e cerca de 60% dos trabalhos estão concluídos. E, por conta do atraso de seis Meses no início dos trabalhos do acesso, é provável que a ponte fique pronta bem antes via de acesso. O governo paraguaio acredita que as obras da ponte sejam concluídas até o fim do próximo ano, um ano antes da conclusão do acesso. 

Simone Tabet afirmou que a previsão é de que obra dure dois anos e de que o presidente Lula venha para a inauguraçãoCerca de 60% dos trabalhos da ponte em Porto Murtinho já estão concluídos e previsão é de que estejam pronto até o fim do próximo ano

O cumprimento do cronograma da obra do contorno vai depender de vários fatores, dentre os quais o climático. O trecho rodoviário a ser implantado é em terreno plano do Pantanal (solo argiloso) e o período de chuvas na região ocorre, normalmente, entre setembro e fevereiro, com possibilidade de ocorrência de cheia do Rio Paraguai e inundações. Por essa razão, o projeto de engenharia prevê a construção de seis pontes de concreto para vazão da água. 

A obra do lado brasileiro não será a única pendência da infraestrutura logística da rota. No Paraguai,  façta pavimentar o terceiro e último trecho da rodovia-tronco do corredor, de 224 km, entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, já na fronteira com a Argentina. É provável que esse trecho seja concluído somente em 2026.

ROTA

A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário com extensão de 2,4 mil quilômetros que ligará os dois maiores oceanos do planeta, Atlântico e Pacífico, partindo do Brasil e chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e pela Argentina.

O projeto que começou a ser debatido em 2014 e que iniciou em 2017 tem a promessa de ampliar a relação comercial do Estado com países asiáticos e sul-americanos.

Conforme estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), os custos para o envio da produção sul-mato-grossense serão reduzidos, além do tempo de viagem, que será encurtado em até 17 dias rumo ao mercado asiático.
A Rota Bioceânica, conforme os mais otimistas, terá potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os outros países por onde passará. 
 

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