Ação conjunta em Campo Grande aproveita a alusão deste oito de março, identificado no calendário como "Dia Internacional da Mulher", para "enterrar o patriarcado" com uma programação na Capital que termina em festa.
Para tratar dos direitos das mulheres, das desigualdades e violências por elas vividas, a ação envolve o Comitê de Cultura de Mato Grosso do Sul (CCMS), o ColetivA Sempre Vivas e a Marcha Mundial de Mulheres de MS.
Logo às 15h, a concentração na Avenida Calógeras no Centro da cidade sai com a Cicletada de Las Ninãs rumo ao Bar do Zé, um local onde o restante da noite reserva interverções em clima carnavalesco com:
- Bloco "Quebra Ossos"
- Bloco "Forrozeiros"
- Encerramento e Bloco "Eita"
Em nota, o Coletivo esclarece a intenção de usar o último dia de Carnaval para substituir o enterro "dos ossos" para o do patriarcado, reforçando a necessidade de "políticas públicas mais eficazes para a proteção e promoção dos direitos das mulheres", expõe o CCMS em nota.
Fernanda Teixeira é coordenadora do CCMS e cita a articulação necessária para que o evento saísse do papel, junto do o ColetivA Sempre Vivas e demais movimentos femininos.
"A Sempre Vivas é um coletivo que aglutina mais de 40 organizações, grupos e instituições da luta das mulheres.
Elas tinham essa demanda de organizar a batucada como instrumento de luta, pois já é uma metodologia utilizada por um dos movimentos que compõem o coletivo, a Marcha Mundial de Mulheres, que utiliza a batucada, as músicas, as paródias e o tocar e cantar das mulheres como uma intervenção cultural em seus atos políticos" expõe"
Feminicídios
Até o primeiro dia de março, seis mulheres já tinham sido vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul, com o último caso registrado sendo o de Giseli Cristina Oliskowiski, morta aos 40 anos, encontrada carbonizada em um poço no bairro Aero Rancho, em Campo Grande.
Antes dela, o primeiro caso de 2025 foi a morte de Karina Corin, de 29 anos, nos primeiros dias de fevereiro, baleada na cabeça pelo ex-companheiro, Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos.
Já o segundo feminicídio de 2025 em Mato Grosso do Sul foi justmente a morte de Vanessa Ricarte, esfaqueada aos 42 anos, por Caio Nascimento, criminoso com passagens por roubo, tentativa de suicídio, ameaça, além de outros casos de violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.
Após denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul em quatro crimes, em caso de condenação e penas máximas aplicadas, o assassino de Vanessa pode pegar mais de 86 anos de cadeia, como abordado pelo Correio do Estado.
Os outros feminicídios de 2025 vitimaram:
- Juliana Domingues, 28 anos | morta com golpes de foice em 18 de fevereiro
- Mirieli Santos, 26 anos | assassinada a tiros em 22 de fevereiro
- Emiliana Mendes, 65 anos | morta por esganamento em 23 de fevereiro
**(Com assessoria)